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Psicomotricidade no quinto ano do ensino fundamental: um estudo sobre a inclusão de crianças com sobrepeso / obesidade
nas aulas de Educação Física

La psicomotricidad en quinto grado de educación primaria: un estudio sobre la 

inclusión de niños com sobrepeso / obesidad en las clases de Educación Física

 

*Autora

**Professor-Orientador

*** Professor-Convidado

Seminário de Pesquisa. Curso de Educação Física

Centro Universitário Augusto Motta

(Brasil)

Monalisa de Oliveira Barbosa*

Maria Auxiliadora Terra Cunha**

Mario Cezar da Conceição***

j-batista1964@bol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A educação física escolar busca desenvolver o indivíduo em todos os seus aspectos físico, cognitivo ou social, por meio de diversos conteúdos. Entre outros, destacamos a dança e os jogos. Para tal objetivo, conta com uma fundamental ferramenta de trabalho, a psicomotricidade, indispensável para o desenvolvimento global do ser humano, promovendo, dessa forma, sua total autonomia. Além disso, acreditamos que seja muito importante para o desenvolvimento e a inclusão de crianças com sobrepeso / obesidade em atividades físicas, visto que essas podem apresentar um atraso em seu aspecto motor e dificuldades de socializar-se, devido a não aceitação de si mesmo. O enfoque deste artigo é investigar se os professores do quinto ano do ensino fundamental, das redes públicas, estão tendo dificuldades em trabalhar a psicomotricidade com crianças com sobrepeso / obesidade e se estas estão sendo inclusas nas aulas de educação física, questionando sob quais adaptações ou sob quais estratégias. Para tal constatação foi realizada uma pesquisa de campo, na qual os onze professores foram submetidos a responder um questionário com dez questões abertas e fechadas. A constatação apresentada pelas respostas é que 81,8% trabalha com o conteúdo psicomotricidade, 72,7% vêem a obesidade como uma questão gravíssima e que requer um trabalho de inclusão, atribuindo um grau de muita importância de 63,6% dos entrevistados e que para promover tal inclusão 72,7% promovem diferentes adaptações em suas aulas. Quanto às dificuldades de se trabalhar a psicomotricidade com essas crianças, 63,6% afirmam que não possuem dificuldades alguma e que 90,9% dos abordados para responder ao questionário, fazem uso de determinadas estratégias para manter esses alunos realizando as aulas. Portanto, sabendo que a obesidade compromete no desenvolvimento psicomotor da criança e que no quinto ano é a fase final desse desenvolvimento, nota-se que os professores tem realizado um trabalho visando a minimização desse comprometimento promovendo, contudo, a inclusão desses alunos nas aulas de educação física.

          Unitermos: Professor de Educação Física. Quinto ano do ensino fundamental. Psicomotricidade. Sobrepeso / obesidade infantil.

 

          Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Educação Física da UNISUAM, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Licenciado em Educação Física. Rio de Janeiro, 2011.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 167, Abril de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Desenvolvido para o curso de graduação em Licenciatura em Educação Física, este estudo caracteriza-se por uma pesquisa de campo referente à educação física escolar (primeiro ciclo do ensino Fundamental (5º ano), psicomotricidade e obesidade infantil. Baseado nesses três aspectos procurou-se responder a seguinte questão: Quais as dificuldades que o professor de Educação Física encontra para trabalhar a psicomotricidade com crianças com sobrepeso ou obesas verificando quais adaptações são realizadas para permitir a participação dessas crianças nas aulas.

    Acredita-se, na importância do papel da Educação Física em contribuir para a formação do homem desde a infância, com seu ingresso no âmbito escolar, Como afirma Lagrange (1997), o desenvolvimento na primeira fase escolar da criança é de extrema importância para as fases posteriores de suas atividades físicas. A fase mais importante do desenvolvimento psicomotor encontra-se na infância, é denominada fase das habilidades fundamentais.

    Atualmente, a Educação Física, tem valorizado os diversos conhecimentos trazidos pela sociedade a respeito da cultura corporal de movimento. Considera de tal importância atividades culturais com finalidade lúdica, expressão sentimental, questões afetivas e emocionais com possibilidades de promoção e recuperação e manutenção da saúde. Ghiraldelli (1997, p.7) destaca que “é preciso sim, uma Educação Física que valorize os conteúdos, mas que saiba construir e reorganizar conteúdos críticos e progressistas no sentido da construção de novos cidadãos para outra sociedade, mais democráticas e mais justas.”

    A psicomotricidade constitui-se em uma excelente ferramenta de trabalho utilizada pelos professores na educação infantil, auxiliando no desenvolvimento global, ou seja, fazendo com que tenham consciência de seu próprio corpo. Embora como excelente recurso pedagógico, acredita-se que alguns fatores contribuem para a dificuldade em realizar o trabalho psicomotor, sendo a obesidade infantil, uma das causas.

    Considera-se a obesidade como um ponto ainda negativo em níveis de aptidão física. Crianças obesas demonstram capacidade cardiorespiratória baixa; esforçam-se muito mais quando realizam atividades físicas e ainda mais para manter a mesma intensidade. Consequentemente, seu gasto energético também se torna maior no decorrer das atividades, quando comparadas às crianças não obesas.

    Este estudo tem por objetivo, Investigar se alunos com sobrepeso / obeso estão sendo inclusos, nas aulas de Educação física, por meio de atividades psicomotoras; questionar ao professor de Educação Física sobre suas dificuldades em trabalhar a psicomotricidade com pessoas com obesidade / sobrepeso; constatar quais estratégias são utilizadas pelos professores de Educação Física para manter crianças com sobrepeso / obeso realizando suas aulas; Verificar quais tipos de adaptações são realizadas pelos professores de Educação Física para permitir o desenvolvimento psicomotor entre as crianças com sobrepeso / obesidade durante as aulas.

    A busca por esse estudo deu-se em função da preocupação em coletar informações necessárias que esclarecessem a forma como o professor de Educação Física tem conduzido suas aulas com o intuito de incluir criança com sobrepeso / obesidade, fazendo uso dos recursos psicomotores para tal. Ou seja, se é dada a devida importância ao que os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN’s (BRASIL, 1997) preconizam, ao longo desses anos, em seus objetivos, participar de diferentes atividades corporais, procurando adotar atitudes, valores, sem quaisquer discriminações por desempenho, por questões sociais, físicas, sexuais ou culturais.

Referencial teórico

    A Educação Física atual tem se beneficiado com a diversidade de conhecimentos produzidos e usufruídos pela sociedade a respeito da cultura corporal. Para Daólio (2002) citado por Bracht (1992, p.16), “é o movimento humano com determinado significado / sentido, que por sua vez, lhe é conferido pelo contexto histórico-cultural. O movimento que é tema da Educação Física é o que se apresenta na forma de jogo, de exercício ginástico, de esporte, de dança, etc.”. Segundo os PCN’s (BRASIL, 1997, p. 27), devemos “localizar em cada uma dessas manifestações [...] seus benefícios fisiológicos e psicológicos e sua possibilidade de utilização como instrumentos de comunicação, expressão, lazer e cultura, e formular a partir daí as propostas para a Educação Física escolar”.

    A primeira hipótese teórica a respeito do desenvolvimento motor foi a maturacional. Segundo Gesell (1929, p.63) “o desenvolvimento era resultado de um mecanismo biológico, endógeno e regulatório, denominado maturação”. A perspectiva maturacional, focava na necessidade de se conhecer as mudanças comportamentais e, tão somente a partir de tais mudanças, poderiam ensinar habilidades mais complexas.

    É importante explicitar três aspectos relacionados sequência do desenvolvimento motor, ou seja, A sequência do desenvolvimento que ocorrem de mesma forma em qualquer criança, o que infere, é a questão maturacional, que em algumas crianças tende a retardar esse processo; Habilidades Básicas, que são desenvolvidas a cada etapa desse desenvolvimento as etapas futuras; terceira e última que, para Edisin e colaboradores, citados por Keogh (1977, p.65), “o conjunto de mudanças na sequência de desenvolvimento, reflete mudanças em direção a uma maior capacidade de controlar movimentos”.

    Com base nessa sequência, Harrow (1983), citado por Go Tani e colaboradores (1988, p.67), elaborou uma taxonomia para o domínio motor que apresenta os seguintes níveis: Movimentos Reflexos, que são movimentos involuntários, movimentos inerentes à sobrevivência do bebê (da gestação a quatro meses de idade); Habilidades Básicas, que são movimentos motores voluntários já dominados que vão dar suporte a novos movimentos a serem adquiridos, ou seja, a formação de esquemas motores. (Vai de um a dois anos de idade); Habilidades Perceptivas, que são atividades que envolvem a percepção, por meio dos estímulos sensitivos (visual, tátil, auditivo etc.), que são interpretados e ajustados ao ambiente; Capacidades Físicas são qualidades inerentes às habilidades motoras, que quando desenvolvidas, influem no executante, melhorando as habilidades. São Valências Físicas, força, equilíbrio, velocidade etc. (dois a sete anos de idade); Habilidades Específicas são habilidades motoras, de caráter voluntário, construídos culturalmente. Pode-se citar chute ao gol, cortada no vôlei etc. (de sete a doze anos de idade); Comunicação Não-verbal é mais complexa, refere-se às atividades motoras mais expressivas, rítmicas, destacando aqui, a dança, ginástica etc. (dos doze anos em diante). Esta sequência descrita acima, acerca do desenvolvimento motor, mostra-se mais sucinta a seguir.

    Quando se pensa em movimento que expressa a personalidade de um ser, remetemo- nos as habilidades básicas do seres humanos, o equilíbrio, o correr, o saltar, o chutar, o esquivar etc., já quando referimos as questões psicoafetivas, somos remetidos a psicomotricidade relacional que, de acordo com Fonseca (1988, p.77) trata-se da “representação ativa e dinâmica do corpo no espaço e no tempo, submetendo a postura, seus seguimentos corporais e o seu revestimento cutâneo próprio, pelos quais, o indivíduo se encontra em contato com o mundo para nele agir com eficácia e harmonia”.

    Dentro das áreas psicomotoras, podemos destacar como processo de desenvolvimento humano, para a noção do eu, a coordenação motora fina capaz de refinar o movimento, permitindo tarefas como colagem, escrita etc., nada mais é que o controle miostático. Além dela, destacamos, também, a coordenação motora global que nesse controle de miostaticidade permitirá a movimentos mais complexos como correr saltar etc. a estruturação de espaço-temporal, ou seja, situar no meio, relação corpo com o espaço que ocupa sob um determinado tempo, tempo esse, descrito por ritmo, velocidade de deslocamento, noção do que é antes e depois. A estruturação corporal, imagem do corpo, interação relacional subjetiva, é o que se enxerga de si mesmo, é a noção corporal que advem do conhecimento a nível cognitivo do próprio corpo. Segundo o artigo Psicomotricidade nas aulas de educação física escolar: uma ferramenta de auxílio na aprendizagem (2007, p.1) ao se trabalhar a “lateralidade com mais força, precisão, preferência, velocidade e coordenação, melhor capacidade e dominância cerebral”. O esquema corporal decorre de sucessivas adaptações em relação ao meio que manipula e a lateralização que é a conscientização interiorizada de ambos os lados do corpo, o que é direito e esquerdo.

    A Psicomotricidade desenvolve-se pelo valorizar dos experimentar das sensações, emoções através do próprio movimento realizado pelo seu próprio corpo, e a educação física por sua vez ao promover atividades psicomotoras através de atividades lúdicas e brincadeiras, possibilita esse desenvolvimento global, direcionado pela psicomotricidade, tornando o indivíduo, um ser crítico, autônomo e participativo em suas tarefas.

    Entende-se que essas relações entre Educação Física Escolar e psicomotricidade buscam proporcionar ao indivíduo a interagir consigo mesmo e com o meio, através de movimentos proporcionados pelas aulas de Educação Física fundamentada no desenvolvimento motor, cognitivo, social, de forma orientada, vivenciadas para que possam continuar o seu desenvolvimento ao longo de sua vida.

    Baseado nos estudos de Serafim e colaboradores (2007, p.129), observamos que:

    A importância das atividades motoras na educação, pois elas contribuem para o desenvolvimento global das crianças, possibilitando uma educação psicomotora através de uma experiência ativa, onde a criança se relaciona de forma significativa com o meio e, desta forma, se desenvolve e avança no processo de aprendizagem e desenvolvimento escolar.

    Le Boulch (1987, p.37) destaca que “a socialização é a função da boa evolução da imagem do corpo próprio”. É de convir que, indivíduo bem desenvolvido através de movimentos, interação corpo / meio, desenvolve-se de forma ativa, segura, saudável e harmônica consigo mesmo. Portanto, por estes motivos já citados anteriormente é que, vemos o quanto se faz necessário às aulas de educação física e quantas potencialidades ela desenvolve e estimula, como, por exemplo, socialização, criatividade, noção de espaço-temporal, habilidades básicas. Tudo isso, em uma única atividade elaborada pela mesma, principalmente quando as abordam de forma lúdica e recreativa e por meio de atividades psicomotoras. Podemos dizer, por fim, que essa relação entre Educação Física Escolar e Psicomotricidade é uma relação extremamente fundamental.

    Tendo como base a altura e a estrutura física do indivíduo, o sobrepeso pode ser caracterizado como o excesso de peso corporal, ultrapassando os padrões de normalidade, enquanto a obesidade infantil é fator preponderante de obesidade na idade adulta. Crianças obesas têm 40% de chance de se tornarem adolescentes obesos e 80% destes, em adultos obesos.

    Nos estudos realizados por Campos e colaboradores (2011, p.3) fica evidenciado que, de duas turmas de escolas públicas, avaliadas em seu IMC, 7,40% são obesos, 12,96 com sobrepeso e 79,64 são considerados normais.

    A preocupação com a obesidade infantil vem desde o início dos anos 1990, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou uma estimativa de que dezoito milhões de crianças, em todo o mundo, abaixo de cinco anos de idade, estão acima do peso. A grande preocupação reside nos impactos econômicos global, que esses futuros adultos poderão causar.

    Considerada como doença crônica, a obesidade advém de diversas causas como endócrina, genética, distúrbio alimentar acarreta múltiplas complicações, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura.

    Katch e McArdle (1996), ainda citados por Soares e Petroski (2003, p.64), afirmam que:

    Pode haver três períodos críticos da vida, nos quais pode ocorrer o aumento do número de células adiposas, ou seja, a hiperplasia (e também estão relacionados com os períodos críticos de surgimento da obesidade), são eles: último trimestre da gravidez (os hábitos nutricionais da mãe durante a gravidez podem modificar a composição corporal do feto em desenvolvimento), o primeiro ano de vida e o surto de crescimento da adolescência. Este tipo de obesidade (a hiperplásica) que já se manifesta na infância, causada pelo aumento do número de células adiposas no organismo, aumenta a dificuldade da perda de peso e gera uma tendência natural à obesidade futura. Quanto à obesidade hipertrófica, esta pode se manifestar ao longo de qualquer fase da vida adulta, e é causada pelo aumento do volume das células adiposas.

    Existem diversos métodos de se avaliar antropometricamente se a criança está acima do peso recomendável. Um deles é através da fórmula que é dada pelo peso sobre a altura ao quadrado, ou seja, o Índice de Massa Corpórea (IMC= peso / altura²). São consideradas obesas, pessoas com porcentagens acima de 120%. Podemos contar também com outros métodos fornecidos pela tecnologia como, ressonância, raios-X, ultrassonografia, métodos laboratoriais como hidrometria, Impedância Bioelétrica (BIA), Infravermelho (NIRI) e a Densitometria. Porém, todos esses exigem equipamentos especializados e alto custo monetário, sendo que maioria da população não tem condições de acesso a estes recursos.

    Dentre os problemas causados pela obesidade podemos destacar, os respiratórios, cardiovasculares, ortopédicos, metabólicos, bem como, entre outros, os problemas sociais como discriminação, depressão, afastamento social, a não aceitação de si mesmo.

    Considera-se a obesidade como um ponto ainda negativo em níveis de aptidão física. Crianças obesas demonstram capacidade cardiorespiratória baixa; esforçam-se muito mais quando realizam atividades físicas e ainda mais para manter a mesma intensidade. Consequentemente, seu gasto energético também se torna maior no decorrer das atividades, quando comparadas às crianças não obesas. Quando se trata de dificuldades psicomotoras, é notório o atraso das habilidades motoras fundamentais como, também, nos quesitos motor-perceptivo e no equilíbrio. Todas essas dificuldades que apresentam, impedem na prática de diversas atividades e acabam por constrangê-los levando-os a inatividade.

Metodologia do estudo

    Baseado inicialmente em uma pesquisa bibliográfica procurou-se desenvolver dez questões que contribuíssem para o completo esclarecimento a respeito do referido assunto educação física escolar, psicomotricidade e sobrepeso / obesidade, com respectivo foco na atuação do profissional que trabalha com o aluno do quinto ano do ensino fundamental. Foram entrevistados onze professores, da rede pública, da zona oeste do Estado do Rio de Janeiro.

    Destinado aos professores de Educação Física, trata-se, então, de uma pesquisa descritiva, realizada através de saída a campo, com o objetivo de coletar dados que reforcem as palavras dos autores citados neste trabalho e que afirmam que a obesidade atrapalha no desenvolvimento psicomotor do aluno, bem como, diagnosticar se os mesmos encontram dificuldades em trabalhar a psicomotricidade com crianças com sobrepeso / obesas, destacando sob quais adaptações e estratégias são realizadas nessas aulas. Para tal esclarecimento, faz-se necessário que os professores respondam ao questionário abaixo, composto por dez perguntas abertas e fechadas.

1.     Durante suas aulas de Educação Física, você trabalha com o conteúdo de psicomotricidade? Justifique sua resposta:

2.     Para você, professor de Educação Física, qual o grau de importância do conteúdo psicomotricidade para suas aulas?

( ) Importante

( ) Muito importante

( ) Pouco importante

( ) Sem importância alguma

3.     Como você vê a inclusão na aula práticas de Educação Física?

( ) Importante

( ) Muito importante

( ) Pouco importante

( ) Sem importância alguma

4.     Como você vê a relação entre educação física e psicomotricidade?

( ) Importante

( ) Muito importante

( ) Pouco importante

( ) Sem importância alguma

5.     Como você classifica a questão da obesidade infantil?

( ) Gravíssima

( ) Grave

( ) Muito grave

( ) Pouco grave

( ) Sem gravidade alguma.

6.     Sabendo que a obesidade é uma doença que requer atenção por parte do professor, você acha que o ambiente escolar está preparado para assisti-los? Justifique sua resposta:

7.     Como se encontram os recursos didático-pedagógicos disponíveis para as aulas práticas de Educação Física em sua escola, em questões de quantidade e qualidade e diversificação?

( ) Pouca quantidade, bem conservados e diversificado

( ) Grande quantidade, mal conservado e pouco diversificado

( ) Pouca quantidade, mal conservados e pouco diversificado

( ) Grande quantidade, bem conservados e diversificado

( ) Nenhuma das respostas anteriores. Justifique sua resposta:

8.     Durante suas aulas, você promove atividades adaptadas para que os alunos obesos / com sobrepesos possam ser inclusos na aula? Em caso afirmativo que tipo de adaptações você promove para permitir essa inclusão?

9.     Você encontra alguma dificuldade para trabalhar a psicomotricidade com crianças com sobrepeso ou obesas? Justifique sua resposta.

10.     Quais as principais estratégias que você professor (a) de Educação Física utiliza para manter crianças com sobrepeso / obesidade realizando suas aulas?

Análise dos resultados

    Ao serem questionados se durante suas aulas os professores de educação física utilizam o conteúdo de psicomotricidade, obtivemos os seguintes dados: os 81,8% que responderam sim, justificaram afirmando que é muito importante para o desenvolvimento das habilidades psicomotoras das crianças. Os 18,2% optaram por não responder a questão.

    Essa questão refere-se ao grau de importância dado ao conteúdo psicomotricidade em suas aulas. Obtivemos o seguinte resultado: 72,7% responderam que é muito importante o conteúdo psicomotricidade, enquanto 18,2% acham importante e 9,1% dizem ser de pouca importância.

    Os professores ao serem abordados a respeito da inclusão nas aulas práticas de educação física deram as seguintes respostas: 54,5% responderam que a inclusão é muito importante enquanto 45,5% disseram ser importante.

    Para a questão a respeito da relação entre e educação física e psicomotricidade 63,6% dos professores acham ser muito importante essa relação, outros 27,3% dizem ser importante e 9,1% atribuem a essa pergunta como grau de importância, ser pouco importante, conforme pode ser visto no gráfico a seguir:

    Ao classificarem a questão da obesidade infantil, a maioria, ou seja, 72,7% deram-na como gravíssima, mas a minoria, a saber, 27,3% classificam-na com grave.

    Quanto ao ambiente escolar, podemos observar variações quanto às respostas. 63,6% responderam que o ambiente escolar não está preparado para assisti-los, 27,3% disseram estar preparado e 9,1% optou por não responder a referida questão.

    Dos que sinalizaram com o não, justificaram sua escolha da seguinte forma: falta de incentivo, informação e apoio dos órgãos governamentais; falta de incentivo aos professores, que alegam não serem reconhecidos; falta de direcionamento, voltado para esse objetivo, bem como, falta de estrutura operacional para esse acompanhamento, como, por exemplo, médicos, psicólogos; o ambiente escolar não estar preparado devido os próprios discentes serem preconceituosos, já vindo para a escola trazendo-o de casa; por não pertencerem a um programa de reeducação alimentar e acompanhamento endocrinológico; devido o contato com aluno ser muito limitado, não acompanhando as mudanças fisiológicas.

    Os que afirmaram que a escola está preparada para assistir crianças com sobrepeso / obesas, julgam que são valores e atitudes a serem adotados por todos desse ambiente. Em relação aos profissionais e atividades propostas por eles, estão preparados, mas ainda não se mobilizaram sobre esta questão.

    Ao serem questionados quanto ao recurso didático-pedagógico usado em aula prática, 54,5% disseram que têm, mas em pouca quantidade, mal conservado e pouco diversificado; 18,2% afirmam ter em pouca quantidade, bem conservado e diversificado; 18,2% têm em grande quantidade, bem conservado e diversificado e, somente 9,1%, optaram por nenhuma das respostas anteriores, justificando que possuem pouca quantidade, bem conservado e muito pouco diversificado.

    Ao perguntar se durante suas aulas os professores de educação física promovem atividades adaptadas para alunos com sobrepeso / obeso, para facilitar a inclusão dos mesmos, obtivemos diversas alegações, das quais, 72,7% sim, 18,2% não, sendo que 9,1% optaram em não respondê-la. Nessa mesma questão foi lançada outra pergunta, a saber, - Que tipo de adaptações são promovidas para permitir essa inclusão?

    Os que disseram sim propõem atividades lúdicas, com mudanças de regras, incentivando-os constantemente e propondo mais de uma atividade escolhendo para que possam a de seu interesse. E, os que responderam não, alegaram ser impossível trabalhar de forma diferenciada com turmas gigantescas e, por não possuírem alunos nessas situações de sobrepeso / obesidade.

    Observa-se que ao responderem a pergunta sobre as dificuldades de se trabalhar a psicomotricidade com crianças com sobrepeso / obesidade, obtevemos como resposta os seguintes percentuais: 63,6% disseram que não encontram dificuldades, 27,3% responderam que sim e 9,1% optou por não responder.

    Os que disseram não, afirmam que a psicomotricidade nada tem haver com performance. A dificuldade reside em vencer a resistência dos próprios alunos em participar da aula. Não, por se sentir bem em ajudar os alunos que mais precisam. A obesidade não é um empecilho para as aulas, uma vez que eles fazem o que suportam fazer, nada muito além de suas limitações; devido à obesidade não ser um fator preponderante ou determinante para tal questão, ou, ainda, por não possuir alunos nessas condições.

    As respostas afirmativas foram justificadas da seguinte forma: existe uma limitação emocional, social, psíquica, motora prejudicada. Com isso, nota-se uma grande rejeição dessas crianças quando existe a possibilidade de erros ou baixa performance em relação ao restante da turma, fazendo com que sinta vergonha, medo e não queiram participar.

    Diante das estratégias usadas pelo professor de educação física para manter alunos com sobrepeso / obesos realizando as aulas, pode-se constatar que 90,9% afirmam que valorizam as atitudes dos alunos, ressaltando suas qualidades, permitindo que mostrem habilidades fortes que possuem, sendo possível darem sua opinião, havendo papéis de liderança e troca de papéis durante a prática; o incentivo constante e adaptações de atividades; a distribuição de tempo sendo a metade da aula proposta pelo professor e na outra metade é o aluno que propõe as atividades a serem realizadas; formação de equipes, sendo que os habilidosos ficam co, os com menos habilidosos; proposta de aulas bastante lúdicas e dinâmicas, oferecendo-lhes diversas atividades, variando o grau de dificuldades; não possuir alunos nessa situação.

    Somente 9,1% optou em não responder essa pergunta, conforme se pode ser observado no gráfico abaixo:

Considerações finais

    Observa-se, contudo que a psicomotricidade deve ser vista não só como um método de reeducação, devendo ser considerada como uma ferramenta essencial na educação básica fazendo parte da educação física.

    Apesar de uma grande maioria das escolas públicas não estarem preparados para dar assistência aos alunos com sobrepeso / obesidade, o que pudemos obter através desse estudo, foi que grande parte dos professores de educação física, estão conscientes que a obesidade infantil é um fator gravíssimo para o desenvolvimento psicomotor dessas crianças e que, diante de tantos problemas como deficiência de recursos didático-pedagógico, turmas numerosas, os mesmos tem promovido a inclusão desses alunos nas aulas sem muita dificuldade para trabalhar com a psicomotricidade e sob diversas adaptações.

    O que pode ser observado ainda durante as pesquisas é que relatos afirmam que crianças com sobrepeso / obesidade, têm muita dificuldade de se relacionar por diversos motivos como, vergonha de sua imagem corporal, além disso, apresenta um intenso cansaço, devido a isso, não conseguem manter realizando as atividades durantes as aulas. Diante dessa situação de grande preocupação e que pode comprometer toda uma vida psicomotoramente falando, através dessa pesquisa constatamos que vários professores tem contornado esse quadro utilizando-se de estratégias tais como incentivo constante afim de que mostre em que habilidades dominam, valorizando suas atitudes, priorizando a ludicidade e dinamização das aulas.

    Considera-se, então, que se deve promover na criança a segurança necessária e a confiança em si mesma, pois ambas são indispensáveis a qualquer educação das capacidades intelectuais, psicomotoras e, também, a qualquer autonomia real. Podemos dizer que educar a criança é compreendê-la em suas necessidades de ajuda para desenvolver suas capacidades, respeitando-a de acordo com suas limitações, contribuindo dessa forma para o seu processo de desenvolvimento. Portanto, podemos dizer que o objetivo desse estudo foi alcançado, uma vez que obtivemos respostas pertinentes, relativos ao mesmo, verificando assim que os PCN’s tanto preconizam, tem sido realizado nas escolas públicas, nas aulas de educação física.

Referências

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