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A percepção das puérperas diante do ato
de amamentar logo após o parto

La percepción de las mujeres frente a la lactancia inmediatamente después del parto

 

*Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde

Doutoranda em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais

*Enfermeira. Graduada pelas Faculdades Santo Agostinho de Montes Claros, Minas Gerais

***Enfermeira. Professora das Faculdades Santo Agostinho de Montes Claros, Minas Gerais

****Enfermeiro. Mestrando em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros

*****Enfermeira. Doutoranda em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP

Professora das Faculdades Santo Agostinho de Montes Claros, Minas Gerais

(Brasil)

Ludmila Mourão Xavier Gomes*

Valéria Dayane Soares Alves Moreira**

Christina Alves Pereira**

Adélia Dayane Guimarães Fonseca***

Thiago Luis de Andrade Barbosa****

Carla Silvana de Oliveira e Silva*****

ludyxavier@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Trata-se de um estudo qualitativo de caráter descritivo com o objetivo conhecer a percepção das puérperas diante do ato de amamentar logo após o parto. Os sujeitos da pesquisa foram 11 puérperas internadas no alojamento conjunto da Maternidade Maria Barbosa localizada no Hospital Universitário Clemente Faria em Montes Claros-MG. Os preceitos éticos foram obedecidos. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. O estudo evidenciou que as mães estão conscientes sobre o ato de amamentar, onde transpareceram sentimentos de felicidade, prazer e satisfação na amamentação exercendo seu instinto materno e revelando sua proteção para com o seu filho. Contatou-se que o profissional de saúde deverá durante sua assistência, ultrapassar as fronteiras do biológico, e passe a compreender a nutriz em todas as suas dimensões, engajando-se cada vez mais na realização de educação em saúde, visando a potencializar o desempenho da amamentação a fim de promover o estabelecimento dos vínculos afetivos entre o binômio mãe-filho.

          Unitermos: Amamentação. Cuidado da puérpera. Período pós-parto.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O aleitamento materno traz diversos benefícios para a nutrição infantil. O leite humano é composto de nutrientes que o lactente necessita nos primeiros meses de vida além de prevenir doenças respiratórias e gastrintestinal, devido aos anticorpos maternos presentes no leite que fortaleceram o sistema imunológico do lactente. Estes fatores contribuem para redução da mortalidade infantil, principalmente em regiões mais carentes. Para a nutriz contribui prevenindo o câncer de mama, o diabetes e a anemia além de recuperar o peso pré-gestacional. Este ocorre pelo fato da nutriz não consumir a quantidade de caloria necessária para produzir leite, fazendo o organismo retirar reserva acumulada de outros tecidos (BRASIL, 2008).

    Em países em desenvolvimento, a amamentação tem sido considerada como de extrema relevância social, particularmente para as classes mais pobres. Ao se orientar a alimentação de um lactente não amamentado ao peito, deve ser considerada a condição socioeconômica da família, pois muitas vezes as mulheres de classes desfavorecidas oferecem ao filho uma mamadeira excessivamente diluída, e com risco de contaminação durante o preparo do leite, o que pode ocasionar doenças e desnutrição. De acordo com Almeida et al (2008) em 1992, foi implantada no Brasil, a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), definida como um esforço mundial para promover, proteger e apoiar o aleitamento materno com estratégias educativas que contemplam todo o ciclo grávido-puerperal. Os hospitais devem garantir condições às mulheres, tanto no hospital como fora dele, para continuarem o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida do bebê.

    Não resta dúvidas quanto a importância do aleitamento materno e seus inúmeros benefícios fornecidos ao bebê. Muitos profissionais de saúde estão engajados na luta para uma maior adesão das mães à amamentação. A promoção da amamentação no período pré-natal é muito importante e deve fazer parte da rotina, no atendimento. Neste contexto, cabe ao profissional de saúde (médico, enfermeiro e outros) o acompanhamento pré-natal, destacando a importância da amamentação, conversando com as gestantes sobre os seus planos quanto à alimentação do futuro bebê, discutindo as vantagens do aleitamento materno e as desvantagens da introdução precoce de leites artificiais, explicando a elas a fisiologia da lactação, alertando-as para as dificuldades que poderão surgir e ensinando estratégias para prevenção e superação das mesmas, ao mesmo tempo desfazendo certos tabus (Percegoni et al., 2002).

    Destaca-se que é durante a amamentação que a mãe aprofunda seu relacionamento com o filho, além de trazer inúmeros benefícios para a saúde do bebê e poder desfrutar de momentos únicos da maternidade. Com isso esta pesquisa traz então o seguinte questionamento: Qual a percepção das puérperas sobre o ato de amamentar logo após o parto? O objetivo dessa pesquisa consistiu em compreender qual a percepção das puérperas diante do ato de amamentar logo após o parto.

Metodologia

    Trata-se de um estudo de análise qualitativa de caráter descritivo que se situa dentro do tipo não experimental e tem por objetivo observar, descrever e explorar aspectos de uma situação. O método de análise qualitativo enfatiza a compreensão da experiência humana como é vivida, coletando e analisando materiais narrativos e subjetivos. A pesquisa foi realizada na Maternidade Maria Barbosa localizada no Hospital Universitário Clemente Faria em Montes Claros, Minas Gerais. A Maternidade Maria Barbosa Conta com trinta leitos sendo que são doze leitos de pós-parto de baixo risco, três leitos de pós-parto de alto risco, seis leitos para gestantes de alto risco, três leitos para curetagem e outros procedimentos infectados e seis leitos de hotelzinho. Esse último é destinado a puérperas internadas juntamente com seus filhos até que eles tenham sucção efetiva da mama e/ou adquiram peso suficiente para receber alta hospitalar.

    Os sujeitos da pesquisa foram 11 puérperas, que aceitaram participar espontaneamente da pesquisa. Foram entrevistadas as puérperas que estiveram internadas juntamente com seu filho no alojamento conjunto da Maternidade Maria Barbosa localizada no HUCF. O levantamento do universo de pesquisa foi feito, segundo critérios de inclusão, para aplicação da entrevista semi-estruturada, tais como: 1) Ser puérpera e estar internada no Alojamento Conjunto da Maternidade Maria Barbosa no momento da coleta de dados; 2) Fornecer permissão escrita para participar da pesquisa.

    Realizou-se a coleta se dados por meio de entrevistas semiestruturadas. Estabeleceu-se um roteiro para a coleta de dados, com predomínio de perguntas abertas para identificação e caracterização da visão das puérperas sobre o ato de amamentar no pós-parto.

    As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra.

    Foi apresentado às usuárias no momento de sua abordagem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido confirmando sua participação voluntária na pesquisa mediante aspectos éticos e legais, conforme a Resolução N.º 196/96 de 1996 do Conselho Nacional de Saúde, que depois de informado sobre os objetivos da pesquisa foi aceito e assinado pela participante. Além disso, foi assegurado a confidencialidade e o sigilo das informações, bem como o seu direito de desistir da participação da pesquisa a qualquer momento.

    A organização dos dados teve início com a transcrição e posterior ordenação das entrevistas. Os sujeitos do estudo foram denominados P1, P2 ... P11, a fim de manter o sigilo destes. Em seguida realizou-se a classificação e a categorização das entrevistas com sínteses coincidentes e divergentes de idéias e sua ligação ou não a alguma categoria.

    Para análise dos dados, adotou-se a técnica de análise de discurso a qual permite, de maneira prática e objetiva, produzir inferências do conteúdo da comunicação de um texto replicáveis ao seu contexto social.

    Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra com a permissão das entrevistadas. A coleta de dados encerrou-se a partir do momento em que as respostas das puérperas tornaram-se semelhantes, perfazendo um total de 11 entrevistas. Os aspectos éticos da pesquisa foram considerados, obedecendo a Resolução nº 196/96 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros por meio do parecer consubstanciado n° 1859.

Análise e discussão dos dados

    Procedeu-se à análise dos discursos das puérperas, sujeitos desta pesquisa, e foram divididos em categorias de acordo com os assuntos relatados. Em seguida, e de acordo com cada categoria, realizou-se um paralelo entre os discursos dos sujeitos, a literatura e o olhar do pesquisador.

Sentimentos da puérpera diante do ato de amamentar

    A gravidez é uma das experiências que mais expõe a mulher a uma variação constante de sentimentos, desde o momento da concepção até após o nascimento da criança. A mãe possui uma tarefa fundamental para aquele novo ser que seria, alimentá-lo. Segundo Almeida et al (2009) a gravidez é um fenômeno que representa uma mudança de papéis para a mulher na sociedade, gerando sentimentos dúbios e contraditórios. Nessa perspectiva, a gestação pode acarretar medos, inseguranças e temores, misturando-se aos sentimentos de alegria, realização, satisfação e contentamento. Estes sentimentos podem ser preponderantes na mulher primípara e estão relacionados à sua realidade sociocultural, às relações interpessoais e familiares e à situação econômica, podendo interferir, inclusive, no vínculo com o bebê, e posteriormente, no processo de aleitamento materno.

    Durante a entrevista, as puérperas relataram diversos sentimentos ligados ao processo de amamentação, onde algumas enfatizaram que este ato desencadeia uma aproximação entre mãe/filho juntamente com um prazeroso sentimento de satisfação, felicidade, preocupação e realização, conforme os enunciados:

    Não tem como nem explicar, é muito emocionante, é tudo de bom mesmo, é um momento ótimo por ser a primeira vez. Quando ele colocou a boca no meu peito eu me senti muito feliz mesmo, foi uma sensação assim que não tem como explicar! (P 06)

    No dia em que ela nasceu ela ainda ficou comigo 24 horas e eu não tinha leite no peito. Só de ficar passando o bico do peito na boca dela estimulou a descida do leite. Assim o meu corpo reconheceu ela e ela reconheceu o meu corpo. Foi muito bom! (P 05)

    Foi muito prazeroso, tive uma sensação de estar cada vez mais próxima do meu bebê, ele ali sugando e me tocando foi maravilhoso. (P 09)

    A amamentação funciona como facilitadora do relacionamento entre a mulher e seu recém-nascido, favorecendo o vínculo afetivo e, conseqüentemente, contribuindo para o aumento do prazer e da felicidade desta mulher neste período (BERTOLO et al 2003).

    O ato de amamentar não é simplesmente uma obrigação da mãe para com o seu filho, mas sim, o desencadeamento de sentimentos que une a cada instante os mesmos.

Conhecimento sobre o aleitamento materno

    De acordo com Silva et al (2008) O leite materno é o melhor e mais completo alimento para o bebê especialmente nos primeiros seis meses de vida, e nenhum outro alimento pode substituí-lo. Além de se constituir num gesto de amor, o aleitamento materno proporciona segurança afetiva à criança e oferece inúmeras vantagens para ambos, mãe e filho, uma vez que a criança amamentada no seio raramente adoece. O aleitamento materno, além de nutrir e fornecer anticorpos necessários, protege o bebê contra diversas doenças, uma forma de estabelecer um vinculo afetivo e de segurança entre mãe e filho.

    Existem evidências científicas de que a amamentação é a melhor forma de alimentar a criança pequena e que este ato deverá ser implementado através de políticas e ações que previnam o desmame precoce. Mas estas informações deverão ser transmitidas constantemente através dos profissionais de saúde para as puérperas. É papel do profissional de saúde: identificar durante o pré-natal os conhecimentos, a experiência prática, as crenças e a vivência social e familiar da gestante a fim de promover educação em saúde para o aleitamento materno, assim como, garantir vigilância e efetividade durante a assistência à nutriz no pós-parto (ALMEIDA; FERNANDES; ARAÚJO, 2004).

    Durante as entrevistas as mulheres relataram os conhecimentos adquiridos durante toda a gestação sendo, a importância do aleitamento na prevenção de infecções, diarréias; um meio natural de imunizar a criança contribuindo para o crescimento e desenvolvimento de seus filhos.

    O aleitamento materno é uma verdadeira vacina para o recém nascidos, nele estão contidos anticorpos que vão proteger o bebê de diversas doenças tais como: doenças alérgicas, câncer, desnutrição, doenças digestivas; doenças crônicas como osteoporose, distúrbios cardiovasculares e respiratórios. E ainda promove melhor desenvolvimento neuro-psicomotor infantil e cognitivo, e importante no aumento do QI (Quociente de Inteligência) (GALVÃO, 2006).

    Amamentar é benéfico por ser considerado o leite como a primeira vacina, e eu sei que é saúde para o bebê e não tem necessidade de tomar outra coisa a não ser o leite do peito. (P 05)

    [...] sei que o leite materno é como se fosse a primeira vacina do bebê, protege contra doenças, como exemplo, diarréia infecção intestinal. Com o leite materno não precisa oferecer nenhum tipo de alimento como água e outros. (P 09)

    Os benefícios da amamentação para a mãe são inúmeros. Proporciona uma melhora estética em menos tempo, o útero volta ao tamanho quase que normal pelo efeito da ocitocina, que age sobre a musculatura uterina, a mulher que amamenta tem menor probabilidade de apresentar câncer de mama. Mas o principal benefício do aleitamento materno é o fortalecimento do vínculo emocional entre os binômios, promovendo um sentimento de prazer, tanto corporal como espiritual, favorecendo o anseio por segurança pela criança, condicionando o avanço somático e psicológico da criança favorecendo seu relacionamento com outras pessoas (GALVÃO, 2006).

    São inúmeras tanto para a saúde do bebê quanto para a recuperação da mãe logo após o parto, é uma forma barata de dar leite, sem conta que não precisa dar mamadeiras e bico evitando infecções intestinais. (P 10)

    Portanto, o bebê que mama no peito não precisa de nenhum outro alimento, o leite materno oferece tudo que o bebê necessita: mata a sede, a fome sendo o único capaz de fornecer nutrientes nos primeiros seis meses de vida do recém nascido. Ressalta-se que o ideal seria que a partir do sexto mês a criança além de outros alimentos continuasse amamentando com o leite materno chegando até os dois anos ou mais. A amamentação não é simplesmente fornecer alimento, mas sim ter a consciência de que é uma fonte de nutrientes em que seu filho está sendo imunizado de muitas doenças, tendo assim um bebê mais saudável, portanto, este ato não deve ser interrompido por nenhuma outra causa. Quanto às expectativas as mães relataram que iriam amamentar seus bebês até seis meses, outras disseram que até quando eles quisessem amamentar.

    Até dois anos, o mesmo tempo que o meu outro filho mamou. (P 04)

    Enquanto eu tiver leite, enquanto ele quiser, acredito que seja de dois a três anos. (P 06).

    No entanto outras mulheres relataram que a amamentação pode ser prejudicada pela vida social, como por exemplo, o trabalho.

    Gostaria de poder amamentar mais de seis meses, mas como eu trabalho só vou amamentar até seis meses. (P 02)

    O projeto de Lei (PLS) 281/2005, de autoria da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) garante às servidoras públicas a licença maternidade com duração de seis meses (180 dias). A volta ao trabalho, a falta de informação e outros fatores ainda atrapalham a amamentação. As mulheres que trabalham fora têm o direito de amamentar mesmo que estejam em horário de serviço. A lei garante à mulher, após o período de licença maternidade, dois descansos remunerados de meia hora por dia para amamentar o bebê até ele completar seis meses de idade (SABOYA, 2008).

Orientação sobre amamentação

    Na dinâmica da assistência em amamentação necessita-se, inicialmente, procurar entender o universo da mulher na sua individualidade. Compreendendo esse universo será possível fazer uso fidedigno das articulações dos conhecimentos do campo biológico com os aspectos sociais para apoiá-la no processo de amamentação (LEITE, Silva e Scochi, 2004). Com isso, fica claro que, existe uma preocupação na estimulação de uma assistência humanizada para com sua clientela levando em conta a cada instante as necessidades dos usuários.

    Em uma equipe multiprofissional o médico possui um cargo que lhe oferece status, já o enfermeiro vai além de procedimentos técnicos e sim, sendo complementados com o apoio emocional, conforto, proteção entre outros, onde visualiza o cliente de forma holística (BUENO, 2002).

    Mesmo a equipe tendo essas diferenças na assistência elas possuem uma importância na conscientização e fornecimento de conhecimento sobre a amamentação para com a puérpera, tentando minimizar as dúvidas e curiosidades sobre este ato maravilhoso. Com isso, a equipe precisa estar atualizada sobre todos os relatos científicos sobre a amamentação.

    Existem muitas razões que podem justificar a falta de orientação profissional às gestantes nas consultas de pré-natal, naquilo que diz respeito à prática da amamentação. Eles vão desde problemas administrativos da instituição, descompromisso e indisponibilidade até a falta de informação dos profissionais, excesso de gestantes agendadas em relação a um número insuficiente de profissionais e predomínio de um modelo biomédico que se evidencia nas consultas de pré-natal. Estudos apontam o pré-natal como o momento mais adequado, para que esta mulher seja assistida e apoiada em relação à amamentação, pois é ao iniciar sua experiência que ela toma as decisões a respeito de iniciar e permanecer amamentando. As outras ocasiões propícias são o parto e o puerpério imediato. A informação é fundamental para aumentar a autoconfiança da gestante e da puérpera, de maneira que elas possam superar as adversidades. Quando a informação adequada não é prestada às mulheres, profissionais de saúde e sociedade, o maior prejuízo acontece durante o aleitamento materno (BARRETO et al., 2009).

    Fiz consulta com o médico particular e fiz no posto de saúde, o enfermeiro me falou um pouco disso e já o médico não me falou tanto assim, a consulta foi mais rápida e ele não me falou, ele comentou uma ou duas vezes sobre o assunto. (P 05)

    Orientou, me ensinou como o bebê deve mamar e eu aprendi direitinho como dar o peito. (P 07)

    [...] falaram como que eu tinha que fazer com o peito para não ficar doendo e se eu tive muito leite tinha que doar para os nenéns. (P 11)

    Portanto, é fundamental que toda a equipe esteja em harmonia perante seus conhecimentos e que todos desempenhem seu papel de forma clara, objetiva e profissional, para que possa retirar todas as dúvidas da puérpera uma vez que influenciará no desempenho nutricional, cognitivo e emocional da mãe e do filho.

Considerações finais

    Ao final desse estudo pode-se perceber que as mães estão conscientes sobre o ato de amamentar. As puérperas transpareceram sentimentos de felicidade, prazer e satisfação na amamentação exercendo seu instinto materno e revelando sua proteção para com o seu filho.

    O estudo proporcionou maior aproximação com a realidade das puérperas e com o contexto que envolve a amamentação. Diante dos resultados deste estudo, acreditamos que os objetivos propostos tenham sido alcançados, tendo o estudo se mostrado relevante. Esperamos que, a partir desse conhecimento, a equipe de saúde possa estruturar ações de apoio e incentivo à amamentação.

    Ressaltamos a importância da equipe de enfermagem estar continuamente refletindo sobre as ações de promoção à amamentação, pois para que esse profissional se mostre comprometido e assuma este espaço, faz-se necessário que seja capaz de agir e refletir, a partir da sua realidade de trabalho, já que o verdadeiro comprometimento reflete-se na qualificação do cuidado prestado.

    Espera-se ainda que este estudo gere reflexões aos gestores e profissionais envolvidos na assistência às puérperas, não somente no local em estudo, como também em outras unidades, a fim de buscarem novas estratégias para a humanização nos serviços de pré-natal, reforçando a importância da amamentação, oferecendo apoio e orientações, respeitando sempre este período de alterações e sensibilidade da mãe. Espera-se que sejam profissionais comprometidos, conscientes no campo da prática e investigação cientifica.

    Portanto, sugerimos que a atuação do profissional de saúde na assistência, ultrapasse as fronteiras do biológico, e passe a compreender a nutriz em todas as suas dimensões, engajando-se cada vez mais na realização de educação em saúde, visando a potencializar o desempenho da amamentação a fim de promover o estabelecimento dos vínculos afetivos entre o binômio mãe-filho.

Referências

  • ALMEIDA, G. G. et al. Proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno em um hospital universitário. Ciênc. saúde coletiva v.13, n.2, p.487-494, 2008.

  • ALMEIDA, Nilza Alves Marques, FERNANDES, Aline Garcia; ARAÚJO, Cleide Gomes. Aleitamento Materno: uma abordagem sobre o papel do enfermeiro no pós parto. Revista Eletrônica de Enfermagem,v.6, n.3,p.358-367, 2004.

  • BARRETO,C.A; SILVA L.R; CHRISTOFFEL M.M. HYPERLINK "http://www.fen.ufg.br/"Aleitamento materno: a visão das puérperas.HYPERLINK "http://www.fen.ufg.br/" HYPERLINK "http://www.fen.ufg.br/"Rev. Eletr. Enf.HYPERLINK "http://www.fen.ufg.br/", v.11, n.3, p.605-11, 2009.

  • BERTOLO, I. E. B. Uma trajetória com mulheres puérperas: do alojamento conjunto ao domicílio, vivenciando o modelo de cuidado de Carraro. [Dissertação (Mestrado em Enfermagem)]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2003.

  • BRASIL. Saúde lança, campanha de aleitamento materno-30/07/2008. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/noticias_detalhe.cfm?co_seq_noticia=51577 Acesso em: 03 julho, 2011.

  • BUENO, Flora Marta Giglio. A construção da autonomia profissional: O trabalho da enfermagem no contexto hospitalar. Campinas, SP: sn. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual de Campinas; 2002.

  • GALVÃO, D.M.P.G. Amamentação bem sucedida: alguns fatores determinantes. Loures: Lusociência Ed. técnicas e cientificas; 2006.

  • LEITE A.M; SILVA I.A; SCOCHI C.G..S. Comunicação não–verbal: uma contribuição para o aconselhamento em amamentação. Rev Latino-Am Enfermagem. v.12, n.2, p.258-64, 2004.

  • PERCEGONI, N. et al. Conhecimento sobre aleitamento materno de puérperas atendidas em dois hospitais de Viçosa, Minas Gerais. Rev.Nutr., v. 15, n. 1, 2002.

  • SABOYA P. A ampliação da licença-maternidade e o risco de discriminação contra a mulher. Revista Contábil & Empresarial Fiscolegis; 2008.

  • SILVA, et al. Percepções e saberes de um grupo de gestantes sobre aleitamento materno: um estudo qualitativo. RFO, v. 13, n. 2, p. 7-11, 2008.

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