Análise comparativa do desempenho físico de atletas com história de anemia e infecção por malária e atletas sadios Análisis comparativo del rendimiento físico de atletas con historia de anemia e infección por malaria y atletas saludables |
|||
*Doutorando em Biologia Experimental Professor do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia. Coordenador do Centro de Estudo de Esporte e Lazer (CEELA) Integrante do Grupo de Estudos do Desenvolvimento e da Cultura Corporal **Doutorado em bioquímica. Orientador da pesquisa “Avaliação do desempenho físico de atletas com historia de anemia e infecção por malária” no programa de doutorado Biologia Experimental Professor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Rondônia Diretor da Fundação Oswaldo Cruz. Unidade de Rondônia ***Doutora em Sociologia e professora de Educação Física Professora do Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia Diretora do Núcleo de Saúde da Universidade Federal de Rondônia Líder do Grupo de Estudos do Desenvolvimento e da Cultura Corporal ****Professor do Departamento Ciência da computação UNIR Professor do Programa de Doutorado Biologia Experimental UNIR |
Prof. Ms. Ramón Núñez Cárdenas* Prof. Dr. Rodrigo Stabeli** Profa. Dra. Ivete de Aquino Freire*** Prof. Dr. Gilson Medeiros Silva**** (Brasil) |
|
|
Resumo No esporte de alta competição, é necessário um controle do treinamento e seguimento sistemático do atleta, sobre seu estado de saúde e condição física. O presente trabalho analisa, numa perspectiva comparativa, o desempenho físico dos atletas com história de anemia e infecção por malária e atletas sadios. Para a análise das variáveis utilizou-se o teste Persons’s Chi-squared test. Considerou-se o nível de significância de 5% (p<0,05). Os resultados do estudo apontam para diferenças significativas no desempenho físico dos atletas, observando-se melhores resultados nos atletas sadios. Unitermos: Atletas. Anemia. Malaria.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
A capacidade de desempenho do atleta aumenta com a influência das cargas de treinamento e de competição. Estes e outros fatores constituem-se na causa de outras medidas dirigidas a desenvolver o desempenho e a disposição atlética. Para a planificação do processo do treinamento é importante que o treinador esteja constantemente informado sobre a saúde e a condição física do atleta. Neste sentido, o desempenho físico se desenvolve dentro de uma relativa continuidade, sempre que não seja apresentado nenhum tipo de interrupção durante o processo de treinamento; e as exigências sejam adequadas em todo momento a capacidade individual do esportista.
Para Harre (1973), no processo de treinamento, é necessário aplicar diversos meios para o desempenho físico do atleta, entre eles encontram-se os exercícios físicos. Nos últimos anos tem se intensificado a capacidade de atuar sobre o desempenho físico através de meios ideomotores, autógeno e psicógenos. Considerando-se a variável saúde, os exercícios físicos constituem-se o meio mais importante para obter um aumento no desempenho físico esportivo. Deverão responder aos objetivos e tarefas do processo de treinamento. Considera-se importante optar pela aplicação de exercícios que contribuam no favorecimento das condições prévias necessárias para um desenvolvimento não interrompido do desempenho físico durante muitos anos.
Com o advento dos Jogos Olímpicos de 2016 a serem realizados no Brasil, o governo do país no ano de 2010 estabeleceu políticas no âmbito do esporte tendo como desafio projetar a nação como potência esportiva mundial. O país deve conquistar este status nos próximos 10 anos. Tais políticas, em fase de organização, tiveram como ponto de partida a Conferência Nacional de Esportes e Lazer, que mobilizou todos os estados da federação e Distrito Federal (Ministério do Esporte, 2010).
Entretanto, com ou sem incentivo dos governos federal, estaduais e locais, as práticas esportivas, tanto do ponto de vista amador como profissional em alguma medida, são verificadas em todo o Brasil. No município de Porto Velho este fenômeno não ocorre de modo diferente. Se por um lado trata-se de uma região cuja população apresenta motivação para a prática esportiva; por outro lado é também uma localidade do Brasil onde as condições de moradia de grande parte da população, são propícias para o elevado risco de doenças como a Malária, por exemplo. Porto Velho é considerado uma cidade endêmica, com potencial impacto para a saúde pública.
Atualmente, a transmissão da malária no Brasil está basicamente restrita a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins). Em 2006, os municípios de Cruzeiro do Sul (AC), Manaus (AM) e Porto Velho (RO) foram responsáveis por 22,59 % do total de casos de malária da Amazônia (Ministério da Saúde, 2007).
A malária ou paludismo é uma doença infecciosa, aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles. As manifestações iniciais desta doença são febre, sensação de mal estar, dor de cabeça, dor muscular, cansaço e calafrios. No homem, os esporozoítos infectantes se direcionam até o fígado, dando início a um ciclo de aproximadamente, seis dias para Plasmodium falciparum, oito dias para a Plasmodium vivax e 12 a 15 dias para a Plasmodium. Malariae, reproduzindo-se assexuadamente até rebentarem as células deste local (no mosquito, a reprodução destes protozoários é sexuada). Após esses eventos, espalham-se pela corrente sanguínea e invadem hemácias, até essas terem o mesmo fim, causando anemia no indivíduo (Ministério da Saúde, 2007).
O tratamento da Malária é considerado simples, e consta entre as políticas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Como regra geral, as demais espécies de plasmódios que afetam o homem não levam a complicações agudas graves em indivíduos previamente sadios, mas a infecção crônica por Plasmodium malariae tem sido descrita como uma causa importante de lesão glomerular por deposição de imunocomplexos, produzindo uma síndrome nefrótica. O controle desta enfermidade e o combate à anemia estão entre os programas prioritários da OMS. A literatura atual afirma que qualquer episódio de malária leva a algum grau de anemia, em especial a anemia produzida pela hemólise intravascular. As hemólises intravasculares são definidas como patologias nas quais ocorre destruição precoce das hemácias mediada por auto-anticorpos fixados a antígenos da membrana eritrocitária. Essa fixação imune desencadeia uma série de reações em cascata que termina na hemólise dessas células (Ministério da Saúde, 2007).
Relacionando estas questões à temática da pesquisa aqui apresentada, a hemólise intravascular entre outros aspectos também ocorre em diversos esportes como corridas, ginástica aeróbia, lutas, levantamento de pesos e mesmo na natação. Este fenômeno se dá pelos traumas característicos do esporte (Eichner, 2001). A hemólise esportiva é normalmente suave.
De modo geral, entende-se por Anemia a diminuição dos níveis de hemoglobina na circulação. A principal função desta proteína é o transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos. Neste caso, havendo diminuição de hemoglobina, os níveis de oxigenação se encontraram prejudicados. Assim, um indivíduo atleta com anemia que pratique exercícios agudos e vigorosos, reduz o volume plasmático em 10 a 20% (Nagashima, 2000; Cline, 2000). Os sintomas da deficiência de hemoglobina pioram com a atividade física e aumentam quanto menor o nível de hemoglobina. Com níveis de hemoglobina entre 9 e 11 g∕dL podem aparecer sintomas como irritabilidade, indisposição e dor de cabeça; com níveis entre 6 e 9 g∕dL é comum observar-se aceleração dos batimentos cardíacos, falta de ar e cansaço aos mínimos esforços; e quando a concentração de hemoglobina chega a valores abaixo 6 g ∕dL ocorrem os sintomas ainda mais graves do que os aqui relatados, mesmo estando o indivíduo em repouso. A carência de ferro, mesmo antes de suas manifestações hematológicas, provoca um acometimento sistêmico com repercussões na imunidade e resistência a infecções, na capacidade para o trabalho e no desenvolvimento neuropsicomotor (Nagashima, 2000; Cline, 2000).
Comparados a população em geral, os atletas, principalmente os que participam de provas de resistência, tendem a apresentar concentrações de hemoglobina levemente inferiores. Esta condição é conhecida como “Pseudoanemia dilucional”, “anemia do desportista” ou “falsa anemia”. Esta alteração ocorre porque a prática de exercícios regulares, com características aeróbicas provoca um aumento no volume de plasma sanguíneo que dilui as hemácias e baixa a concentração de hemoglobina (Selby, Eichner, 1986). Entretanto, estudos indicam que esta concentração mais baixa de hemoglobina por unidade de sangue não prejudica o desempenho físico máximo, uma vez que essa desvantagem potencial pode ser completamente compensada pelo aumento do volume sistólico cardíaco causado pelo aumento do volume sanguíneo (Eichner, 1986).
De modo geral a deficiência de Ferro no organismo acontece em três estágios de desenvolvimento seqüencial, podendo haver sobreposição dos mesmos. O primeiro corresponde ao esgotamento das reservas, definido pela baixa concentração de ferritina sérica (< 12 μg/L) refletindo perda nos estoques de Ferro do baço, fígado e da medula óssea. O segundo estágio é conhecido como eritropoese da deficiência de Ferro, em que os eritrócitos em desenvolvimento têm mais necessidade de Ferro. Este estágio é caracterizado pelo aumento na capacidade de ligação de Ferro e diminuição da concentração de Ferro sérico. Finalmente, o terceiro e mais grave estágio, conhecido como anemia Ferropriva, é desenvolvido quando a quantidade de Ferro é inadequada para a síntese da hemoglobina, resultando em concentrações de hemoglobina abaixo dos valores de referência estabelecidos (Dallman,1986).
A deficiência de ferro tem sido apontada como causa mais comum da verdadeira anemia em atletas, ou seja, uma deficiência na quantidade total de hemácias ou de hemoglobina circulantes. Não se tem evidência da perda de quantidade significativa de ferro, seja através da urina, suor ou fezes, que possa resultar em anemia ferropriva (deficiência de ferro).
A partir de diversos estudos Vilardi; Ribeiro e Soares (2001) destacam que as reservas corporais de ferro são essenciais para as vias metabólicas e para a produção de energia pelos músculos. A depleção das reservas corporais, que reduz as concentrações de mioglobina e dos citocromos, pode deteriorar o metabolismo aeróbio e limitar a capacidade de executar exercícios. Existe uma ampla evidência de que a anemia ferropriva pode causar uma diminuição na capacidade aeróbia (VO2 máx.), redução do trabalho físico, diminuição da resistência e aumento da fadiga. Por outro lado, a prática desportiva impõe ao organismo, demandas específicas, que um indivíduo em desequilíbrio de ferro não consegue atender satisfatoriamente.
As concentrações de ferritina sérica são diretamente proporcionais às reservas orgânicas de ferro (Nuviala & Lapieza, 1997). Entretanto, torna-se necessário uma avaliação completa do estado de ferro para o diagnóstico de deficiência deste mineral. Vários parâmetros sangüíneos, além das concentrações de ferritina sérica, são utilizados para medir o estado de ferro do organismo.
Para o tratamento das anemias decorrentes de sangramentos agudos ou crônicos ou em razão da má absorção de ferro ou ainda por deficiência da alimentação, o ferro elementar na forma de sulfato ferroso tem sido considerado essencial. Assim, este mineral é indicado para os casos de deficiência de ferro decorrente de privação alimentar, perdas crônicas ou deficiência na absorção deste mineral (PINTO, 2008).
Ora, se a literatura atual afirma que qualquer episódio de malária leva a algum grau de anemia, e por outro lado, a prática esportiva intensa contribui para a deficiência orgânica de ferro em atletas, significa dizer que os atletas com história pregressa de malária são duplamente vulneráveis a diminuição dos níveis de hemoglobina na circulação?
Considerando o exposto, o estudo buscou levantar informações sobre o desempenho físico de atletas com histórico de anemia e infecção por malária; busca comparar o desempenho físico de atletas com história de anemia e malária com atletas sadios. Os achados poderão subsidiar ações de caráter preventivo e respaldar tecnicamente periodizações de treinamento esportivo com vistas a colocar o município de Porto Velho em lugar de destaque nas competições de elite, a médio e longo prazos. Para tanto, realizou-se o estudo numa abordagem interdisciplinar integrando o conhecimento sobre o desempenho físico de atletas e suas inter-relações com a saúde humana. Esta abordagem permite avaliar as associações entre as variáveis “malária”, “anemia”, e “desempenho físico”, de modo a construir indicadores de vigilância em saúde de atletas de regiões endêmicas. Assim, a pesquisa poderá servir de referência nacional no processo de elaboração de Políticas Públicas de Saúde de Atletas.
Metodologia
O estudo ora apresentado é parte de um projeto mais amplo que pretende avaliar o desempenho físico de atletas com história de anemia e infecção por malária no Município de Porto Velho. Trata-se de uma pesquisa experimental que envolve uma equipe multidisciplinar composta por Médicos, Nutricionista e Profissionais de Educação Física.
Neste sub-projeto, intitulado “Análise comparativa do desempenho físico de atletas com história de anemia e infecção por malária e atletas sadios” realizou-se um estudo descritivo-comparativo. Fizeram parte da pesquisa 48 atletas de dois esportes coletivos (Basquete e Voleibol) do Município de Porto Velho. Um grupo de 24 indivíduos com história de anemia e infecção por malária; sendo 12 atletas da modalidade de Voleibol e 12 jogadores de Basquetebol; outro grupo de 24 atletas sadios sendo 12 praticantes de Voleibol e 12 de Basquetebol. Ambos os grupos foram submetidos a Avaliação Física.
Características da amostra
A Tabela 1 apresenta as características de faixa etária, gênero, tempo de prática no esporte e freqüência semanal de treinamento dos atletas que apontaram histórico de anemia e infecção por malária. Já a Tabela 2 apresenta as características de faixa etária, gênero, tempo de prática no esporte e freqüência semanal de treinamento dos atletas que não apontaram histórico de anemia e infecção por malária. Neste caso, denominados no estudo como indivíduos “sadios”.
Tabela 1. Característica da amostra do grupo de atletas com histórico de anemia e infecção por malária
Instrumentos de coleta de dados
Antes da coleta de informação, os indivíduos foram informados sobre os objetivos da pesquisa bem como de sua participação segundo a resolução CNS 196/96. Após as explicações, o entrevistador apresentou aos participantes o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A pesquisa obteve aprovação no Conselho de Ética e Pesquisa/CEP/UNIR.
Um questionário foi também utilizado como instrumento de coleta de dados, objetivando resgatar um conjunto de dados e informações relativas a caracterização do grupo investigado. O questionário foi testado em um pequeno grupo para verificar entendimento das questões, tempo de aplicação e receptividade dos atletas.
Tabela 2. Característica da amostra do grupo de atletas sadios
Materiais e métodos
a. Avaliação física
Para a avaliação da capacidade aeróbica dos esportistas foi utilizado o Protocolo de COOPER (1972) – Teste de 12Min. O objetivo foi Mesurar o Vo2máx verificando a maior distância percorrida em 12 minutos.
Para levantar dados antropométricos, foram utilizados protocolos específicos para identificação do peso e da estatura.
Avaliação dos Parâmetros Neuromusculares. Foram utilizados os seguintes parâmetros:
Força- Contração muscular: É o parâmetro funcional neuromuscular, expresso pela capacidade de um músculo isolado ou grupo de músculos, em gerar uma determinada tensão contra uma resistência opositora qualquer (Almeida & Sanpedro, 1997). Para a avaliação da força isotônica concêntrica dos indivíduos esportistas foi utilizado o Protocolo da AAHPER- Teste de flexão do tronco (AAHPER, 1975). O protocolo busca mensurar a força isotônica concêntrica repetitiva de abdômen, em sujeitos acima de 12 anos de idade, verificando o maior número de repetições do movimento de flexão total do tronco, executadas em 1 minuto.
Para avaliar a força isotônica repetitiva dos indivíduos esportistas foi utilizado o Protocolo da EUROFIT- Teste de flexão de braços (EUROFIT, 1996).
Flexibilidade – Mobilidade Articular: É o parâmetro funcional neuromuscular, representado pelo raio da ação de uma articulação ou grupos de articulações num determinado sentido e além de seus limites fisiológicas funcionais, porém, sem causar lesão. Para avaliar a flexibilidade foi utilizado o Protocolo de Wells & Dillon - Teste de flexão do tronco (Wells & Dillon, 1997).
Análise estatística dos dados
Para a análise das variáveis contínuas foi utilizado o teste Persons’s Chi-squared test. Considerou-se o nível de significância de 5% (p < 0,05).
Resultados e discussões
Realizou-se o cálculo das médias, para a comprovação da igualdade das duas amostras através do teste Persons' Chi-squared test, verificando-se a existência de diferença significativa entre ambas às amostras com melhores resultados para o grupo de atletas sadios.
Os resultados apresentados na Tabela 5 mostram que os atletas com histórico de anemia e malária tendem a apresentar maiores dificuldades no desempenho físico que os atletas sadios. Entretanto, conforme verificam-se nas Tabelas 3 e 4, ambos os grupos têm dificuldades expressivas na qualidade física “resistência”, considerada básica para o desempenho da prática esportiva. Os atletas praticantes dos esportes coletivos, necessitam de uma adequada preparação das qualidades físicas, para que possam garantir com eficiência as diferentes habilidades técnicas e tácticas exigidas por estes esportes.
Também os resultados obtidos na “força” em ambos os grupos não é favorável, embora se aprecie melhor resultado no grupo de indivíduos sadios (Tabelas, 3 e 4). A deficiência no desempenho desta qualidade física pode afetar a técnica individual de cada atleta, por exemplo, no basquetebol poderia afetar a eficiência nos arremessos de longa e média distância; assim como no voleibol afetaria o ataque e serviço do saque que são fundamentos essenciais na obtenção de melhores resultados nestes esportes. Além disso, as deficiências destas qualidades físicas podem afetar a saúde do atleta através do esgotamento contínuo acumulativo durante treinamentos e competições. Ademais, tais deficiências, fomentam grandes possibilidades para o surgimento de lesões esportivas.
A “flexibilidade” foi a qualidade física que apresentou os melhores resultados em ambos os grupos estudados (Tabelas 3 e 4). Entretanto, esta não é uma qualidade física que depende de fatores energéticos, diferente das outras qualidades físicas já mencionadas.
Tabela 3. Resultado Físico do grupo de atletas de esportes coletivos com histórico de anemia e infecção por malária
Tabela 4. Resultado Físico do grupo de atletas sadios
Tabela 5. Resultado do desempenho físico do grupo com histórico de anemia e infecção por malária e indivíduos sadios
A tabela 6 apresenta o resultado estatístico da correlação de desempenho físico entre ambos os grupos investigados. Obteve-se como resultado diferença significativa de p < 0,05. Conclui-se que o grupo de atletas sadios obtiveram resultados significativamente superior ao grupo com histórico de anemia e infecção por malária.
Tabela nº 6: Resultados da correlação das características das duas amostras através do teste Person’s Chi-squared test
Person’s Chi-squared test
Conclusão
Os resultados do estudo apontam para diferenças significativas entre o desempenho físico do grupo de atletas com histórico de anemia e infecção por malária e indivíduos sadios. Os melhores resultados foram observados nos atletas sem história de anemia e infecção por malária.
Este estudo pode servir como referência para elaboração de propostas preventivas e sinaliza um alerta para os responsáveis pela prática esportiva, sobretudo em regiões endêmicas. Pode servir como estímulo para novos estudos que ajudem a manter um maior controle biológico dos atletas durante os treinamentos, a fim de otimizar e garantir a saúde dos mesmos durante a prática esportiva.
Levando-se em consideração os resultados obtidos sugere-se a continuidade deste estudo incorporando outras etapas como a avaliação laboratorial e nutricional. Estas variáveis serão investigadas em outras fases da pesquisa; o que irá permitir verificar as condições reais da saúde destes atletas para a prática do esporte de alto rendimento. Como já mencionado anteriormente, Rondônia é considerada uma região endêmica. Estudos exploratórios locais indicam que a maioria de dos atletas provém de comunidades que possuem elevado risco de ocorrência da malária. Aliado a este fator, segundo a literatura, todo tipo de malária conduz à existência de anemia Daí a necessidade de expandir estudos voltados à temática de saúde do atleta, ampliando amostra e vinculando outras variáveis. Tais ações acompanham as políticas propaladas pelo governo brasileiro no sentido de investir na formação de uma nação considerada potência esportiva mundial. Para tanto, há um longo caminho a ser percorrido; há muito que se investir no esporte brasileiro em seus diversos âmbitos e níveis.
Bibliografia
CASSIDY, C.M, HART, J.A. Methodological issues in investigations of massage/bodywork therapy: Part III: Qualitative and quantitative design for MBT and the bias of interpretation. J Bodywork and Movement Ther. 7(3): 136-41, 2003.
COSTILL, D.L. Carbohydrates for exercise: dietary demands for optimal performance. Int. J. Sports Med., 9:1-18, 1988.
EICHNER, E.R. The anemias of athletes. Phys. Sportsmed, 14(9): 122-130, 1986. Yip R, Dallman PR. Hierro. In: Organización Panamericana de la Salud. International Life Sciences Institute. Conocimientos actuales sobre nutrición. 7th ed. Washington (DC); 1997. OPAS – Publicación Cientíca, 565.z
DALLMAN, P.R. Iron deciency in the weanling: a nutritional problem on the way to resolution. Acta Paediatr Scand Suppl. 323: 59-67, 1986.
LOOSLI, A.R., BENSON, J., GILLIEN, D.M., BOURDET, K. Nutrition habits and knowledge in competitive adolescent female gymnasts. Physician and Sportsmedicine, v.14, n.8, p.118-130, 1986.
PINHEIRO, A.V.B., LACERDA, E.M.A., BENZECRY, E.A., GOMES, M.C.S., COSTA, V.M. Tabela para avaliação do consumo alimentar em medidas caseiras. Rio de Janeiro: [s.n.], 64p. (produção independente), 1993.
PINTO, G. M. Deficiência de ferro ciência de Ferro: resistência ou suscetibilidade a infecções? Revista Médica de Minas Gerais; 18(3): 191-196, 2008.
ROSEN, L.W., HOUGH, D.O. Pathogenic weight-control behaviors of female college gymnasts. The Physician and Sportsmedicine, v.16, n.9, p.141-144, 1988.
SELBY, G.B., EICHNER, E.R. Endurance swimming, intravascular hemolysis, anemia, and iron depletion. Am. J. Méd. 81-791-793,1986.
SOARES, E.A., BURINI, R.C., ISHII, M. Estudo antropométrico e dietético de nadadores competitivos: de áreas metropolitanas da Região Sudeste do Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.28, n.17, p.9-19, 1994
VILARDI, T.C.C.; RIBEIRO, B.; SOARES, E.A. Distúrbios nutricionais em atletas femininas e suas inter-relações. Rev. Nutr. vol.14 no.1 Campinas Jan./Apr. 200.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 169 | Buenos Aires,
Junio de 2012 |