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Estudo da flexibilidade em idosos do projeto de extensão

 ‘Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida do Idoso’

 do Departamento de Educação Física, UEPB

Estudio de la flexibilidad en personas mayores del proyecto de extensión ‘Actividad Física, 

Salud y Calidad de Vida de la Persona Mayor’ del Departamento de Educación Física, UEPB

 

*Graduado em Educação Física

Especializando em Educação Física Escola, UEPB

**Orientadora

Allan Kardec Alves da Mota*

Profº Ms. Dóris Nóbrega de Andrade Laurentino**

ak_mota21@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O envelhecimento biológico é um fenômeno multifatorial que está associado a profundas mudanças na atividade das células, tecidos e órgãos, como também a redução da eficácia de um conjunto de processos fisiológicos. A terceira idade é sobremaneira, a faixa etária mais propensa às complicações do aparelho locomotor. A atividade física possibilita intervir para prevenir ou minimizar tais acometimentos, auxiliando o organismo a conviver, mais saudavelmente, com o processo de envelhecimento. Uma das qualidades físicas, a flexibilidade, está intimamente relacionada com a mobilidade articular e a elasticidade muscular, e, portanto, com a autonomia do idoso e com a sua qualidade de vida, pois a estimulação é fundamental para a saúde do ser humano de uma forma geral, principalmente sobre o aspecto da motricidade humana. O presente estudo objetivou identificar e analisar o grau de flexibilidade em 22 idosos acima de 60 anos praticantes de atividades físicas do Projeto de Extensão “Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida do Idoso” – DEF/UEPB, na cidade de Campina Grande - PB, determinando o grau de flexibilidade segundo o gênero e discutindo a importância da prática da atividade física regular na qualidade de vida dos idosos. Como instrumento para coleta de dados foi aplicado o teste de flexibilidade (Flex) da bateria de testes da “American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance” AAHPERD. Os dados foram analisados através de uma estatística descritiva com o uso do programa Microsoft Excel 2007 e apresentado por meio de gráficos. Foi observado ao fim da pesquisa que os homens tinham o grau de flexibilidade menor que as mulheres com 50% da amostra classificando-se como fraca. Já as mulheres classificaram-se como regular com 55,55%. Para a distribuição geral da amostra pesquisada observou-se que 50% classificaram-se como regular, afirmando que a prática contínua de atividade física contribui para melhoria da flexibilidade, retardando o encurtamento da musculatura e proporcionando mais qualidade de vida para os idosos.

          Unitermos: Envelhecimento. Idosos. Flexibilidade.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 168 - Mayo de 2012. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    No final do século XX, houve um aumento no tempo de vida dos indivíduos em vinte anos, com uma média de vida corrente em torno de 65 anos, porém com enormes variações, consideradas as diferenças de povos, países e condições no planeta. Atualmente, uma em cada dez pessoas está com idade acima de 60 anos, em 2050 essa relação deverá ser de uma a cada cinco. Enquanto que na Europa há um grande contingente de pessoas acima de 60 anos, na África somente uma em cada vinte pessoas chega a idades superiores há 60 anos (REBELATTO; MORELLI, 2007).

    Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000) revelam que, em 1980, apenas 3% dos cidadãos do país tinham mais de 60 anos. Vinte anos depois, cerca de 17 milhões de brasileiros serão considerados idosos. Isso corresponde a 10% da população.

    À medida que a quantidade de indivíduos que chegam à terceira idade aumenta, faz com que tanto os problemas de saúde característicos desse período da vida quanto os vários aspectos relativos à qualidade de vida dessa população sejam objetos de preocupação e estudos (REBELATTO et al, 2006).

    O envelhecimento biológico é um fenômeno multifatorial que está associado a profundas mudanças na atividade das células, tecidos e órgãos, como também com a redução da eficácia de um conjunto de processos fisiológicos. Do ponto de vista funcional, a população de indivíduos da terceira idade cuja expectativa de vida tem aumentado significativamente nos últimos anos, caracteriza-se, entre outros aspectos, por decréscimo do sistema neuromuscular, verificando a perda de massa muscular, debilidade do sistema muscular, redução da flexibilidade, da força, da resistência e da mobilidade articular, fatores que, por decorrência determinam limitação da capacidade de coordenação do equilíbrio corporal estático e dinâmico (REBELATTO et al, 2006).

    Uma das qualidades físicas, denominada flexibilidade, está intimamente relacionada com a mobilidade articular e a elasticidade muscular e, portanto, com a autonomia do idoso e sua qualidade de vida, pois a sua estimulação é fundamental para a saúde do ser humano de uma forma geral, principalmente sobre o aspecto da motricidade humana (VALE et al, 2003).

    A flexibilidade muscular é definida como a capacidade de um músculo em se alongar, possibilitando que uma articulação realize um arco de movimento (BANDY e SANDER, 2003). Segundo Dantas (1999), flexibilidade é a qualidade física responsável pela execução de um movimento de amplitude angular máxima, por articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos sem risco de provocar lesão.

    A atividade física costuma intervir para prevenir ou minimizar tais acontecimentos, auxiliando o organismo a conviver, mais saudavelmente, com o processo de envelhecimento (DANTAS, 1999).

    A prática de treinamento para flexibilidade vai retardar os desgastes musculoesquéticos advindos do processo de envelhecimento, proporcionando uma maior capacidade funcional e que resultará em mais qualidades físicas nos idosos (ALTER, 1999).

    O presente estudo teve como objetivo geral identificar e analisar o grau de flexibilidade em idosos praticantes de atividades físicas do Projeto de Extensão “Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida do Idoso” – DEF/UEPB, determinando o grau de flexibilidade segundo o gênero e discutindo a importância da prática da atividade física regular na qualidade de vida dos idosos.

    Diante desse contexto, surgiu o seguinte questionamento: Idosos praticantes de atividades físicas tem o nível de flexibilidade melhorado face da sua prática cotidiana?

    Assim sendo este estudo de campo descritivo buscou entender a referida problemática e podendo vir a contribuir com uma melhor aplicabilidade em exercícios voltados para flexibilidade no decorrer do projeto e outros grupos de trabalho auxiliando na sistematização dos conteúdos aplicados no curso das atividades e, por conseguinte auxiliar na melhora da qualidade de vida dos idosos.

2.     Referencial teórico

2.1.     O processo de envelhecimento

    Envelhecer é um fenômeno do processo de vida que, assim como a infância, a adolescência e a maturidade são marcadas por mudanças biopsicossociais específicas, associadas à passagem do tempo (DELIBERATO, 2002).

    Papaléo Neto (2002) afirma que todo organismo multicelular possui um tempo limitado de vida e sofre mudanças fisiológicas com o passar do tempo. A vida desses organismos costuma ser dividida em três fases: a fase de crescimento ou desenvolvimento; a fase reprodutiva; e a senescência ou envelhecimento.

    Durante a primeira fase, ocorre o desenvolvimento e crescimento dos órgãos especializados, o organismo cresce e adquire habilidades funcionais que o tornam apto a se reproduzir. A fase seguinte é caracterizada pela capacidade de reprodução do indivíduo, que garante a sobrevivência, perpetuação e evolução da própria espécie. A terceira fase, a senescência, é caracterizada pelo declínio da capacidade funcional do organismo (CARVALHO FILHO e PAPALEO NETO, 2000).

    O processo de envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no qual ocorrem alterações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. Tais mudanças determinam perda progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam por conduzir a morte (PAPALEO NETO, 2002).

    A atividade física tem como objetivo diminuir essas perdas por meio de práticas corporais, visando no seu dia a dia a aquisição de novos hábitos de vida que irão culminar numa melhor qualidade de vida, manutenção e recuperação da saúde do idoso.

    O exercício físico orientado deve estabelecer atividades de lazer, dança, caminhadas, esportes e jogos adaptados ao grupo trabalhado possibilitando melhora na condição física no indivíduo tendo alterações positivas na sua capacidade funcional dentre elas a flexibilidade.

2.2.     Flexibilidade

    Caracteriza-se a flexibilidade como uma qualidade física a partir da qual um indivíduo é capaz de realizar o movimento de uma articulação ou série de articulações em toda amplitude articular dentro dos limites anatômicos e sem promoção de lesão para o corpo. Diferentemente das outras qualidades físicas, a flexibilidade visa chegar a um nível ótimo necessário para um bom desempenho de um determinado movimento, e não máximo (DANTAS, 2005).

    Definida como a amplitude máxima fisiológica passiva de um movimento articular, representa um dos componentes da aptidão física relacionada à saúde (SILVA et al, 2000), a flexibilidade pode ser também conceituada como a capacidade física responsável pela execução de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites fisiológicos, sem risco de ocorrerem lesões, sendo considerada um indicador de saúde corporal (DANTAS, 1999).

    A flexibilidade resulta-se da interação de vários fatores como a capacidade flexível da articulação, capacidade extensível da musculatura e dos tendões, podendo ser definida como a habilidade de mover o corpo e suas partes dentro dos seus limites máximos sem causar danos às articulações e aos músculos envolvidos (DANTAS, 2005).

2.3.     Alterações da flexibilidade no envelhecimento

    Com o processo de envelhecimento o nosso corpo passa por diversas alterações funcionais dentre elas a perda da flexibilidade, podendo ser acometido por várias razões incluindo a idade, trauma ocasionado por estresse mecânico ou desuso muscular que é a maior causa de declínio da flexibilidade em idosos, levando ao enrijecimento dos tecidos conectivos (ligamentos, tendões e músculos), restringindo a amplitude articularem (UENO et al, 2000).

    A caracterização do processo do envelhecimento se dá pela redução gradativa da eficiência do aparelho locomotor, que ocorre pela diminuição da força e massa muscular e por reduções da flexibilidade músculo-tendínea. Tais alterações podem modificar a possibilidade de produzir e controlar movimentos ao redor das articulações e, conseqüentemente, afetar os padrões coordenativos de atividades cotidianas (MOREIRA, 2001).

    Durante o processo de envelhecimento as fibras elásticas exibem mudanças físicas e bioquímicas específicas como resultado do envelhecimento. Elas perdem sua elasticidade e sofrem várias outras alterações, incluindo fragmentação, desgaste, calcificação e outras mineralizações (ALTER, 1999).

2.4.     Programas de treinamento de flexibilidade

    Com o treinamento da flexibilidade o indivíduo pode ser capaz de melhorar sua amplitude do músculo articular, diminuindo as resistências dos tecidos musculares e conjuntivos deformando os mesmos de forma elástica ou plástica (ACHOUR, 2006). Os ganhos de flexibilidade, através de programas de exercícios, parecem atenuar os declínios desta capacidade e conseqüentemente promover uma melhora na execução das atividades da vida diária (UENO et al, 2000).

    Através de um cronograma de exercícios físicos promove-se uma expectativa de vida ativa e saudável, sobretudo com autonomia funcional e qualidade de vida para população idosa (DANTAS, 1999).

    Para Alter (1999), um programa de treinamento de flexibilidade é definido com exercícios planejados, deliberados e regulares que podem aumentar progressivamente a amplitude de movimento conveniente de uma articulação ou conjunto de articulações durante um período de tempo.

    Recomenda-se quanto ao tempo e repetição ideal para manter este alongamento de 03 a 60 segundos, em três ou quatro séries. A manutenção do alongamento por 30 segundos é mais eficiente para ampliar a flexibilidade muscular (COSTA et al, 2008).

    Devem-se observar alguns fatores a serem planejados dentro de um programa de treinamento de flexibilidade para que os objetivos sejam alcançados, como o tipo de técnica usada, a freqüência diária de sessões, o tempo de duração do exercício e o número de repetições (ALTER, 1999).

2.5.     Objetivos do treinamento de flexibilidade

    O treinamento contínuo da flexibilidade mantém as estruturas do tecido conectivo das cápsulas e dos músculos elásticos. A inatividade física e a reduzida amplitude de movimentos que é típica para as exigências das tarefas diárias normais conduzem, de forma imperceptível, com o passar dos anos, a um crescente enrijecimento (WEINECK, 2003).

    De acordo com Geoffroy (2001), exercícios de flexibilidade praticados regularmente proporcionam a manutenção e aumento da capacidade de suportar esforços; economia do trabalho muscular; manutenção da autonomia nas atividades cotidianas; evita problemas musculares, articulares, tendinosos e circulatórios e melhora a extensibilidade e mobilidade articular.

3.     Procedimentos metodológicos

    Trata-se de um estudo de campo transversal, descritivo com abordagem quantitativa. Quantitativa por preocupar-se com a compreensão e interpretação de um fenômeno (Gonçalves, 2001). Descritiva por buscar descrever características de determinada população ou fenômeno estabelecendo relação entre as variáveis (Gil, 2002). A pesquisa foi realizada na cidade de Campina Grande – PB, com a participação de 22 idosos do projeto de extensão “Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida do Idoso”, do Departamento de Educação Física, da Universidade Estadual da Paraíba, sendo 77.27% da amostra do sexo feminino e 22.73% do sexo masculino.

    Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: idade igual ou superior a 60 anos, apresentar uma freqüência igual ou superior a 75% nas aulas e estar participando do projeto há no mínimo 3 (três) meses.

3.1.     Instrumento, procedimento e analise de coleta de dados

    Para verificação do grau de flexibilidade foi utilizado o teste de flexibilidade (Flex) da bateria de testes da “American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance” AAHPERD (1990). Uma fita adesiva de 50,8cm foi afixada no solo e uma fita métrica de metal também foi afixada ao solo perpendicularmente, com a marca de 63,5cm diretamente colocada sobre a fita adesiva.

    Foram feitas duas marcas eqüidistantes 15,2cm do centro da fita métrica. O participante descalço sentou-se no solo com as pernas estendidas, os pés afastados 30,4cm entre si, os artelhos apontando para cima e os calcanhares centrados nas marcas feitas na fita adesiva.

    O zero da fita métrica apontou para o participante. Com as mãos, uma sobre a outra, o participante vagarosamente deslizou as mãos sobre a fita métrica tão distante quanto pôde, permanecendo na posição final no mínimo por dois segundos. O avaliador segurou o joelho do participante para não permitir que o mesmo se flexionasse. Foram oferecidas duas tentativas de prática, seguidas de duas tentativas de teste. O resultado final foi dado pela melhor das duas tentativas anotadas.

    Após a coleta dos dados, os resultados do teste foram submetidos ao cálculo de escore-percentil. As tabelas 1 e 2 a seguir mostram os resultados do teste de flexibilidade (flex) da bateria de testes da AAHPERD, baseados nos cálculos de percentis de idosos entre 60 a 70 anos e 70 a 79 anos respectivamente.

Tabela 1. Valores normativos do teste de flexibilidade (FLEX) da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 60 e 70 anos

Fonte: Adaptado por Gobbi e Zago

 

Tabela 2. Valores normativos do teste de flexibilidade (FLEX) da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 70 e 79 anos

Fonte: Adaptado por Benedetti et al.

    O referente estudo apresentou os valores mínimos e máximos aguardados no teste. Sua classificação de acordo com o teste motor referentes aos pontos obtidos no teste da bateria da AAHPERD encontra-se na tabela 3 abaixo estabelecendo as seguintes classificações: muito fraco, fraco, regular, bom e muito bom.

Tabela 3. Classificação dos testes motores referentes aos pontos obtidos do teste da bateria AAHPERD

    Os dados foram analisados através de uma estatística descritiva com o uso do programa Microsoft Excel 2007 e apresentado por meio de gráficos.

3.2.     Aspectos éticos

    Levando em consideração as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos (BRASIL, 1996), inicialmente o projeto foi submetido ao Comitê de Ética da Universidade Estadual da Paraíba para a devida apreciação sob o parecer nº 0404.0.133.000-10 e aprovado em 4 de outubro de 2010. Os idosos estudados foram informados sobre o conteúdo e objetivos da pesquisa através de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE e apenas após isso foi solicitada a realização do teste. Quanto à participação na pesquisa aqueles que concordaram foram solicitados a assinar o TCLE sendo duas vias, uma para o pesquisado e outra para o pesquisador.

4.     Resultados e discussão

Os gráficos 1,2 e 3 nos mostram os resultados encontrados na pesquisa.

Gráfico 1. Distribuição de Freqüência Relativa dos Homens Pesquisados

 

Gráfico 2. Distribuição de Freqüência Relativa das Mulheres Pesquisadas

 

Gráfico 3. Distribuição Geral da Freqüência Para Amostra Pesquisada

    Na presente pesquisa observamos que 50% da população masculina pesquisada classificaram-se com o grau de flexibilidade fraca seguidos de regular e bom respectivamente com 25% da população estudada. Identificamos uma baixa flexibilidade nos homens demonstrando uma intrínseca relação com as definições de Bompa (2002) que diz em sua obra que após a puberdade os homens começam a desenvolver a sua musculatura desencadeando no declínio da sua flexibilidade. Ao longo da vida nos deparamos diversas alterações e a flexibilidade se não estimulada corretamente pode contribuir para esse declínio.

    Já na população feminina estudada verificamos uma grande regularidade no grau de flexibilidade com 55.55% da amostra, seguidas de fraco com 22.22%, bom com 18.18% e muito bom com 4.55%. Bompa (2002) completa sua definição afirmando que após a puberdade as mulheres continuam com um bom desempenho da flexibilidade até a idade adulta existindo uma pequena superioridade em relação aos homens assemelhando-se com os resultados encontrados na pesquisa.

    No índice geral da pesquisa entre a população masculina e feminina observamos que 50% da amostra classificam-se com o grau de flexibilidade regular, seguidos de fraco com 22.22%, bom com 16.67%, muito bom com 5.56% e nenhuma pontuação para a classificação muito fraca.

    A flexibilidade, entendida como a capacidade de mover uma articulação através de sua amplitude máxima de movimento, também sofre declínios durante o processo de envelhecimento (HOLLAND et. al.,2002).

    Etchepare et. al. (2003) submeteu 15 mulheres idosas a aulas de hidroginástica e após 20 sessões foi observado melhoras significativas nos níveis de flexibilidade coxo femoral (teste de alcançar de AAHPERD).

    Benedetti et. al. (2007) ao verificar valores normativos da aptidão funcional em mulheres de 70 a 79 anos detectou no teste de alcançar de AAHPERD que as mulheres ativas dessa faixa etária tinham um nível de flexibilidade melhor que o grupo entre 60 e 69 anos, isso porque as idosas da faixa etária entre 70 a 79 anos eram submetidas a exercícios de flexibilidade com mais freqüência.

    O presente estudo observou os níveis de flexibilidade em idosos ativos acima de 60 anos. Tendo como resultados uma diminuição da flexibilidade dos homens em relação às mulheres e uma boa regularidade para toda a amostra pesquisada. Em comparação com os estudos de Etchepare et. al. (2003) e Benedetti et. al. (2007), podemos observar uma semelhança nos resultados encontrados, evidenciando que as práticas contínuas de atividade física contribuem na melhoria da flexibilidade dos idosos evitando o encurtamento da sua musculatura e com o auxílio de testes (teste de alcançar de AAHPERD) ajudam na identificação dos resultados individuais e auxiliam os níveis de eficiência e segurança de um programa de exercícios direcionados para flexibilidade em idosos.

    Com as alterações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas e o aumento da vulnerabilidade e incidência de doenças devemos inserir no cotidiano dos idosos cada vez mais o hábito da prática de exercícios físicos orientados dados a sua importância; auxiliando assim no retardo dessas perdas e proporcionando ao idoso no seu dia a dia uma maior qualidade de vida, especialmente na realização de tarefas relacionadas ao seu cotidiano.

5.     Conclusão

    Os resultados do presente estudo via escore-percentil possibilitaram a obtenção do nível de flexibilidade em idosos do projeto de extensão “Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida do Idoso” do departamento de Educação Física – UEPB fornecendo subsídios para intervenção do Profissional de Educação Física no desenvolvimento de programas de treinamento direcionados para flexibilidade, além de oferecer uma importante contribuição no âmbito acadêmico para futuras pesquisas.

    Os resultados se mostraram regular com a população feminina estudada embora seja necessária a busca de um cronograma de treinamento que acentue mais os trabalhos voltados para flexibilidade.

    Já os resultados obtidos com a população masculina mostram-se abaixo das expectativas evidenciando assim a necessidade de uma aplicação imediata nos programas de treinamento físico exercícios voltados para flexibilidade buscando assim melhorar o resultado.

    Diante do exposto fazem-se necessários novos estudos com pré e pós-testes levando em consideração uma amostra maior bem como a verificação da freqüência nas sessões semanais e análise do programa de treinamento aplicado para obtenção de um maior nível de significância nos índices avaliados.

Referências

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