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Eficiência da utilização de aminoácidos de cadeia ramificada como recurso ergogênico no exercício de endurance. Revisão sistemática

La eficiencia en el uso de aminoácidos de cadena ramificada como recurso ergogénico
en el ejercicio de endurance. Una revisión sistemática

The use of branched chain amino acids as ergogenic aid for endurance exercise. A systematic review

 

*Programa de Pós Graduação Lato Sensu da Universidade Gama Filho

em Fisiologia do Exercício - Prescrição do exercício

**Graduação em Educação Física pela Faculdade Social da Bahia

***Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Universidade Estadual de Feira de Santana

(Brasil)

Mário César Carvalho Tenório* **

Ms. Rafaela Liberali*

Dr. Francisco Navarro*

Ms. Cloud Kennedy Couto de Sá***

mariocesartenorio@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: Atletas têm utilizado cada vez mais os suplementos nutricionais na tentativa de melhorar seu rendimento e suprir uma possível lacuna deixada pela alimentação. Dentre os suplementos mais utilizados, vem se mostrando crescente a utilização dos aminoácidos de cadeia ramificada (ACR). Objetivo: Revisar os efeitos da suplementação dos ACR no desempenho de exercício de endurance. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática de artigos nacionais e internacionais dos últimos cinco anos envolvendo exercícios de endurance. Os descritores usados para a busca foram: BCAA intake; BCAA and endurance. Resultados: Foram encontrados resultados significantes em marcadores de lesão muscular, limiar de lactato, VO2máx, percepção subjetiva de esforço, desempenho da memória e quociente respiratório. Conclusão: A suplementação de ACR se mostrou eficaz em beneficiar de alguma maneira os praticantes de exercícios de longa duração. Entretanto, devido as diversos protocolos de uso e intensidades utilizadas e aos mecanismos bioquímicos de utilização dos ACR, são necessários mais estudos para que possamos identificar em qual situação a suplementação será mais efetiva.

          Unitermos: Suplementação. Aminoácidos de cadeia ramificada. Endurance.

 

Abstract

          Introduction: The nutritional supplement has been use to development of endurance performance for Athletes, being the branched chain amino acids (BCAAs) one of the most common. Objective: To review the effects of supplementation of BCCAs on the of endurance performance. Methods: We performed a systematic review in the last papers about effects of supplementation of BCCAs on the of endurance performance. The key-words were: BCAA intake, BCAA and endurance. Results: We found significant results on markers of muscle damage, lactate threshold, VO2max, perceived exertion, memory performance, and respiratory quotient. Conclusion: The evidences showed that somehow BCAA supplementation was effective in endurance exercises. However, fur ther studies are needed to identify the best situations for use.

          Keywords: Supplements. Branched chain amino acids. Endurance.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Qualquer que seja a modalidade esportiva, aeróbia ou anaeróbia, se faz necessário a junção de múltiplos fatores para que haja uma melhora no desempenho do atleta. Os principais condicionantes para um bom desempenho esportivo são: a preparação física, técnica, psicológica e nutricional (WEINECK, 2003). A herança genética representa um dos principais fatores para o destaque de um atleta, seguido de uma capacidade de treinamento melhorada por uma boa nutrição, que deve fornecer os substratos necessários para a sustentação do sistema energético predominante em uma determinada modalidade (WILLIAMS, 2002).

    Atletas na tentativa de melhorar seu rendimento e suprir uma possível lacuna deixada pela alimentação têm utilizado cada vez mais os suplementos nutricionais (PANZA et al., 2007; SANTOS e SANTOS, 2002). Dentre os suplementos mais utilizados, vem se mostrando crescente a utilização dos aminoácidos de cadeia ramificada (ACR) (BCAA, do inglês: Branched Chain Amino Acids) como recurso ergogênico (SILVA e ALVES, 2005; CHEUVRONT, 2004).

    A atuação de alguns aminoácidos no organismo se tornou um tema de grande interesse por pesquisadores, principalmente no que diz respeito ao rendimento esportivo. Deste modo, os ACR vêm sendo utilizados por diferentes modalidades e com diferentes finalidades, desde manutenção de substratos energéticos, retardamento da fadiga central, síntese protéica (turnover), melhora na resposta imune ao exercício e diminuição no dano tecidual (GLEESON, 2005; FERNSTROM, 2005). Entretanto, a eficácia do uso deste suplemento ainda não está totalmente comprovada (SALES et al., 2005).

    Contudo, esta revisão sistemática tem como objetivo investigar os resultados encontrados sobre a suplementação dos ACR no exercício de endurance e sua possível efetividade.

Metodologia

Tipo de pesquisa

    A metodologia empregada foi a revisão sistemática, que se baseia em estudos para identificar, selecionar e avaliar criticamente pesqui­sas consideradas relevantes, também contribuem como suporte teórico-prático para a análise da pesquisa bibliográfica classificatória (LIBERALI, 2008).

Sistema de busca dos artigos

    Foi realizada uma revisão de artigos nacionais (1) e internacionais (6) dos últimos cinco anos. Os descritores usados para a busca foram: BCAA intake; BCAA and endurance.

    Nas bases de dados: PubMed, Scielo e Google acadêmico. Foram coletados artigos científicos encontrados nas revistas: The Journal of Strength and Conditioning Research (1), The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness(2), Journal of Nutritional Science and Vitaminolgy (Tokyo) (1), European Journal of Applied Physiology (1), International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism, Journal of Nutrition (1), Revista Brasileira de Medicina do Esporte (1).

Critérios de inclusão dos estudos

    E os critérios de inclusão dos artigos foram: ser publicado em revista indexada as bases de dados citadas acima; originais; ser utilizado a suplementação com associação apenas com carboidratos (CHO), ser duplo cego cruzado.

Resultados e discussão das pesquisas de campo

    Os resultados encontrados sobre a suplementação dos ACR em suas diferentes circunstâncias de utilização, no exercício de endurance, e sua possível efetividade, estão descritos abaixo e sintetizados na tabela 1.

População e amostra

    Foram analisados 7 artigos envolvendo ACR e o treinamento de endurance, os estudos totalizam 128 amostras no total de 70 participantes dentre os quais 100% eram homens. Todos os estudos realizaram duas intervenções, sendo estas separadas por no mínimo uma semana e no máximo oito semanas. Apenas um estudo teve seu N dividido (N=12), pois suas coletas foram realizadas em uma competição.

Utilização dos ACR e fadiga, e os protocolos usados nos estudos (quantidades, qualidades, fontes)

    A fadiga nos exercícios de longa duração (endurance) se relaciona com a redução dos substratos energéticos, desequilíbrio iônico das células musculares e uma liberação excessiva ou insuficiente de acetilcolina (WOLINSKY e HICKSON, 2002; WEINECK, 2005). Nesta modalidade de exercício o metabolismo dos lipídeos é predominante, porém, a glicose muscular ou sanguínea continua a ser utilizada para manter a oxidação dos ácidos graxos (McARDLE, KATCH, KATCH, 2003).

    Em situações em que os níveis de glicose sanguínea encontram-se baixos (hipoglicemia), é necessário que haja utilização dos aminoácidos como substrato energético. Este mecanismo de utilização ocorre quando a célula muscular necessita dos esqueletos de carbono dos aminoácidos deaminados para subsidiar os intermediários do ciclo de Krebs que antes eram fornecidos pela glicose na tentativa de retardar a interrupção do exercício pelo aparecimento da fadiga periférica (SILVA, et al., 2007).

    Apenas seis aminoácidos podem ser oxidados pelo músculo esquelético, são eles: alanina, ácido aspártico, ácido glutâmico, leucina isoleucina e valina (MAUGHAN, GLEESON, GREENHAFF, 2000). No músculo, os aminoácidos leucina, valina e isoleucina (ACR), são metabolizados em quantidades superiores, fato este que acontece por apresentarem as mesmas enzimas para transaminação e descarboxilação e por escaparem do consumo hepático podendo assim, serem utilizados no músculo onde a atividade da enzima transaminaze do ACR é elevada (STRYER, 1992).

    Os aspectos metabólicos mencionados sobre a fadiga periférica ligam-se estreitamente a fadiga central. Deste modo, os sinais de fadiga enviados da periferia para os centros nervosos originam o surgimento de impulsos inibitórios que irão diminuir as funções motoras, induzindo o indivíduo a interromper o exercício (WEINECK, 2005).

    Outra hipótese que foi levantada por Newsholme et al (1987) vem sendo muito estudada. Esta hipótese baseia-se no aumento da liberação de serotonina cerebral (5- hidroxitriptamina, 5-HT) como indutor de fadiga central afetando a função do sistema nervoso central (SNC) nos exercícios de endurance. Este aumento acontece devido a alta concentração do AA essencial triptofano (TRP), que é o precursor da 5-HT (SMRIGA, et al., 2006; DAVIS, et al., 1992).

    Em exercícios de longa duração, o triptofano entra em disputa com os ácidos graxos livres pela mesma proteína, a albumina. Nesta modalidade de exercício o elevado nível de ácidos graxos livres irá provocar o deslocamento do TRP da albumina aumentando a concentração de TRP livre (CASTELL, et al., 1999). Entretanto, o TRP livre, disputa também os mesmos transportadores de membrana que os aminoácidos neutros (AN) (tirosina, fenilalanina e ACR), que por sua vez no prolongamento do exercício sofre uma diminuição na concentração plasmática devido a sua utilização no músculo como substrato energético.

    Deste modo, à baixa concentração de ACR no plasma é também um fator importante na quantidade de TRP que irá ultrapassar o endotélio dos vasos cerebrais aumentando a quantidade de TRP cerebral, conseqüentemente aumentando a produção de 5-HT (YAMAMOTO, NEWSHOLME, 2000).

    Foram utilizados nos estudos de campo da tabela 1, para coleta de dados, avaliações sanguíneas, ergoespirometrias, percepção subjetiva de esforço, freqüência cardíaca, auto avaliação de fadiga, teste de desempenho mental, amostra de saliva, salto vertical e preensão manual. Os estudos foram realizados utilizando modalidades diferentes, tais como: corrida, ciclismo e remo. Todos os estudos foram caracterizados como experimentais do tipo duplo cego cruzado.

    Em todos os ensaios os indivíduos ingeriram bebida contendo ACR (com ou sem CHO) ou bebida placebo (apenas CHO ou sem calorias). Nos estudos as formas de suplementação foram feitas de diferentes formas: quantidades de ACR.kg.dia; dieta mais ACR e bebida com percentual de ACR. A quantidade variou entre 77mg.kg-1 e 300mg.kg.dia a bebidas (500 a 1500ml) contendo 0,4% de ACR, 0,4% de CHO.

    Metade dos estudos fizeram sobrecarga de ACR em dias antecedentes ao teste, no mínimo dois dias (PORTIER, et al.,2008) três (GUALANO, et al., 2011) e máximo seis dias (MATSUMOTO, et al., 2009). Os demais estudos fizeram administração pré e durante os testes (GREER, et al., 2011; USHIDA, et al., 2008; KOBA, et al., 2007; GREER, et al., 2007).

Suplementação de ACR e resultados dos estudos de campo da tabelas (recomendações, benefícios e indicações)

    A suplementação de AA tem sido bastante estudada para um possível aperfeiçoamento no desempenho esportivo, principalmente os ACR (Leucina, Valina e Isoleucina) que podem ser usados no auxilio energético nos exercícios prolongados (SHE et al., 2010; BLOMSTRAND et al., 1995; MARQUEZI, LANCHA JUNIOR, 1997). Existem várias hipóteses para justificar a utilização do ACR como recurso ergogênico nas diferentes modalidades de treinamento. No exercício aeróbio, o principal objetivo é o retardamento da fadiga, seja central ou periférica (ROSSI, TIRAPEGUI, 2004; WILLIAMS, 2002). Entre as modalidades de endurance as hipóteses giram em torno de dois aspectos: melhorar o desempenho nos treinamentos promovendo um melhor desempenho competitivo, e retardar o surgimento da fadiga em competições (SANTOS; DEZAN; SARRAF, 2003).

    Dos sete estudos, apenas um não obteve nenhum resultado significante em nenhuma variável estudada. Todos ou outros apresentaram alguma variável com resultado significante para os grupos em uso de ACR, como: diminuição na percepção subjetiva do esforço (PSE), aumento na resistência a fadiga, diminuição do quociente respiratório (RQ) e da glicose sanguínea, aumento na oxidação de ácidos graxos (AG), aumento no consumo máximo de oxigênio (VO2máx), aumento no ponto do limiar de lactato (LL), diminuição de marcadores de lesão muscular e alteração no desempenho da memória.

    Ushida et al. (2008), após controlar a dieta dos participantes no dia anterior e depois de um protocolo de depleção de glicogênio não obteve nenhum resultado significante no teste até exaustão a 90% do limiar anaeróbio nas variáveis analisadas: tempo até exaustão, concentração de lactato, glicose e amônia.

    Em estudos publicados por Greer et al. (2007; 2011) respectivamente, foram encontrados resultados significantes pra diferentes análises: diluição na concentração de creatina quinase (CK), lactato desidrogenase (LDH), percepção de dor após 24h e aumento no torque de flexão de perna após 48h; diminuição na percepção subjetiva de esforço (PSE). Entretanto, não foi verificado melhora no desempenho aeróbio em ambos os estudos citados acima.

    Corroborando com os resultados encontrados por Greer et al, (2007), estudo publicado por Koba et al (2007), mostrou que a suplementação de ACR foi eficaz em reduzir a liberação de LDH, consequentemente, diminuindo o dano muscular.

    Portier et al., (2008), no único estudo realizado num ambiente competitivo, em dois dias de corrida de barcos offshore, analisou a sensação de fadiga e o desempenho da memória de curto prazo e encontrou resultados significantes, mostrando que uma dieta rica em proteínas associado a suplementação de ACR pode diminuir a sensação de fadiga e a perda da memória de curto prazo. Entretanto, o mesmo não observou melhora no desempenho físico dos participantes.

    Ao investigar a interferência da suplementação de ACR no limiar de lactato, Matsumoto et al. (2009), verificou que o uso deste suplemento foi capaz de diminuir o RQ no teste ergométrico, aumentar o VO2 e os níveis de carga no limiar de lactato e aumentar o VO2máx. Resultados semelhantes em relação ao RQ foram encontrado por Gualano et al. (2011). Neste estudo, pode-se verificar que em situação de glicogênio depletado, houve diminuição na utilização de glicose através do RQ, mostrando uma maior utilização dos lipídios como fonte energética e aumento de 17,2% na resistência a fadiga comparando ao grupo placebo.

Tabela 1. Estudos de campo

Autor

Objetivo/ Amostra

(n, sexo)

Duração e intervenção/ o que mediu

Resultado

Greer et al (2011)

Objetivo –investigar o efeito do consumo de ACR o desempenho aeróbio, percepção subjetiva de esforço (PSE) e utilização do substrato.

 

Amostra – 9 homens, não treinados

Intervenção - fizeram 3 sessões de ciclismo de 90min a 55% VO2máx com suplementação de ACR, CHO ou placebo 60 min antes e após.

 

Mediu – Glicose e ACR plasmáticos pré e pós exercício e medidas metabólicas a cada 15min.

1 – Ingestão de ACR não influenciou o desempenho aeróbio, mas diminuiu a PSE nos últimos 15 min de exercício.

Gualano et al (2011)

Objetivo – verificar se a suplementação de ACR aumenta a capacidade de exercício e oxidação lipídica em estado de glicogênio depletado

Amostra – 7 homens

Intervenção – 3 dias de suplementação (300 mg kg.. dia -1) ou placebo. No segundo dia protocolo de depleção de glicogênio e no 3º dia exercício exaustivo.

Mediu – RQ, Cetonas no sangue, AG livres, Lac e glicemia.

1– Ingestão de ACR promoveu aumento de 17,2% na resistência a fadiga

2- diminuição do RQ e da glicose sanguínea.

3- aumento na oxidação de AG

Matsumoto et al (2009)

Objetivo – investigar os efeitos do ACR sobre o LL como índice da capacidade aeróbia.

 

Amostra – 8 homens treinados

Intervenção – 6 dias de suplementação (0,4% ACR, 4% de carboidratos, 1.500 mL/d) ou placebo. No 7º dia teste incremental de LL com ingestão de 500ml de bebida 15min antes e novo teste uma semana depois.

Mediu – Lactato e ACR sanguíneo, VO2 e RQ

1 – Diminuição do RQ com ACR.

2 – Aumento no VO2máx

3 – Aumento no ponto de LL

Portier et al (2008)

Objetivo – Investigar o efeito de dietas ricas em ACR sobre a percepção de esforço e desempenho numa corrida de barcos offshore

Amostra – 12 marinheiros

Intervenção – corrida de barcos de 32h com dieta padrão + suplementação de ACR ou só dieta padrão.

Mediu – FC, Fadiga, cortisol, salto vertical, preensão manual e desempenho mental

1 – Sensação de fadiga no 2º dia menor no grupo ACR

2 – Não houve alteração no desempenho físico.

3 – Diminuição no desempenho da memória apenas no grupo controle.

Ushida et al (2008)

Objetivo - averiguar o efeito da suplementação de ACR sobre o desempenho

de corrida ate a exaustão,

Amostra – 17 soldados

Intervenção – corrida até exaustão a 90% do limiar anaeróbio após depleção de glicogênio e suplementação de ACR.

Mediu – tempo até exaustão, concentração de glicose, lactato e amônia

1 – Não houve resultados significantes em nenhuma análise nem no tempo até exaustão.

Koba et al (2007)

Objetivo – analisar o efeito da suplementação de ACR sobre o dano tecidual em corrida de longa distância

Amostra – 8 homens

Intervenção – corrida de 25km com 5 ingestões de ACR ou placebo durante a mesma.

Mediu – ACR sanguíneo e lactato desidrogenase (LDH)

1 - LDH foi menor no grupo c/ ACR

2 - tendência a diminuir o ACR sanguíneo no grupo placebo

Greer et al (2007)

Objetivo – Determinar se ACR atenua indicadores indiretos de lesão muscular durante exercício de endurance

Amostra – 9 homens

Intervenção – 3 estímulos de 90min de ciclismo com ingestão de ACR, CHO ou placebo

Mediu – creatina quinase (CK), Lactato desidrogenase (LDH), torque e dor muscular

1 – Diminuiu a concentração de CK e LDH

2 – Diminuiu a percepção de dor

3- Aumento no torque de flexão de perna com 48h pós teste

Conclusão

    Apesar da pouca quantidade de estudos encontrados, apenas um não obteve nenhum resultado significativo em variáveis ligadas ao exercício de endurance. Deste modo, podemos observar que nas diversas variáveis analisadas, desde enzimas utilizadas como marcadores de lesão muscular, percepção subjetiva de esforço e alguns limitadores da própria capacidade aeróbia, a suplementação de ACR se mostrou eficaz em beneficiar de alguma maneira os praticantes de exercícios de longa duração.

    Entretanto, devido as diversas metodologias e intensidades utilizadas e aos mecanismos bioquímicos de utilização dos ACR, seja na fadiga periférica ou central, são necessários mais estudos para que possamos identificar de fato em qual situação a suplementação será mais efetiva.

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