Cirandas de Paraty: a dança como resgate de valores e preservação da cultura caiçara Cirandas de Paraty: la danza como rescate de valores y preservación de la cultura caiçara Paraty Cirandas: dance as rescue and preservation of caiçara cultural values |
|||
*Programa de Pós Graduação Lato Sensu da Universidade Gama Filho em Dança e Consciência Corporal **Graduação em Educação Física e Esportes pela Universidade Santa Cecília, São Paulo (Brasil) |
Fernanda Iannuzzi* ** Ms. Rafaela Liberali* Esp. Maria Ines Artaxo* Ms. Maria Cristina Mutarelli* |
|
|
Resumo A Ciranda de Paraty é uma dança típica do litoral fluminense, mais especificamente da cidade de Paraty. As cirandas foram preservadas, de certa forma, por motivos históricos e geográficos da cidade. Porém sua valorização foi dada a partir da década de 70 quando a cidade tornou- se um polo turístico nacional. O presente estudo visa mostrar uma escala hierárquica dos tipos motivacionais mais importantes para os integrantes do Grupo de Danças Folclóricas de Tarituba, como em pleno século 21, em meio a uma globalização em massa, eles conseguiram manter acesa a chama de uma tradição tão antiga, e como isso tem influenciado na manutenção dos costumes caiçaras da região. Participaram da pesquisa 26 integrantes do grupo. Utilizaram-se como instrumento de medida para mensuração de valores o PQ- Portrait Questionnaire (Pasquali, Alves, 2004) e um questionário pessoal para obtenção de dados estatísticos. Constatou-se que os valores universalismo, benevolência, tradição, segurança e autodeterminação são os responsáveis por manter viva, nos dias de hoje, as Cirandas de Paraty. Objetivo: identificar os valores pessoais e o significado da Ciranda de Paraty para os integrantes do Grupo de Danças Folclóricas de Tarituba, e como essa dança age no resgate da manutenção e preservação das tradições caiçaras da região. Metodologia: Artigo Empírico, amostra conseguida através de teste de mensuração de valores, usando-se para a coleta de dados o PQ – Portrait Questionnaire. Resultados: universalismos, benevolência, tradição, segurança e autodeterminação são os tipos motivacionais mais importantes para o grupo. Conclusão: Quando um homem tem orgulho de suas origens ele as torna imortais. Unitermos: Valores. Cirandas de Paraty. Tarituba.
Abstract The Cirandas of Paraty is a typical dance of the Rio coast, more specifically the city of Paraty. The sieves were preserved in some way, for historical reasons and geographical city. But his recovery was given from the 70's when the city became a national tourist hub. The present study aims to show a hierarchical scale of motivational types most important for the Group of Folk Dances of Tarituba and how in the 21st century, in the midst of a massive globalization, they managed to keep the flame of a tradition as old, and how it has influenced the maintenance of caiçara the region. The participants were 26 members of the group. It was used as a measuring instrument for measuring values of the PQ-Portrait Questionnaire (Pasquali, Alves, 2004) and a personal questionnaire to obtain statistical data. It was found that the values universalism, benevolence, tradition, security and self-determination are responsible for keeping alive these days, the Cirandas of Paraty. Keywords: Values., Cirandas of Paraty. Tarituba.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 168 - Mayo de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
Desde o final do século XX, a sociedade passa por transformações acentuadas globalmente (BRITTOS, SIMÕES, 2007). As tradições se reformulam e a cultura passa a ser transmitida de acordo com o novo contexto à medida que as evoluções sociais incidem sobre costumes e capacidades (FARIA, 2005). Estudar, compreender e registrar os costumes que resistiram a tais mudanças torna-se importante (MACHADO, 2010) para entender a dicotomia estabelecida entre tradição x inovação (SILVEIRA, 2007).
A Ciranda, no estado do Rio de Janeiro é um samba rural (CASCUDO, 1954), muito apreciada pelos povos caiçaras (NASCIMENTO, BULHÕES, BULHÕES, 2004). Aconteciam para celebrar datas comemorativas, reuniões festivas entre vizinhos, ajuntórios, devoção a algum santo, ou mesmo para reunir as pessoas em festas (CONDÉ, 2009). Hoje, é uma das manifestações mais tradicionais e populares de Paraty (NADRUZ, 2008).
A valorização da cultura local diante de um mundo globalizado é importante para a preservação da sua identidade (FARIA, 2005), a cultura deriva do envolvimento social de cada um, é sempre um fenômeno coletivo aprendido e não herdado geneticamente (MACHADO, 2010). A relação, o modo e a forma com que os integrantes de um agrupamento se relacionam com o mundo é descrita muitas vezes como um enraizamento (CORTÊS, 2010).
Ao estudarmos os valores percebemos como cada ser humano vive, identificamos o grau de preferências e importâncias de cada um. O entendimento e funcionamento das organizações, instituições e sociedades é esclarecido através do conceito de valores (PASQUALI, ALVES, 2004).
A presente pesquisa foi realizada com o Grupo de Danças Folclóricas de Tarituba e tem como objetivo identificar os valores pessoais, a importância e o significado da Ciranda para o grupo. Busca-se também compreender a relação dos valores pessoais como manutenção e preservação das tradições caiçaras da região. Acredita-se que está pesquisa servirá para fortalecer trabalhos que cultivam e valorizam conhecimentos herdados culturalmente. Sem motivação para transmitir seus valores, o homem esvazia-se e torna-se “oco”, perdendo sua identidade cultural (FARIA, 2005).
Cirandas de Paraty
A Ciranda de Paraty é um samba rural (CASCUDO, 1954), um baile simples da roça. Consiste em uma dança de roda, na qual, a uma ordem do mestre cirandeiro, faz-se evoluções simples (MELLO, 2003). Musicalmente, é uma forma de expressão aprendido com atributos da socialização de agricultores e pescadores em seus meios de origem (CONDÉ, 2009).
O vocábulo “ciranda” deriva de “sarand”, uma palavra de origem persa que significa peneira. Pesquisadores acreditam que a ciranda chegou ao Brasil com os portugueses misturando-se a cultura local. É acertado dizer que o resultado das contribuições das três etnias- brancos, negros e índios é praticada pelos distritos de Paraty (NASCIMENTO, BULHÕES, BULHÕES, 2005). Entender o porquê de uma manifestação tão antiga continuar a existir é uma das propostas da pesquisa.
A história de Paraty remonta ao ano de 1600. A antiga Vila Nossa Senhora dos Remédios de Paraty foi durante três séculos um importante ponto de ligação entre o Vale do Paraíba e as Minas Gerais com a capital, Rio de Janeiro; devido a sua posição geográfica no litoral da Baía Grande.
Três ciclos econômicos marcaram a cidade: do ouro, da cana de açúcar e do turismo. Com o ouro tornou-se o segundo maior porto do país por embarcar as riquezas vindas das Minas Gerais. Com a cana de açúcar virou grande produtora de pinga. Em 1888 quando seu porto já não era tão importante e com a abolição da escravatura, a cidade foi esquecida entrando em forte decadência financeira. Dos seus 16.000 habitantes, restaram apenas 600. Na década de 70, com a construção da Rodovia Rio-Santos, Paraty foi redescoberta iniciando seu terceiro ciclo, o turístico. O que permitiu a preservação da memoria histórica, dos costumes e principalmente a conservação da arquitetura e do calçamento foi o pouco contato que teve com outras localidades (FARIA, 2005).
Tarituba, local de realização da pesquisa, é uma pequena vila de pescadores pertencente ao 3º distrito de Paraty. Cenário de filmes e novelas, durante todo o ano recebe visitas de turistas que procuram sua praia calma e aconchegante. Suas danças, tradições e festas religiosas são guardadas com muito carinho por seus moradores (MELLO, 2006).
Como dito anteriormente, grande parte das tradições culturais de Paraty foram preservadas devido ao seu isolamento geográfico. A ciranda foi apenas mais uma delas.
Desde tempos remotos, já aconteciam nas roças da cidade bailes denominados de “chibas”. As “chibas” aconteciam para celebrar datas importantes, devoção a santos, casamentos, ou mesmo para reunir pessoas em festas. Na roça, as festas iam até o raiar do dia com muita fartura e danças (SOUZA, 2008).
O Chiba-Cateretê é uma dança da Ciranda, a Ciranda/Chiba é um baile popular puxado por viola, um baile de roça, entre outras, dançava-se também Cana-verde, Caranguejo, Canoa, Arara, Flor de mar. Suas melodias iam de um valseado a quase samba, passando pela marcha da quadrilha junina. Suas canções retratavam a vida daqueles que viviam da pesca e da roça. Em Tarituba, a origem dos bailes populares confunde-se com a chegada do branco e negro ao Brasil (NASCIMENTO, BULHÕES, BULHÕES, 2005).
Antigamente, mesmo sendo muito frequentados pelos moradores de Paraty, os bailes da roça não eram bem vistos por algumas vertentes da sociedade. No começo do século XIX havia um Código de Posturas que proibia os bailes em algumas localidades. As chibas e as cirandas atravessavam a noite animadamente ao som de violas e pandeiros, em respeito ao sossego público eram proibidos no perímetro urbano (SOUZA, 2008).
Atualmente, Paraty vive economicamente de turistas que procuram a cidade para apreciar suas festas e manifestações populares. Assim, a ciranda dos bailes das “chibas”, antes considerada uma manifestação atrasada do povo da roça, sobreviveu até os dias de hoje. A civilidade que antes se fazia questão de afirmar frente à ignorância dos matutos do interior, foi posta de lado, evidenciando uma mudança de interpretação de símbolos que permanecem iguais em sua aparência (SOUZA, 2008).
Tarituba, a principio, foi apenas mais uma localidade preservada graças ao isolamento geográfico ocorrido no fim do século XIX. Porém com a abertura de estradas e a invasão turística ocorrida no município no século XX, o pequeno povoado viu-se ameaçado por propostas de compras de loteamentos, os mais jovens viram-se obrigados a procurar emprego na rede hoteleira do centro de Paraty ou nas Usinas Nucleares, enfim, uma onda de globalização invadiu a comunidade.
Percebe-se, no entanto, que essa população conseguiu resistir de forma significante a muitas mudanças que aconteciam (e acontecem até hoje) em sua volta. Essa resistência foi construída, em boa parte, em torno das festividades, os homens que possuem imensa dificuldade de lutar pelos seus direitos são aqueles que não festejam (NASCIMENTO, BULHÕE, BULHÕES, 2005).
Enquanto Paraty conserva suas tradições como fonte de renda para o município, sendo mais uma garantia e fator de encantamento de novos visitantes (SOUZA, 2008), Tarituba busca preservar suas origens de uma forma mais significante. Os bailes de cirandas, xibas e miudezas resistem na comunidade até os dias de hoje. Após um exaustivo dia de trabalho violeiros e brincantes procuram manter viva a tradição e dar um sentido mais lúdico a vida (NASCIMENTO, BULHÕES, BULHÕES, 2005).
Mestre Chiquinho foi um dos grandes responsáveis pela preservação das Cirandas em Tarituba. Filho dos proprietários da fazenda Tarituba, Francisco José de Bulhões nasceu em 21 de janeiro de 1906, desde cedo percebeu que levava jeito pra viola. Como outros habitantes de localidades pequenas casou-se cedo, teve 12 filhos e muitos netos. Foi a eles que Mestre Chiquinho transmitiu a importância da música e da dança, mantendo a chama que alimenta o espírito das festas acesa (NASCIMENTO, BULHÕES, BULHÕES, 2005).
Com sua morte em 1992, os parentes e amigos ficaram responsáveis pela preservação dos seus ensinamentos. O Grupo de Danças Folclóricas de Tarituba além de manter as tradições nas festas da comunidade, tem como objetivo participar, de forma lúdica, de atividades que resgatam manifestações esquecidas divulgando assim a cultura local.
Cultura e valores
A palavra folclore foi usada pela primeira vez em 1846, por Willian John Thoms no Periódico The Athenaeum em Londres. Junção de duas antigas palavras anglo-saxônicas, Folk (povo) e Lore (saber), passou a definir com clareza uma nova área de estudo da cultura popular, o saber do povo. A solução popular na vida em sociedade é estudada pelo folclore (CASCUDO, 1954), ele deve estudar todas as manifestações tradicionais de uma comunidade.
A visão tradicional de uma vida em sociedade são construídos e transformados através do folclore (CÔRTES, 2010). O saber popular, conhecido como cultura popular é um fato coletivo aprendido e não uma herança genética, fazendo parte do envolvimento de um grupo de pessoas.
A dança é apenas uma forma de manifestação popular. Para uma dança ser considera folclórica é necessário que ela tenha tradição dentro de uma sociedade e que sua transmissão seja feita de geração a geração pelos seus próprios integrantes. Produzida espontaneamente numa comunidade com laços culturais em comum, a dança folclórica é resultante de um longo convívio e troca de experiências (PORTINARI,1989).
Esses saberes, porém não podem ser considerados imutáveis. Ao longo da historia das civilizações, a guerra, a colonização, a imigração, foram formas clássicas que aproximaram elementos culturais distintos e promoveram novas assimilações (FARIA, 2005). Hoje a globalização cumpre esse papel de promover novos contatos e relações, encurtando distâncias, ditando modismos, promovendo uma mudança social em massa.
Um contraponto na relação local e global, portanto, é provocado pela globalização (FARIA, 2005). Atentar-se para as características distintas de uma determinada cultura torna-se muito importante para que não se perca a identidade de um povo.
Notamos em algumas comunidades a preocupação em manter vivas tradições passadas. A criação de grupos folclóricos nada mais é do que o esforço coletivo de um grupo em preservar sua história. Grupos folclóricos, tem como função social representar a tradição de uma comunidade executando dança e ou música (CÔRTES, 2010).
A vontade em manter vivas tradições culturais está intimamente relacionado com os valores pessoais de um grupo; eles são extremamente importantes para desvelar a cultura de um povo (MACHADO, 2010). Os valores estão no centro da cultura de uma sociedade, são os responsáveis pela sua essência, suas prioridades, suas crendices. Eles mostram como o ser humano lida com a vida, apontam para as preferências, as escolhas das pessoas entre o que é importante ou não (MACHADO, 2010).
O comportamento das pessoas, atitudes, funcionamento das organizações, instituições e sociedade é esclarecido através do entendimento do conceito de valores (PASQUALI, ALVES, 2004). Podemos enxergar os valores em forma de um sistema de escala hierárquica que obedece a um grau de importância para cada individuo. A comparação de indivíduos e feita através do conceito de hierarquia, grupos sociais e culturais, não somente com relação a valores, mas também com prioridades axiológicas (PASQUALI, ALVES, 2004).
Desde a antiguidade os filósofos já estudavam os valores. Dentro da Psicologia Social, Rokeach foi o pioneiro em pesquisar mensuração de valores construindo um instrumento para sua medida e a criação de um método de confrontação. Ele conceituou os valores explicando seus significados. Para ele todos os homens possuem os mesmos valores, em diferentes graus (PASQUALI, ALVES, 2004), sendo estes as transformações das necessidades em representações cognitivas (TAMOYO, PORTO, 2009).
Já Schwartz e Bilsky apesar de tomarem como base a pesquisa de Rokeach, apontam em sua teoria as diferentes conceituações sobre o que motiva o homem para suas ações (MACHADO, 2010). Eles entendem os valores como estruturas abstratas dependente de crenças e do relacionamento do individuo com o meio, de suas necessidades básicas sociais. Durante o curso da vida, os valores são relativamente estáveis, mais não imutáveis; sendo organizados hierarquicamente em termos de importância para a pessoa (PASQUALI, ALVES, 2004).
Schwartz aponta na estrutura psicológica humana aspectos fundamentais comuns a todos os seres humanos; teve a preocupação de achar um ponto universal dentro de um sistema de valores e pesquisa-lo não isoladamente e sim como parte integrante de um todo. Sua estrutura foi elaborada através da relação entre a teoria e realidade observada, de forma progressiva. As tendências motivacionais do individuo são retratadas através dos valores, mostrando aquilo que ele considera bom para si (PASQUALI, ALVEZ, 2004).
A estrutura motivacional é definida como um conjunto de motivações ou metas que dinamizam o seu comportamento e as relações existentes entre as motivações. O perfil motivacional mostra a importância que tem, para cada pessoa, as diversas motivações que orientam a sua vida. A estrutura motivacional constitui a base pra a elaboração do perfil motivacional.
Schwartz conseguiu demostrar que os valores se agrupam em 10 tipos motivacionais que tendem a ser universais, identificados em várias culturas, de acordo com o tipo de objetivo ou motivação de cada um, apresentando uma relação de congruência e de conflito em sua estrutura dinâmica (TAMOYO, PORTO, 2009).
Os 10 tipos motivacionais de Schwartz são: autodeterminação (independência de pensamento, ação, autonomia); estimulação (procura de excitação, novidade e mudança); hedonismo (prazer pessoal como finalidade de vida, gratificação social); auto- realização (sucesso pessoal, satisfação social através da competência, gerando assim um reconhecimento social); poder (status social e prestígio, controle ou domínio sobre pessoas, decidir, mandar, autoridade); segurança (segurança, harmonia e estabilidade da sociedade e pessoal, afastamento do perigo); conformidade (restrição de ações, contenção, inclinações e impulsos que tendem a chatear ou prejudicar os outros); tradição (respeito, compromisso e aceitação dos costumes e ideias que a cultura do indivíduo fornecem); benevolência ( preservar e fortalecer o bem-estar daqueles com que o contato social do indivíduo é mais frequente, boa vontade, complacência); universalismo ou filantropia (compreensão, agradecimento, tolerância e proteção do bem-estar de todas as pessoas e da natureza, amor a humanidade).
Esses dez tipos motivacionais, ainda podem ser classificados em quatro tipos motivacionais de segunda ordem: autopromoção (agrega poder, hedonismo e auto -realização), autotranscedência (agrupa universalismo e benevolência), abertura a mudança (agrega hedonismo, estimulação e autodeterminação) e conservação (inclui segurança, conformidade e tradição).
A estrutura dinâmica entre os tipos motivacionais prevê que as pessoas tendem a apresentar alta prioridade para os tipos motivacionais compatíveis e baixa prioridade para os tipos motivacionais conflitivos.
Figura 1. Estrutura Motivacional. Fonte: Periódicos Eletronicos em Psicologia
A figura 1 nos mostra que quanto mais próximos os tipos motivacionais, mais semelhantes entre si eles são. Quando os tipos motivacionais estão em pontos opostos, mais conflitantes entre si eles estão.
No quadro 1 são apresentados os dez tipos motivacionais seguidos pelas metas de cada tipo e a que interesse eles servem.
Quadro 1. Estrutura Motivacional
Fonte: RAM
Schwartz, Melech, Lehmann, Burgess, Harris e Roccas criaram o PVQ (Portrait Value Questionaire) numa simplificação, PQ (Portrait Questionnaire), um novo instrumento para aferição de valores que visa apontar os 10 tipos motivacionais de Schwartz numa escala hierárquica de importância. Ele considera que os tipos motivacionais podem ser organizados em um número limitado mesmo considerando que existe um número ilimitado de valores (TAMOYO, PORTO, 2009).
O PQ é um questionário formado por 40 questões, respondidos numa escala de 6 pontos, que visa avaliar os 10 tipos motivacionais de Schwartz. No Brasil a escala do PQ foi traduzida por Tamayo, já as dimensões foram teóricas e empiricamente definidas por Schwartz (PASQULI, ALVES, 2004).
Este instrumento, PQ (Portrait Questionnaire), foi escolhido para ser utilizado na coleta de dados deste trabalho, identificando assim a hierarquia dos valores pessoais e a importância do significado da Ciranda para o grupo, e como isso influencia na manutenção e preservação das tradições caiçaras da região.
Materiais e métodos
A pesquisa caracteriza-se como um artigo empírico (LIBERALI, 2008). A instituição pesquisada foi o Grupo de Danças Folclóricas de Tarituba. O responsável pelo grupo autorizou a pesquisa mediante a assinatura de uma declaração. O grupo organiza-se no distrito de Tarituba, Paraty- RJ. O Ponto de Cultura, mantido por eles em sede provisória, oferece aulas de danças folclóricas e músicas regionais para a comunidade além de um pequeno acervo de material de pesquisa sobre Cirandas e Chiba- Cateretê. Como o Ponto de Cultura é pequeno, as aulas e reuniões do grupo folclórico acontecem na escola municipal do distrito. O grupo aguarda a legalização da justiça da sede definitiva, construída pelos próprios moradores da região e perdida em uma briga de posses.
A população do estudo corresponde a N= 40. Destes foram selecionados uma amostra de n= 26. O questionário foi aplicado na reunião mensal do grupo. Não houve critério de seleção entre os participantes; todos que compareceram na reunião participaram da pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, ficando de fora apenas os integrantes que não estavam presentes no dia da aplicação do questionário.
No que refere aos aspectos éticos, as avaliações não tinham nenhum dado que identificasse os indivíduos e que lhe causasse constrangimento ao responder. Além disso, os integrantes do grupo aceitaram participar voluntariamente, após obtenção de consentimento verbal dos mesmos e uma autorização por escrito. Dessa forma, os princípios éticos contidos na Declaração de Helsinki e na Resolução nº 196 de 10 de Outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde foram respeitados em todo o processo de realização desta pesquisa.
Foram utilizados para este estudo o PQ – Portrait Questionnaire – (Pasquali, Alves, 2004) e um questionário pessoal que relata o histórico dos participantes e a importância da ciranda para os mesmos. As variáveis a serem medidas pelos questionários são: no caso do PQ a hierarquia em grau de importância dos tipos motivacionais de Schwartz; já no questionário pessoal observou-se a idade, sexo, escolaridade, profissão, naturalidade, local de residência, função exercida no grupo, 1º contato e significado da ciranda em palavras próprias.
O Portrait Questionnaire foi criado por Schwartz (1992), traduzido por Tamayo (2002, não publicado), adaptado e validado no Brasil por Pasquali e Alves (2004). O questionário, composto por 40 questões, remete a uma pessoa fictícia; cada questão coloca em pauta um dos tipos motivacionais de Schwartz, as perguntas não seguem uma ordem específica e alguns tipos aparecem em maior quantidade que outros. Cada pesquisado deve responder o quanto essa pessoa se parece com ele. As respostas são avaliadas em uma escala de 0 a 6. Quanto mais alto o número, maior o grau de importância desse tipo motivacional na vida da pessoa, a escala é a seguinte:
6 = se parece muito comigo.
5 = se parece comigo.
4 = se parece mais ou menos comigo.
3 = se parece pouco comigo.
2 = não se parece comigo.
1 = não se parece nada comigo.
No Quadro 2, estão representados todos os tipos motivacionais e as questões que cada tipo está relacionada.
Quadro 2. Tipos motivacionais e questões relacionadas
Fonte: Carmo (2011, p.26)
O questionário também determina os tipos motivacionais de ordem superior, mostrados no quadro 3.
Quadro 3. Tipos motivacionais de ordem superior e questões relacionadas
Fonte: Carmo (2011, p. 26)
As perguntas geram um perfil de resposta enquadrada nos 10 tipos motivacionais. Através das respostas do grupo, tirou-se uma média de cada tipo motivacional, chegando-se assim a uma escala hierárquica definida pelo grupo.
Já o questionário pessoal traçou um histórico sobre a vida de cada entrevistado: escolaridade, profissão, local de nascimento, local onde mora, função exercida no grupo folclórico; e a importância da ciranda para o mesmo: quando teve contato com as cirandas pela primeira vez, como aprendeu e o que ela significa em sua vida. Os significados mais apontados foram selecionados e considerados como um ponto em comum entre o grupo, através de palavras descritas por eles próprios.
O primeiro contato com a comunidade de Tarituba aconteceu em junho de 2011 quando a autora foi até a Festa de São Pedro, promovida pela comunidade, em Tarituba, e teve contato com Seu Pardinho, atual responsável pelo Grupo de Danças Folclóricas de Tarituba. A visita nesta data foi proposital de forma a observar como a comunidade interage com a ciranda em seus eventos sociais.
Foi em setembro de 2011, após o consentimento dos responsáveis do grupo, que houve a aplicação dos questionários. As aplicações aconteceram durante a reunião mensal realizada pelo grupo. A aplicação dos questionários foi feita juntamente com a assinatura do Termo Livre de Consentimento. A todos foi explicado o caráter acadêmico e confidencial da pesquisa e a não obrigatoriedade de participação. A aplicação dos questionários foi realizada pela autora e por duas entrevistadoras previamente treinadas. Ambas, bailarinas, estudantes de administração.
A aplicação dos questionários foi realizada individualmente, a partir da leitura e explicação de cada questão, acrescido de um tempo para a resposta. Esse procedimento foi escolhido pelo fato de uma parte dos participantes possuírem dificuldades para ler e interpretar texto. Apenas um questionário foi entregue sem condições de uso por estar incompleto, o equivale a 96,16% de aproveitamento da distribuição realizada. A análise dos dados foi feita através da estatística descritiva.
Resultados
O objetivo estabelecido dessa pesquisa foi identificar os valores e perfil motivacional do Grupo de Danças Folclóricas de Tarituba e como isso interfere na manutenção e preservação da cultura caiçara. Os tipos motivacionais mais característicos do grupo são: Universalismo, com média de 5,6 e com desvio padrão de 0,21; Benevolência, com média de 5,3 e com desvio padrão de 0,22; Tradição com 5,2 de média e desvio padrão de 0,14; Segurança com média de 5,16 e desvio padrão de 0,14; Autodeterminação com média 5 e desvio padrão de 0,11. Mostrou-se que os tipos motivacionais de interesses coletivos e mistos tem mais valor para esse grupo do que os tipos de interesses individuais.
Por outro lado os tipos motivacionais menos característicos são: Conformidade com 4,74 de média e desvio padrão de 0,70; Hedonismo com média de 4,19 e desvio padrão de 0,69; Estimulação com 4,02 de média e 0,79 de desvio padrão; Auto- realização com média de 3,27 e desvio padrão de 0,63 e Poder com 2,21 de média e 0,51 de desvio padrão. Com exceção de Conformidade, todos os outros tipos motivacionais são considerados de interesse individual, mostrando que para esse grupo o coletivo é mais importante que a individualidade.
Tabela 1. Média e desvio padrão em relação ao perfil motivacional
Participaram do estudo um total de 26 pessoas; 53,8% de mulheres e 46,2% de homens, ou seja, 14 mulheres e 12 homens; com média de idade de 44,30 anos, com desvio padrão de 20,63 anos; a faixa etária está entre 15 e 77 anos.
Quanto à escolaridade, 19,2% possuem ensino superior completo, 23,1% cursaram até o ensino médio, 34,6% concluíram o ensino fundamental e 23,1% possuem ensino fundamental incompleto. Sendo assim, podemos considerar o grau de instrução dos entrevistados como satisfatório já que se encontra acima da média nacional que no Brasil é de 27% de conclusões de nível médio e apenas 10% de ensino superior.
Em relação à naturalidade, 61,53% dos pesquisados são nascidos na cidade de Paraty, desses 68,75% nasceram no próprio distrito de Tarituba. 84,61% ainda moram em Tarituba e 11,55% moram em praias próximas ao distrito, apenas 3,84% não moram em localidades pertencentes ao município de Paraty e descreveram frequentar Tarituba como veraneios.
Dos 26 integrantes do grupo 80,76% relataram ter tido contato com as cirandas ainda quando criança através de seus familiares mais velhos; 19,24% só vieram a conhecer as cirandas através dos trabalhos de fomento realizados pelo Grupo de Danças Folclóricas de Tarituba. Este número apresenta forte relação com o percentual de naturalidade apontado na pesquisa, já que desses 80,76%, 81,25% é natural do local, provando que as músicas e danças estão no âmbito familiar daquela população e que o trabalho do grupo em manter vivas as tradições da localidade tem sido realizado com sucesso, abraçando novos adeptos a essa cultura.
Quanto às funções exercidas no grupo observou-se que 26,92% desempenham a função de músicos, 30,76% exercem a função de dançarinos, 19,23% dividem-se entre a música e a dança; 23,09% trabalham como “apoio” dando o suporte necessário para que as apresentações artísticas sejam realizadas da melhor forma.
Quando perguntados sobre o significado das cirandas em suas vidas, as seguintes palavras foram citadas por eles: raízes, tradição, cultura, identidade, festividades, ancestralidade, antepassados, Chiquinho.
A palavra cultura aparece em 38,46% das respostas escritas no questionário, seguida por tradição com 23,07% e raízes e antepassados com 11,53% de citações cada. As demais palavras apareceram em um percentual de 3,84 cada uma. Este relato deixa claro que as cirandas representam muito mais que uma forma de entretenimento para aquele grupo, elas são uma forma de preservação cultural do seu patrimônio.
Tabela 2. Freqüência, porcentagem, moda, mediana em relação às variáveis demográficas
(idade, sexo, escolaridade, naturalidade, moradia, 1º contato, função, significado)
N= 26 |
||||
Variáveis |
Freqüência |
% |
Moda |
Mediana |
Idade |
|
|
66 |
43 |
Até 20 anos |
7 |
26,92 |
||
21- 30 anos |
1 |
3,84 |
||
31- 40 anos |
4 |
15,38 |
||
41- 50 anos |
2 |
7,69 |
||
51- 60 anos |
2 |
7,69 |
||
61- 70 anos |
9 |
34,61 |
||
71- 80 anos |
1 |
3,84 |
||
Sexo |
|
|
|
|
Feminino |
14 |
53,8 |
||
Masculino |
12 |
46,2 |
||
Escolaridade |
|
|
||
Fundamental incompleto |
6 |
23,07 |
||
Fundamental completo |
4 |
15,38 |
||
Médio incompleto |
6 |
23,07 |
||
Médio completo |
4 |
15,38 |
||
Superior incompleto |
1 |
3,84 |
||
Superior completo |
5 |
19,2 |
||
Naturalidade |
|
|
||
Paraty- Tarituba |
11 |
42,3 |
||
Paraty- demais localidades |
4 |
15,38 |
||
Outros lugares |
10 |
38,46 |
||
Local onde mora |
|
|
||
Paraty- Tarituba |
22 |
84,61 |
||
Paraty- demais localidades |
3 |
11,53 |
||
Outros lugares |
1 |
3,84 |
||
1º contato com a ciranda |
|
|
||
Criança através da família |
21 |
73 |
||
Adulto através do Grupo |
5 |
27 |
||
Função no Grupo |
|
|
||
Músico |
6 |
26,92 |
||
Dançarino |
8 |
30,76 |
||
Músico e dançarino |
5 |
19,23 |
||
Apoio |
6 |
23,09 |
||
Significado da ciranda |
|
|
||
Raízes |
10 |
38,46 |
||
Tradição |
6 |
23,07 |
||
Cultura |
3 |
11,53 |
||
Identidade |
3 |
11,53 |
||
Festividades |
1 |
3,84 |
||
Ancestralidade |
1 |
3,84 |
||
Antepassados |
1 |
3,84 |
||
Chiquinho |
1 |
3,84 |
Discussão
Não há dúvidas de que o mundo tem passado por significativas mudanças em todas as áreas de conhecimento e comportamento, buscou-se a partir desse artigo discutir como as Cirandas de Paraty conseguiram sobreviver ao meio de tantas mudanças, até os dias de hoje e como elas podem influenciar na preservação da cultura caiçara. As Cirandas de Paraty são muito mais que um simples ritmo musical com passos definidos, elas são a forma de expressão de todo um povoado, a porta de entrada de uma cultura em extinção.
A partir dos resultados obtidos é possível traçar um perfil de quem são; como pensam e se comportam aquele grupo, envolvidos em preservar suas origens. Os resultados apontam que os integrantes do grupo são na sua maioria mulheres (53,8%), naturais de Tarituba (60%), moradoras da localidade (100%), entre 61 e 70 anos (35,71%) com nível de instrução básica (60%).
O que pensam e quais valores mais importantes no núcleo de sua cultura? Seus valores são, em primeiro lugar Universalismo (5,6), Benevolência (5,3) e Tradição (5,2), e o fator de ordem superior: autotranscedência (5,38).
Os valores são variáveis importantíssimas para a análise e compreensão dos comportamentos humanos (MACHADO, 2010). Pode-se dizer que os integrantes do grupo, a partir dos resultados obtidos na pesquisa são pessoas que possuem como meta de vida o respeito ao próximo e ao local onde vivem (natureza), possuem aceitação de costumes passados de geração a geração e mostram-se preocupados com a sua preservação. O bem estar do próximo e o bom convívio em sociedade também são importantes para eles.
O grupo possui valores coletivos que se agrupam a seus interesses; sendo organizados hierarquicamente em termos de importância para a pessoa (PASQULI, ALVES, 2004). Esses serviços coletivos revogam seus próprios interesses em benefícios ao bem estar dos outros. A autotranscedência abrange valores como benevolência e universalismo, valores esses que buscam justamente a tolerância, agradecimento, compreensão, proteção e bem estar dos outros e da natureza.
Pode-se observar que os valores encontrados no grupo diferem do homem contemporâneo. Valores com objetivos individuais; autodeterminação, hedonismo, poder, autorealização e abertura a mudança são o que buscam homens e mulheres de um mundo globalizado (MACHADO, 2010).
Viver em uma localidade pequena onde o ser (humano) é muito mais importante que o ter (bens materiais) e o bem estar de toda uma comunidade gera benefícios a todos os indivíduos que nela vivem, torna as prioridades axiológicas desse grupo extremamente diferentes de uma pessoa, moradora de uma grande cidade, que precisa ter um bom emprego para poder arcar com suas contas e sobreviver ao caótico mundo moderno; com todos os seus confortos e prazeres individualistas, onde cada vez mais nos fechamos em nossas casas preocupando-se apenas com os próprios interesses.
Os valores do grupo são assimilados e transmitidos de geração em geração por fazerem parte de uma organização com sistemas de valores expressos por cada indivíduo. Ao dançarem e cantarem, mesmo quando de forma cênica, a tradição é mantida e transmitida aos mais novos que ali vivem.
As danças e músicas relatam o cotidiano caiçara, sua maneira de ver e agir com mundo. Ao dançar ou cantarolar uma cantiga de um cirandeiro dissemina-se toda uma cultura, preservando-a e tornando-a real não só àqueles que ali vivem, mas também aos que de uma forma ou de outra entram em contato com esse conhecimento.
Conclusões
Sabe-se que a preservação cultural de Paraty se deve ao isolamento geográfico sofrido pela cidade até a década de 70. Hoje seus ritos e tradições servem de atrativo turístico e fonte de renda para a cidade. Porém, o que se nota no distrito de Tarituba é algo bem diferente. A preocupação em manter vivas tradições passadas não está ligada ao lucro do turismo e sim a busca de uma identidade tão difícil em ser mantida nos dias de hoje. Em um mundo tão individualizado, o grupo pesquisado, orgulha-se em mostrar que é possível cultivar o passado sem abrir mão do futuro, valorizando algo muito importante para a vida em sociedade: o bem coletivo.
Por fim, conclui-se que outros estudos e pesquisas sobre essa temática faz-se necessário, visando a ampliação do conhecimento científico, para que compreenda-se melhor os aspectos que favorecem a preservação de costumes principalmente sob o enfoque da Psicologia, Sociologia e Antropologia.
Referências bibliográficas
ALVES, Amélia R.; PASQUALI, L. (2010). Validação do Portraits Questionnaire - PQ de Schwartz para o Brasil. Aval. psicol. v.3 n.2 Porto Alegre nov. 2004
BRITTOS, Valério C.; SIMÕES, Denis G. (2007). O Patrimônio cultural como elemento da produção mercadológica televisiva. Enquestão, v. 13, n. 1.
BOURCIER, Paul. História da Dança no Ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
BULHÕES, Simone Ferreira; BULHÕES, Pedro José; NASCIMENTO, Antonio do Nascimento. Vamos indo na ciranda. Mestre Chiquinho de Tarituba: de bailes e histórias. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
CARMO, Lucas O. (2001). Perfil motivacional e percepções de políticas de gestão de pessoas dos servidores da EMBRAPA. Acessado em 31/10/2011. http://bdm.bce.unb.br/handle/10483/2026
CASCUDO, Luís da Câmara. Antologia do folclore brasileiro, volume 1- 9ª ed. São Paulo: Global, 2003.
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro, 10ª ed. São Paulo: Ediouro, 1954.
CONDÉ, Lysia R. (2009) Ciranda e profissionalização: reflexões a partir de “Os Coroas Cirandeiros”. Antropolítica: Revista Contemporânea de Antropologia, n. 27.
CORTÊS, G. (2010). Processos de criação em danças brasileiras: o folclore como inspiração. VI Congresso de pesquisa em pós-graduação em Artes Escénicas.
FARIA, Ana Beatriz A. (2005). Comunicação pública na valorização da cultura local: uma análise da cidade de Paraty. Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
FELIPE, Carlos. O grande livro do folclore. Belo Horizonte: Leitura, 2004.
LIBERALI, R. Metodologia científica prática: um saber-fazer competente da saúde à educação. Florianópolis: (s.n.), 2008.
MACHADO, Cláudia C. (2010). Folia de Santo Reis: valores e manutenção de costumes. Acessado em 24/05/11. http://tede.biblioteca.ucg.br
MELLO, Diuner. Festa do Divino Espírito Santo em Paraty. Manual do Festeiro. Rio de Janeiro: Estímulo, 2003
NADRUZ, Ana Cristina. O Império do Divino em Paraty. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2008.
PADILHA, Marco A. (2005). Pensando a dança ou dançando o pensamento. Acessado em 24/05/2011. http://www.artigocientifico.com.br/uploads/artc_1204207879_72.doc.
PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
SILVEIRA, Aline F. (2007). Música e Educação no Município de Paraty: O Projeto Educação. Acessado em 20/09/2011. http://www.musicaeeducacao.mus.br/artigos/afseducaancao.pdf
SOUZA, Marina de Mello. Paraty a cidade e as festas. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2008.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 168 | Buenos Aires,
Mayo de 2012 |