efdeportes.com

A influencia do treinamento resistido e da 

suplementação de BCAA na massa magra

La influencia del entrenamiento resistido y de la suplementación de cadena ramificada en la grasa magra

 

*Acadêmico do curso de Educação Física

da UNIFAE, São João da Boa Vista, SP.

**Docente do curso de Educação Física

da UNIFAE, São João da Boa Vista, SP

(Brasil)

Ricardo Silva Toledo*

ricardostoledo@yahoo.com.br

Luis Cláudio Bossi**

bossiluis@uol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve como objetivo identificar se há ou não melhora na composição corporal de praticantes de exercício resistido associado a suplementação de aminoácidos na cidade de Poços de Caldas, Minas Gerais. Como método foi realizado uma coleta de dados antes de iniciar o treinamento e após 8 semanas, Participaram do trabalho 10 voluntários, onde 5 participantes realizavam a ingestão de aminoácidos de cadeia ramificada, arginina e vitamina B6, e 5 participantes realizavam a ingestão do comprimido placebo. Os resultados encontrados indicam que a suplementação de aminoácidos associada ao treinamento resistido, apresenta um aumento na massa magra, em relação aos participantes que realizaram somente o treinamento resistido tomando o placebo. Sendo assim a suplementação com aminoácidos promove mudanças significativas na massa magra quando associada ao treinamento resistido, mostrando –se eficiente a esse tipo de treinamento, visto que poucos trabalhos relacionam esse treinamento a esse tipo de suplementação.

          Unitermos: Composição corporal. Aminoácidos. Treinamento resistido.

 

Abstract

          This study aimed to identify whether there is improvement in body composition of practitioners of resistance exercise combined with amino acid supplementation in the city of Poços de Caldas, Minas Gerais. Method was performed as a data collection before starting the training and after 8 weeks, where it was collected weight, height and skinfold 7 Pollock protocol, using a compass to measure the fat-free mass and fat mass. Subjects were 10 volunteers, where five participants performed the intake of branched chain amino acids, arginine and vitamin B6, and 5 participants performed taking the placebo pill. The results indicate that supplementation of amino acids associated with resistance training, demonstrate an improvement in body composition (lean mass and fat mass) compared to subjects who performed resistance training only taking the placebo. Therefore supplementation with amino acids promotes significant changes in body composition when combined with resistance training, being efficient in this type of training, since few studies relate that training to this type of supplementation.

          Keywords: Body composition. Amino acids. Resistance training.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 168 - Mayo de 2012. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    No decorrer dos tempos o treinamento resistido, ou treinamento de força, tem ganhado cada vez mais espaço, por causa da constatação do seu benefício perante a saúde e a estética, os quais não são facilmente obtidos pelo treinamento aeróbio ou de flexibilidade. O benefício mais evidenciado nesse tipo de treinamento é o aumento da própria força muscular, um fator decisivo seja em atletas, para melhorar marcas, como em populações especiais, para realizar atividades cotidianas com maior facilidade (FLECK & SIMÃO, 2008).

    O treinamento resistido em altas intensidades ocasionam maior ativação do sistema nervoso simpático, com conseqüente aumento do metabolismo lipídico após o exercício, contribuindo para a melhora da composição corporal, apresentando também uma conduta positiva na reabilitação de lesões musculares (MOURA, 2003).

    Força segundo Guedes (1997) é a capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, superando, resistindo ou cedendo a ela (PLATONOV, 2001).

    Com a crescente preocupação da manutenção da qualidade de vida no Brasil, pode-se observar um aumento na prática de atividades físicas e modificações nos hábitos alimentares (SIMIONI e colaboradores, 2006).

    Para potencializar os treinos, atletas e praticantes de atividades físicas buscam utilizar de todos os recursos que os suplementos nutricionais possam beneficiar na atividade, para que possam com a suplementação e o treinamento alcançar o mais rápido possível o seu objetivo (ZEISER, 2007)

    Suplementos alimentares são todas substancias utilizadas por via oral com o objetivo de complementar uma determinada deficiência dietética. Os preparados de proteínas são os mais utilizados, derivados do soro do leite e da albumina. ( HALACK et. al, 2007).

    Os principais propósitos dos suplementos alimentares são seus efeitos ergogênicos, aumentar a produção de energia, intensificando a potencia física; melhorar o controle e a eficiência energética, servindo principalmente para aumentar o tecido muscular, a oferta de energia para o músculo e a taxa de produção de energia no músculo (ALVES, 2002).

    Tem sido valorizada a hipótese de que o exercício afeta o metabolismo de proteínas e aminoácidos e que esses contribuem significativamente para o rendimento durante o exercício (BROSNAN & BROSNAN, 2006). Apartir dessa hipótese, as pesquisas a cerca de suplementos protéicos aumentou bastante, junto com o seu consumo. E os profissionais de educação física influenciam direta e indiretamente os alunos ao consumo dos suplementos (SANTOS & SANTOS, 2002).

    Existem cerca de 300 tipos de aminoácidos, dentre eles 20 são considerados primários. Desses 20, 8 são conhecidos como aminoácidos essenciais, são eles: isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilanina, treonina triptofano, valina, histidina e arginina (CYNOBER, 2006). Valina, leucina e isoleucina são essenciais, porem não são produzidos pelo próprio corpo, sendo adquiridos com alimentação ou suplementação. Esses 3 aminoácidos são conhecidos como BCAA, sigla derivada do inglês que significa aminoácidos de cadeia ramificada (GONÇALVES, 2010).

    A suplementação de aminoácidos teve início com a hipótese da fadiga do sistema central. Essa fadiga é originada pela diminuição da concentração plasmática de BCAA, o qual permitia uma maior circulação de triptofano livre no cérebro, um aminoácido precursor do neurotransmissor da serotonina, relacionado ao cansaço, a fadiga. A competição acontece na barreira hematoencefálica, sendo transportado para o interior o aminoácido que estiver em maior quantidade (SARTORI, 2007; GONÇALVES, 2010).

    O aminoácido passa por um processo chamado transaminação, onde o grupo amina (NH2) é retirado, restando um substrato o Alfa – cetoácido, o qual é precursor de outros aminoácidos. A transaminação é promovida por enzimas derivadas da vitamina B6, na sua ausência os aminoácidos são sintetizados em quantidades insuficientes (MARAGON & MELO, 2004).

    Alguns aminoácidos específicos aumentam a liberação do hormônio do crescimento no sangue pela hipófise, o que pode acarretar num aumento da força e da massa magra (SANTOS & SANTOS, 2002).

    Dentre os ACR, a leucina é de extrema importância pois estimula a sintese protéica do músculo no período de recuperação muscular pós exercício. (SARTORI, 2007). A suplementação de leucina também eleva a sua concentração intracelular, a qual é fundamental para a ativação da proteína mTOR (mammalian target of rapamycin), serina treonina que tem papel fundamental na síntese protéica (YAMADA, 2008). Alem de ter extrema importância no fornecimento de substratos para síntese protéica, a leucina também estimula processos anabólicos favorecendo o balanço nitrogenado positivo (VIANNA, 2009).

    A arginina é um aminoácido semi-essencial produzido no organismo, porém em quantidade insuficiente para todas necessidades. Além do ciclo da uréia, a arginina é utilizada na síntese de creatinina e fornece ornitina para a síntese de poliaminas (FILHO, 2000). É também um dos aminoácidos precursores do óxido nítrico, onde acaba se convertendo em L – citrulina, numa reação catalisada pela enzima óxido nítrico sintetase, podendo estar também relacionada a uma maior força contrátil por causa de uma maior síntese de proteínas musculares (ANGELI, 2007).

Objetivos

Objetivo geral

  • Identificar a melhora na composição corporal com exercício resistido associado a suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada.

Objetivos específicos

  • análises antropométricas no decorrer da pesquisa;

  • comparar os efeitos da suplementação com BCAA na composição corporal de praticantes de exercícios resistidos.

Materiais e métodos

    Participaram 10 voluntários do sexo masculino, praticantes de musculação a no mínimo 6 meses, da cidade de Poços de Caldas/MG. Na tabela 1 encontram-se as características dos voluntários participantes da pesquisa.

Tabela 1. Dados antropométricos dos participantes do estudo

    Em dia e hora marcada foi realizado a coleta da perimetria corporal, utilizando uma trena da marca Sanny, e de dobras cutâneas no protocolo de POLLOCK 7 dobras para mensuração da massa isenta de gordura dos participantes, através de um compasso da marca Sanny. As medidas foram coletadas antes e após 8 semanas de treinamento.

    A suplementação foi realizada pela marca BODYNUTRY de São João da Boa Vista/ SP, o suplemento “BCAA” foi ministrado de acordo com a recomendação do fabricante, apresentado na tabela 2.

Tabela 2. Recomendações do fabricante para consumo do suplemento

    A recomendação para a suplementação foi de tomar 30 minutos antes e logo após o treino. A tabela 3 mostra as informações nutricionais do suplemento.

Tabela 3. Informações nutricionais do suplemento utilizado na pesquisa

    O treinamento foi realizado 4 vezes por semana,onde houve o fracionamento do treino por articulação, trabalhando a articulação da pelve e do cotovelo terça e sexta-feira com os exercícios Agachamento livre, leg press 45º, mesa extensora, mesa flexora, rosca direta na barra W, rosca Scott, tríceps na roldana e tríceps testa na barra W. Segunda e quinta-feira trabalhava-se a articulação do cotovelo, realizando os exercícios supino na barra, supino 45º na barra, pullover com halteres, puxada alta pegada neutra, remada cavalinho, desenvolvimento com halteres e elevação lateral. O treinamento teve a duração de 8 semanas, começando com 4 séries de 7 repetições máximas, aumentando 1 repetição a cada duas semanas, chegando ao final das 8 semanas com 4 séries de 10 repetições máximas. Foi dado um intervalo de 2 minutos entre as séries e os exercícios.

Resultados

    Os resultados encontrados no presente estudo mostram que os indivíduos que realizaram a suplementação em conjunto com o treinamento resistido obtiveram um maior aumento da massa isenta de gordura, como mostra a tabela 4.

Tabela 4. Massa magra dos participantes que realizaram a suplementação

 

Tabela 5. massa magra dos participantes do grupo placebo

    Apartir dos dados pode-se ver que os participantes que realizaram a suplementação ganharam 1,8kg de massa magra enquanto o grupo que tomou o placebo ganhou somente 40g (0,04kg) de massa magra.

Discussão

    OTHANI et al (2006, apud SARTORI et al, 2007: p.7) realizou uma pesquisa com jogadores de rugby suplementando-os com 7,2g/dia de diversos aminoácidos, dentre eles uma porcentagem de 30% de BCAA, 14% L-glutamina e 14%L-arginina por um período de 3 meses. O resultado foi a elevação do hematócrito e hemoglobina de 23 jogadores de rugby de elite, numa fase de treinamento intenso, indicando assim melhora no transporte de oxigênio, contribuindo para um melhor rendimento físico.

    VIANNA (2009) mostra que grande parte do aumento da massa magra se ao fato da leucina também estimular processos anabólicos favorecendo o balanço nitrogenado positivo além de ajudar na manutenção da massa magra como mostrou MOURIER et al (1997, Apud VIANNA, 2009: p.25) avaliando o efeito da suplementação de BCAA em lutadores com 19 dias de restrição calórica. Observou-se que o grupo que realizou a restrição calórica com a suplementação de BCAA foi mais eficiente na redução do peso gordo.

    É interessante saber, quando a síntese protéica encontra-se elevada em relação a degradação, descobrindo assim o período do treinamento o qual se deve enfatizar mais o consumo de suplementos protéicos. Sabe-se que os indivíduos que realizam o treinamento de força são os mais necessitados de proteína por quilograma corporal (BACURAU et al, 2001)

    Existe no mercado uma quantidade enorme de substâncias que prometem os efeitos ergogênicos desejados, porém os que possuem propriedades ergogênicas ou fenômenos supostamente ergogênicos são poucos. Algumas substâncias chamadas de ergogênicas podem produzir um efeito chamado de ergolíticos, efeitos prejudiciais sobre o rendimento. Porem, para uma substância ser legitimamente classificada como ergogênica, ela deve comprovadamente melhorar o desempenho (WILMORE & COSTILL, 1999).portanto, novos estudos científicos nessa área são essenciais para diferenciar uma resposta ergogênica verdadeira de uma resposta pseudoergogênica, na qual o desempenho melhora simplesmente porque o indivíduo espera a melhora - efeito placebo (SANTOS & SANTOS, 2002).

Conclusão

    Conclui-se que o presente estudo com indivíduos suplementando-se com aminoácidos,mostrou-se eficiente no aumento na massa isenta de gordura quando comparado ao grupo que se suplementou com as cápsulas placebo num período curto de treinamento. Cada vez mais substancias são lançadas no mercado a fim de persuadir novos consumidores prometendo o corpo ideal, porem poucos trabalhos são lançados a cerca dessas substancias. Sendo assim a suplementação com aminoácidos mostrou-se eficiente no ganho de massa magra no treinamento resistido, tendo em vista que a massa magra está relacionada diretamente com o gasto calórico,

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 168 | Buenos Aires, Mayo de 2012  
© 1997-2012 Derechos reservados