Perfil dermatoglífico e somatotípico em atletas de jiu-jitsu Perfil dermatoglífico y somatotípico de atletas de jiu-jitsu |
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*Pós- graduado em treinamento Desportivo **Mestre em Ciências do Movimento Humano (Brasil) |
Prof. Gustavo Nogueira Nanes* Prof. Dennis Alcântara Neves* Prof. Ms. Hugo Politano** |
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Resumo Nos últimos tempos a preocupação com a saúde dos atletas, também da população em geral vem sendo muito discutida e sendo alvo de muitas pesquisas, assim sendo é de suma importância termos conhecimentos mais aprofundados sobre os aspectos físicos dessas pessoas envolvidas com atividade. Este trabalho tem como objetivo pesquisar como se trabalhar com cada tipo de atleta, para que a partir dos dados coletados possa se planejar treinamentos específicos respeitando a individualidade de cada atleta. Com base a uma analise de estudos podemos afirmar que um breve conhecimento dos Índices Dermatoglíficos e somatotipico do atleta, pode levá-lo com maior exatidão a escolha de uma especialização no esporte, possibilitando assim, uma otimização do desenvolvimento do talento esportivo ao nível internacional Considerando o acima descrito o objetivo do presente estudo foi identificar o perfil dermatoglífico e somatotípico em atletas de jiu-jitsu da cidade de São Lourenço-MG. Resultados: Quanto à predominância energética, 50% são anaeróbicos/30% são mistos e 20% aeróbicos. Quanto à estrutura física, 70% são mesomórficos e 30% são endomórficos. Unitermos : Impressão digital. Somatotipo. Jiu-jitsu.
Abstract In recent times the concern for the health of athletes and also the general population has been discussed and been the target of much research, so it is of great importance with greater knowledge about the physical aspects of people involved in activity. This study aims to investigate how to work with each type of athlete for that from the items collected can plan specific training respecting the individuality of each athlete. based on an analysis of studies we can say that a brief knowledge of indices dermatoglyphic and somatotype os athletes can take it with greater accuracy the choice of a specialization in sports, allowing an optimization of the development of sports talent to this study was to identify the profile dermatoglyphic an somatotype of athletes in jiu-jitsu the city of São Lourenço-MG. Results: as the energetic predominance, 50% are anaerobic and 30% are mixed and 20% aerobics. As the physical structure,70% are mesomorph endomorph, 20% are endomorph mesomorph and 10% are mesomorphic balanced. Keywords: Fingerprint. Somatotype. Jiu-jitsu.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 168 - Mayo de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
O Jiu-Jítsu é uma arte marcial que busca aliar a defesa pessoal com uma atividade física e mental intensa, foi criado na índia em 500 A.C., por monges budistas que devido suas convicções religiosas não podiam carregar armas e para se defenderem de ladrões e saqueadores em suas viagens, eles desenvolveram técnicas de combate corpo a corpo. Após se disseminar por toda a Ásia, o Jiu-Jítsu foi ganhar forma apenas por volta do século XV, no Japão, sendo batizado de “arte-suave” Por volta de 1914, a luta chegou ao Brasil por meio do professor e campeão mundial Konsei Maeda, conhecido como Conde Koma, que em Belém do Pará passou a ensinar a Carlos Gracie, que ao chegar ao Rio de Janeiro em 1920 acompanhado de seus irmãos mais novos, fundou a primeira academia de Jiu-Jítsu do Brasil (GRACIE, 2008).
A luta consiste de quedas, imobilizações e golpes traumáticos nas articulações, levando estas ao limite de sua amplitude de movimento,o que sobrecarrega seus estabilizadores estáticos (estruturas ósteo-articulares) e dinâmicos (musculatura que atravessa a articulação). Durante a luta de jiu-jitsu, o atleta se encontra em contato com o adversário na maior parte do tempo e, para manter essa posição, além de técnica o atleta necessita de força,agilidade e resistência neuro muscular. Entretanto, apesar da vasta literatura disponível avaliando o somatotipo e dermatoglifia no mundo esportivo, poucas pesquisas analisam esta característica na população dessa modalidade esportiva.
Fernandes Filho (1997,2003), diz que as Impressões Digitais permite escolher com maior otimização a especialização no esporte em relação ao talento individual. Este recurso é um instrumento eficaz que equipes podem dispor para conhecer antecipadamente seu desempenho. Através deste procedimento poderia se obter não só a maximização do rendimento esportivo, mas também o correto direcionamento de esforços, tempo e dinheiro. Desta forma e com o intuito de vislumbrar o desempenho futuro e adequado de atletas, verifica-se que a fase inicial deve obter a contribuição da dermatoglifia através da obtenção das Impressões Digitais necessárias ao estudo.As Impressões Digitais estabelecem-se entre o terceiro e o sexto mês de vida fetal junto ao sistema nervoso e que as impressões digitais não se alteram durante toda a vida e incluem o tipo de desenho: a quantidade de linhas nos dedos das mãos (a quantidade de cristas dentro do desenho); a complexidade sumária dos desenhos e a quantidade total de linhas.
A Somatotipologia pode ser considerada como um método de classificação da composição corporal do homem que leva em consideração as características físicas específicas que individualizam cada ser humano.Segundo Fernandes Filho (2003, p.118), o somatotipo é um resumo quantitativo do tipo corporal do indivíduo e através dele podemos definir a quantificação da forma e da composição atual do corpo humano. Este valor se expressa em uma classificação de três números referentes aos componentes endomórficos, mesomórficos e ectomórficos colocados sempre nesta mesma ordem.
Segundo Marins & Giannichi (1998, p.53), o somatotipo de Heath e Carter permite um estudo detalhado sobre o tipo físico ideal para cada desporto além de se constituir em uma eficaz ferramenta a ser utilizada na descoberta de talentos e de possibilitar também o acompanhamento da composição corporal dos desportistas.
È de extrema importância para pesquisadores e,principalmente,técnicos conhecer as características físicas e genotípicas para que possam elaborar treinamentos eficazes para desenvolver habilidades necessárias para o esporte,suas deficiências,corrigindo com mais eficácia.
O objetivo desse estudo foi identificar os perfis dermatoglíficos e somatotípicos em atletas de jiu jitsu da cidade de São Lourenço-Sul de Minas Gerais.
Metodologia
A amostra desta pesquisa foi obtida de forma intencional, consistindo de 10 atletas de jiu-jítsu, que participaram de um campeonato regional realizado na cidade de São Lourenço-Sul de Minas Gerais. Somente foram convidados os atletas faixas pretas de jiu-jitsu devidamente regulamentados.
As limitações deste estudo foram o pequeno número da amostra conseguimos somente 10 atletas para avaliação, para futuras pesquisas sugerimos estudos com um número maior de atletas faixas pretas
Dermatoglifia
O método dermatoglífico utilizado foi o de Cummins e Midlo (1942, citado por Fernandes, 1997). Foi utilizado como protocolo de característica genotípica. Este método incluiu o processamento e obtenção das impressões digitais. Tal procedimento se concretizou em um formulário próprio. Para tanto, se utilizou o papel (é sempre preferível o papel de máquina de densidade e rugosidade médias) e a almofada especial para impressões digitais (COLETOR IMPRESSÒ). Primeiramente todos os atletas se submeteram a higienização das mãos, principalmente as falanges distais com lenço umedecido, e posteriormente foram obtidas as impressões digitais seguindo o protocolo:
Procedeu-se à obtenção das Impressões Digitais, utilizando-se o coletor impress, modelo 150, para sujar toda a área das falanges distais, de cada dedo, as falanges foram cobertas com a tinta do lado da superfície valar e dos lados até as unhas, em seguida, se apoiou a falange imediatamente (lado da ulna) no papel e se fez uma rotação da falange, em seu eixo longitudinal, até o lado lateral (rádio), tendo o cuidado de não borrar a impressão, este processo foi repetido, com cada um dos dedos, começando pelo dedo mínimo (5) e terminando com o dedo polegar (1).
Após a obtenção das impressões digitais, ocorre o processamento preliminar de sua leitura, cujo padrão é o seguinte:
Arco “A” - desenho sem deltas – caracteriza-se pela ausência de trirrádios, ou deltas, e se compõe de cristas, que atravessam, transversalmente, a almofada digital.
Arco “A” - desenho sem deltas.
Presilha “L” - desenho com a presença de um delta. Trata-se de um desenho, meio fechado, em que as cristas da pele começam de um extremo do dedo, encurvam-se, distalmente, em relação ao outro, mas sem se aproximar daquele, onde se iniciam. A Presilha, um desenho aberto.
Presilha “L” - desenho com a presença de um único delta.
Verticilo “W” - desenhos com a presença de dois deltas. Trata-se de uma figura fechada, em que as linhas centrais concentram-se, em torno do núcleo do desenho.
Verticilo “W” - desenho com dois deltas.
S-desenho - o desenho com a presença de dois deltas – é constituído por duas presilhas ligadas, formando um desenho em forma de S.
A quantidade de linhas das cristas de pele, dentro do desenho, é contada segundo a linha que liga o delta e o centro do desenho, sem levar-se em consideração a primeira e a última linha da crista.
Neste momento, foram calculados os índices padronizados, fundamentais, das impressões digitais:
a quantidade dos desenhos, de tipos diferentes, para 10 (dez) dedos das mãos;
a quantidade de linhas (QL), em cada um dos dedos das mãos;
a intensidade sumária dos desenhos, nos 10 (dez) dedos das mãos, ou o índice de delta, (D10); este se obtém, seguindo a soma de deltas, de todos os desenhos, de modo que a “avaliação” de Arco (A) é sempre 0, pela ausência de delta; de cada Presilha, (L) - 1 (um delta); de cada Verticilo (W) e S desenho –2, (dois deltas), ou seja,
a somatória da quantidade total de linhas _ (SQTL) – é equivalente à soma da quantidade de linhas, nos 10 (dez) dedos das mãos;
os
tipos de fórmulas digitais indicam a representação nos indivíduos de
diferentes tipos de desenhos
AL
- a presença de arco e presilha, em qualquer combinação;
ALW
10L
10W
L=W
L>W
W>L
Somatotipo
Os índices do somatótipo foram obtidos pelo método somatotipológico, de Heath & Carter (1990), que permite um estudo apurado, sobre o tipo físico de cada modalidade esportiva. O método possui r acima de 0,90, constituindo-se um excelente e seguro método de avaliação classificando os indivíduos em relação à endomorfia, mesomorfia a e ectomorfia. Para a obtenção destes índices, foram utilizados os protocolos de medidas de peso corporal, estatura,perímetro de braço direito contraído corrigido, perímetro de perna direita corrigida, dobras cutâneas subescapular, triciptal, supra-espinhal e panturrilha medial e diâmetros ósseos bi epicôndiliano umeral e bi condiliano femural, descritos em Fernandes Filho (2003). O instrumental utilizado foi: Balança mecânica da marca Filizola, adipometro da marca sanny, estádiometro da marca Sanny, fita antropométrica de metal flexível da marca Sanny e paquímetro da marca Mitutoyo.
Discussão teórica
Tendo como objetivo a análise do perfil dermatoglifico e somatotipico dos atletas de Jiu Jitsu masculino da cidade de São Lourenço-Sul de Minas Gerais foi observado uma grande semelhança em todos os atletas avaliados.
Com base nos resultados das variáveis Dermatoglificas, percebe-se que predominância energética encontrada na maioria foram de 50% são anaeróbicos, 30% são mistos e somente dois dos atletas ou seja 20% são aeróbicos. Quanto à estrutura física, 70% apresentam com dominância o componente mesomorfia e 30% do componente endomorfia.
De acordo com as características encontradas podemos avaliar sobre a importância de programas de treinamento individualizado das qualidades físicas em relação à atuação do atletas e a identificação do melhor perfil de estratégia de luta.
Resultados
Dez atletas de jiu-jitsu foram avaliados, todos participantes de um campeonato regional (Copa Okinawa), O jiu-jitsu é uma modalidade que apresenta varias categorias, porém não estipulamos categoria de peso dos atletas,somente foi levado em consideração sua graduação na modalidade pesquisada sendo todos os participantes da pesquisa faixas preta do mesmo.
Os resultados encontrados forma esses a seguir:
Quanto à predominância energética, 50% são anaeróbicos, 30% são mistos e 20% aeróbicos.
Resultados encontrados quanto ao somatotipo:
Quanto à estrutura física, 70% dos atletas apresentam dominância do componente mesomorfia e 30% do componente endomorfia.
Tais resultados são bastante eficazes para os profissionais de Educação Física que trabalham no meio do esporte individual, não só o jiu-jitsu mas também outras modalidades na verificação do perfil dermatoglifico e somatotipico podendo organizar programas de treinamentos individualizados a fim de maximizar os resultados.
Considerações finais
O presente estudo teve por finalidade identificar o Perfil Dermatoglífico, Somatotípico de atletas de jiu jitsu da cidade de São Lourenço.
Dentro da necessidade de desenvolvimento do esporte, da melhoria dos níveis competitivos dos atletas e de uma eficaz detecção de talentos torna-se necessária a busca de informações que identifiquem o perfil dos atletas.
São restritos no Brasil estudos acerca dos aspectos que envolvem o desporto jiu jitsu e, desta forma, este trabalho de conclusão de curso que versa sobre a identificação dos perfis dermatoglífico e somatotípico de atletas faixas preta de jiu jitsu poderá contribuir não só com informações que sirvam de embasamento para a obtenção de um prognóstico confiável para uma correta orientação esportiva e conseqüente seleção de atletas de jiu jitsu de alto rendimento como também para o desenvolvimento em um sentido amplo do jiu jitsu.
De acordo com os resultados encontrados pode-se constatar que em sua maioria os atletas de jiu jitsu têm em suas impressões digitais, traços que nos levam a crer que são mais voltados para atividades anaeróbicas.
Referencias bibliográficas
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FERNANDES FILHO, J. A prática da avaliação física. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Shape, p.30-35, 2003.
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MARINS, J. C. B.; GIANNICHI, R. Avaliação e prescrição de atividade física: guia prático. 2. ed. Rio de Janeiro: Shape,p.53, 1998.
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