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Análise comparativa do scout da equipe do Barcelona e 

seus adversários na UEFA Champions League 2010-2011

Análisis comparativo del scout del equipo de Barcelona y sus oponentes en La UEFA Champions League 2010-2011

 

*Autor. Licenciado em Educação Física

pela UNOESC campus de Xanxerê

**Orientador. Professor da ESEF/UFRGS

(Brasil)

Carlos Henrique Diavão*

carlos.chd@hotmail.com

Dr. Rogério da Cunha Voser**

rpvoser@ig.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo tem como objetivo descrever e ainda comparar o desempenho dos passes e o percentual de posse de bola da equipe do Barcelona na UEFA Champions League 2010-2011 em relação aos seus adversários. Este estudo se justifica, pois este levantamento de dados poderá ser comparado com futuras pesquisas e construções teóricas, possibilitando assim aos treinadores de alto nível e estudiosos do futebol utilizar essas estatísticas comparando-as com sua equipe de futebol. O estudo foi realizado durante a temporada 2010-2011 da UEFA Champions League, nos jogos da equipe do Barcelona. Foram coletados os seguintes dados: número de passes, percentual e número de passes efetivos e percentual de posse de bola. No total foram treze partidas disputadas, sendo seis disputadas no Camp Nou (estádio do Barcelona) outras seis em estádios adversários e a final disputada em campo neutro, sendo nove vitórias, três empates e apenas uma derrota. Os dados foram coletados no site www.uefa.com. Em todas as partidas o Barcelona foi superior nestes fundamentos, até mesmo na derrota para o Arsenal houve superioridade. Nenhuma das equipes adversárias conseguiu sequer aproximar os números da equipe catalã.

          Unitermos: Scout. Estatística. Barcelona. Passes. Posse de bola

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 168 - Mayo de 2012. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Para se iniciar o estudo em questão tem-se a necessidade de analisar brevemente o desporto em questão: o futebol. Sem dúvida uma das atividades esportivas mais difundidas no mundo, o futebol segue em constante evolução técnica e tática desde sua profissionalização. Dúvidas relacionadas ao rendimento deste desporto cada vez mais nos levam a buscar razões as quais tornam uma equipe mais competente que a outra.

    A avaliação do desempenho de jogadores vem sendo tema de um número crescente de pesquisas no domínio dos jogos desportivos. Contudo, os comportamentos táticos têm sido parca e superficialmente abordados na maioria das pesquisas que descrevem e avaliam o desempenho dos jogadores. Nesse sentido, os especialistas tem procurado desenvolver instrumentos que permitam descrever os acontecimentos mais importantes de uma partida e, paralelamente, avaliar o comportamento dos jogadores e das equipes. Especificamente no contexto do futebol, a dificuldade em criar um instrumento com tais características decorre do número e do tipo de variáveis que interagem durante uma partida (COSTA et al., 2009a).

    Grandes equipes, melhores estruturadas, detentoras de títulos expressivos, que possuem os atletas de melhor nível técnico, mais bem preparados, clubes organizados, com diversos departamentos profissionais, demonstram através das estatísticas de jogo uma superioridade em relação a clubes de pequeno porte.

    Treinadores e seus assistentes têm o trabalho de durante uma partida de futebol estar analisando se o desempenho da equipe está de acordo com o planejado. Uma das maneiras de avaliarmos os fundamentos técnicos e táticos executados pelos jogadores durante um jogo se dá através do scout técnico de futebol.

    O scout tem sido utilizado como uma ferramenta importante para coletas de dados, que quando analisados por profissionais capacitados, possibilitam uma adequada evolução tática, técnica, física e psicológica de cada atleta, acarretando assim na evolução da equipe.

    Segundo Ramos Filho e Alves (2006, p. 62) A palavra scout, de origem inglesa, é definida pelo dicionário The Merriam-Webster como: 1- olhar ao redor; 2- inspecionar ou observar para conseguir informação.

    Para Godik (1996) a necessidade de registro e das análises das ações individuais técnico-tática foi apresentada pela primeira vez em 1936, onde foi proposto que em cada jogo é necessário fixar a quantidade de passes e outras técnicas do jogo, bem como a efetividade dessas técnicas na evolução das ações de ataque e defesa.

    Alguns autores (FERNANDES, 1994; GARGANTA, 2001), apontam o scout como um importante método estatístico no esporte, que é capaz de coletar muitas informações que os técnicos não retêm apenas por observação.

    Scout é uma ferramenta de registro das informações e análise do jogo. Podendo registrar tudo o que for de interesse. No futebol, é comum registrar os passes, desarmes finalizações e outras ações técnicas.

    Segundo Silva Junior (2009) através desse método, treinadores e pesquisadores reúnem as informações obtidas por meio da análise do jogo, para, a partir dos dados coletados, aumentarem seus conhecimentos sobre o esporte e aperfeiçoar o desempenho dos atletas e das equipes.

    Este estudo pretende comparar o percentual de posse de bola e número de passes realizados e completados pela equipe do Barcelona em relação aos seus adversários na UEFA Champions League do ano de 2011, utilizando-se do scout para realizar essa comparação.

2.     Desenvolvimento

2.1.     Metodologia

    Trata-se de um estudo transversal que se caracteriza por uma análise descritiva, a qual apresentará dados quantitativos. Segundo Liberali (2008) pesquisa descritiva “é aquela que levanta dados da realidade sem nela interferir”. Os dados foram coletados do site da UEFA (www.uefa.com) durante a disputa da UEFA Champions League 2010-2011, o que garante a fidedignidade dos dados. Os fundamentos utilizados para a comparação foram posse de bola e passes realizados.

    Num primeiro momento, foi realizada uma análise estatística exploratória dos dados coletados, com disposição em tabelas. Posteriormente, foram comparados os dados com os adversários do Barcelona através de uma estatística descritiva com média e desvio padrão.

2.2.     Resultados

    Os dados do estudo estão apresentados em tabelas para melhor visualização e compreensão dos mesmos.

Tabela 1. Jogos disputados pela equipe do Barcelona na UEFA Champions League 2010-2011

    Durante a competição a equipe realizou treze partidas, sendo seis em casa outras seis fora e a final em campo neutro. O Barcelona venceu nove partidas, empatou três e perdeu apenas uma partida que foi realizada no Emirates Stadium, casa do Arsenal.

Tabela 2. Scout passes da equipe do Barcelona e de seus adversários na UEFA Champions League 2010-2011

    Em todas as partidas a equipe do Barcelona foi superior no número de passes efetuados e também no número de passes corretos. Até mesmo no jogo 7 em que foi derrotada pela equipe do Arsenal, a diferença de passes efetuados e completos em relação ao adversário foi superior a 300.

    No jogo 1, a equipe do Panathinaikos conseguiu completar apenas 89 dos seus 219 passes, enquanto o Barcelona completou 616 dos 788 passes efetuados.

    Destaque também para o jogo 11, primeira partida da semifinal da competição, no qual os jogadores do Barça erraram apenas 64 dos seus 657 passes, enquanto os jogadores do Real Madrid erraram 70 dos seus 209 passes.

    Apenas em três circunstancias os adversários do Barcelona conseguiram efetuar mais de 400 passes: jogo 7 (derrota para o Arsenal), jogo 10 (vitória no jogo de volta sobre o Shaktar Donetsk depois de ter aplicado uma goleada no primeiro jogo) e jogo 13 (vitória na final sobre o Manchester United).

    No jogo 6 a equipe chegou à marca de 991 passes efetuados, acertando 866.

    Nota-se que na media o Barcelona conseguiu realizar e efetuar na média cerca de 450 passes a mais por partida que seus adversários nesta competição.

Tabela 3. Scout percentual de passes correto e percentual de posse de bola da equipe do Barcelona e de seus adversários na UEFA Champions League 2010-2011

    Ainda analisando o fundamento do passe, observamos a superioridade de 21% na média de acertos. Apenas no primeiro jogo da competição o Barcelona acertou menos que 80% dos seus passes, enquanto em nenhuma partida seus adversários conseguiram ultrapassar 75% de acertos.

    Em relação ao percentual de posse de bola, observa-se que o Barcelona possui em média 1% a mais que o dobro da posse de bola em toda a competição. Apenas no jogo 11, no estádio Santiago Bernabeu contra o Real Madrid, a equipe apresentou menos de 55% de posse de bola.

    Destaque também para o jogo 2 no qual o Barcelona apresentou três vezes mais posse de bola do que a equipe do Rubin Kazan.

    No jogo 7, mesmo derrotado para o Arsenal, 20% a mais de posse de bola.

2.3.     Discussão

    Nota-se a esmagadora soberania da equipe do Barcelona sobre os seus adversários na UEFA Champions League em relação ao percentual de posse de bola e o número de passes.

    De acordo com Silva Junior (2009), o passe é um importante fundamento técnico-tático do futebol que precisa ser valorizado e aproveitado pelas equipes. A execução desse fundamento com confiança em situações adversas pode facilitar para que o atleta obtenha sucesso no jogo.

    O mesmo autor ainda escreve que a deficiência no passe acaba afetando o ataque do time, pois diminui as oportunidades devido à perda da posse da bola. Por isso é necessário identificar o quanto antes essa deficiência para que o desempenho do time não seja prejudicado.

    Segundo Hargreaves (1990) a segunda mais importante habilidade do futebol é o passe com sucesso.

    Zappa (1947) afirma que o passe é a ação mais comum e freqüente numa partida de futebol e o encanto mais apreciável do jogo.

    Em teoria o passe tende a fazer a bola um monopólio de uma das equipes, a perfeição deste fator tático permitirá tocar a bola com os pés de um aos outros jogadores até o momento do chute no gol. O princípio básico é reter a bola o maior tempo possível, impossibilitando assim o adversário de tentar concluir uma ação tática ofensiva. Isto é metade da partida ganha. A outra metade é dar um sentido lógico aos passes com o objetivo de envolver o adversário e deixar um atleta em condições de concluir ao gol (Zappa, 1947).

    Para Busch (1971) a credencial de um jogador consiste em saber dar jogo. Se ele não consegue realizar um passe perfeito, não se pode realizar uma boa jogada nem um bom jogo. Devemos saber passar a bola a um companheiro de equipe que está em melhor situação para concluir a jogada que se iniciou.

    Luxbacher (1996) afirma que muitos casos de sucesso no futebol dependem das jogadas combinadas, ou seja, o trabalho em equipe. Para as equipes manterem a posse de bola e criarem chances de gol, elas devem possuir habilidade em passar e receber a bola. Essas duas habilidades se completam, pois o atleta efetua um passe e o outro recebe esse passe. Deficiência nos passes e recepções, eventualmente resulta na perda da posse de bola e nas oportunidades de gol.

    Para Winterbottom (1954) os jogadores só podem esperar uma boa ação tática com uma boa exatidão nos passes. Portanto, o primeiro fator que se deve observar para criar ações conjuntas entre os jogadores é o passe. Se os jogadores conseguem passar a bola entre si sem oposição do adversário, encontrarão facilidade para chegar ao gol adversário.

3.     Conclusão e encaminhamento para novos estudos

    Dentro do que foi proposto pelo estudo podemos concluir que:

Referencias

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