Ginástica laboral: benefícios e desafios para uma prática eficaz nas organizações La actividad física laboral: beneficios y desafios para una práctica eficaz en las organizaciones Gym work: benefits and challenges for an effective practice in organizations |
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Mestrando em Pedagogia da Educação Física pela Universidade Católica Nuestra Señora de Asunción, Professor da Faculdade Presbiteriana Gammon (FAGAMMON), Lavras, Minas Gerais |
Arryson Magalhães Zenith (Brasil) |
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Resumo O objetivo deste trabalho foi verificar a contribuição da Ginástica Laboral na melhora da qualidade de vida; na prevenção de doenças por esforços repetitivos; no alívio do stress causado pelas diversas demandas nas organizações; na prevenção de acidentes e, na motivação dos trabalhadores para potencializar suas capacidades, bem como para preparação por meio de atividades físicas que facilitem o desenvolvimento das atividades colaborando para a eficácia da produção e para o bom desempenho. Pretendeu-se também destacar a importância de se ter profissionais capacitados na área de Educação Física para desenvolverem trabalhos específicos de acordo com as necessidades dos trabalhadores e das organizações. Salientou-se a importância da aplicação de modalidades específicas para atenderem a todas as diversidades da Ginástica Laboral. O trabalho de conscientização tem que ser uma constante na prática do Profissional de Educação Física para que paradigmas sejam quebrados e, a atuação seja de forma efetiva e significativa no desenvolvimento de práticas que façam a diferença para que mais trabalhadores possam ter uma qualidade de vida satisfatória e um desenvolvimento profissional eficaz. Unitermos: Ginástica Laboral. Qualidade de vida. Exercícios físicos.
Abstract The objective of this study was to assess the contribution of the Labor Gymnastic in improving the quality of life, prevention of repetitive strain disorders, to relieve the stress caused by the different demands in organizations, in preventing accidents and, in motivation of employees to enhance their capabilities, as well as for preparation by means of physical activities that facilitate the development of activities contributing to the efficiency of production and good performance. It is also intended to highlight the importance of having trained professionals in the field of Physical Education to develop specific work according to the needs of workers and organizations. He stressed the importance of implementation of specific arrangements to meet all diversities of Labor Gymnastics. The awareness campaign has to be a constant in the Professional Physical Education for which paradigms are broken and the work is effectively and meaningfully in the development of practices that make a difference so that more workers may have a satisfactory quality of life and an effective professional development. Keywords: Labor gymnastics. Quality of life. Physical exercise.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 167, Abril de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Diante dos avanços tecnológicos, das inúmeras informações e formações, ainda hoje e sempre, a atenção das organizações precisa estar voltada para a importância da mão-obra, ou seja, os funcionários, que precisam de valorização, motivação e interação para que possam desenvolver as atividades de forma produtiva e satisfatória, seja para a empresa como para eles mesmos.
As organizações, sejam públicas ou privadas, a cada dia exigem de seus colaboradores mais competência, comprometimento, criatividade e postura orientada para a qualidade e produtividade concretizadas em resultados positivos, mas precisam ter a visão que os homens como as máquinas necessitam de manutenção, conservação e cuidado.
Nos últimos anos, vêm se acumulando conhecimentos científicos sobre o ser humano, suas habilidades e limitações. O que é necessário é que esse conhecimento seja realmente aplicado para o benefício e melhoria de condições de trabalho e vida do próprio homem. Porém, pouco deste conhecimento científico está sendo utilizado na linha de trabalho e produtos. (SELL, 1989).
Assim, por meio da Ginástica Laboral percebem-se ferramentas importantíssimas para que sejam criados planos de ações que promovam práticas de exercícios físicos específicos diante das necessidades dos trabalhadores, bem como, de forma preventiva e estimuladora.
Segundo Lima (2005), as atividades específicas consistem na prática de exercícios físicos específicos, durante o expediente de trabalho, onde o relaxamento e alongamento muscular terão a finalidade de prevenir sintomas provenientes de doenças ocupacionais, como os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) os quais podem ser caracterizados por encurtamentos e estiramentos musculares, tendinites, lombalgias, etc., e a manutenção do bem-estar físico e mental por meio de atividades variadas. Elas podem ser realizadas antes do expediente de trabalho, considerada Ginástica Laboral Compensatória, durante o trabalho, caracterizada como Ginástica de Pausa e, após as atividades laborais, denominada Ginástica de Relaxamento.
Diante dos muitos casos de Lesões por Esforços Repetitivos (LER) foi admitida como doença ocupacional desde 1987. Trata-se de uma afecção que pode acometer tendões, sinoviais, músculos, nervos, fáscias e ligamento, ocorrendo ao acometimento de modo isolado ou associado. Pode ocorrer degeneração de tecidos, atingindo, principalmente os membros superiores, região escapular e pescoço. As possíveis causas podem ser: o uso forçado de grupos musculares, uso repetitivo de grupos musculares e manutenção de postura inadequada (LIMA, 2004).
Segundo o Ministério da Saúde, as afecções músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho, que no Brasil tornaram-se conhecidas como Lesões por Esforços Repetitivos, representam o principal grupo de agravos a saúde, entre as doenças ocupacionais em nosso país (BRASIL, 2001).
De acordo com Martins (2001), a sigla DORT foi recentemente instituída no Brasil, para substituir a sigla LER, a qual tem sido vastamente utilizada como rótulo de diagnóstico de diversas condições dolorosas, em indivíduos que desempenham várias funções laborais.
Martins relata que um dos motivos dessa mudança é que o acrônimo LER abrange apenas a repetitividade e não inclui outros tipos de sobrecargas biomecânicas que podem ser deletérios ao aparelho locomotor.
Na realidade, a designação LER ou DORT corresponde a uma conjunção de distúrbios musculoesqueléticos heterogêneos e que estão relacionados ao trabalho (MARTINS, 2001).
Para Oliveira (2002):
As doenças ocupacionais como LER e DORT podem passar por quatro estágios evolutivos, classificados em quatro graus de evolução, assim definidos segundo Oliveira: Grau 1: Sensação de peso, dormência e desconforto em áreas específicas. Pontadas ocasionais durante as atividades mais intensas que podem ser no trabalho ou fora dele, as sensações passam após descanso de horas ou poucos dias; Grau 2: Existe uma dor mais persistente com uma localização mais precisa. É intensa durante picos de atividades, podendo ocasionar perda de sensibilidade, sensação de formigamento ou reaparecer sem realizar atividade alguma; Grau 3: Dor persistente mesmo com repouso prolongado apresentando perda de força e de sensibilidade eventual ou frequente e podendo aparecer crises de dor aguda durante o repouso. Incapacidade de realizar alguns movimentos por causa da dor; Grau 4: Dor aguda e constante, tornando – se, ás vezes, insuportável. A dor irradia para outras partes do corpo. Perde – se força, capacidade e controle de alguns movimentos, mesmo trabalhos domésticos. (OLIVEIRA, 2002, p. 29 – 30).
Portanto cabe ao profissional de Educação Física um diagnóstico específico para que possa oferecer uma intervenção que realmente satisfaça as necessidades dos funcionários das organizações e, obter resultados positivos e compensatórios, prevenindo assim as doenças ocupacionais.
Recorrendo as palavras de Alves (2008)
O mercado cada vez mais competitivo e exigente movido pelos avanços tecnológicos redefine o trabalhador como sendo a verdadeira potência. A motivação e o comprometimento são os combustíveis dessa potência. Portanto, a promoção de Qualidade de Vida nas empresas vem se tornando a maneira essencial para manter-se a motivação e o comprometimento. Muitas empresas intituladas como “as melhores em gestão de pessoas” têm se destacado em aumento da produtividade, baseando-se na Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), ao inserirem-na em seu planejamento e gerenciamento dos recursos humanos (ALVES, 2008, p.15).
Sendo assim, pretende-se por meio deste trabalho uma investigação bibliográfica sobre a importância do Profissional de Educação Física para a aplicação da Ginástica Laboral nas organizações para a melhora de qualidade de vida dos trabalhadores e, para o sucesso tanto das organizações como para todos os envolvidos.
Pretende-se por meio desta pesquisa fazer uma revisão bibliográfica que aborde sobre a Ginástica Laboral diagnosticando os benefícios e desafios para uma prática eficaz nas organizações. Detectando, a importância da Ginástica Laboral para a eficácia tanto das empresas como para os trabalhadores, possibilitando a melhora na Qualidade de Vida, buscando verificar a importância da Ginástica Laboral para o bom desempenho dos funcionários e, prevenção de doenças, destacando a importância de se ter profissionais capacitados na área de Educação Física para desenvolverem trabalhos específicos de acordo com as necessidades dos trabalhadores e das organizações em prol da segurança no trabalho.
A história da ginástica laboral
De acordo com Vieira (2010), o primeiro vestígio da ideia sobre atividades físicas nas organizações vem da Polônia, datado de 1925 com o nome "Ginástica de Pausa". Anos depois, surgiu na Holanda e na Rússia. Na Rússia, milhões de operários em milhares de empresas, passaram a praticar ginástica de pausa adaptada a cada ocupação, nas décadas anteriores à Segunda Guerra Mundial. Na década de 60, atinge principalmente o Japão, onde ocorreu a consolidação e a obrigatoriedade da GLC - Ginástica Laboral Compensatória. Continuando nos anos 60, já com o nome ora apresentado, a Ginástica Laboral renasce na Bulgária, Alemanha, Suécia e Japão, sendo que, nesse último, consolidou-se a sua obrigatoriedade com relação a determinadas tarefas industriais. Nos EUA, desde 1974, trabalhadores de empresas estavam envolvidos em programas diários de ginástica durante a jornada de trabalho.
Assim, percebe-se que só a partir do século XX começaram a desenvolver projetos de intervenção a favor dos trabalhadores das empresas.
Segundo Marchesini (2001), no Brasil, em 1973, a Escola de Educação Física da Federação dos Estabelecimentos de Ensino de Novo Hamburgo/RS (FEEVALE), torna-se a pioneira da Ginástica Laboral com o Projeto Educação Física Compensatória e Recreação, que foi elaborado a partir de proposta de exercícios físicos baseados em análises biomecânicas.
Portanto, destaca-se o início dos diagnósticos para que as propostas de intervenções pudessem ser mais eficazes e direcionadas de acordo com cada caso específico.
Conforme Vieira (2010), em parceria com a FEEVALE, em 1978, o SESI/RS desenvolveu o Projeto Ginástica Laboral Compensatória. Em 1974, nos estaleiros da Ishikawagima do Brasil (Ishibras), no Rio de Janeiro, foi implantada a ginástica no início da jornada de trabalho e a ginástica compensatória, durante as pausas do trabalho, envolvendo 4.300 trabalhadores. O enfoque neste caso foi a segurança no trabalho. Neste exemplo, o papel da Educação Física incidiu nas boas condições do local de trabalho, bem como no desenvolvimento dos Recursos Humanos, algo distinto da abordagem terapêutica de certas proposições de cunho impositivo. Em 1978, em Betim/MG, na fábrica Fiat de automóveis, por iniciativa do SESI/MG iniciou-se o programa de Ginástica na Empresa fundamentado nos princípios da Ginástica Laboral estudados a partir de visitas técnicas de profissionais desse SESI aos estaleiros da Ishibras, para observação da ginástica então aplicada aos trabalhadores. Atualmente, este Programa do SESI abrange todo o País, com cerca de 500 mil praticantes, envolvendo múltiplas empresas e objetivos referidos também ao bem estar do trabalhador.
Sendo assim, conclui-se que nas últimas décadas vários pontos foram tratados diante da implantação da Ginástica Laboral em que foi valorizado o trabalho do profissional de Educação Física em prol de trabalhos específicos para que se pudesse propiciar qualidade de vida e métodos preservadores para que todos trabalhadores pudessem desenvolver seus trabalhos de forma mais produtiva e segura.
Modalidades
De acordo com Bertolini (1999), as modalidades de Ginástica Laboral são classificadas pelo objetivo a que se destinam e também de acordo com o horário a serem aplicadas. Há também situações em que as modalidades são aplicadas simultaneamente ou de forma mista.
Assim, percebe-se que diante das necessidades e disponibilidades de tempo cabe ao profissional de Educação Física a elaboração de projetos de intervenções específicas, dentre elas pode-se destacar a Ginástica Laboral de Compensação; Ginástica Laboral Preparatória; Ginástica Laboral Corretiva; Ginástica Laboral de Manutenção ou de Conservação; Ginástica Laboral de Relaxamento; Ginástica Laboral de Descontração; entre outras.
Por meio da Ginástica Laboral de Compensação, de acordo com Vieira (2010), tem-se a possibilidade da realização de exercícios físicos específicos de compensação aos esforços repetitivos e às posturas inadequadas nos postos operacionais durante as pausas da jornada de trabalho.
Para Bertolini (1999), a Ginástica de Compensação objetiva impede vícios de postura habituais dos trabalhadores e atinge as sinergias musculares antagônicas ativas durante o trabalho, proporcionando a compensação e o equilíbrio funcional com redução da fadiga.
Assim, observa-se de acordo com Kolling (1982), que a Ginástica de Compensação facilita a intervenção para impedir vícios posturais, possibilitando o relaxamento das musculaturas mais utilizadas e ativação das menos utilizadas.
A Ginástica Laboral Preparatória, segundo Vieira (2010), é um conjunto de exercícios físicos realizados antes do início da jornada de trabalho. Ela tem como objetivo principal preparar o funcionário para sua tarefa aquecendo os grupos musculares que irão ser solicitados pelas tarefas e despertando-os para que se sintam mais dispostos ao iniciar o trabalho. Este tipo de ginástica também aumenta a circulação sanguínea em nível muscular melhorando a oxigenação dos músculos.
Corroborando a mesma idéia Bertolini (1999), indica que a Ginástica Laboral Preparatória é composta por exercícios físicos que preparam o indivíduo para o início de suas atividades diárias, sendo realizada no início da jornada aquecendo e despertando para o trabalho.
Assim, a Ginástica Laboral preparatória atua de forma preventiva, despertando e aquecendo o trabalhador, prevenindo acidentes, distorções musculares e doenças ocupacionais.
A Ginástica Laboral Corretiva é destinada aos indivíduos com deficiências morfológicas não-patológicas, sendo aplicada a um número restrito de pessoas que apresentam a mesma característica postural (BERTOLINI, 1999).
Essa modalidade tem como objetivo alongar os músculos que estão curtos e encurtar aqueles que estão alongados, restabelecendo o antagonismo muscular através de exercícios específicos. Os exercícios são realizados em seção específica, apenas com os indivíduos que apresentam as mesmas características: portadores de deficiências morfológicas não patológicas (TARGA, 1973).
A Ginástica Laboral de Manutenção ou de Conservação é aplicada para a manutenção do equilíbrio morfológico das pessoas integrantes de programas de Ginástica Laboral em empresas, de modo que permaneçam estáveis. É composta normalmente de exercícios aeróbicos e é executada antes da jornada de trabalho, durante os intervalos de almoço ou equivalente ou ainda após o expediente, com duração de 30 a 60 minutos (MENDES, 2000).
A Ginástica Laboral de Descontração ou Relaxamento é baseada em exercícios de alongamento, realizado normalmente após o expediente, com o objetivo de oxigenar as estruturas musculares envolvidas na tarefa diária, evitando o acúmulo de ácido lático e prevenindo as possíveis instalações de lesões (COSTA FILHO, 2001)
A Ginástica Laboral de Descontração pode ser realizada em qualquer horário da jornada de trabalho, normalmente é realizada no meio da jornada.
Seu objetivo é a descontração, integração, socialização entre os trabalhadores e motivação para o trabalho. Ela também objetiva a quebra da monotonia das atividades. Para tal, são realizadas atividades físicas em grupo, ou em dupla, brincadeiras e atividades de descontração (COSTA FILHO, 2001).
Modelos de implantação
Diante das formas mecânicas de produção que foram passadas de geração a geração em que os trabalhadores não podiam parar, porque assim acreditava-se que o empreendedor produzia menos e perdia dinheiro, cabe uma quebra de paradigma e uma intervenção dinâmica e interativa de um profissional de Educação Física que possibilite uma conscientização dos trabalhadores e dos empregadores das vantagens de um trabalho específico preventivo e restaurador.
Os problemas principais encontrados para a implantação de um programa de Ginástica Laboral, segundo Polito (2002) são:
Convencer a direção das organizações que a pausa de 10 a 15 minutos para a ginástica não prejudica a produtividade;
Desconhecimento dos participantes quanto à importância da ginástica interferindo em sua adesão ao programa;
O descrédito quanto aos resultados da ginástica, considerando que são aulas de apenas 10 minutos (pausa-ativa); e
Dificuldade em encontrar um local adequado para as aulas, considerando que as organizações não são uma academia e que os recursos existentes no local de trabalho devem ser explorados.
Portanto, diante das necessidades e da realidade de cada organização o profissional de Educação Física precisa estar apto para em primeiro lugar fazer um trabalho investigativo para diagnosticar as possibilidades para desenvolver e implantar um projeto de um trabalho eficaz que evite gastos excessivos e aproveite os recursos disponibilizados e, conscientize a todos os envolvidos da importância das atividades em prol da qualidade de vida e prevenção de doenças e acidentes.
Segundo Costa Filho (2001), algumas avaliações devem ser realizadas antes da prática das atividades de Ginástica Laboral, desta maneira pode-se levantar o perfil dos funcionários. Nesta modalidade são avaliados peso, altura, pressão arterial, flexibilidade, postura e percentual de gordura e a cada três meses deve ser realizada uma avaliação para verificar os resultados.
Sendo assim, as avaliações precisam ser individuais para que sejam feitos diagnósticos corretos e coerentes diante das necessidades de cada funcionário para que os trabalhos sejam específicos e, possibilite resultados positivos e satisfatórios. Os casos de doenças que requerem intervenções de outros especialistas devem ser relatados e encaminhados para tratamentos.
Ginástica laboral e o mercado de trabalho
A cada ano que se passa mais se percebe a necessidade de melhorar a qualidade de vida e prevenir doenças, assim, salienta-se a importância do Profissional em Educação Física diante das possibilidades que pode favorecer para que todo trabalhador possa desenvolver suas atividades de forma orientada em benefício de sua saúde, bem como, desenvolver atividades restauradoras e motivadoras.
Se por um lado a implantação de um programa de Ginástica Laboral traz benefícios para o trabalhador, melhorando sua qualidade de vida, por outro lado também possibilita efeitos positivos para as organizações, entre eles possibilidade de aumento da produção, satisfação e motivação dos trabalhadores, diminuição das licenças para tratamento de saúde devido ao desgaste que todos estão sujeitos e, prevenção de acidentes.
Assim, percebe-se um amplo mercado de trabalho para a atuação do profissional de Educação Física, seja na indústria, comércio, escolas, hospitais e, em todos os setores nos quais diversos funcionários estejam atuantes diante dos processos da operacionalização dos serviços.
Portanto destaca-se que o Profissional de Educação Física tem que estar apto e com conhecimento prévio sobre as especificidades de cada segmento para que possa atender as diversas demandas e prestar um serviço de qualidade.
Dessa forma é pertinente uma reflexão sobre o mercado de trabalho e como os prestadores de serviços na área de Educação Física podem se beneficiar através da utilização de estratégias administrativas para explorar da melhor forma possível os segmentos com qualidade e profissionalismo.
Quadro 1. Resultados positivos de programas de Ginástica Laboral segundo os autores
Considerações finais
Diante das análises dos conteúdos bibliográficos examinados conclui-se que o campo para a atuação do Profissional de Educação Física é vasto e necessita de prestadores de serviços de Ginástica Laboral preparados para atuar de maneira eficaz seja nas grandes empresas, bem como nas médias e pequenas, seja nas organizações públicas ou privadas, ampliando e expandindo o seu trabalho em prol de uma qualidade de vida a todos os trabalhadores.
Várias evidências demonstram a importância da Ginástica Laboral na prevenção de doenças ocupacionais, tais como LER/DORT, redução das licenças para tratamento de saúde, bem como, o aumento da produtividade, diminuição dos gastos com assistência médica, prevenção de acidentes e, consequentemente, um maior retorno financeiro para as organizações.
Para uma prática eficaz da Ginástica Laboral nas organizações se faz necessário um trabalho de conscientização bem específico feito por um profissional na área de Educação Física que esteja apto a diagnosticar corretamente as necessidades e prescrever intervenções específicas que venham atender individualmente e favorecer coletivamente.
Ainda hoje em pleno século XXI há muita resistência e pré-conceitos em relação a Ginástica Laboral e a sua prática, seja por parte dos trabalhadores, bem como por parte das organizações, mas isto não pode ser impedimento para que o profissional de Educação Física possa desenvolver suas atividades, pois o primeiro passo a ser dado é a formação acadêmica, o segundo é acreditar no potencial profissional em propiciar e favorecer qualidade de vida aos todos trabalhadores e, consequentemente benefícios às organizações, e o terceiro passo e ir às organizações e apresentar projetos de ações que realmente convençam e motivem os gestores das organizações a desejarem a aplicação em suas organizações.
Concluiu-se que o trabalho de conscientização tem que ser uma constante na prática do Profissional de Educação Física para que paradigmas sejam quebrados e, a atuação seja de forma efetiva e significativa no desenvolvimento de práticas que façam a diferença para que mais trabalhadores possam ter uma qualidade de vida satisfatória e um desenvolvimento profissional eficaz.
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VIEIRA, Leandro Ricardo dos Santos. Ginástica laboral: abordagem funcional do profissional de educação física. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2010.
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