efdeportes.com

A importância da utilização da música na educação infantil

La importancia de la utilización de la música en la educación infantil

 

*Aluno do curso de licenciatura em Educação Física na União

das Faculdades dos Grandes Lagos (UNILAGO)

**Especialista em Educação Física Escolar

Docente do curso de Educação Física na União

das Faculdades dos Grandes Lagos (UNILAGO)

Vitor Ponchio Garcia*

Renato dos Santos**

vitorponchiogarcia@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A linguagem musical está presente na vida dos seres humanos desde o nascimento, e a criança tem necessidade de desenvolver o senso de ritmo. O ser humano tem várias maneiras de responder aos estímulos do meio ambiente, e o movimento é uma delas. Os bebês apresentam reações e preferências, e estão prontos para aprender muito mais do que se costumava pensar. É necessário analisar que tipo de contribuição pode ocorrer com o trabalho de musicalização para bebês. A música tem sua contribuição para o desenvolvimento cognitivo e motor despertando a criatividade. No dia a dia das crianças, ela vem atendendo a diversos propósitos como suporte para a formação de hábitos, atitudes, disciplina, condicionamento da rotina. Partindo da hipótese de que a música pode influenciar o desenvolvimento cognitivo e motor da criança o presente estudo buscou, através de estudo da literatura existente, demonstrar que a música tem uma contribuição muito grande para as crianças em desenvolvimento. Assim, o estudo concluiu que através da música o desenvolvimento da criança pode ser facilitado, trazendo mais atenção para a aula, e estimulando a criatividade e o movimento do aluno.

          Unitermos: Música. Ritmo. Atenção. Criatividade. Desenvolvimento.

 

Abstract

          Musical language is present in human being’s life since birth, and children have the needing of developing the sense of rhythm. Human beings have several ways to respond to the stimulus of the environment, and movements are one of them. Babies show reactions and preferences, they are ready to learn much more than it was used to think. It is necessary to analyze what kind of contribution a work about music for babies can provide. Music has its contribution to the cognitive and motor development, awakening creativity. In everyday life, music has different purposes as a support for habits, attitudes, discipline formation and routine conditioning. Assuming that music can influence child’s cognitive and motor developing, the purpose of this study is, through the existent literature, to show that music has a great contribution to developing kids. Therefore, this study conclude that through music the child’s development can be easier, bringing more attention to school, stimulating student’s creativity and movements.

          Keywords: Music. Rhythm. Attention. Creativity. Developing.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução

    É preciso preocupar-nos em relação à formação das crianças, não apenas com o ensino dos conhecimentos sistematizados, mas também com o ensino de expressões, movimentos corporais e percepção. (SILVA, 2010)

    Quando oferecemos música e um ambiente sonoro em diferentes situações, permitimos que bebês e crianças iniciem, intuitivamente, seu processo de musicalização. Escutando os diferentes sons de brinquedos, dos objetos, do ambiente e do próprio corpo, há observação, descoberta e reações. (UNESCO, 2005)

    A música está presente em todas as culturas e pode ser utilizada como fator determinante nos desenvolvimentos motor, linguístico e afetivo de todos os indivíduos. (MARTINS, 2004)

    Desde o nascimento, a criança tem necessidade de desenvolver o senso de ritmo, pois o mundo que a rodeia, expressa numa profusão de ritmos evidenciados por diversos aspectos.(FERREIRA et al, 2007)

    É necessário contemplar e analisar que tipo de contribuição pode ocorrer com o trabalho de musicalização para bebês, como isso pode acontecer e as influências que a mesma pode proporcionar na formação do desenvolvimento futuro dos seres humanos. (MARTINS, 2004)

    A musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação. (BRÉSCIA, 2003)

    As atividades de musicalização permitem que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo sua noção de esquema corporal, e também permitem a comunicação com o outro.(CHIARELLI; BARRETO, 2005)

    Devemos lembrar que o gesto e o movimento corporal estão conectados à música, porque o som é também gesto e movimento vibratório, e o corpo traduz os diferentes sons que percebe através dos movimentos.

    Os diferentes aspectos que a envolvem, além de promoverem comunicação social e integração, tornam a linguagem musical uma importante forma de expressão humana e, por isso, deve ser parte do contexto educacional, principalmente na educação infantil. (UNESCO, 2005)

    É uma linguagem cujo conhecimento se constrói e não um produto pronto e acabado. Então a musicalização na escola é essencial. Traz alegria, descontração, entusiasmo, tudo o que se precisa para o trabalho escolar. (LIMA, 2010)

    Através dessas premissas formaram-se os seguintes questionamentos: Como a música pode auxiliar no aprendizado das crianças? Qual tipo de música terá um melhor aproveitamento para a melhora do aprendizado?

    Para responder a tais questionamentos, o presente estudo, que teve como metodologia a pesquisa bibliográfica, buscou como objetivo esclarecer estas dúvidas sobre o uso da música na educação infantil.

    Foi possível através de este estudo observar a expressividade da música na educação infantil. Como ela pode auxiliar, atraindo a atenção do aluno e ajudando a desenvolver capacidades.

2.     A música

    A música é algo que está sempre associada à cultura e às tradições de um povo e de sua época. (SOUSA E VIVALDO, 2010). Música e dança, juntos, são atividades existentes desde os tempos primitivos; suas histórias habitualmente aparecem associadas de tal forma, que podemos dizer: a dança é irmã da música.

    É vista por muitos como a primeira das artes, tanto no que se refere à história humana quanto à sua importância na vida de todos nós. Para as civilizações primitivas, os sons tinham significado, o qual também estava presente em seus primitivos instrumentos. Já para nós, ela é reconfortante e, muitas vezes, auxilia o nosso equilíbrio emociona. Talvez isso aconteça porque a música nos remete ao primeiro e mais importante som da vida: as batidas do coração de nossa mãe. O som uterino está gravado no inconsciente e simboliza proteção, aconchego e tranquilidade.

    A música está presente em diversas situações e com diferentes objetivos, pois há composições usadas para ninar, para dançar. Os países têm seus hinos, assim como as escolas e os times de futebol. Existem músicas típicas regionais. Inclusive, vemos hoje, em diversas maternidades, som ambiental nas salas de parto. (UNESCO, 2005).

    “A música é linguagem universal, mas com muitos dialetos, que variam de cultura para cultura, envolvendo a maneira de tocar, de cantar, de organizar os sons e de definir as notas básicas e seus intervalos.” (JEANDOT, 1997).

    Segundo Bréscia (2003), a música é uma linguagem universal, tendo participado da história da humanidade desde as primeiras civilizações. Conforme dados antropológicos, as primeiras músicas seriam usadas em rituais, como: nascimento, casamento, morte, recuperação de doenças e fertilidade. Com o desenvolvimento das sociedades, a música também passou a ser utilizada em louvor a líderes, como a executada nas procissões reais do antigo Egito e na Suméria.

    A música é a sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. O ritmo, a melodia, o timbre e a harmonia, elementos constituintes da música, são capazes de afetar todo o organismo humano, de forma física e psicológica. Através de tais elementos o receptor da música responde tanto afetiva quanto corporalmente. (FERREIRA, 2005).

    Sobre o ritmo, Le Bouch (1994) o define como sendo a organização ou estruturação dos fenômenos temporais, sendo eles periódicos ou não. Todo ser humano é dotado de ritmo, que se manifesta antes mesmo do nascimento, através dos batimentos cardíacos, depois pela respiração e pela fala e que está presente também nas formas básicas de locomoção. Por isso, o ritmo é considerado o elemento da música que está mais associado ao movimento, às ações motrícias do Homem.

    É o ritmo externo ao Homem que coloca em jogo, mais do que tudo, o movimento corporal e possíveis modificações fisiológicas. Autores e pesquisadores que conceituaram o ritmo admitem a dificuldade de situá-lo como algo concreto e a impossibilidade de defini-lo e de avaliá-lo de forma objetiva. Poderíamos considerar que o ritmo é um fenômeno que existe de fato (TIBEAU, 2006).

    Hanebuth (1968) argumentou que o ritmo constitui a coordenação motora e a integração funcional de todas as forças estruturadoras, tanto corporais como psíquicas e espirituais.

    Entender o ritmo como algo interno e que pode ser alterado a partir de estímulos externos, advindos do meio ambiente, é considerá-lo como impulsionador de processos psíquicos, afetivos e emocionais.

    O ritmo está presente em todas as manifestações da motricidade humana, é universal e o percebemos em todos os movimentos da vida. (TIBEAU, 2006).

    Zampronha (2002) considera que o ritmo possibilita ao indivíduo tomar consciência de seu corpo.

    Compartilhando com as ideias de Trebels (2003), movimento é deslocamento de posição no tempo e no espaço.

    A correlação entre movimento e ritmo, citada por Camargo (1994) é que: "O movimento, com todas as suas implicações físicas, emocionais e mentais, é um fenômeno dotado de organização, que se evidencia no espaço, no tempo e sob determinado ritmo.”

    Assim, ritmo e movimento humano se desenvolvem simultaneamente no tempo e no espaço, confirmando a consideração de que o ritmo é movimento, que o movimento é ritmo e que ambos estão ligados à percepção temporal, espacial e proprioceptiva. (TIBEAU, 2006)

    No entender de Fonseca (1996) o ritmo e a música, assim como o movimento, devem ser vistos de dentro para fora, na medida em que não há movimento, música e ritmo para as pessoas, mas sim pessoas que se movem, que vivem e sentem a música e o movimento.

3.     Os efeitos da musica sobre o homem e como ela pode auxiliar no desenvolvimento infantil

    A linguagem musical está presente na vida dos seres humanos e há muito tempo faz parte da educação de crianças e adultos. Desde o nascimento, a criança tem necessidade de desenvolver o senso de ritmo, pois o mundo que a rodeia, expressa numa profusão de ritmos evidenciados por diversos aspectos: no relógio, no andar das pessoas, no voo dos pássaros, nos pingos de chuva, nas batidas do coração, numa banda, num motor, no piscar de olhos e até mesmo na voz das pessoas mais próximas.

    É necessário contemplar e analisar que tipo de contribuição pode ocorrer com o trabalho de musicalização para bebês, como isso pode acontecer e as influências que a mesma pode proporcionar na formação do desenvolvimento futuro dos seres humanos. Pesquisas em diversas áreas do conhecimento enfocam a contribuição da música no desenvolvimento infantil, procurando conhecer e analisar as ações e reações dos bebês ainda na gestação, logo após o nascimento e no período sensório-motor. (FERREIRA et al, 2007)

    Ouvir, cantar e dançar, é atividade presente na vida de quase todos os seres humanos, ainda que seja e diferentes maneiras.(BRITO, 2003) As crianças mesmo ainda antes do nascimento são envolvidas com o universo sonoro, pois na fase intrauterina os bebes convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo, movimentos e pela voz da mãe, constituindo assim um material sonoro para eles. (WANDERLEY, 2010)

    Segundo Sekeff (2007) “a música é um poderoso agente de estimulação motora, sensorial, emocional e intelectual”.

    Alguns dias após o nascimento, as cólicas começam a surgir e a música de ninar parece beneficiar e ajudar a diminuir as cólicas infantis, proporcionando tranquilidade para o bebê e os pais ou responsáveis por esta vida ainda tão indefesa. (MARTINS, 2004)

    Tanto Ilari (2003) como Beyer (1988) referem-se a diversos trabalhos que notificaram que bebês expostos à música durante a gravidez exibem mudanças nos batimentos cardíacos e nos movimentos corporais quando ouvem a mesma música após o nascimento, o que indica que eles a reconhecem.

    Estudos confirmam que o desenvolvimento auditivo nos seres humanos é o único que começa a funcionar na 25ª semana da gestação, sendo que na 32ª semana o sistema auditivo estará completo, enquanto que, os outros órgãos sensitivos ainda se encontram em desenvolvimento. (ILARI, 2002)

    Ao longo dos primeiros anos de vida, o bebê apresenta um ritmo de desenvolvimento muito acelerado (PAPALIA, OLDS, FELDMAN, 2006), sendo os ganhos desenvolvimentais potencializados em função da maior plasticidade cerebral e aumento das redes neurais (GABBARD, 1998). Os principais movimentos que o indivíduo apresenta nessa fase são os movimentos reflexos, as estereotipias e os movimentos voluntários (GALLAHUE, OZMUN, 2005; HAYWOOD, GETCHELL, 2004; PAYNE, ISAACS, 2007).

    Os movimentos reflexos são respostas físicas automáticas desencadeadas involuntariamente por um estímulo específico. (BEE, 2003). Outra categoria de movimento observada nos bebês são as estereotipias, que são movimentos rítmicos, padronizados, relativamente invariáveis e submetidos a um controle central. Esses movimentos são considerados benéficos para o desenvolvimento posterior, acredita-se que eles componham uma fase de transição entre a atividade reflexa e voluntária (PAYNE, ISAACS, 2007).

    Os bebês apresentam reações e preferências, e estão prontos para aprender muito mais do que se costumava pensar (BEYER, 1988). Este aspecto vem sendo discutido com a preocupação em melhorar a qualidade da educação musical e aproveitar os meios de trabalhar-se com eles, já que os bebês são receptivos e seu potencial de aprendizado vai além da concepção do educador. (MARTINS, 2004)

    Muitas questões ainda se apresentam como desconhecidas no que tange à percepção cognitiva musical dos bebês, mas estudos (BEYER, 1988, 2000; ILARI, 2003), demonstram que a música no primeiro ano de vida influencia consideravelmente no desenvolvimento futuro da criança, podendo ser utilizada como meio auxiliar no desenvolvimento das habilidades motora, oral, social, emocional e uma melhor percepção auditiva.

    Brito (2003) afirma que “o processo de musicalização dos bebês e crianças começam espontaneamente, de forma intuitiva, por meio do contato com toda a variedade de sons do cotidiano, incluindo aí a presença da música”.

    De acordo com Gainza (1988):

    Cada um dos aspectos ou elementos da música corresponde a um aspecto humano específico, ao qual mobiliza com exclusividade ou mais intensamente: o ritmo musical induz ao movimento corporal, a melodia estimula a afetividade; a ordem ou a estrutura musical (na harmonia ou na forma musical) contribui ativamente para a afirmação ou para a restauração da ordem mental no homem.

    Para Jeandot (1997) o som prende a atenção das crianças e o contato com o objeto viabiliza a interação com o mundo sonoro, pois o objeto produz sons e desperta à criança para atitudes de gestos variados. Como recurso auditivo a música está presente desde o nascimento da criança e estará contribuindo no seu desenvolvimento e compreensão do mundo.

    A música no dia a dia das crianças vem atendendo a diversos propósitos como suporte para a formação de hábitos, atitudes, disciplina, condicionamento da rotina, comemorações de datas diversas etc. Assim o emprego de diferentes tipos de música é uma questão vinculada a cada situação, mas muitas vezes e sempre acompanhadas de gestos e movimentos que pela repetição se torna mecânicos e estereotipadas. (GÓES, 2009)

    O Desenvolvimento Motor, especificamente, consiste nas mudanças no comportamento motor ao longo da vida, progredindo de movimentos simples até a realização de tarefas motoras altamente especializadas (GALLAHUE, OZMUN, 2005).

    As atividades com música são um meio de expressão e de conhecimento acessível aos bebês e às crianças, inclusive àquelas que apresentam necessidades especiais. A linguagem musical é um dos canais que desenvolve a expressão, o autoconhecimento e o equilíbrio, sendo poderoso meio de interação social. (UNESCO, 2005)

    A música tem sua contribuição para o desenvolvimento cognitivo e motor despertando a criatividade. Cada criança ao escutar uma melodia, interpreta-a de forma única e pessoal. Além da forma de internalização, inversamente, a música fornece, também subsidio para externalizar sentimentos.

    As diferentes situações contidas nas brincadeiras que envolvam música fazem a criança crescer através da procura de soluções e de alternativas. O desempenho psicomotor da criança enquanto brinca alcança níveis que só mesmo com a motivação ela consegue. Ao mesmo tempo favorece a concentração, a atenção, o engajamento e a imaginação. Como consequência a criança fica mais calma relaxada e aprende a pensar, estimulando sua inteligência. (GÓES, 2009)

    Através da música o ser humano consegue uma forma de expressar-se sentimentalmente, traz consigo a possibilidade de exteriorizar as alegrias, as tristezas e as emoções mais profundas, emergindo emoções e sentimentos que as palavras são muitas vezes incapazes de evocar. (LIMA, 2010)

    Beyer (1988); Feres (1998) e Ilari (2002) consideram a música importante no primeiro ano de vida, como colaboradora no desenvolvimento musical propriamente dito, mas também no desenvolvimento cognitivo, nas habilidades motoras, linguísticas e na percepção auditiva.

    Sendo assim a música deve ser considerada uma verdadeira “linguagem de expressão”, parte integrante da formação global da criança influenciando no desenvolvimento dos processos de aquisição do conhecimento, sensibilidade, sociabilidade e criatividade.

    A música no dia a dia das crianças vem atendendo a diversos propósitos como suporte para a formação de hábitos, atitudes, disciplina, condicionamento da rotina, comemorações de datas diversas etc. Assim o emprego de diferentes tipos de música é uma questão vinculada a cada situação, mas muitas vezes e sempre acompanhadas de gestos e movimentos que pela repetição se torna mecânicos e estereotipadas. (GÓES, 2009)

    Inúmeras pesquisas, desenvolvidas em diferentes países e em diferentes épocas, particularmente nas décadas finais do século XX, confirmam que a influência da música no desenvolvimento da criança é incontestável. Algumas delas demonstraram que o bebê, ainda no útero materno, desenvolve reações a estímulos sonoros. (NOGUEIRA, 2003)

    Schlaug, da Escola de Medicina de Harvard (EUA), e Gaser, da Universidade de Jena (Alemanha), revelaram que, ao comparar cérebros de músicos e não músicos, os do primeiro grupo apresentavam maior quantidade de massa cinzenta, particularmente nas regiões responsáveis pela audição, visão e controle motor. SHARON (2000). Segundo esses autores, tocar um instrumento exige muito da audição e da motricidade fina das pessoas. O que estes autores perceberam, é que a prática musical faz com que o cérebro funcione “em rede”. Além disso, os instrumentistas apresentam muito mais coordenação na mão não dominante do que pessoas comuns.

    Após analisar as gravações em vídeo no projeto que Beyer (1988) desenvolve com bebês na cidade de Porto Alegre, foram observados importantes progressos no desenvolvimento geral das crianças, sendo que as mesmas informações também foram relatadas pelas mães. Segundo as mães, a música tem contribuído para o desenvolvimento de várias habilidades das crianças como a linguagem, a psicomotricidade, a percepção auditiva, a sociabilidade, além de acalmá-las e fazer as crianças mais felizes.

    Quando os bebês participantes do projeto foram expostos a músicas conhecidas, foi possível perceber reações diversas no decorrer das observações, como sorrir, sacudir e levar à boca os instrumentos musicais, explorando-os. Alguns deles reagiram movimentando o corpo, ora sacudindo, ora balançando; outros balbuciando sons, experimentando-os com o próprio corpo (MARTINS, 2004)

    Com as crianças em idade pré-escolar convém enfatizar a liberação do instinto rítmico, principalmente por meio da expressão corporal de uma forma criativa e espontânea e da utilização de exercícios rítmicos, com acompanhamento do ritmo de canções. (FERREIRA et al, 2007)

    Já Gainza (1988) ressalta que: “A música e o som, enquanto energia, estimulam o movimento interno e externo no homem”.

    O ser humano tem várias maneiras de responder aos estímulos do meio ambiente, e o movimento é uma delas. Segundo Ferraz (1987 apud FERREIRA et al, 2007, p. 12) “Utilizamos nosso universo interior perceptivo e cognitivo – ideológico a fim de que se processe a leitura através do diálogo entre nós e o objeto lido”. O corpo expressa sensações, emoções, sentimentos e pensamentos. A linguagem corporal afirma o conceito do ser humano expressando a si mesmo, ele é seu próprio instrumento. A linguagem do corpo conscientiza-se na dança, na mímica, na ginástica, nas dramatizações, nos jogos e na expressão teatral. A dança é a expressão corporal da poesia latente em todo ser humano.

4.     A influência do desenvolvimento físico aliado a música e o que mais desperta o interesse da criança na música para melhora do aprendizado infantil

    Para Bréscia (2003) a musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação.

    As atividades de musicalização permitem que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo sua noção de esquema corporal, e também permitem a comunicação com o outro. Weigel (1988) e Barreto (2000) afirmam que atividades podem contribuir de maneira indelével como reforço no desenvolvimento cognitivo/ linguístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança, da seguinte forma:

    Bréscia (2003) ressalta que os jogos musicais podem ser de três tipos, correspondentes às fases do desenvolvimento infantil:

    A música, devido a suas características intrínsecas, pode colaborar no desenvolvimento das estruturas cognitivas, bem como favorecer o desenvolvimento de outras habilidades, como as emocionais, as sociais e as musicais, propriamente ditas. (MARTINS, 2004)

    Delalande citado por Pires (2005), diz que desde os primeiros dias da vida, elas são atraídas pelos sons musicais e manifestam-se de diversas maneiras, como sorrisos, interagindo com os sons através dos movimentos corporais, como palmas e toques nos brinquedos sonoros.

    A música está bastante ligada ao lúdico e ao brincar. Em todos os povos, as crianças brincam com a música. Jogos e brinquedos musicais, como as rodas cantadas, são encontrados nos lugares aonde houver crianças. (UNESCO, 2005)

    As brincadeiras de roda integram poesia, música e dança, sendo também muito apreciadas pelas crianças, principalmente por causa do movimento. (FERREIRA et al, 2007)

    Rosa (1990) destaca:

    A importância de o educador proporcionar momentos onde a criança descubra, analise e compreenda os ritmos do mundo, através da observação e do contato com instrumentos musicais, com a dança, com o folclore, etc. Deve estar atento a valorizar todas as formas de expressão escolhidas pelas crianças, pois a mesma comunica-se principalmente através do corpo.

    No interior do Brasil existem inúmeras danças, cantigas de roda e ciranda que incentivam movimentos de diferentes qualidades expressivas e rítmicas realizada em grupo, que possuem um profundo sentido socializador, estético e transcendente, mas que, ainda não são devidamente valorizados nos cotidiano das escolas. Estas músicas que cantam histórias dançam mitos e falam da memória e da alegria do povo são rituais vivenciados por todas as idades que podem se tornar o vínculo afetivo e cultural entre a escola e a comunidade. (GÓES, 2009)

5.     Como a música pode ser uma facilitadora do desenvolvimento infantil

    Devemos lembrar que o gesto e o movimento corporal estão conectados à música, porque o som é também gesto e movimento vibratório, e o corpo traduz os diferentes sons que percebe através dos movimentos de balanço, flexão, andar, saltar, etc. Quando ouve um impulso sonoro e realiza um movimento corporal intencional, a criança está transpondo o som percebido para outra linguagem, muitas vezes a da dança.

    Quando oferecemos música e um ambiente sonoro em diferentes situações, permitimos que bebês e crianças iniciem, intuitivamente, seu processo de musicalização. Escutando os diferentes sons de brinquedos, dos objetos, do ambiente e do próprio corpo, há observação, descoberta e reações, mesmo nos bebês. (UNESCO, 2005)

    A música na instituição infantil é principalmente produzir e pensar música com as crianças. (GÓES, 2009)

    Nos berçários, brincadeiras que envolvem música, canto e movimento possibilitam a percepção rítmica, mesmo porque os bebês produzem ruídos e balbucios desde recém-nascidos. Proporcione diversas situações e experiências de explorações e descobertas tanto sonoras quanto musicais para os bebês.

    Até por volta de um ano e meio, a criança mais nos ouve do que canta, no entanto, já demonstra suas preferências e as acompanha de alguma forma. Em um segundo momento, canta os finais das frases ou as partes preferidas e, muitas vezes, um pouco depois de nós. A partir dos 3 anos, a criança já entoa todo o repertório de seu meio, cantando integralmente muitas das músicas conhecidas.

    Assim como no desenvolvimento musical, quanto mais as crianças tiverem oportunidade de vivenciar situações em que possam se expressar pela dança, mais naturalmente usarão essa linguagem. (UNESCO, 2005)

    Para GAINZA (1988), a música é um elemento de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e por isso contribui para a transformação e o desenvolvimento.

    Brito (2003), nos fala que:

    É difícil encontrar alguém que não se relacione com a música [...] Surpreendemo-nos cantando aquela canção que parece ter “cola” e que não sai da nossa cabeça e não resistimos a, pelo menos, mexer os pés, reagindo a um ritmo envolvente [...].

    Atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas, pés, são experiências importantes para a criança, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, sendo fatores importantes também para o processo de aquisição da leitura e da escrita. (CHIARELLI; BARRETO, 2005)

5.1.     A música e educação escolar. Sua influência na aprendizagem e como deve ser utilizada para um resultado mais expressivo

    É preciso preocupar-nos em relação à formação das crianças, não apenas com o ensino dos conhecimentos sistematizados como Português, Matemática, História, Geografia e Ciências, mas também com o ensino de expressões, movimentos corporais e percepção. (SILVA, 2010)

    Segundo Rosa (1990) a criança desenvolve os sentidos desde que nasce, por isso um dos papéis da escola é proporcionar situações em que ela possa explorar e desenvolver em todos os sentidos harmonicamente.

    Pacheco (1991) e Ponso (2008) defendem a escola como lugar de aprendizagem significativa e apresentam o recurso musical como um símbolo valoroso no aprendizado dos alunos de anos iniciais do ensino fundamental, que conhecem este recurso auditivo, mas não o utiliza de forma racional e sistematizada.

    A música no contexto da Educação Infantil vem, ao longo de sua história, atendendo a vários objetivos. Tem sido em muitos casos, suporte para atender a vários propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos, a realização de comemorações relativas ao calendário de eventos do ano letivo, a memorização de conteúdos, todos traduzidos em canções. Essas canções costumam ser acompanhadas por gestos corporais, imitados pelas crianças de forma mecânica e estereotipada. (FERREIRA et al, 2007)

    A Educação Infantil no seu dia a dia vivencia muitas atividades musicais, pois desde a chegada da criança na creche ou na escola infantil esta é recebida com músicas que alegram o ambiente e faz com que a criança possa desejar permanecer na sala de aula. (CHIARELLI; BARRETO, 2005)

    A música possui vários significados e representações no cotidiano das pessoas e se utilizada de forma adequada pode ser um agente facilitador em diversos contextos que envolvam o raciocínio e a aprendizagem. Sabe-se que a música tem um papel relevante na educação infantil. Pois o envolvimento da criança com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento. (GÓES, 2009)

    A importância da linguagem musical do folclore teve a contribuição de povos de três continentes: europeu, principalmente os portugueses, povos africanos e povos indígenas que habitam o Brasil. (FERREIRA et al, 2007)

    “As rondas ou brincadeiras de roda integram poesia, música e dança. No Brasil receberam influências de várias culturas, especialmente da lusitana, ameríndia, espanhola e francesa” (BRASIL, 1998, p. 71).

    Na Educação Infantil, o contato com pessoas diferente do meio familiar possibilita que ela estabeleça novas relações e adquira novos conhecimentos. Convém fazer a criança descobrir o folclore em suas próprias manifestações, relacionando-as com as manifestações das outras crianças. As canções folclóricas têm como características a autoria anônima, a aceitação coletiva que conduz à criação de variantes, a transmissão oral, a tradicionalidade.

    Ladainhas para saltar corda são pequenos versos que acompanham ritmicamente o ato de pular corda. Pertencem à cultura popular infantil e passam de geração para geração através da atividade lúdica e espontânea das crianças. Deve-se resgatá-las, enquanto recurso pedagógico de obtenção de alguns dos objetivos da Educação Física Escolar.

    Quando a criança pula corda recitando uma ladainha, o desenvolvimento do senso rítmico é mais expressivo do que quando ela simplesmente realiza o movimento sem recitar, há um elemento novo a ser considerado pela criança representado pelo ritmo da ladainha. E sempre que há a introdução de um elemento novo em qualquer atividade, esta se torna mais complexa e mais desafiadora.

    Quando a criança realiza este trabalho em grupo, com outras crianças girando a corda ou pulando junto, à complexidade é ainda maior porque ela tem de coordenar o ritmo da ladainha ao seu e ainda ao do grupo, e isto representa novos ajustes motores e cognitivos.

    O andamento da ladainha pode ser alterado, a pedido do professor ou por iniciativa das próprias crianças, representando novo desafio a ser vencido ao nível do espaço e do tempo.

    Muitas ladainhas contêm diálogos que são efetuados entre a criança que salta e o grupo, constituindo verdadeiras comunicações rítmicas. Associar o ritmo à fala, combinar linguagem oral com gestual e melhorar a organização espaço-temporal são, então, objetivos inerentes a este trabalho combinado de pular e recitar versos. No nível do domínio motor, objetiva-se o desenvolvimento da coordenação motora, da agilidade, da força e resistência localizada de pernas, da resistência cardiorrespiratória e das habilidades motoras de saltar e correr. As crianças, em geral, realizam com prazer à atividade, repetindo-a várias vezes, até sem a insistência do professor, e essa repetição é importante para melhorar o rendimento.

    Ao fazermos referência das ladainhas para saltar corda, brincadeiras cantadas, pequenas danças folclóricas e jogos com regras. Esta união de atividades lúdicas se justifica pela importância de assegurar a preservação da cultura popular o aparecimento da capacidade de auto-organização das crianças e pelo senso de competitividade evidenciado por elas nesta fase do desenvolvimento. (FERREIRA et al, 2007)

    Ponso (2008) descreve a utilização da música no universo literário, através de poemas, parlendas, lendas, fábulas, quadrinha, trava-língua, provérbios, advinha e historias infantis. No momento do desenho, da alfabetização, da escrita, da leitura, da fala, do desenvolvimento motor, dos conhecimentos de novos saberes, a música será um recurso sonoro que irá contribuir na construção do conhecimento da criança através das vibrações e da aplicabilidade que linguagem musical permite produzir.

    Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, são atividades que despertam, estimulam e desenvolve o gosto pela atividade musical. (BRASIL, 1998)

    Distintas áreas do conhecimento podem ser estimuladas com a prática da musicalização. Pois, ela atende diferentes aspectos do desenvolvimento humano: físico, mental, social, emocional e espiritual, podendo a música ser considerada um agente facilitador do processo educacional. (SOUSA; VIVALDO, 2010).

    A música está presente em todas as culturas e pode ser utilizada como fator determinante nos desenvolvimentos motor, linguístico e afetivo de todos os indivíduos. (MARTINS, 2004)

    Os diferentes aspectos que a envolvem, além de promoverem comunicação social e integração, tornam a linguagem musical uma importante forma de expressão humana e, por isso, deve ser parte do contexto educacional, principalmente na educação infantil. (UNESCO, 2005)

    Através da música o educador tem uma forma privilegiada de alcançar seus objetivos, podendo explorar e desenvolver características no aluno. O individuo com a educação musical cresce emocionalmente, afetivamente e cognitivamente, desenvolve coordenação motora, acuidade visual e auditiva, bem como memória e atenção, e ainda criatividade e capacidade de comunicação. (LIMA, 2010)

    Ao inserir-se a música na prática diária do ambiente educativo, a mesma pode tornar-se um importante elemento auxiliador no processo de aprendizagem da escrita e da leitura criando o gosto pelos diversos assuntos estudados, desenvolvendo a coordenação motora, o ritmo, auxiliando na formação de conceitos, no desenvolvimento da autoestima e na interação com o outro.

    Não só um instrumento de alfabetização, a música é um excelente instrumento de cidadania, e projetos que envolvem músicas, integração social e esporte, especialmente com crianças e adolescentes carentes ou de rua, espalham-se pelo país e são cada vez mais populares pela sua eficácia. (GÓES, 2009)

    Segundo Martins (1985, p.47) educar musicalmente é propiciar à criança uma compreensão progressiva da linguagem musical, através de experimento e convivências orientadas. O conhecimento é construído a partir da interação da criança com o meio ambiente, e o ritmo é parte primordial do mundo que o cerca.

    Alguns autores que pesquisaram a problemática em questão, também alertam sobre a ruptura que comumente há na passagem da educação infantil às séries inicias do ensino fundamental, em que a ludicidade perde espaço para os livros didáticos e exercícios repetitivos, conduzindo às práticas enfadonhas e descontextualizadas. A música pode mostrar como soluções simples, criativas e divertidas podem dar excelentes resultados no ambiente educativo.

    Desde o século passado, a música está incluída na prática escolar com diferentes tendências e enfoques. Mas, a prática da educação musical nunca esteve presente na totalidade do sistema de ensino por várias razões como. A música é uma forma de conhecimento que possibilita modos de percepção e expressão únicas e não pode ser substituída por outra forma de conhecimento.

    Os recursos pedagógicos são elementos práticos para operacionalizar o ensino. Podemos citar os recursos naturais, audiovisuais, visuais, auditivos e estruturais como componentes auxiliadores do momento de ensino/aprendizagem. A música é um recurso auditivo, que pode contribuir com a proposta de ensino do professor, de maneira interativa às disciplinas. (GÓES, 2009)

    Snyders (1990) descreve a música como uma obra de arte. Dela pode-se extrair riquíssimos temas, abordando as mais diversas disciplinas. É fato que as escolas, não valorizam a música. Por sua vez, os professores que utilizam a música como instrumento, em seu trabalho, obtêm resultados positivos. A música influencia os jovens e crianças. Por toda essa riqueza a música é um recurso para a parte pedagógica.

    Se o contexto for significativo, a música como qualquer outro recurso pedagógico, tem consequências importantes em seu desenvolvimento motor e afetivo. (GÓES, 2009)

    A linguagem musical deve estar presente no contexto educativo, envolvendo atividades e situações desafiadoras e significativas que favoreçam a exploração, a descoberta e a apropriação de conhecimento. A ludicidade evidenciada nas atividades de sala de aula ou até de Educação Física possibilita que o professor oportunize a criança um programa de atividades motoras. (FERREIRA et al, 2007)

    Do ponto de vista pedagógico, as músicas são consideradas completas: brincando com músicas as crianças exercitam naturalmente o seu corpo, desenvolvem o raciocínio e a memória, estimulam o gosto pelo canto. (GÓES, 2009)

    Segundo Martins (1985) a música deve ser um material para o processo educativo e formativo mais amplo, dirigido para o pleno desenvolvimento do sujeito social.

    Cada vez mais instituições educacionais estão utilizando a música como eixo norteador do processo de alfabetização. A música atrai e envolve as crianças, serve como motivação, eleva a autoestima, estimula diferentes áreas do cérebro, aumenta a sensibilidade, a criatividade, à capacidade de concentração e fixação de dados. (GÓES, 2009)

    A presença da música na educação auxilia a percepção, estimula a memória e a inteligência, relacionando-se ainda com habilidades linguísticas e lógico-matemáticas ao desenvolver procedimentos que ajudam o educando a se reconhecer e a se orientar melhor no mundo. Além disso, a música também vem sendo utilizada como fator de bem estar no trabalho e em diversas atividades terapêuticas, como elemento auxiliar na manutenção e recuperação da saúde. (CHIARELLI; BARRETO, 2005).

    Sendo assim, crianças que recebem estímulos musicais adequados, aprendem a escrever mais facilmente, tem maior equilíbrio emocional, pois se sabe que a música esta inserida no cotidiano da criança desde o ventre materno. (GÓES, 2009)

    As atividades musicais nas escolas devem partir do que as crianças já conhecem desta forma, se desenvolve dentro das condições e possibilidades de trabalho de cada professor. (SCAGNOLATO, 2009). É importantíssima, porém faz-se necessário ressaltar que deve ser direcionada, para não ser apenas uma aula de curtição. (LIMA, 2010)

    As atividades de musicalização também favorecem a inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais. Pelo seu caráter lúdico e de livre expressão, não apresentam pressões nem cobranças de resultados, são uma forma de aliviar e relaxar a criança, auxiliando na desinibição, contribuindo para o envolvimento social, despertando noções de respeito e consideração pelo outro, e abrindo espaço para outras aprendizagens. (CHIARELLI; BARRETO, 2005)

    Bréscia (2003) afirma que:

    Crianças mentalmente deficientes e autistas geralmente reagem à música, quando tudo o mais falhou. A música é um veículo expressivo para o alívio da tensão emocional, superando dificuldades de fala e de linguagem. A terapia musical foi usada para melhorar a coordenação motora nos casos de paralisia cerebral e distrofia muscular. Também é usada para ensinar controle de respiração e da dicção nos casos em que existe distúrbio da fala.

    As aulas em que se utilizam desse recurso devem ser feitas de forma a introduzir a magia dos sons, permitindo as crianças a criação e a execução de atividades musicais de maneira lúdica e prazerosa. Nessas aulas os alunos podem construir instrumentos musicais com materiais sucateados, desenvolvendo a coordenação motora enquanto se descontraem cantando e se divertindo, além de ampliarem o vocabulário a música permite o convívio social. (SOUSA; VIVALDO, 2010)

    Outros estudos apontam também que, mesmo se o contato com a música for feito por apreciação, isto é, não tocando um instrumento, mas simplesmente ouvindo com atenção e propriedade, os estímulos cerebrais também são bastante intensos. (NOGUEIRA, 2004)

    A música não substitui o restante da educação, ela tem como função atingir o ser humano em sua totalidade. A educação tem como meta desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição de que é capaz. Porém, sem a utilização da música não é possível atingir a esta meta, pois nenhuma outra atividade consegue levar o indivíduo a agir. A música atinge a motricidade e a sensorialidade por meio do ritmo e do som, e por meio da melodia, atinge a afetividade. (SCAGNOLATO, 2006)

    Visando uma aprendizagem significativa e de acordo com as necessidades impostas pela sociedade nos dias de hoje, se torna cada vez mais necessária a ludicidade no ambiente educacional de nossos alunos, pois ela é capaz de tornar o aprendizado prazeroso e estimulante. (SOUSA; VIVALDO, 2010)

    A música é importante para trabalhar temas atuais, assim o aluno desperta o senso critico, analisando a letra da música. Relacionando-as com a realidade da sociedade. (LIMA, 2010)

    As atividades desenvolvidas em aulas de musicalização, em geral podem auxiliar no desenvolvimento do cérebro, cabendo ao educador pesquisar, planejar, diagnosticar e ajudar o aluno a desenvolver a inteligência musical e construir seu conhecimento vivenciando as diversas formas de “fazer música” (MARTINS, 2004).

    É uma linguagem cujo conhecimento se constrói e não um produto pronto e acabado. Então a musicalização na escola é essencial. Traz alegria, descontração, entusiasmo, tudo o que se precisa para o trabalho escolar. (LIMA, 2010)

    A música no cotidiano escolar pode não somente ajudar as crianças no aprendizado, mas também nos casos de crianças que tenham problemas de relacionamento ou inibição, para isso é preciso aliar música e movimento. (SOUSA; VIVALDO, 2010)

6.     Conclusão

    A pesquisa realizada demonstra a importância da música na educação infantil, o quanto e como ela contribui para o desenvolvimento da criança. Como e quais tipos de música devem ser utilizadas para um melhor aproveitamento na educação e no desenvolvimento como ser humano social.

    A música está presente na vida do ser humano desde o nascimento, todos os sons do ambiente são música para os bebês. Música também está presente na cultura dos povos, nas crenças, danças e também nas brincadeiras. Ela ajuda o bebê a desenvolver os movimentos, a linguagem, a sociabilidade, além de trazer calma. Isso deve ser utilizado nas escolas infantis, para auxiliar num desenvolvimento mais rápido e mais eficaz nas crianças.

    Na educação infantil, as músicas muitas vezes são utilizadas para criar hábitos, como lavar as mãos, hora do lanche, entre outros, e isso favorece para a educação saudável da criança, alem de estimular a sociabilidade. Também favorece o estimulo rítmico da criança, que desenvolve uma linguagem corporal para expressar a música que ouve.

    Por tudo isso a música deve ser utilizada para contribuir no desenvolvimento da criança, tanto intelectualmente quanto fisicamente. Devem ser utilizadas músicas com ritmos fáceis de acompanhar com palmas, gestos e expressões corporais, para que a criança possa desenvolver suas capacidades.

    Devemos lembrar que as crianças da educação infantil estão em constante desenvolvimento e aprendizado, então temos que estimular de forma positiva e facilitar sua aprendizagem. Podemos através de a música encurtar o caminho e facilitar o desenvolvimento das crianças, além de sociabilizas mais facilmente, ajudando a respeitar os outros que com ela convivem.

    Pode-se concluir através deste estudo que a música é mais um objeto a ser utilizado para facilitar o desenvolvimento da criança, sendo utilizada corretamente, e estimulando a criança poderemos ter um desenvolvimento facilitado, além de crianças mais sociáveis e mais calmas.

Referências bibliográficas

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 169 | Buenos Aires, Junio de 2012  
© 1997-2012 Derechos reservados