Desmistificar olhares dos acadêmicos do curso de Educação Física diante os alunos da APAE: nem tudo é o que parece Desmitificar miradas de Estudiantes del curso de Educación Física frente a los alumnos de la APAE: no todo es lo que parece Demystifying views of academic course of physical education front of students APAE: nothing as it seems |
|||
*Professora de Educação Física. **Professor do curso de Educação Física da Faculdade Cenecista de Osório/FACOS. Mestre em Ciências Sociais (Brasil) |
Cibele Furtado Motta Moura* José Augusto Florentino** |
|
|
Resumo O presente trabalho de conclusão de curso teve como finalidade discutir e analisar possibilidades de incluir na formação curricular do curso de Educação Física da Faculdade Cenecista de Osório uma prática efetiva em Escolas de Educação Especial. O referencial teórico procurou abordar a inclusão de ANEE sob diversos aspectos e a formação dos professores para atuar na área da educação especial, fazendo algumas reflexões quanto à perspectiva da Educação Física voltada para ANEE. O estudo conta com a utilização da abordagem qualitativa, descritivo-exploratória, usando como instrumento entrevistas semiestruturadas numa tentativa de aprofundar questões relevantes para o cenário acadêmico do curso. Foram entrevistados acadêmicos formandos e ingressantes e a partir da análise dos dados coletos foi possível obter conclusões importantes acerca do assunto investigado. Unitermos: Formação de Professores. Educação Especial. Alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
Abstract: This course conclusion work aimed to discuss and analyze possibilities to include in the Physical Education course syllabus of Faculdade Cenecista de Osório an effective practice in Special Education Schools. The theoretical tried to address the inclusion of Students with Special Educational Needs in many respects and the teacher training to work in Special Education, doing some thinking about the prospect of the Physical Education focused on Students with Special Educational Needs. The study relies on the use of qualitative, descriptive-exploratory, using semi-structured interviews as an instrument to attempt to further relevant issues to the academic setting of the course. Graduate students and academics were interviewed, and from the analysis of the data collection it was possible to obtain important conclusions about the investigated subject. Keywords: Teacher Training. Special Education. Students with Special Educational Needs.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 168 - Mayo de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
O presente estudo é resultado de um trabalho de conclusão de curso realizado no ano de 2011 com os alunos acadêmicos do curso de graduação em Educação Física da Faculdade Cenecista de Osório/RS. Este texto é uma reflexão conjunta entre orientanda e orientador. De uma sessão de orientação, surgiu a provocação de escrever juntos.
Neste sentido, abordaremos ao longo deste artigo algumas questões que refletem sobre as possibilidades de incluir na formação curricular do curso de Educação Física práticas em Escolas de Educação Especial.
A idéia desse projeto surgiu em 2007. Naquele ano, foi oportunizada pela disciplina: Bases Sociológicas Aplicadas à Educação Física uma vivência entre acadêmicos e Alunos com Necessidades Educacionais Especiais (ANEE) da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Osório (APAE1). Vivência, esta, que causou certo constrangimento entre os acadêmicos, pois se sentiram receosos e despreparados para lidar/tratar com essa situação.
Após o encontro foi solicitado que escrevessem o que exatamente estavam sentindo (antes e depois da vivência) e também foi questionado se algo mudou em relação ao que sentiam ou pensavam sobre, e o que mudou, uma vez que a tensão dos acadêmicos transparecia nas suas expressões e se confirmou com os relatos.2 A maioria dos alunos nunca haviam tido contato com ANEE e bastou essa tênue aproximação para que saíssem de sua zona de conforto, modificando e transformando opiniões; pois o que possuíam era um conhecimento muito vago sobre essas pessoas.
Durante o seminário, que foi o feedback da atividade, aconteceram relatos impressionantes. Alguns alunos mencionaram sentir-se envergonhados pelo que pensavam. Dessa forma, após o seminário estabeleceu-se a idéia de que algo deveria ser feito, que as vivências com ANEE seriam muito importantes e significativas na formação dos futuros professores.
Assim, vários encontros foram proporcionados pelos professores das disciplinas de Psicomotricidade, Recreação e Atividades Físico-Desportivas para Portadores de Necessidades Especiais do curso de Educação Física em parceria com a APAE de Osório como forma de completar, mesmo que provisoriamente, as lacunas no que tange ao processo de ensino-aprendizagem.
Os professores do curso, ao observarem os acadêmicos, notaram que a cada encontro seus alunos pareciam um pouco mais seguros frente os ANEE. A esse respeito estudos do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas realçam que a formação de um professor não pode se reduzir à sua dimensão acadêmica (conteúdos) e, sim, tem que integrar um componente de prática reflexiva (ALARCÃO; FREITAS; TAVARES, 1997, p. 8).
A importância dos acadêmicos de Educação Física em experienciar ao longo de sua formação práticas que envolvam ANNE – para assim terem uma formação mais completa – é uma questão que defendemos ao longo deste trabalho.
Posto isto, poderíamos perguntar até que ponto nós professores estamos realmente nos preparando para encarar/lidar com o diferente, com o imprevisível, com as contingências da prática pedagógica? É preciso que o professor se abra para uma nova perspectiva, qual seja: do trabalho com a pessoa com deficiência.3
Para isso, é preciso que todos (gestores, professores e os próprios alunos) entendam a relevância da aproximação dos acadêmicos com os ANEE, isto é, dar subsídios aos futuros alunos do curso de Educação Física para que aprendam a trabalhar com ferramentas tecnológicas cotidianas que os auxiliem a enfrentar as contingências, a complexidade e a imprevisibilidade nas relações pedagógicas – relação humana entre professores e alunos (FLORENTINO; FERNANDES, 2011).
Muitos autores e estudiosos como Stainback (1999), Soler (2009), Skliar (2003) e Mantoan (1997) entre outros, nos falam sobre o tema Inclusão de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais. Alguns como se este tema fosse uma realidade indiscutível nas escolas de ensino regular, outros, no entanto, têm consciência de que esse assunto ainda tem muito que percorrer.
Será que esse pensamento de inclusão não deveria ter inicio já na formação acadêmica de professores? Será que ela não deveria estar fortemente vinculada a esse processo?
Tendo em vista a Política Nacional de Educação Especial – que orienta os sistemas de ensino a promover respostas às necessidades educacionais especiais, garantindo, entre outros, a formação de professores para atendimento educacional especializado para a inclusão escolar –, torna-se relevante a idéia de iniciar essa preparação especializada de forma efetiva já na formação acadêmica de professores (BRASIL, [2007].
O que podemos observar na estrutura curricular do curso de Educação Física é a presença de uma disciplina que aborda as especificidades das necessidades especiais e atividades adaptadas que, de acordo com Falkenbach (2008), podem distanciar ainda mais o futuro professor de uma realidade possível de inclusão na escola regular, por não tratar de uma ação inclusiva propriamente dita.
A ansiedade de todos acadêmicos freqüentemente é voltada às disciplinas de estágio, pela preocupação com o que vai acontecer ao se deparar frente à frente com uma turma. Em grande parte a inquietação vai se desfazendo após os primeiros contatos com a nova turma. Essa intranquilidade não é diferente a que se manifesta frente à possibilidade de ter um ANEE em sala de aula, a diferença é que o estágio é obrigatório e acontece para todos; já o contato com ANEE é ocasional ou nem acontece e, assim, o receio não se desfaz.
Porque inclusão...
O tema Inclusão de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais nas escolas de ensino regular é um assunto que se encontra em intensa discussão, uma vez que a realidade acerca desse assunto é uma interrogação difícil de ser respondida.
Inclusão, o que nos diz essa palavra? A idéia de integrar o outro, de maneira geral, quer dizer: reunir num mesmo lugar, juntar o que está solto, aproximar as partes que estão separadas ou que não são iguais (SKLIAR, 2003).
A partir deste conceito, podemos pensar a inclusão como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir em seus sistemas sociais gerais pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, a preparação destas para assumirem seus papéis na sociedade, assim como a escola que na sua posição de instituição de ensino deveria se adaptar ao processo de inclusão.
Muitas são as indagações em torno, tanto da inclusão de ANEE quanto da educação especial. E quanto mais o debate avança na arena pública, mais se intensificam as dúvidas e as deturpações, pois há uma notável distância entre inclusão teórica e a que realmente acontece (MELLO, 2006). Assim como há uma significativa distância entre a verdadeira função da escola especial (almejada) e a função que ela exerce.
No meio de tantas discussões, intervenções e opiniões sobre o assunto, o que não se pode deixar de pensar são nas melhores condições para o aluno, e o quanto é importante que se tenha uma preocupação com esse sujeito em questão, afinal o que esta em pauta é o destino da escola e o destino social dessas pessoas.
A defesa da inclusão escolar não extrai seu fundamento apenas do respeito à condição de cidadania a que qualquer aluno tem direito. A inclusão precisa ser feita de modo a preservar um princípio ético do qual andamos meio esquecidos, o direito de todos à vida; neste caso à vida cidadã com cumprimento de seus deveres e, principalmente, com gozo de seus direitos (JERUSALINSKY, 2000).
A educação é uma questão de direitos humanos, e os indivíduos com deficiências devem fazer parte das escolas, as quais devem modificar seu funcionamento para incluir todos os alunos.
A Educação Inclusiva enfatiza a necessidade de incluir todas as crianças em escolas regulares, inclusive os ANEE. Para que os educadores possam receber essas crianças são necessárias várias modificações, teremos de ter uma reforma pedagógica voltada e centrada no sujeito, que atenda a todos sem discriminação e, principalmente, sem a colocação de obstáculos que possam comprometer o processo de ensino-aprendizagem.
O sistema tradicional que ainda habita na maioria das escolas impede que os horizontes se abram para receber os ANEE, pois os próprios alunos “normais”, que nela freqüentam não a suportam mais.
A conhecida fala dos professores é de que não possuem preparo adequado para trabalhar com alunos especiais. Os educadores não conseguirão mudar essa proposta pedagógica inclusiva somente através de teoria (cursos, palestras, artigos etc.). Eles precisam trabalhar com esses alunos para conhecerem a fundo suas necessidades e, assim, estarem aptos para tomar decisões, porque o que realmente importa é como aplicar e desenvolver a teoria conhecida.
O que não se pode deixar de lado é o medo que se instala nos educadores quando se deparam com a possibilidade de receber alunos com necessidades educativas especiais em suas salas de aula. São profissionais que não sabem lidar com as idiossincrasias dos alunos, com as contingências da sala de aula (ginásios, escolinhas esportivas, clubes) e, por isso temem ao pensar em mudança. Esses docentes estão acomodados, acostumados com o dito “normal”, isto é, com a padronização dos corpos (GAYA, 2006).
Essa situação de receber um aluno diferente dos padrões de normalidade da sociedade é o que deixa alguns professores amedrontados, o fato da desacomodação provocada diante desse diferente, e tomados pelo conforto que imaginam estar vivenciando na escola preferem negar ao invés de deixarem-se levar pela possibilidade do novo. Só quem tem contato com esses alunos consegue perceber que conviver com eles é um privilégio e uma grande aprendizagem.
A formação do professor
Vivemos numa sociedade plural, mutável e, por isso, devemos compreender que está mais do que na hora das escolas se transformarem para receber os frutos dessa sociedade em constante mutação. Devemos apostar nessa nova geração de professores, mas para isso seria necessário prepará-los desde a formação acadêmica.
Falkenbach, Ordobás e Machado ([2008]) ressaltam que: “O tema da formação de professores para o processo da educação inclusiva inserida na escola comum necessariamente inicia-se nas reflexões acerca da formação inicial dos futuros docentes, na graduação”.
Segundo Gaya (2006. p. 267), “A sensibilidade de nossos corpos freqüenta lugar privilegiado na origem do conhecimento. Não há conhecimento sem corpo. Não há pedagogia sem corpos.” Os cursos de licenciaturas deveriam começar a se preocupar com a formação da sensibilidade de seus acadêmicos. Um jovem costuma entrar no curso superior por volta dos 18 anos, nessa idade em que a adolescência esta findando a sensibilidade esta a flor da pele. Então, o que será que acontece? Talvez as teorias e a pressão da faculdade transformem os acadêmicos em seres insensíveis, ou será uma insensibilidade que aparece com a serenidade da idade.
Sendo assim, se torna necessário pensar numa formação de professores mais sensível, mais humana que possa descobrir o que os alunos querem ou precisam aprender e não no que eles (professores) querem ou sabem ensinar. É preciso pensar numa formação inicial que proporcione a seus acadêmicos práticas educativas mais complexas.
Ao colocar que “formar é muito mais que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas” (FREIRE, 2002, p.14), o autor nos convida a repensar a prática educativa. O professor deve assumir-se como sujeito da produção do saber e lembrar sempre que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para a sua construção. Portanto, a responsabilidade de formar professores, é uma relação de comunhão e aceitação de valores inerentes a cada sujeito de aprendizagem envolvido nesse processo.
A Importância da Educação Física para Alunos com Necessidades Educacionais Especiais
As pessoas com deficiência compõem uma parcela significativa da população brasileira que, segundo o IBGE beirava os 15% em 2000. Relacionando ao crescente populacional que naquele ano era de 169 milhões de habitantes e em 2010, segundo o censo demográfico atinge os 190 milhões, pode-se calcular hoje um percentual próximo aos 17% de pessoas com deficiência, ou seja, aproximadamente 32 milhões de pessoas com algum tipo deficiência (REYES, 2011).
Esta população que na antiguidade era vista e tratada por alguns povos como aberrações, feitiçarias, bons e maus espíritos, eram sacrificados, ignorados ou abandonados, passando por períodos que ora eram vistos como resultado de ações do homem, ora eram utilizados como mecanismos de estudo sobre as diferentes deficiências (REYES, 2011).
Após a II Guerra Mundial, onde resultou no aparecimento de um número ainda maior de pessoas com deficiência em virtude das mutilações, traumas e demais conseqüências dos campos de batalha, é que as atenções se voltaram mais para este público. Começaram a surgir então, programas destinados a suprir as necessidades especiais como forma de reabilitar o público deficiente e reintegrá-los ao mundo (REYES, 2011).
É neste contexto que surge a Educação Física Adaptada, com o intuito de proporcionar a este público recursos para a melhoria das habilidades físicas, definido como sendo:
Uma área da Educação Física e esporte que tem por objetivo privilegiar uma população caracterizada como portadora de deficiência ou necessidades especiais [pessoa com deficiência] e desenvolve-se através de atividades psicomotoras, esporte pedagógico, recreação e lazer especial, e técnicas de orientação e locomoção.
Nesta perspectiva, a Educação Física para pessoas com deficiência mantém a base de conteúdos dos programas de Educação Física, adequando estratégias metodológicas de ensino que possibilitem a aplicação junto ao público deficiente e sua efetiva participação.
Conforme Cidade e Freitas (1997) “O Programa de Educação Física quando adaptada ao aluno com deficiência, possibilita ao mesmo a compreensão de suas limitações e capacidades, auxiliando-o na busca de uma melhor adaptação”. A Educação Física adaptada serve assim, como um mecanismo extremamente potente de intervenção agindo de forma a potencializar a capacidades disponíveis além de possibilitar a reorganização dos processos deficitários.
A Educação Física adaptada se apresenta como um mecanismo fundamental para o desenvolvimento do indivíduo em todos os aspectos que envolvem a relação deste com o meio, calcado em aspectos psicomotor, intelectual, social e afetivo, promovendo a qualidade de vida por meio da minimização dos riscos às patologias secundárias, promovendo a integração social do indivíduo. Para Strapasson (2007 apud REYES [2004]):
A Educação Física deve propiciar o desenvolvimento global de seus alunos, ajudar para que mesmo consiga atingir a adaptação e o equilíbrio que requer suas limitações e/ou deficiências: identificar as necessidades e capacidades de cada educando quanto às suas possibilidades de ação e adaptações para o movimento: facilitar sua independência e autonomia, bem como, facilitar o processo de inclusão e aceitação em seu grupo social quando necessário.
Objetivos
Identificar possibilidades e interesses determinantes para uma formação mais completa dos acadêmicos do curso de Educação Física, que inclua na estrutura curricular práticas em escolas de Educação Especial. Sendo assim, buscamos investigar o interesse dos acadêmicos do curso de Educação Física em experienciar vivências com Alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
Questão central deste estudo
A partir dos conteúdos apresentados acima e diante da resposta positiva dos acadêmicos de Educação Física nas vivências que aconteceram com ANEE e da discussão acerca da Educação Inclusiva dimensiona-se uma questão que temos como objetivo respondê-la: Porque práticas educativas em escolas de educação especial não fazem efetivamente parte da estrutura curricular do curso de Educação Física? Para responder esta questão foram empregados os procedimentos metodológicos apresentados a seguir.
Método
Procedimento
Esta pesquisa utiliza uma abordagem qualitativa, descritivo-exploratória. A opção pela abordagem qualitativa de pesquisa possibilita compreender e analisar o cenário a ser pesquisado, ou seja, “é o estudo do fenômeno em seu acontecer natural”, tendo como substrato “uma visão holística dos fenômenos, isto é, que leve em conta todos os componentes de uma situação em suas interações e influências recíprocas” (ANDRÉ, 1998, p. 17).
Sujeitos
A escolha dos sujeitos foi por conveniência. O número de interlocutores foi determinado a partir de estudos realizados por Minayo et al. (1994), para os quais a pesquisa qualitativa não deve basear-se tão somente no critério numérico para garantir sua representatividade, mas, sim, no questionamento que o pesquisador deve ter em mente, ou seja, quais indivíduos têm uma vinculação mais significativa para o problema a ser investigado? Os interlocutores da pesquisa foram três acadêmicos que cursam o primeiro semestre de Educação Física, bem como, três acadêmicos formandos do curso em questão. Além disso, todos os interlocutores da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (BRASIL, 1996).
Coleta dos dados
O instrumento que utilizo ao longo do trabalho é a entrevista semiestruturada. A entrevista, conforme Minayo et al. (1994), é o encontro entre pessoas, o que não significa uma conversa despretensiosa e neutra, mas, sim, um encontro em que uma das pessoas obterá informações a respeito de um determinado assunto, mediante uma conversação para coletar fatos relatados pelos interlocutores, enquanto sujeito-objeto da pesquisa que vivenciam uma determinada realidade focalizada.
O instrumento de pesquisa aplicado aos sujeitos foi o mesmo, tanto para os alunos ingressantes, quanto para os alunos formandos do curso de Educação Física. A diferença entre os instrumentos ficou a cargo do tempo verbal constituído dos seguintes questionamentos:
Questionamentos para os Alunos Ingressantes
Quais as suas expectativas quanto à formação oferecida pelo curso de EFI?
Ao longo da trajetória acadêmica você poderá se deparar com alunos com necessidades educacionais especiais. Se fosse incluído na estrutura curricular do curso uma prática educativa em escola de Educação Especial, em que aspectos essa experiência poderá contribuir para sua formação inicial?
Questionamentos para os alunos formandos
Quanto à formação oferecida pelo curso de EFI, suas expectativas foram contempladas? De que forma?
O que você sentiu e aprendeu nos encontros que participou com os alunos da APAE durante o curso? Se além dos encontros com os alunos com necessidades educacionais especiais você tivesse tido a oportunidade de realizar uma prática educativa em escola de Educação Especial, em que aspectos essa experiência poderia contribuir na sua formação de professor?
Resultados, interpretações e discussões
Os dados foram organizados e interpretados por meio da análise textual discursiva, conforme Moraes (2003), por constituir-se um esforço para aprofundar a compreensão de um texto ou de um conjunto de textos, podendo gerar um novo, tanto descritivo como interpretativo.
A análise textual discursiva é um método de análise de dados de uma pesquisa utilizado para descrever e interpretar o conteúdo de toda a classe de textos e documentos. Para Moraes (2003) podem ser textos produzidos especialmente para a pesquisa, como podem ser documentos que já existam a priori. Os textos integram-se transcrições de entrevistas, registros de observação, depoimentos produzidos por escrito, assim como anotações e diários diversos; nos documentos encontramos os relatórios, publicações de todas as naturezas (editoriais de jornais e revistas, atas de todos os tipos, resultados de avaliações, etc.)
O que a pesquisa nos revela
Foram utilizados pseudônimos para citar os entrevistados, os ingressantes foram chamados de Bernardo, Berenice e Beatriz e os Formandos denominados de Francisca, Flor e Filomena.
A partir das entrevistas realizadas com os acadêmicos pude observar que a preocupação deles quanto à formação oferecida pelo curso é significativa e diante a preparação para atuação com ANEE a preocupação se intensifica.
“Isso é uma coisa evidente, com certeza vou me deparar com ANEE e infelizmente o curso não oferece essa experiência” (Bernardo).
“Espero que a faculdade me dê toda a base e que essa seja a melhor possível, para que eu possa fazer o melhor para os meus alunos em qualquer faixa etária e em qualquer circunstância, como na possibilidade de ter um ANEE” (Berenice).
O desejo de receber ou ter recebido uma formação completa para exercitar a profissão obteve presença efetiva nas entrevistas, inclusive na maioria delas foi levantada a questão do curso ser apenas licenciatura, pois os acadêmicos gostariam que o bacharelado fosse atribuído ao curso para acrescentar conhecimentos e corroborar as suas formações. O que nos mostram os seguintes trechos:
“Espero que o curso me ofereça o melhor possível inclusive que o bacharelado seja logo liberado, para que eu possa me aprofundar ainda mais meus conhecimentos” (Beatriz).
“Optei por Educação Física pensando no bacharelado além da licenciatura, para obter uma formação mais completa” (Berenice).
Em discussão a cerca desse assunto a autora Verenguer (1996) sustenta as razões sobre qual deveria ser a melhor alternativa para a habilitação profissional em Educação Física, observa que as instituições, após uma reavaliação curricular, ao optarem por oferecer tanto o bacharelado quanto a licenciatura dirigiram grande atenção a esta última, contrariando a idéia, segundo a qual com o surgimento do bacharelado, a licenciatura assumiria um papel coadjuvante.
As entrevistadas formandas levantaram a questão que seus estágios não foram supervisionados como gostariam que tivessem sido, pois os professores que deveriam realizar visitas nas escolas em que os acadêmicos estão atuando não conseguem, por não terem horas suficientes na faculdade e o que é feito nas escolas de atuação não é supervisionado pela faculdade como precisariam ser, isso é preocupante segundo as entrevistadas:
“Na questão dos estágios, não contemplou como eu gostaria, por não ter acompanhamento, por não ter a supervisão que deveria, pra saber como tu estás te desenvolvendo no estágio, que é uma coisa que fez muita falta, que faria toda diferença” (Filomena).
“Nós tivemos estágios que nos ajudaram bastante, mas ainda foi pouco, principalmente porque não recebemos a supervisão necessária nesses estágios, o que contribuiria muito na nossa formação” (Flor).
A acadêmica Filomena descreve que sentiu falta de ter sido observada nos estágios pelo professor responsável pelo estágio e se vê preocupada diante sua reflexão sobre a prática que virá a realizar, veja no seguinte comentário:
“[...] quero ter domínio da turma, quero ter postura, quero realizar sempre uma boa prática”.
Nessa fala pode-se perceber a preocupação da acadêmica diante o que poderá vir a acontecer, destaco assim as palavras de Freire (2001, p.43):
Na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática, é o movimento realizado entre o fazer e o pensar, entre o pensar e o fazer, ou seja, no “pensar para o fazer” e no “pensar sobre o fazer”.
Esta reflexão não precisa acontecer só após a graduação ela pode acompanhar os acadêmicos durante o curso para que sejam mais exigentes e indagadores durante sua caminhada. Podemos perceber a consciência reflexiva dos acadêmicos no excerto abaixo:
“Tenho medo às vezes de não saber lidar com certas situações [...]” (Beatriz).
“Meu medo é da criançada berrando e se empurrando e eu não conseguir dominar” (Berenice).
Em sua prática reflexiva o professor não deve estar preocupado apenas com o saber fazer, mas também com o saber explicar aos alunos e saber tomar decisões importantes que sejam significativas para esses alunos, pois, ensinar é, antes de tudo, agir na urgência, decidir na incerteza (PERRENOUD, 2002).
O Estágio Curricular Supervisionado tem por atribuições colocar o futuro profissional em contato com a realidade educacional, desenvolvendo-se estilos de ensino, possibilitando adequadas seleções de objetivos, conteúdos, estratégias e avaliações, enfim, oferecer subsídios para a formação do futuro professor, tanto no aspecto teórico quanto prático, a fim de que se possa desenvolver um trabalho docente competente (KRUG, 2001).
Neste sentido, vejamos a fala de uma estudante ingressante e uma formanda, percebam que tanto no início quanto no final do curso a consciência sobre a importância do estágio permanece:
“[...] desejo que tenhamos muitas práticas, das mais diversas, para que possamos ser profissionais com bagagem e assim melhor preparados” (Beatriz).
“O estágio é um momento de grande importância no processo da formação profissional. Pois é a hora da gente vivenciar tudo que aprendeu na Faculdade. É a hora da verdade” (Francisca).
Observamos uma expectativa dos acadêmicos em relação às práticas, pois acreditam que elas sejam tão indispensáveis quanto a teoria. Concorda com essa importância Arroyo (2000, p. 163): “O conhecimento, os valores e as competências se aprendem no intercâmbio humano. Este é um aprendizado que podemos encontrar em nosso próprio percurso de formação e de aprendizagem”.
O curso de Educação Física possibilita quatro estágios supervisionados totalizando 400 horas, eles acontecem na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Mas, como podemos perceber os estudantes, tanto ingressantes quanto formandos, gostariam de mais práticas, das mais variadas. O público alvo do profissional da Educação Física é mais amplo, e nesse momento, enfatizo a importância que seria um estágio em escola de Educação Especial.
Nas entrevistas, ao serem questionados sobre a possibilidade da inclusão de um estágio em escola de Educação Especial as respostas foram unânimes, todos acreditam ser muito relevante uma prática nessa área. Sobre o assunto o acadêmico Bernardo diz o seguinte:
“Com certeza seria ótimo uma experiência com ANEE proporcionada pela faculdade, seria perfeito mesmo se tivesse um estágio em escola de Educação especial, pois já temos uma na Educação Infantil, dois no Ensino Fundamental e outro no Ensino Médio”.
“Eu concordo com estágio em escola de Educação Especial e acredito que seja imprescindível a inclusão desse estágio na grade curricular, pois vivemos num mundo que precisamos nos preparar para a inclusão e batalhar pela inclusão tentando acabar com a exclusão” (Berenice).
Essa colocação vinda de uma jovem acadêmica no seu primeiro semestre de curso é um exemplo de ser humano com responsabilidade social que esta disposta a ter uma prática diferenciada, lutando por uma causa que deve ser de todos, que é a inclusão de ANEE. Fazendo uso da frase da acadêmica Filomena temos que:
“[...] poder conviver mais com ANEE, é uma oportunidade de experiência única, que vai além da formação teórica e prática, faz parte da formação como ser humano”.
Comparamos suas palavras com Carvalho (2010), que nos diz ser a experiência, uma prática de significações que parte para o terreno das vivências e ganha uma dimensão pessoal. Assim podemos conceituar a diferença como experiência. Nesse próximo trecho uma estudante relata o que sentiu ao vivenciar práticas com ANEE e fica fácil compreender a dimensão que atinge usar a diferença como experiência:
“Foi muito gratificante a experiência e eu pude perceber que dentro de suas limitações e das suas necessidades tu pode trabalhar qualquer conteúdo com ANEE, da mesma forma que tu trabalha como com “normais”, só que com algumas adaptações (Francisca)”.
Outra entrevistada também nos remete a concordar que a experiência faz mudar conceitos o que contribui na aceitação de ANEE. Ela fala sobre o que sentiu quando participou pela primeira vez de uma vivência recreativa com os alunos da APAE, vejamos:
“Eu pensava meu Deus será que eles vão conseguir entender o que eu vou passar? E eu. Será que vou entender o que ele vão me falar? Senti um pouco de medo. Mas no decorrer das atividades já pude perceber, logo no início que o que eu pensava era ridículo, que eles eram crianças normais, que me entendiam que eu entendia eles, fizeram tudo que foi proposto, super queridos, super dispostos e dai até o final foi só curtição porque eu já estava muito tranquila (Flor)”.
Podemos perceber nas palavras de Flor assim como nas palavras dos autores a importância da vivência mínima quer seja dos acadêmicos ou futuros professores com ANEE; essa possibilidade é indispensável e diferencia muito da leitura apenas de textos sobre educação inclusiva porque dá aos estudantes a experiência corporal, visual, pessoal, humana, ou seja, oportuniza aos acadêmicos colocarem a prova se essa inclusão é possível ou não.
A convivência com ANEE nos faz ver o quanto de possibilidades eles dispõem ao possuírem uma pré-disposição a romper seus limites a todo o momento, dando exemplos de situações que superam os ditos “normais” com facilidade.
“Quando eu era criança tive um coleguinha com síndrome de Down que me fazia questionar, porque ele era mais esperto do que eu, ele era diferente e fazia coisas que eu não conseguia ou que eu demorava pra fazer, ele era mais rápido e mais esperto do que eu e tínhamos a mesma idade (Berenice)”.
Um aspecto fortemente marcante quando se trata de Educação Física a alegria que proporcionam essas aulas porque creio ser esse um ingrediente a mais para explorar, descobrir e estimular potencialidades em ANEE ou não, fundamento essa colocação nas palavras de Soler (2009, p.184):
A escola geralmente é dividida em dois lados que se opõem entre si. De um lado, estão as atividades ditas sérias: leitura, escrita, comportamento etc.; do outro, o lúdico, a alegria, a fantasia. Infelizmente, a escola prioriza o primeiro em detrimento do segundo, [...] Quem pode afirmar que não precisamos de alegria, fantasia e ludicidade para aprender?
A estudante Filomena, reforça a importância da Educação Física no processo de inclusão de ANEE, percebam no excerto abaixo:
“Educação Física é ser uma forma de igualar a todos e aproximar a todos, quando se fala em movimento, todos somos iguais, porque se é um aluno cadeirante, por exemplo, podemos adaptar seu movimento e assim ele vai participar igual”.
Os relatos acadêmicos demonstram a preocupação e a disponibilidade dos mesmos à realização de um estágio em escola de Educação Especial. Com base nisso, mudanças na estrutura curricular do curso constituem-se numa possibilidade, segundo o Regimento da Faculdade.
O Coordenador do Curso tem como uma de suas atribuições presentes no Capítulo V, Art. 19:
XI – Propor a alteração da Matriz Curricular, a criação, a extinção e a redistribuição de disciplinas, para apreciação do Colegiado;
O Colegiado apresenta no Capítulo IV, Art.13 ter a competências de:
V – Opinar sobre alterações do Currículo e acompanhar o seu desenvolvimento observando as Diretrizes Curriculares editadas pelo poder público, submetendo-os ao Conselho Superior;
E o Conselho Superior presente no Capítulo II apresenta o conceito de:
Art. 5: O Conselho Superior é o órgão máximo de natureza normativa e deliberativa da Faculdade.
Nesse caso podemos observar que a atribuição de um estágio em escolas de Educação Especial pode partir tanto do coordenador do curso, percebendo ser uma necessidade para seus acadêmicos, quanto pelos acadêmicos que movidos pela consciência da relevância de uma prática com ANEE acionarem o coordenador e/ou o colegiado acadêmico.
Considerações finais
A pretensão dessa pesquisa foi buscar informações principalmente de cunho acadêmico para analisar o motivo ou os motivos pelo qual não se faz incluso um estágio em escola de Educação Especial na estrutura curricular do curso de Educação Física.
Com base na análise realizada foi possível afirmar que os acadêmicos no primeiro semestre têm uma expectativa muito grande em relação a formação profissional que receberão do curso de Educação Física, estão dispostos a realização de um estágio em Escola de Educação Especial. Mostram-se preocupados com a formação dada pela Faculdade diante os ANEE, pois têm a consciência que a idéia da Escola Inclusiva esta intensificando a entrada desses alunos na escola regular e brevemente precisam de conhecimentos e principalmente de experiência prática para trabalhar com essa clientela.
Os acadêmicos formandos tiveram seus olhares desmistificados em relação aos ANEE, falaram com convicção que conseguiram perceber nas vivências com os alunos da APAE o potencial que possuem esses alunos.
A partir das análises realizadas posso perceber que há indiscutivelmente uma disponibilidade dos acadêmicos para atuarem em um estágio em escola de Educação Especial e também percebo que o necessário a ser feito é os formandos manifestarem sua vontade, mas é imprescindível que aconteça uma manifestação incisiva por parte dos estudantes do curso que demonstrem a real dimensão da necessidade desse estágio para a formação dos mesmos.
Fica claro que o principal existe que é a pré-disposição dos acadêmicos – o que falta agora é dar o primeiro passo.
Notas
Ao longo deste trabalho optei por ANNES para designar Alunos com Necessidades Especiais e, por APAE para Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.
Assim foram ditas e escritas coisas sérias e relevantes como medos, crenças e diversos pré-conceitos formados ao longo de suas vidas pela cultura e sociedade em que foram criados.
Acreditamos que o termo Pessoa com deficiência está mais condizente com as perspectivas atuais do que o termo “portador de necessidades especiais”. A condição de ter uma deficiência faz parte da pessoa e esta pessoa não porta sua deficiência. Ela tem uma deficiência (SOLER, 2009). Numa consulta ao dicionário podemos observar que o verbo "portar", assim como o substantivo ou o adjetivo "portadora" não se aplicam a uma condição inata ou adquirida que faz parte da pessoa. Não dizemos e nem escrevemos que certa pessoa porta olhos azuis ou pele negra.
Referências
ALARCÃO, Isabel; FREITAS, Cândido Varela de; PONTE, João Pedro da.; ALARCÃO, Jorge; TAVARES, Maria José Ferro. A formação de professores no Portugal de hoje, (1997) (Documento de um grupo de trabalho do CRUP – Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas).
ANDRÉ, Marli A. Etnografia da prática escolar. Campinas: Papirus, 1998.
ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre: imagens e auto/imagens. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
BRASIL. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. MEC. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivo/pdf/politica.pdf. Acesso em: 06 dez. 2011.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. BRASIL. 1996. Disponível em: http://www.ufrgs.br/bioetica/res19696.htm#qualif. Acesso em: 23 nov. 2010.
CARVALHO, Rosita Edler. Escola Inclusiva: a reorganização do trabalho pedagógico. Porto Alegre: Mediação, 2010.
CIDADE, Ruth Eugênia; FREITAS, Patricia Silvestre. Educação física e inclusão: considerações para a prática pedagógica na escola (1997). disponível em: http://mail.toledo.pr.gov.br/sites/default/files/inclusao.pdf. Acesso em: 06 dez. 2011.
FACULDADE CENECISTA DE OSÓRIO. Regimento. 2010. Disponível em: http://www.facos.edu.br/galeria/126102011085635.pdf. Acesso em: 03 set. 2011.
FALKENBACH, Atos P.; ORDOBÁS, Anna Carolina M.; MACHADO, Gabriel Souza. Experiências de inclusão de professores da Educação Física na escola comum: a relação professor/aluno com necessidades especiais. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano13, n. 126, nov. [2008]. http://www.efdeportes.com/efd126/experiencias-de-inclusao-de-professores-da-educacao-fisica-na-escola-comum.htm
FLORENTINO, José Augusto; FERNANDES, Cleoni Maria Barboza. Educação e complexidade: possibilidade de uma relação mais orgânica. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 11, n. 32, p. 167-186, jan./abr 2011.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
______. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
GAYA, Adroaldo. A reinvenção dos corpos: por uma pedagogia da complexidade. Sociologias. Porto Alegre, ano 8, n. 15, p. 250-272, jan./jun. 2006.
JERUSALINSKY, A. A escolarização de crianças psicóticas. In. MENA,Luiz Fernando. Inclusões e inclusões: a inclusão simbólica. Estilos da Clínica - revista sobre a infância com problemas. Psicol. cienc. prof. v.20 n.1. Brasília mar. 2000.
KRUG, Hugo Norberto. Formação de professores reflexivos: ensaios e experiências. Santa Maria: O Autor, 2001.
MANTOAN, Maria. Inclusão escolar de deficientes mentais: que formação para professores? In: ___. A integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon: Editora SENAC, 1997a. p. 119-127.
MELLO, Raphaella. Especial Inclusão: Uma ponte para a inclusão. ABC Educatio: Revista da Educação, São Paulo, v.7, n.61, p.6-7, nov. 2006.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes, 1994.
MORAES, Roque. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. Ciência & Educação, UNESP: v. 9, n. 2, p. 191-211, 2003.
PERRENOUD, P. A Pratica Reflexiva no Ofício do Professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002.
REYES, Ana Carolina Rodriguez. Deficiente mental e a Educação Física Adaptada. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 16, n. 156, mai, 2011. http://www.efdeportes.com/efd156/deficiente-mental-e-a-educacao-fisica-adaptada.htm
SKLIAR, Carlos. Pedagogia (improvável) da diferença: e se o outro não estivesse aí? Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
SOLER, Reinaldo. Educação Física Inclusiva: em busca de uma escola plural. Rio de Janeiro: Sprint, 2009.
STAINBACK, Susan e William. Inclusão: um guia para educadores; Tradução Magda França Lopes. Porto Alegre: ARTMED, 1999.
STRAPASSON, Aline Miranda; DUARTE, Edison. “Polybat”: um jogo para pessoas com paralisia cerebral. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.23, n.2, p.121-133, abr./jun. 2009.
VERENGUER, Rita. Preparação Profissional em Educação Física: das leis à implementação dos currículos. Campinas, 1996. 95f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 95 p.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 168 | Buenos Aires,
Mayo de 2012 |