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Efeitos do treinamento de força no comportamento hemodinâmico 

e no percentual de gordura em homens normotensos

Efectos del entrenamiento de fuerza en el comportamiento hemodinámico y en el porcentaje de grasa de hombres normotensos

 

*Prof. Esp. em Educação Física Hospitalar; Laboratório de Biociências

da Motricidade Humana – LABIMH / UNIRIO. Grupo de Atividades

para a Saúde e Qualidade de Vida – GASQV

**Prof. Mestre em Motricidade Humana; Prof. da Universidade

do Grande Rio (UNIGRANRIO). Coordenador da Pós Graduação

em Fitness e Saúde da UNIGRANRIO.

Profª Drª. Ph.D. em Medicina do Esporte Laboratório de Biociências

da Motricidade Humana – LABIMH / UNIRIO. Grupo de Atividades para a Saúde

e Qualidade de Vida – GASQV; Grupo de Desenvolvimento Latinoamericano

para a Maturidade – GDLAM

William da Silva Pinho*

Henrique de Castro e Silva**

Jani Cleria Bezerra***

wspinho@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Dentre os diversos benefícios que o treinamento com base em exercícios resistidos pode oferecer aos indivíduos normotensos, destaca-se uma redução dos valores da pressão arterial, que podem, por sua vez, reduzir a morbidade das doenças cardiovasculares (SIMÃO, 2007; ROMERO, 2005). Uma redução dos valores da PA (Pressão Arterial) que pode ser denominada como hipotensão, ocorre de forma aguda nos momentos logo após o término da sessão de exercícios ou de forma crônica, alcançada através da continuidade dos treinamentos (ROMERO et al, 2005). O objetivo deste estudo é verificar o efeito do treinamento de força no comportamento hemodinâmico em homens normotensos. O grupo estudado consiste de 19 indivíduos do sexo masculino pré-hipertensos que não utilizam medicamentos para controle dos valores pressóricos, com faixa etária média de ± 24 anos que treinaram por 12 semanas, o método localizado por segmento que tem por finalidade realizar exercícios dentro de um programa para uma mesma articulação (UCHIDA et al. 2010). Para aferição das dobras cutâneas utilizou-se o adipômetro da marca Cescorf® para o cálculo da composição corporal, segundo protocolo descrito por Pollock 3 dobras para indivíduos do sexo masculino (FERNANDES, 2003). Para aferição da pressão arterial utilizou-se Esfigmomômetro digital Citizen modelo CH-656C. Nos resultados houve redução da PA sistólica de 0,84 mmHg e da PA diastólica de 3,74 mmHg e diminuição de 0,59 do Percentual de Gordura Corporal (%G). Pode se concluir que os dados deste estudo possibilitam a afirmação que o exercício resistido é uma forma muito eficiente e eficaz de melhorar a capacidade contrátil do coração e retorno venoso na prevenção de doenças cardíacas em indivíduos normotensos.

          Unitermos: Exercício resistido. Percentual de gordura. Pressão arterial.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 168 - Mayo de 2012. http://www.efdeportes.com/

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    Dentre os diversos benefícios que o treinamento com base em exercícios resistidos pode oferecer aos indivíduos normotensos, destaca-se uma redução dos valores da pressão arterial, que podem, por sua vez, reduzir a morbidade das doenças cardiovasculares (SIMÃO, 2007; ROMERO, 2005). Uma redução dos valores da PA (Pressão Arterial) que pode ser denominada como hipotensão, ocorre de forma aguda nos momentos logo após o término da sessão de exercícios ou de forma crônica, alcançada através da continuidade dos treinamentos (ROMERO et al, 2005).

    A hipertensão é responsável pelos principais fatores de risco de morbidade e mortalidade cardiovascular (ROMERO et al, 2005).

    Propôs que em indivíduos normotensos, essa hipotensão pós-exercício pode ter duração de duas horas e em indivíduos hipertensos, chegaria a doze horas, com queda de até 20 mmHg (ROMERO, 2005).

    As pesquisas demonstraram que o músculo esquelético pode gerar cerca de 3 a 10 Kg de força por cm2 de secção transversa, independentemente de sexo. Contudo, no treinamento com pesos além das alterações na secção transversa da fibra muscular, aumento da circunferência do membro, transformação de um sub-tipo de fibra em outro, também promove adaptações dentro do sistema nervoso, incluindo modificações no padrão de recrutamento e na sincronização das unidades motoras, que são limitadas pela influência inibidora dos proprioceptores (BARBOSA et al., 2007).

    O percentual de gordura corporal (%G) obtido pela mensuração de dobras cutâneas tem tido larga aceitação entre os pesquisadores, devido a sua fácil utilização, elevada precisão e custo relativamente baixo (ABORRAGE, 2003). Por intermédio dessa técnica antropométrica os valores de percentual de gordura corporal associam-se muito bem e não diferem significativamente dos valores decorrentes da pesagem hidrostática (padrão-ouro) onde o indivíduo terá que estar habituado ao meio hídrico (NUNES et al., 2009).

    Os ganhos de massa muscular proveniente do treinamento contra resistido diferem de indivíduo para indivíduo devido ao potencial individual para o desenvolvimento, estrutura física e composição corporal (CEOLA; TUMELERO, 2008).

     No começo do trabalho de força, o atleta não experiente neste tipo de treinamento, apresenta uma melhora na performance, uma vez que seu caráter de treinabilidade é alto. Como regra geral, quanto menos treinado é um indivíduo, mais treinável ele será. (CEOLA; TUMELERO, 2008).

    Há uma grande tendência geral entre os diversos praticantes de exercícios com pesos em executar o treinamento na seguinte ordem: exercícios multiarticulares antes dos exercícios uniarticulares, sendo então dos grandes para os pequenos grupos musculares (BORGES, 2008). Esta seqüência tem sido a mais proposta na literatura para aumentos na força e hipertrofia coincidindo também com a recomendação do American College of Sport Medicine no posicionamento postulado como modelos de progressão do treinamento resistido para homens adultos saudáveis e também hipertensos têm mostrado resultados similares sem efeitos significante da terapia por betabloqueador ou inibidores dos canais de cálcio (BORGES, 2008; SIMÃO, 2008).

    O objetivo deste estudo é verificar o efeito do treinamento de força no comportamento hemodinâmico em homens normotensos

Metodologia

Tipo de pesquisa

    Esta pesquisa caracteriza-se como experimental por preocupar-se em utilizar intervenção como obtenção dos dados para análise de resultados (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007).

Descrição da amostra

    A amostra consiste de 19 indivíduos do sexo masculino pré-hipertensos que não utilizam medicamentos para controle dos valores pressóricos, com faixa etária média de ± 24 anos que treinaram por 12 semanas, o método localizado por segmento que tem por finalidade realizar exercícios dentro de um programa para uma mesma articulação (UCHIDA et al. 2010).

Avaliação da composição corporal

    Para aferição das dobras cutâneas utilizou-se o adipômetro da marca Cescorf® para o cálculo da composição corporal, segundo protocolo descrito por Pollock 3 dobras para indivíduos do sexo masculino (FERNANDES, 2003).

Avaliação da pressão arterial

    Para avaliação da pressão arterial utilizou-se Esfigmomômetro digital Citizen modelo CH-656C, a mensuração foi feita após 5 minutos do aluno em situação de repouso, sentado na cadeira sem pronunciar palavras e movimentos de grande amplitude articular. A aferição foi feita em ambos os braços e foi considerado o maior valor de pressão arterial.

Critérios de participação do programa

    Critério de exclusão – não fizeram parte do grupo experimental os indivíduos que apresentaram angina instável, administração de algum medicamento anabólico ou psicoativo e não concordaram com o termo de consentimento livre esclarecido.

Análise dos resultados

    Os valores da PA da amostra referente primeira e segunda avaliação estão descrito na tabela 1:

Tabela 1

    Os resultados da tabela 1 evidenciam as médias da primeira avaliação referente à PA sistólica ± 113,68 mmHg e PA diastólica ± 75,42 mmHg e as médias da segunda avaliação PA sistólica ± 112,84 mmHg e PA diastólica ± 71,68 mmHg. Houve redução da PA sistólica de 0,84 mmHg e da PA diastólica de 3,74 mmHg.

Tabela 2

    Os resultados da tabela 2 evidenciam as médias da primeira avaliação referente ao % G ± 11,51 e na segunda avaliação ± 10,59. Houve diminuição de 0,59 do %G.

Discussão dos resultados

    Estudo feito por Pinto et al. (2010) evidenciou que para cada decréscimo de 10 mmHg de PA sistólica reduz a morbidade média de 24% de risco de qualquer complicação relacionada ao Diabetes de Melito (DM); 32% na mortalidade de DM; 44% nos acidentes vasculares encefálicos e de 37% nas complicações microvasculares do DM. No presente estudo houve redução de 0,74% da PA sistólica de repouso sem significância na estatística.

    Independente da carga, um maior intervalo de recuperação entre as séries, associou-se a menores respostas cardiovasculares durante o exercício resistido, especialmente a PA sistólica (NETO et al., 2010).

    Porém, houve redução significativa dos valores de PA diastólica de 4,96%. O comportamento da PAD é apontado como facilitador da perfusão miocárdica em exercícios de força, o que contribuiria para diminuir o risco isquêmico no treinamento de força (BACHUR, 2009).

Conclusão

    Conclui-se, portanto, que o treinamento resistido reduz a pressão arterial e o percentual de gordura. Indivíduos com idade entre 40 e 70 anos o aumento de 20 mmHg na pressão arterial sistólica e 10 mmHg na pressão arterial diastólica aumenta duas vezes o risco de doenças cardiovasculares (COELHO, 2003).

    Estudos epidemiológicos não apontam que parcela da população se encontra com a pressão arterial controlada com exercícios e/ ou medicamentos. Apesar de muitos trabalhos científicos mostra os benefícios da atividade física regular, ainda não temos um indicador para aferir que a prevenção traz menos gastos à saúde pública e diminui o risco de futuras morbidades.

    Os dados deste estudo possibilitam a afirmação que o exercício resistido é uma forma muito eficiente e eficaz de melhorar a capacidade contrátil do coração e retorno venoso na prevenção de doenças cardíacas em indivíduos normotensos.

Referências bibliográficas

  • ABORRAGE, N.. Hidrotreinamento. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

  • BACHUR, C. K.; FERREIRA, N. C. S.; OLIVEIRA, A. C. S. R.; BACHUR, J. A.. Treinamento de Resistência Elástica em Programa de Reabilitação Cardiovascular. Rev SOCERJ. 2009;22(6):373-378

  • BARBOSA, C. A. G.; TOLOI, G. G.; AZEVEDO, P. H. S. M.; MONTEIRO, H. L.. Adaptações morfológicas e neuromusculares do treinamento em 
    circuito e treinamento parcelado, sobre os padrões de força e hipertrofia muscular. Estudo desenvolvido em gêmeos monozigóticos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 12 - N° 110 - Julho de 2007. http://www.efdeportes.com/efd110/adaptacoes-morfologicas-e-neuromusculares-do-treinamento.htm

  • BORGES, C. C.. A ordem dos exercícios de musculação: influência no desempenho. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 13 - N° 120 - Maio de 2008. http://www.efdeportes.com/efd120/a-ordem-dos-exercicios-na-musculacao-influencia-o-desempenho.htm

  • CEOLA, M. H. J.; TUMELERO, S.. Grau de hipertrofia muscular em resposta a três métodos de treinamento de força muscular. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 13 - N° 121 - Junho de 2008. http://www.efdeportes.com/efd121/metodos-de-treinamento-de-forca-muscular.htm

  • COELHO, O. R.. Comentários sobre VII JOINT. Rev Bras Hipertens vol 10(2): abril/junho de 2003.

  • FERNANDES FILHO, J. A prática da avaliação física: testes, medidas e avaliação física em escolares, atletas e academias de ginástica. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

  • NETO, A. G. C.; FILHO, I. R. C.; FARINATTI, P. T. V.. Respostas Cardiovasculares ao Exercício Resistido são Afetadas pela Carga e Intervalos entre Séries. Arq. Bras. Cardiol. 2010; Vol. 95 n.4.

  • NUNES, R. R.; CLEMENTE, E. L. S.; PANDINI, J. A.; COBAS, R. A.; DIAS, V. M.; SPERANDEI, S.; GOMES, M. B.. Confiabilidade da classificação do estado nutricional obtida através do IMC e três diferentes métodos de percentual de gordura corporal em pacientes com diabetes melito tipo 1. Arq Bras Endocrinologia Metabolismo. 2009; 360-367

  • PINTO, C. L.; RICARDO D. E.; LEITÃO, C. B.; KRAMER C. K.; ZANATTA S. M.; GROSS J. L.; CANANI L. H.. Controle Inadequado da Pressão Arterial em Pacientes com Diabete Melito Tipo 2. Arq. Bras. Cardiol. 2010; vol.94 n.5.

  • ROMERO, F. G.; CAPERUTO, E. C.; ROSA, L. F. B. P. C.. Efeitos de diferentes métodos de exercícios resistidos sobre o comportamento hemodinâmico. Revista Brasileira Ciência e Movimento. 2005; 13(3): 43-50.

  • SIMÃO, R.. Fisiologia e Prescrição de Exercícios para Grupos Especiais. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Phorte, 2008.

  • THOMAS, J.R.; NELSON, J.K.; SILVERMAN, S.J. Métodos de pesquisa em atividade física. 5. ed. Porto Alegre,RS: Artmed, 2007.

  • UCHIDA, M. C.; CHARRO, M. A.; BACURAU, R. F. P.; NAVARRO, F.; PONTES, F. L.. Manual de Musculação. 6ª Edição. Rio de Janeiro: Phorte, 2010.

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