Componentes da aptidão física relacionada à saúde Los componentes de la aptitud física relacionada con la salud |
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Universidade Federal do Paraná (Brasil) |
Raul Roscamp de Oliveira Maria Gisele dos Santos |
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Resumo O objetivo deste estudo foi estudar os componentes da aptidão física relacionada a saúde. A aptidão física relacionada à saúde refere-se à condição física nas capacidades que estão profundamente relacionadas principalmente à qualidade de vida das pessoas sendo a flexibilidade, a resistência aeróbia, a força e composição corporal. Já a aptidão relacionada ao desempenho desportivo é associada além das capacidades acima citadas, à agilidade, velocidade, equilíbrio postural e coordenação motora. Unitermos: Aptidão física. Saúde.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
De acordo com informações preliminares do Censo 2010 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela-se a redução da fecundidade e aumento da longevidade da população brasileira. A tendência do Brasil nos próximos anos é de aumentar ainda mais o número de idosos. O Censo 2010 mostrou ainda uma redução no número de médio de pessoas por domicílio na ultima década, de 3,79 em 2000 para 3,3 em 2010. Pode-se explicar esta redução pela menor taxa de fecundidade do brasileiro, com a globalização e o aumento do acesso às tecnologias e melhor qualidade de ensino, os jovens brasileiros têm menor número de filhos e em idades maiores que a de seus pais o que leva ao envelhecimento populacional. Rikli e Jones (2008) correlacionam que com o aumento da expectativa de vida a condição física ganha maior importância. De acordo com as autoras, o avanço tecnológico trouxe benefícios e malefícios, de um lado o avanço na área médica ajuda a aumentar a expectativa de vida, por outro lado a informática pode levar a um maior sedentarismo da população, pode-se associar que o aumento da expectativa de vida leve os indivíduos idosos viverem mais anos com limitações pela falta de aptidão física, causada pelo estilo de vida inativo. Pesquisadores da área da saúde já provaram em diversos estudos que tanto a inatividade física como a baixa aptidão física são prejudiciais à saúde, portanto diminuem a qualidade de vida (ARAÚJO E ARAÚJO, 2000). A prática de exercício e atividade física, além de combater o sedentarismo, contribuem de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso, tornando-o mais independente (ACSM,1998). A aptidão física é a capacidade de realizar as atividades cotidianas com menor esforço. Pode-se tratar de aptidão física de duas maneiras, relacionada à prática desportiva e à saúde. A aptidão física relacionada à saúde refere-se à condição física nas capacidades que estão profundamente relacionadas principalmente à qualidade de vida das pessoas sendo a flexibilidade, a resistência aeróbia, a força e composição corporal. Já a aptidão relacionada ao desempenho desportivo é associada além das capacidades acima citadas, à agilidade, velocidade, equilíbrio postural e coordenação motora.
2. Componentes da aptidão física relacionada à saúde
2.1. Capacidade aeróbica
É a capacidade que um indivíduo possui realizando uma atividade física com duração superior a quatro minutos, sendo que a energia provém do metabolismo oxidativo dos nutrientes. É uma das capacidades mais importantes que compõe a aptidão física por inúmeros dados que podem ser obtidos a partir da avaliação desta, por exemplo, sobre o sistema cardiorrespiratório e as respostas fisiológicas de adaptação às necessidades metabólicas durante exercício (MATSUDO, 1987).
Åstrand (1980) demonstra que para cada litro de oxigênio consumido, serão liberados 20KJ, ou seja, quanto maior a captação de oxigênio maior será a produção de energia. Para ele a capacidade diz respeito à energia total disponível diferente da potência que significa energia por unidade de tempo.
ACSM (2000) define a capacidade cardiorrespiratória como componente da aptidão física relacionada à saúde que com o aumento da idade pode vir a declinar resultando num desencadeamento de doenças crônicas degenerativas como, por exemplo: hipertensão arterial e diabetes. Quando são feitas atividades físicas regulares esta capacidade pode interferir de forma a reduzir os declínios funcionais tendo como resposta uma vida mais saudável e independente. Treinar esta capacidade pode ajudar a manter e melhorar vários aspectos da função cardiovascular que contribui em vários aspectos e também se obtém um envelhecimento mais saudável com menor risco de doenças, quedas, períodos de morbidade que podem resultar na redução da qualidade de vida.
Este componente é a capacidade do coração, pulmões e sangue de transportar oxigênio para os músculos em exercício, e a utilização de oxigênio pelos músculos durante o exercício (BARONI et al, 2011). Ainda para o autor, exercícios aeróbicos de intensidade relativamente alta, por um período relativamente longo, incrementam a capacidade aeróbica máxima em 25%, o equivalente a um ganho de 6 ml/[kg.min], ou de 10 a 12 anos biológicos.
Para Leite (2000) a aptidão cardiorrespiratória de qualquer indivíduo refere-se à capacidade funcional de seu sistema de absorção, transporte, entrega e utilização de oxigênio aos tecidos ativos durante exercícios físicos, à medida que cresce a intensidade do exercício cresce a necessidade de oxigênio, pelos músculos em atividade, para esforços contínuos e prolongados. O sistema energético predominante é o aeróbico que para funcionar adequadamente necessita de um eficiente sistema cardiorrespiratório, ou seja, ele depende da capacidade do organismo.
Glaner (2003) entende a capacidade aeróbia como o componente funcional da aptidão física relacionada à saúde e sendo aquela que possui função cardiovascular e pulmonar, definida como a capacidade do corpo para manter um exercício submáximo durante períodos prolongados de tempo. Ainda para a autora inúmeros estudos evidenciam que indivíduos treinados aerobicamente têm redução de chances para o desenvolvimento de doenças coronarianas, câncer e diabetes.
Pezzetta et al (2003) descreve a aptidão cardiorrespiratória como sendo a capacidade do coração, vasos sanguíneos e músculos proporcionando inúmeras respostas fisiológicas, tanto em repouso como em exercício submáximo e máximo. De acordo com Farrell et al (1998); Igreja (2001) níveis moderados ou altos de aptidão cardiorrespiratória podem fornecer proteção à doenças cardiovasculares, mesmo na presença de preditores à elas.
Wei et al (1999) evidencia nos seus estudos uma correlação entre a aptidão cardiorrespiratória e as doenças cardiovasculares e percebe que baixa aptidão cardiorrespiratória é uma forte e independente preditora de doença cardiovascular e mortalidade por qualquer outra causa.
Segundo Monteiro (1996) a aptidão cardiorrespiratória é o componente mais importante da aptidão física relacionada à saúde, para o autor a melhoria e manutenção deste componente deve ser um dos principais objetivos de qualquer programa de exercício físico pois induz alterações positivas na composição corporal, nos sistemas cardiorrespiratório e músculo-esquelético.
O ritmo de perda de fibras musculares nos seres humanos é maior dos vinte aos sessenta anos, o que acarreta na queda da capacidade aeróbica, cerca de 1% ao ano (HAYFLICK, 1996). A redução desta capacidade faz parte do processo de envelhecimento, mas as alterações podem ser minimizadas com o treinamento aeróbio e sistemático (MORAGAS, 1997; OKUMA, 2002).
O treinamento sistematizado melhora a capacidade aeróbia de idosos, mesmo esta já ter reduzido devido à idade (BOTELHO, 2002) e é um meio que além dos benefícios físicos traz também, melhorias da socialização e com isto da qualidade de vida (AMORIM E DANTAS, 2002).
A manutenção da capacidade aeróbica a partir da meia-idade pode retardar o processo biológico de envelhecimento em até 12 anos e prolongar a independência durante a terceira idade (SHEPARD, 2008).
Níveis elevados cardiorrespiratórios podem contribuir de forma significativa aos idosos sendo que é proporcionada a melhora na qualidade de vida, pois permitirá a eles que realizem tarefas cotidianas como caminhar, sem cansaço excessivo, preservando assim sua autonomia (FURLAN, 2006).
2.2. Flexibilidade
O termo flexibilidade engloba a amplitude de movimentos de simples ou múltiplas articulações, e a habilidade para desempenhar tarefas específicas (ACSM, 1998). É a capacidade de realizar movimentos em certas articulações com amplitude de movimento adequada (BARBANTI, 2003). Refere-se ao grau de mobilidade passiva do corpo com restrição própria da unidade músculo-tendínea ou de outros tecidos corporais (LAESSOE E VOIGTH, 2004). Para Pedroso (sem data) é uma qualidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações de movimentar-se dentro dos limites ideais de determinadas ações. Baroni et al (2011) descrevem a flexibilidade como a capacidade de movimentar as diferentes partes do corpo através de uma grande amplitude de movimentos. Dantas et al (2002) definem que uma flexibilidade adequada auxilia o ser humano, tanto a encontrar seu equilíbrio funcional nas diversas vivências, quanto a participar integralmente de inúmeras atividades, seja de lazer, seja na instância comunitária. Segundo Heyward (2004) a flexibilidade é um importante componente da aptidão física relacionada à saúde além de auxiliar para manter a boa postura e reduzir os riscos de lesões e problemas na coluna. Além disso, a flexibilidade é específica para cada articulação, ou seja, não há uma medida geral para este componente (MONTEIRO, 1996). A ACSM (1998) descreve que a flexibilidade de uma articulação depende da preservação das estruturas que a compõe, ossos e tecidos conectivos, por exemplo. É mensurada, segundo Achour Junior (2007), pelo alcance do movimento articular e sua alteração tem sido acreditada originar-se da rigidez do tecido. A flexibilidade é fundamental para o movimento, sendo então um componente essencial da aptidão funcional do indivíduo. Portanto, a redução dos valores neste componente, além de restringir a possibilidade de movimentar-se, aumenta o risco de lesões articulares (FARIAS et al, 2008). Para Baroni et al (2011) as limitações impostas à amplitude de movimentos são associadas com incapacidade e desconforto do sujeito, neste caso, idosos. . É essencial para o desempenho das tarefas diárias, como agachar-se, ajoelhar-se, amarrar o cadarço do tênis (RIKLI E JONES, 1997). De acordo com o estudo de Carvalho et al (1998) as mulheres demonstram ter maior flexibilidade que os homens principalmente nos movimentos de coluna, quadril e membros inferiores. Já Bell e Hoshizaki (1981) afirmam que há um declínio maior na flexibilidade em homens às mulheres. Segundo Balfites et al (1977) e Williams et al (2002) a partir dos 25 e 30 anos ocorre redução da flexibilidade nas articulações. Dantas et al (2002) definem que entre os 30 e 70 anos de idade a perda de flexibilidade é de 20 a 30%. Esta perda associada à perda de força muscular pode afetar o equilíbrio, a postura e na terceira idade podendo aumentar o risco de quedas. Nesta faixa etária ainda, além do declínio na flexibilidade há uma redução da atividade física habitual, portanto é evidente a relação entre a perda de mobilidade e a diminuição da qualidade de vida do idoso (CASTRO, 1999). Dantas et al. (2002), correlacionam a perda de flexibilidade à diminuição da elasticidade muscular, prejudicando a autonomia funcional do idoso. A perda da flexibilidade e da força muscular em idosos afeta o equilíbrio, a postura e o desempenho funcional, aumentam o risco de quedas e problemas respiratórios, diminui a velocidade da marcha e dificulta atividades da rotina diária. A flexibilidade pode ser trabalha através do alongamento (VAREJÃO, 2008). Há três formas de treinamento para a flexibilidade de acordo com Monteiro (1996): 1) treinamento balístico ou ativo: movimentos forçados e repetidos, com isso se ganha energia cinética no decorrer do movimento; 2) Estática ou passiva: movimentação lenta e progressiva à posição de sobrecarga onde permanece por algum tempo; 3) Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva: movimento levado à sua máxima amplitude e posteriormente se faz contração estática à musculatura alongada. Rauchbach (1990) associando em um programa de exercícios, o alongamento à exercícios gerais e dos 42 idosos participantes obteve melhora significativa em quase 90% destes em relação à flexibilidade da coluna lombar e amplitude de movimento. Caromano et al (2007) da mesma forma, através de um programa de caminhada associado a alongamento para idosos teve melhoras significativas em relação à flexibilidade por testes pré-definidos, diminuindo a distância punho-chão. Candeloro e Caromano (2007) num programa de hidroterapia para mulheres idosas mostraram a melhora na flexibilidade. Guadagnine e Olivoto (2004) concluem que a falta de atividade física provoca encurtamento muscular e que o envelhecimento trás redução da flexibilidade. Portanto, a atividade física contribui na melhoria da flexibilidade, principalmente na faixa etária idosa, podendo reduzir os fatores degenerativos do envelhecimento. De acordo com os autores, a manutenção ou ganho de flexibilidade é uma meta importante no controle da saúde de idosos. Com isto, é consenso que um programa destinado à faixa etária idosa direcione-se, além de outros fatores, a melhora da flexibilidade deste público (MATSUDO & MATSUDO, 1992; APELL & MOTA, 1991; MARQUES, 1996).
2.3. Força e resistência muscular localizada
Barbanti (1979) define força muscular como a capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, envolvendo fatores mecânicos e fisiológicos que determinam a força em algum movimento particular. Para Guedes (1997), força é a capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, superando, sustentando ou cedendo à mesma. Da mesma maneira, Moura (2003) estabelece que a força muscular seja a definição para a capacidade do músculo produzir tensão, força e torque máximo em uma determinada velocidade. Fox et al (2000) define força muscular como a força que um músculo ou um grupo muscular consegue exercer sobre uma resistência num esforço máximo. Nahas (2003) define Resistência Muscular Localizada como a capacidade do indivíduo realizar certo movimento inúmeras vezes pelo maior tempo que puder no mesmo ritmo e com a mesma eficiência, utilizando baixos níveis de força. Da mesma forma, Fox et al (2000) observa esta capacidade como aquela que um grupo muscular realiza contrações repetidas contra uma carga ou mantém a contração por um período prolongado. Além disso, os autores definem que a resistência muscular localizada pode ser o oposto da fadiga muscular, na qual o músculo tem pouca resistência localizada. Para Wilmore et al (2010) a resistência muscular é a capacidade de sustentar determinada força ou manter contrações musculares repetidamente ao longo do tempo, sendo, segundo Sacco e Tanaka (2008) muito importante para realização de atividades cotidianas como caminhar, carregar objetos ou ainda, ficar de pé em uma fila. Além disso, a musculatura abdominal é responsável por manter a postura ereta. Amorim e Dantas (2003) com o avanço da idade pode-se observar um decréscimo nas capacidades funcionais do indivíduo devido ao estilo de vida sedentário. À medida que se envelhece a força muscular diminui decorrente da perda de fibras do tipo I e II relacionada às alterações neurológicas no nível de um mononeurônio (POWERS e HOWLEY, 2005). Para se ter independência, saúde e capacidade funcional no envelhecimento é necessário realizar manutenção da força muscular pelo exercício físico (FLECK E KRAMER, 1999). A diminuição e perda, tanto de força como resistência muscular geram condições de fraqueza, desequilíbrio corporal, dentre outras conseqüências que podem levar à diminuição da qualidade de vida, sendo um dos maiores problemas dos indivíduos idosos encontrados nos últimos tempos (ROCHA et al, 2009; MATSUDO et al, 2000). Segundo Tartaruga et al (2005) existem diversos fatores que contribuem para a perda da força muscular com a idade sendo elas: alterações músculo-esquelético, acúmulo de doenças crônicas, medicamentos necessários para o tratamento de doenças, alterações no sistema nervoso, redução das secreções hormonais, desnutrição e atrofia por desuso. Akima et al (2001) verificam o efeito do envelhecimento na força muscular e força por unidade de área transversa em homens e mulheres e encontram uma relação inversa entre o pico de torque na extensão e flexão de joelhos e a idade em ambos os sexos. Portanto, para os autores as perdas de força muscular seriam devido ao declínio de massa muscular no decorrer da idade. Em termos funcionais a atividade física regular aumenta a força e a resistência muscular (WILMORE et al, 2010). Os indivíduos idosos são capazes de aumentar a força muscular, até mesmo indivíduos com mais de 90 anos desde que sejam devidamente estimulados com um treinamento adequado (NIEMAN, 1999; BARBOSA, 2007). A melhora da força muscular é um dos efeitos positivos da atividade física no envelhecimento onde se obtém inúmeros benefícios nos quais incluem melhora da saúde óssea, portanto, a redução no risco de osteoporose; estabilidade postural melhorada, reduzindo o risco de queda e lesões que podem levar às fraturas, e uma maior flexibilidade e amplitude de movimento (ACSM, 1998; MATSUDO, 2008).
A resistência muscular localizada, tem pouca relação com o desempenho nos esportes que envolvem força explosiva ou potência, contudo é de fundamental importância em retardar o processo de fadiga (SACCO E TANAKA, 2008).
2.4. Composição corporal
Malina e Bouchard (1991) definem que o estudo da composição corporal diz respeito à quantificação dos tecidos que compõem o peso corporal por meio de diferentes técnicas. McArdle et al (1998) complementam que a avaliação da composição corporal permite quantificar os principais componentes estruturais do corpo como: músculos, ossos e gorduras. Relacionando à quantidade e proporção dos diversos componentes do corpo humano os quais podem se referir a doenças, saúde e qualidade de vida do indivíduo (BÖHME, 2000). No decorrer da idade cronológica o organismo sofre mudanças de ordem biológica e fisiológica, portanto, alterações na composição corporal como aumento da gordura corporal e perda da densidade mineral óssea, são resultados do envelhecimento normal (ELSANGEDY et al. 2006 ; JOSEPH e RYAN, 2004). O envelhecimento ocorre em todos os seres e está associado a vários fatores, genéticos, doenças crônicas, estilo de vida. Influenciado por isto tudo, o idoso torna-se mais inativo, tendo as suas capacidades físicas afetadas (DANTAS et al, 2002; MATSUDO e NETO, 2000). Silva (2008) associa que com a dificuldade de realizar as atividades diárias o indivíduo tem como conseqüência a má nutrição (baixo peso ou obesidade). A avaliação do índice de massa corporal (IMC) tem sido utilizada para caracterização do estado nutricional em idosos (SILVA, 2008). O aumento da adiposidade abdominal é um forte determinante para o desenvolvimento da hipertensão, pois pode afetar o sistema circulatório, além disso, prejudica os rins e o metabolismo do açúcar. Portanto, a redução do peso corporal nesse público com o exercício físico pode, conseqüentemente, reduzir a pressão arterial e há evidências que pode trazer a redução da gordura intra-abdominal, que se sabe é aumentada com a velhice (ELSANGEDY et al., 2006; FERREIRA, 2000; ZANELLA, 2000; PAPALIA e OLDS, 2000; DARONCO et al, 2008). A composição corporal pode ser melhorada com o treinamento de endurance de modo similar no indivíduo idoso e adulto jovem. A atividade física regular pode reduzir os valores de gordura corporal, é possível uma diminuição de 1 a 4% da gordura corporal nos idosos (HAGBERG et al, 1989; MARTINS e RODRIGUES DOS SANTOS, 2004).
3. Conclusão
Conclui-se nesse estudo que a capacidade aeróbia diz respeito à capacidade do indivíduo realizar uma atividade física. É uma das capacidades mais importantes que compõe a aptidão física por inúmeros dados que podem ser obtidos a partir da avaliação desta, por exemplo, sobre o sistema cardiorrespiratório e as respostas fisiológicas de adaptação às necessidades metabólicas durante exercício. O termo flexibilidade é definido por inúmeros autores pela amplitude de movimentos de simples ou múltiplas articulações, e a habilidade para desempenhar tarefas específicas (ACSM, 1998; BARBANTI, 2003; BARONI et al, 2011).
A força pode ser relacionada à capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, superando, sustentando ou cedendo à mesma. Alguns autores ainda descrevem a relação da força com a produção de torque máximo em uma determinada velocidade. Resistência Muscular Localizada é a capacidade de um grupo muscular realizar contrações repetidas contra uma carga ou mantém a contração por um período prolongado. Portanto, é a capacidade do indivíduo realizar certo movimento inúmeras vezes pelo maior tempo que puder no mesmo ritmo e com a mesma eficiência, utilizando baixos níveis de força. A composição corporal é relacionada à quantidade e proporção dos diversos componentes do corpo humano os quais podem se referir a doenças, saúde e qualidade de vida do indivíduo. Avaliar a composição corporal permite quantificar os principais componentes estruturais dando base para a prescrição de exercício físico. Vale ressaltar que a composição corporal pode ser melhorada com o treinamento de endurance de modo similar no indivíduo idoso e adulto jovem, pois há, ainda, muita mitificação da prescrição de exercícios para os idosos.
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