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Alterações cinemáticas induzidas pela corrida no 

remate de andebol: estudo na população infantil

Los cambios cinemáticos inducidos por la carrera en el remate de balonmano: estudio en una población infantil

 

*Escola Superior de Educação e Ciências Sociais

Instituto Politécnico de Leiria

**Centro de Investigação em Motricidade Humana

Instituto Politécnico de Leiria

(Portugal)

Rafael Gonçalves*

Vítor Zêzere*

Pedro Morouço* **

pedro.morouco@ipleiria.pt

 

 

 

 

Resumo

          O estudo aqui apresentado tem como objetivo verificar a variação da velocidade da bola em dois estilos diferentes do gesto técnico remate no Andebol, mais concretamente no remate em apoio e no remate em corrida sem suspensão. A amostra do estudo foi constituída por 8 atletas do género masculino (idade: 12.1 ± 1.5 anos; estatura: 1.39 ± 0.09 m). Para verificar e justificar as diferenças nos dois momentos foram realizadas duas repetições, utilizando a média das seguintes variáveis: velocidade da bola e parâmetros cinemáticos de execução. O resultaram mostram que o remate com corrida de preparação permite impingir na bola uma maior velocidade, também em faixas etárias infantis.

          Unitermos: Andebol. Remate em apoio. Remate em corrida. Crianças.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 168 - Mayo de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Podemos falar do Andebol como uma das mais jovens modalidades de jogos desportivos coletivos, tendo surgido durante o séc XX. O objetivo do jogo passa por fazer entrar a bola na baliza adversária, o maior número de vezes e evitar que tal aconteça na nossa baliza. Para o objetivo ser cumprido de uma forma mais eficaz são realizadas diversas técnicas. Segundo Queiroz e Cunha (2004), por técnicas de jogo entende-se o conjunto de práticas motoras específicas que (considerando as técnicas de jogo) se relacionam com o manejo da bola e com os movimentos do jogador, com o objetivo de conseguir um rendimento máximo durante o jogo.

    Quando nos referimos à técnica estamos a falar de motricidade especializada, especifica de uma modalidade desportiva, que permite ao jogador resolver eficientemente as tarefas do jogo. A técnica procura a otimização racional da capacidade do jogador às condições de realização de modo a conseguir o máximo rendimento desportivo (Bayer, 1994).

    Dessa forma o remate é um gesto técnico de grande complexidade motora que necessita de estar bem ajustado às variáveis do jogo, devendo realizar-se no local e momentos adequados, além de exigir um nível elevado de força explosiva (Alcalde, 1991). O mesmo autor refere a necessidades de reunir as seguintes condições para conseguir uma execução adequada: (i) a necessidade de, inicialmente, vencer a inércia da bola e dos segmentos anatómicos, seguida de uma aceleração positiva do membro superior ao longo de todo o movimento articular até ao remate; (ii) coordenação entre os músculos agonistas, antagonistas e estabilizadores.

    Poucos são os estudos realizados com populações com idades mais baixas do que as rendimento desportivo. Pauwels (1978) mostrou, com rapazes entre os 13-15 anos, que a velocidade da bola é explicada entre 64% e 70% pelas componentes motoras e somáticas, enquanto entre os 16-18 anos a influência dos indicadores antropométricos e de aptidão física baixa para 30% a 50%. Assim, o objetivo do presente estudo foi realizar uma avaliação cinemática do remate de Andebol, em apoio e em corrida, numa população infantil, verificando se, para estas faixas etárias, estes pressupostos se mantêm.

Métodos

    A amostra foi constituída por 8 crianças do sexo masculino (idade: 12.1 ± 1.5 anos; estatura: 1.39 ± 0.09 m), com prática federada e competitiva a nível regional. Foi obtida autorização pelos pais dos atletas e todos os procedimentos estão de acordo com a Declaração de Helsínquia no que diz respeito aos estudos com seres humanos. O Comité de ética da instituição de investigação aprovou todos os procedimentos experimentais.

    Os sujeitos foram filmados (Casio Exilim FH1®) e os filmes foram analisados com recurso ao software Utilius EasyInspect (CCC-Software®).

    Foi utilizada a estatística descritiva e inferencial não paramétrica com recurso ao software SPSS v.16.0.

Resultados

    Na tabela 1 é possível verificar os valores médios ±DP para cada uma das variáveis estudadas, de acordo com o tipo de remate efetuado (em apoio vs. com corrida).

Tabela 1. Valores médios ± DP e nível de significância (p) das variáveis analisadas, de acordo com o tipo de remate efetuado

Discussão

    Uma primeira análise aos resultados mostra uma elevada heterogeneidade da amostra, o que é comum nestas faixas etárias. Isto indica que os atletas utilizam uma técnica variada na realização do remate, pois existe um grande desvio padrão em alguns valores como a altura do pulso direito, ou os ângulos do membro inferior e superior direito.

    Relativamente aos valores médios dos ângulos em ambos os momentos de realização leva-nos a entender que não existe grande diferença do estilo ou técnica de remate utilizada dos dois momentos distintos, pois os ângulos calculados não obtiveram grandes diferenças, excluindo estes como um dos principais valores causadores da diferença na velocidade.

    Observando os valores da altura máxima do pulso e anca será possível dizer que a diferença seja causada pela corrida de balanço bem como uma maior utilização do movimento da coluna e posteriormente do peso corporal, não solicitando assim outros mecanismos do gesto para aumentar a velocidade. Visto que no remate em apoio parado o movimento de rotação e inclinação da coluna seja fundamental para incutir velocidade à bola e melhorar o deslocamento do braço em todo o gesto técnico.

Conclusão

    Os resultados obtidos revelam e confirmam que, também em crianças, existe um aumento na velocidade da bola quando um jogador realiza uma corrida de balanço antes de efetuar o gesto técnico de remate. Estudos que analisem se este transfer é plausível á população não praticante de Andebol, são necessários.

Bibliografia

  • Alcalde, J. (1991). Preparacion Física. In J. Cuesta, Balonmano. Madrid: Federacion Española de Balonmano e Comité Olímpico Español.

  • Bayer, C. (1994). O Ensino dos desportos colectivos. Lisboa: Dinalivro.

  • Pauwels, J. (1978). The relationship between somatic development and motor ability, and the throwing velocity in handball for secondary school students. Physical fitness assessment: principles, practice and application, Springfield:211-221.

  • Queiróz, P., & Cunha, A. (2004). Sebenta de Andebol de Estudos Práticos II – Andebol. FCDEF – UP.

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