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Ansiedade pré-competitiva em tenistas

La ansiedad pre-competitiva en tenistas

Pre-competition anxiety in tennis athletes

 

Universidade Feevale

(Brasil)

Diego da Silva Souza

Dr. Márcio Geller Marques

Dra. Geraldine Alves dos Santos

geraldinesantos@feevale.br

 

 

 

 

Resumo

          O estudo investigou o nível de ansiedade pré-competitiva de atletas de tênis jovens. A amostra foi de 49 atletas, na faixa etária de 10 a 16 anos, sendo 35 do sexo masculino e 14 do sexo feminino. Utilizou-se como instrumento o Questionário de Ansiedade Estado de Martens - CSAI-2. Os resultados apontaram escores mais elevados na categoria autoconfiança (2,86 – dp 0,11), seguidos dos escores cognitivo (2,00 – dp 0,27) e somático (1,67- dp 0,48). Foram encontradas diferenças significativas entre os sexos, apontando que os atletas do sexo masculino estavam mais tranqüilos com a competição (0,03). Os dados demonstraram que os atletas das faixas etárias de 10, 12 e 16 anos se sentiam mais à vontade (0,00), seguros (0,00) e confiantes em jogar (0,02), do que os atletas de 14 anos. Os atletas pesquisados não apresentaram um nível elevado de ansiedade pré-competitiva, embora a mesma estivesse presente e tenha apresentado, em alguns momentos, a possibilidade de interferir no desempenho.

          Unitermos: Ansiedade. Competição. Tênis.

 

Abstract

          The present study investigated the level of pre-competition anxiety in young tennis athletes. The sample was composed of 49 athletes, ranging 10 to 16 years old, being 35 males and 14 females. The Marten’s Competitive State Anxiety Inventory - CSAI-2 was used as evaluation instrument. The results pointed higher scores in the category self confidence (2,86 – sd 0,11), followed by cognitive (2,00 – sd 0,27) and somatic scores (1,67- sd 0,48). It was found significant differences between sexes, showing male athletes were more quiet about the competition (0,03). The data showed that athletes of 10, 12 e 16 years old were more comfortable (0,00), sure of themselves (0,00) and confident to play (0,02) than the 14 years old athletes. The athletes researched did not showed a high level of pre-competitive anxiety, although it was present and, at sometimes, demonstrated the possibility of interference with the performance.

          Keywords: Anxiety. Competition. Tennis.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Na atualidade a prática esportiva vem recebendo destaque da mídia e da sociedade em geral, principalmente pelo grande apelo popular que representa o esporte em si. Grandes empresas dos mais variados ramos tentam vincular sua imagem aos atletas que se destacam em sua modalidade, utilizando para isto, quantidades cada vez maiores de patrocínios e, em consequência, pressionando os atletas por um resultado cada vez melhor.

    Sempre se deu importância às questões físicas do esporte como uma forma de alcançar resultados melhores nas competições. Uma vez que, na atualidade, o aspecto físico dos atletas está muito desenvolvido, atingindo quase que os limiares do corpo humano, a atenção tem recaído, então, aos demais aspectos, como o nutricional, biomecânico, cinesiomotor e, mais recentemente, sobre o aspecto psicológico dos competidores.

    Um dos fatores psicológicos que tem se mostrado relevante para uma prática esportiva de alto rendimento é a ansiedade, uma vez que seu estado pode afetar o atleta, tanto física, quando mentalmente, prejudicando ou melhorando seu desempenho. Encara-se o tratamento dado pelo atleta para lidar com a ansiedade como mais uma característica de seu desenvolvimento para tornar-se um profissional bem-sucedido no esporte.

    Avaliar a ansiedade pré-competitiva de atletas jovens, participantes de uma competição de nível estadual torna-se, então, o viés deste estudo, em uma tentativa de identificar os fatores que se mostram relevantes para compreender a ansiedade, bem como suas causas para os atletas. Para atingir o objetivo proposto avaliou-se o nível de ansiedade pré-competitiva dos atletas de acordo com sua faixa etária e sexo, e também, comparou-se o nível de ansiedade pré-competitiva dos mesmos.

Psicologia do Esporte

    A Psicologia do Esporte vem, atualmente, recebendo destaque cada vez maior, sendo encarada como mais uma forma de aumentar o rendimento dos atletas. Ela se propõe a estudar as emoções que mobilizam reações psicológicas tidas como necessárias para um bom estado mental, considerado como ponto chave para o melhor rendimento do atleta.

    Marques (2003) faz um entendimento histórico da psicologia do esporte, no Brasil, citando a participação do psicólogo João Carvalhães na seleção brasileira de futebol no ano de 1958 como um marco para a área no país. Após isto, a psicologia do esporte só reaparece, novamente no futebol, com o trabalho de Suzy Fleury, sendo que, atualmente, a área apresentou elevado crescimento com pesquisas e publicações próprias, principalmente nas áreas de motivação e ansiedade.

    Becker Júnior (2008) cita que a psicologia do esporte vem crescendo pela demanda de espetáculo que as diferentes modalidades estão necessitando. A demanda cria outras como a necessidade da superação do atleta. Esta, por sua vez, vincula-se ao rendimento que está atrelado aos patrocínios. O autor ainda afirma que existem diversas possibilidades teóricas a respeito deste campo cientifico, e que a disciplina pode abranger tanto o individual como o grupo, com o objetivo de que as ações do ser humano possam ser aperfeiçoadas de acordo com suas modalidades, contribuindo para que ele melhore suas habilidades e alcance suas metas no esporte.

    Para Agresta, Brandão e Neto (2008) a psicologia do esporte contemporânea se apresenta em um momento de grande expansão no seu campo de conhecimentos. Sendo assim, surgem novas possibilidades de pesquisas e interesses em áreas até então pouco exploradas.

    A psicologia do esporte apresenta-se como mais uma área que deve se tornar indispensável ao esporte, principalmente referente ao atleta de alto nível, uma vez que vem demonstrando bons resultados nas mais diferentes competições. Futuramente a psicologia do esporte pode ocupar um lugar cativo ao lado de outras disciplinas esportivas, por representar boa parcela de participação no melhor desempenho do atleta.

O atleta adolescente

    A adolescência é um período de grandes transformações, tanto físicas quanto mentais, no ser humano. Então é natural que o adolescente, que passa a integrar algum tipo de esporte, sofra influências destas transformações na sua prática esportiva.

    Para Becker Júnior (2008) a adolescência é uma fase caracterizada por desacertos orgânicos, desvios de conduta e desencontros psicológicos, sendo que a pressão exercida pelas mudanças físicas e ambientais vão desencadear altos níveis emocionais, como estresse e ansiedade. Para o atleta adolescente estes níveis são de significativa relevância, pois vão fazer parte do aparato de fatores que irão determinar seu desempenho, tanto nos treinamentos quanto nas competições, devendo, por consequência, serem levados em consideração na formação do atleta.

    Bee (1997) afirma que a adolescência é uma fase de mudanças em que os adolescentes assimilam uma gama muito grande de sensações, estímulos, além de experiências sociais, físicas e intelectuais. Para a autora, estas novas experiências vão ocasionar certo desequilíbrio inicial que pode causar ansiedade, mas que, na proximidade dos 17 anos de idade, naturalmente, este desequilíbrio se transforma em uma acomodação, fazendo com que o adolescente transforme suas relações com o mundo. Como o adolescente apresenta-se em desenvolvimento, é comum, então, que seus primeiros passos na carreira de atleta sejam marcados por acertos e erros, que vão se tornar as bases do futuro atleta profissional, desde que seus limites sejam respeitados pelos profissionais responsáveis por sua preparação.

    Ainda sobre estas acomodações naturais da adolescência, Weineck (1991) chama a atenção para o fato de que esta fase do desenvolvimento deve ser utilizada para aperfeiçoar as técnicas esportivas necessárias à modalidade escolhida pelo adolescente, pois considera a fase como um período propício ao desenvolvimento motor do atleta. Esta afirmação concorda com as ideias de Machado (1997) quando este adverte sobre os adolescentes que sofrem uma carga muito forte nos treinamentos, chegando a ser igual à dos atletas profissionais, sem possuir a adequada fisiologia e aparato psicológico para dar conta de tal carga, acarretando prejuízos para seu desenvolvimento. Sendo assim, a forte cobrança feita sobre o atleta adolescente acaba afetando não somente seu desempenho, mas também o desenvolvimento normal do indivíduo.

    É de suma importância, então, para o bom desenvolvimento do adolescente que se lança no meio esportivo, um bom acompanhamento pelos profissionais e pessoas envolvidas neste processo. Para Marques (2003) é relevante que os familiares e os técnicos auxiliem o adolescente, mostrando-lhes os caminhos que podem optar e os apoiando em suas decisões.

    Dentro deste quadro de mudanças e cobranças, pelo qual o atleta adolescente passa, destaca-se o papel da ansiedade. Este estado psicológico é capaz de afetar o desempenho, tanto físico quando emocional dos atletas, podendo determinar o sucesso ou derrota em uma competição.

Ansiedade

    A ansiedade é um estado mental presente naturalmente na vida humana, sendo responsável por respostas rápidas de manutenção da integridade das pessoas frente a situações inusitadas ou estressoras. Mendes (2005) afirma que o indivíduo ansioso vai experienciar diversos sintomas, cujo número e intensidade podem variar. A ansiedade é caracterizada no plano psíquico por sentimentos de tensão emocional, inquietação, preocupação, apreensão ou medo, vivências que trazem progressivamente dificuldades de concentração, certa apatia, baixa resistência à frustração, mau-humor, irritabilidade e sensação de perda do controle. Além disso, o indivíduo ansioso vai apresentar sintomas físicos que nada mais são do que reflexos do aumento na atividade do sistema nervoso simpático, como o ritmo cardíaco, as palpitações, os suores, as dores musculares, os tremores, as mãos frias e úmidas.

    Segundo Sheehan (2000) o nível da ansiedade de um indivíduo, em dado momento, vai influenciar seu comportamento. Dependendo do nível de ansiedade, este efeito pode ser negativo ou positivo. Portanto estes níveis de ansiedade são fundamentais dentro do esporte, pois interferem no desempenho dos atletas. Esta interferência pode ser negativa ou, então, se bem trabalhada durante a formação do atleta, tornar-se um ponto positivo.

    Segundo alguns autores, a ansiedade deve ser entendida levando-se em conta seus aspectos básicos, dividindo este estado mental em ansiedade cognitiva, manifestada como pensamentos negativos sobre seu desempenho, ansiedade somática, que se mostra como sintoma físico no indivíduo e ainda a ansiedade de autoconfiança, que vai abalar a confiança no desempenho do atleta (WEINBERG e GOULD, 2008; BECKER JÚNIOR, 2002).

    Machado (1997) aponta para o papel do treinador como peça fundamental para se entender melhor as influências psicológicas e as suas consequências no desempenho do atleta. É necessário averiguar a relação treinador-atleta para perceber o tipo de influencia de um sobre o outro. O profissional do esporte vai influenciar seu atleta de maneira positiva ou negativa conforme suas atitudes e sua personalidade, em determinadas situações. Observa-se que vai, ainda, caber a pessoa do técnico, passar ao atleta, da melhor maneira possível, situações, informes e conselhos que objetivam uma melhora na performance esportiva. O treinador, então, pode agir como um agente causador de ansiedade ou, pelo contrário, como uma base forte de saúde mental para o atleta. De qualquer maneira o treinador estará influenciando o atleta durante sua formação, durante as competições e na sua vida como um todo.

    Alguns autores defendem a ideia de que a criança deve adquirir condições físicas e psicológicas para se beneficiar da atividade esportiva. Com isto, ressalta-se a necessidade de que o treinamento esportivo destinado aos mesmos esteja adequado às capacidades que a criança apresenta, tanto do ponto de vista físico quanto psicológico, sempre levando em conta seu estágio de desenvolvimento (GALDINO, 2000; BECKER JÚNIOR, 2000; FERRAZ, 2002).

    Diante do exposto pode-se compreender que a ansiedade vai desempenhar um papel fundamental como uma variável que vai afetar o estado mental dos atletas, tendo destaque especial ao atleta adolescente, pois o mesmo naturalmente passa por uma fase de seu desenvolvimento causadora de ansiedade. Portanto, é necessário um entendimento aprofundado sobre este estado mental para se conseguir alcançar os melhores resultados nas competições esportivas, sempre respeitando o ser humano que esta por trás de todo este estudo, bem como seu estágio de desenvolvimento físico e psicológico.

Método

    O estudo apresentado caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa, de caráter descritivo. A amostra deste estudo foi composta, de forma voluntária, por 49 tenistas, de ambos os sexos, com idades que variaram de dez a dezesseis anos. Todos os atletas da amostra participaram da mesma Copa Estadual de Tênis. Foi avaliado o nível de ansiedade pré-competitiva, momentos antes da competição, no próprio local de treinamento.

    Utilizou-se como instrumento de pesquisa o Questionário de Ansiedade Estado - CSAI-2 (Martens, 1982). Este questionário apresenta frases que identificam as sensações mais comuns que os atletas podem sentir anteriormente às competições. Apresenta escala Likert para a medida das respostas dos sujeitos que varia de 1 a 4 (1- Nem um pouco 2- Um pouco 3- Moderadamente 4- Muito).

    Os resultados foram analisados através do Statiscal Package for Social Sciences v. 15.0. Foi realizada análise descritiva e de comparação de médias entre as variáveis de faixa etária (Kruskal-Wallis) e sexo (Teste Qui Quadrado), com nível de significância ≤ 0,05.

Análise e discussão dos resultados

    No escore de autoconfiança, a média das respostas dos atletas foi de 2,86. Este resultado demonstra que os mesmos se encontravam moderadamente confiantes para a competição.

    A autoconfiança revela o quanto os atletas acreditam em seu potencial, enfocando pensamentos positivos, determinados a conquistar o melhor resultado possível na competição. Demonstra, também, a confiança depositada pelos atletas na equipe técnica e no trabalho realizado. Os atletas consideram que podem terminar a competição satisfeitos e com um bom resultado, enfrentando a competição com garra, força, determinação e a convicção de que farão uma boa competição. De acordo com Becker Júnior (2002) a ansiedade de autoconfiança é considerada um agente de rendimento, pois influencia a performance humana.

    No escore cognitivo pode-se verificar o grau de preocupação dos atletas com a competição e seu nível de pensamentos negativos. A média dos resultados das respostas foi de 2,00. Segundo a legenda, os atletas apresentaram-se moderadamente preocupados com a competição. Em uma situação de competição é normal o surgimento de pensamentos por parte do atleta que podem colocar em dúvida o seu potencial perante o próprio julgamento. Mas a maioria dos atletas conseguiu manter controlada a ansiedade cognitiva. Conforme Weinberg e Gould (2008), Machado (1997), Marques (2003) e Becker Júnior (2002) um elevado grau de preocupação poderá ser prejudicial para o resultado da competição.

    No escore somático foi encontrada uma média de 1,67 nas respostas. O resultado desse escore mostra que os atletas estavam, de acordo com a avaliação do instrumento, um pouco apreensivos e ansiosos com a competição. Através do escore somático pode-se identificar, segundo Weinberg e Gould (2008), a ansiedade caracterizada pela presença do nervosismo, da apreensão e da ansiedade dos atletas. Becker Júnior (2002) e Weinberg e Gould (2008) afirmam que a ansiedade somática pode ser verificada a partir das mudanças fisiológicas percebidas pela pessoa.

    Conforme Scheehan (2000) o nível de ansiedade de um indivíduo influencia diretamente o seu comportamento. Assim a ansiedade pode ser identificada no comportamento das pessoas por sintomas típicos dos diferentes graus, desde uma ansiedade situacional até níveis mais elevados de comprometimento. Dependendo do grau de ansiedade, esse efeito pode ser positivo ou negativo. Graus leves de ansiedade podem ser úteis para realçar um comportamento ou, mais especificamente no caso de algumas tarefas em particular, o desempenho. O desempenho melhora à medida que a ansiedade aumenta até determinado nível; depois esse aumento pode causar completa desagregação do desempenho. Pode-se considerar, portanto, que graus elevados de ansiedade podem ter efeito notavelmente negativo no desenvolvimento.

    O resultado do estudo pode ser observado na tabela 1 apresentada a seguir, onde constam as médias das respostas dos atletas bem como seus respectivos desvios padrão.

Tabela 1. Distribuição das médias e desvio padrão dos escores dos atletas

    Quanto à comparação da variável sexo, através do teste qui quadrado com nível de significância ≤ 0,05, houve uma diferença significativa entre as respostas das questões relacionadas às percepções de estar se sentindo tranqüilo (questão 3 - 0,03) e estar nervoso (questão 5 - 0,00).

    Os atletas do sexo masculino responderam, na maioria, estarem muito tranquilos, enquanto as atletas do sexo feminino responderam, também na maioria dos casos, estarem apenas moderadamente tranquilas. A maior parte dos homens, respondeu estar nenhum pouco nervoso com a competição, enquanto as mulheres responderam, na maioria das vezes, estarem moderadamente nervosas com a competição. O sentido de ambas as questões se reforçam, pois tem sentidos antagônicos (tranqüilidade – nervosismo), demonstrando maior percepção de equilíbrio emocional diante da competição nos atletas do sexo masculino.

    Os resultados também apresentaram significativa diferença quanto à variável de idade dos atletas participantes. As repostas foram referentes às questões de número 6 sobre a percepção de sentir-se à vontade (0,00), questão 12 sobre a percepção de sentir-se seguro (0,00) e questão 18 sobre a percepção de estar confiante em jogar bem (0,02). Nestas questões se observou um padrão de respostas em virtude da idade no qual os atletas, entre 10 e 12 anos, se apresentaram muito confiantes, os atletas de 14 anos se mostraram entre um pouco e moderadamente confiantes, enquanto os atletas de 16 anos estavam entre moderadamente e muito confiantes. A alta confiança dos atletas entre 10 e 12 anos, provavelmente se deva à sua condição de desenvolvimento, onde ainda encaram o esporte como uma espécie de brincadeira, sem identificarem a pressão sobre si mesmos. Os atletas de 16 anos também se mostraram confiantes, devido à sua experiência, e também por já terem atravessado a fase de encarar o esporte como uma brincadeira e já terem, provavelmente se deparado com vitórias e derrotas em suas carreiras. Os atletas de 14 anos estavam entre estas duas fases, isto é, em uma transição entre a brincadeira e a competição, se mostrando muito mais inseguros quanto a si mesmos. Schell (2006) confirma esta idéia em um estudo de comparação da ansiedade entre atletas jovens e de meia idade, constatando que, em ambos os casos a ansiedade se mostra baixa, sendo que, os atletas mais velhos apresentam a ansiedade pré-competitiva um pouco mais baixa.

    Neste caso especifico referente às diferenças de idade, em relação à ansiedade, é importante destacar a possível influencia dos pais, que, no geral, observavam as partidas dos filhos. Machado (1997) afirma, referente a este fator, que a interação da criança na sociedade sofre influência dos pais. Depois de iniciar a vida escolar a criança também sofre influência do professor e de outros grupos. O desenvolvimento da criança sofre influência direta dos pais, independentemente da sociedade em que esta inserida esta família. Portanto, o relacionamento que o atleta tem e/ou teve com os pais, o modo que este atleta foi criado, as lembranças, os acontecimentos e os fatos que marcaram sua vida vão influenciar o atleta e seu modo de agir, do início da atividade física até o treinamento e a competição.

Considerações finais

    Os dados obtidos revelam que os atletas não apresentaram um quadro de ansiedade pré-competitiva significativa nos escores autoconfiança, cognitivo e somático. Porém, no escore cognitivo, os atletas se mostraram um pouco mais preocupados do que seria esperado para um adequado desempenho. Também no que se refere ao escore de autoconfiança, os atletas poderiam apresentar um nível maior de confiança, o que resultaria em um melhor desempenho durante os jogos.

    Também não houve um número elevado de diferenças entre os resultados apresentados nas variáveis sexo e idade dos participantes, em relação aos escores cognitivo, autoconfiança e somático.

Referencias

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