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Futsal na Educação Física escolar: a participação das meninas

El futsal en la Educación Física escolar: la participación de las mujeres

 

*Licenciado em Educação Física

Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professor de Futebol

**Universidade Presbiteriana Mackenzie. Curso de Educação Física

Faculdade Nossa Cidade

Paulo Sergio Moreira dos Santos*

Vinicius Barroso Hirota**

vhirota@mackenzie.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Atualmente existe uma demanda de pratica desportiva de algumas modalidades esportivas que são caracterizadas pela cultura social que vem deixando de ser exclusividade do sexo masculino. Este estudo tem como objetivo verificar a participação das meninas nas aulas de educação física escolar, quando o tema é futsal. A metodologia apresentou características da Pesquisa Descritiva (CERVO e BERVIAN, 2004) contando com a população e amostra deste estudo contaram com a participação de 15 alunas (n: 15) do sexo feminino entre 12 e 15 anos do ensino Fundamental II, que estudam em uma escola publica estadual da cidade de Osasco, SP/ Capital, e o instrumento utilizado foi um questionário proposto por Verardi (2004), onde adaptamos para nosso objetivo. Os resultados obtidos nesta pesquisa pôde concluir que as meninas gostam de praticar a modalidade do futsal nas aulas de educação física, e que o professor tem um papel decisivo na oferta de atividades, levando-as a sonhar em serem jogadoras profissionais. Concluímos que mesmo no século XXI as meninas sentem dificuldade para praticarem o futebol, mas com intervenção e oferta de atividades do profissional de educação física e o incentivo dos pais esta quadro pode mudar.

          Unitermos: Educação Física Escolar. Futsal. Gêneros.

 

Abstract

          Currently there is a demand for practice of some sports that are characterized by social culture that is no longer exclusively male. This study aims to determine the participation of girls in school physical education classes when the topic is soccer. The methodology presented characteristics of Descriptive Research (CERVO and BERVIAN, 2004) relying on the population and sample for this study had the participation of 15 students (n=15), females between 12 and 15 years, who study in a public state school in the city of Osasco, São Paulo, Capital, and the instrument was a questionnaire proposed by Verardi (2004), which we adapted for our purpose. The results obtained in this study of great importance to conclude that girls like to practice the sport of futsal in physical education classes, and that the teacher has a crucial role in the provision of activities, leading them to dream of being professional players. We conclude that even in the twenty-first century girls find it difficult to practice football, but with intervention and provision of professional activities of physical education and encouragement from parents, this picture could change.

          Keywords: Physical Education. Futsal. Genres.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 167, Abril de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    De acordo com Freire (1989) a Educação Física deve atuar como qualquer outra disciplina na escola, e não desintegrada do projeto político pedagógico as habilidades motoras precisam ser desenvolvidas, sem dúvida, mas devem estar claros quais serão as conseqüências disso do ponto de vista cognitivo social e afetivo.

    Faria Jr. (1995) entende que a prática do futebol como desporto de equipe pode atuar como meio eficaz de ensinar aos jovens a tolerância e aceitação das diferenças individuais e, para isto, propõe uma série de procedimentos didáticos para os professores de educação física, com objetivo que as meninas participem juntos nas aulas quando o tema é a pratica do futsal.

    Entretanto, meninos e meninas faziam aulas separadas, futebol para meninos, danças, ginástica e voleibol para meninas estas atividades dividia ambos os gêneros nas aulas de educação física, desta forma, acaba fortalecendo padrões e estereótipos de gênero, produzindo sujeitos masculinos e femininos (LIMA e DINIZ, 2007).

    A participação das meninas, principalmente quanto a uma demanda de negação a pratica desportiva de algumas modalidades esportivas que são caracterizadas pela cultura social exclusivamente para o sexo masculino e outras para o sexo feminino.

    Ventura e Hirota (2007) relatam que apesar do aumento no número de meninas que se interessam pelo futebol e começam a praticá-lo hoje, ainda percebem-se ações discriminatórias da sociedade sobre o tema e falta de destaque em relação ao futebol profissional.

    Para o de envolvimento integral: afetivo, social, intelectual, motor e psicológico, sem o prejuízo em relação ao gênero, ou seja, uma escola para a formação do sexo feminino e do sexo masculino, que valorize as diferentes contribuições e habilidades independentemente do sexo (COSTA e SILVA, 2002).

    Para Betti (1998), a educação física tem que incluir ambos os gêneros no ambiente escolar, para formação e caráter concebido por uma educação de corpo e mente.

    Freire (1989) diz que é essencial que tenhamos o objetivo de educar o individuo como um todo e de ambos o gênero proporcionando uma “Educação de corpo inteiro”, respeitando o individuo biologicamente, socialmente e psicologicamente contribuindo para formar cidadãos de corpo e mente para desenvolver intelectualmente um ser critico e formadores de opiniões.

    Desta maneira educação física é voltada para educar ambos os gêneros de corpo e mente, sem inclusão, respeitando bi logicamente o desenvolvimento de cada individuo (FREIRE, 1989).

    Contudo levantamos a hipótese referente à prática do futsal escolar, na busca de perceber qual a aderência das meninas nas aulas de educação física em jogar futsal e qual o comportamento das mesmas frente aos meninos.

    Sendo assim o estudo tem como objetivo principal Investigar a participação feminina nas aulas de educação física cuja temática a ser desenvolvida seja o futsal

    Pretendendo verificar: 1. Se as meninas gostam de jogar futebol; 2. Se as meninas querem se tornar jogadoras de futsal ou futebol profissionais; 3. Se as meninas se relacionam bem com seus técnicos e professores; e 4. Se as meninas têm incentivo dos seus pais para praticarem a modalidade em questão.

Metodologia

    Este estudo apresentou características da Pesquisa Descritiva, já que ela observa, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los (CERVO e BERVIAN, 2004). A amostra deste estudo contou com a participação de 15 alunas (n: 15) do sexo feminino entre 12 e 15 anos do ensino Fundamental II, pertencentes a uma escola publica estadual da cidade de Osasco. Foi utilizado um questionário de estrutura fechado proposto por Verardi (2004), onde adaptamos para que as meninas pudessem responder.

    Os dados farão coletados durante as aulas de Educação Física. Para tanto contamos com a utilização dos seguintes materiais: prancheta, canetas e um questionário onde o sujeito envolvido na pesquisa deveria responder sozinho ao mesmo. Foi distribuído um questionário a cada participante onde o mesmo terá que responder as questões, sem que ocorra nenhum tipo de influencia de terceiros, portanto será feito de forma individual e reservada. Os dados farão apresentados sob a forma de estatística descritiva, demonstrando o calculo da média, e freqüência das respostas das meninas. Posteriormente fizemos a comparação com dados secundários, ou seja, dados oriundos de outras pesquisas já concluídas onde mostram a utilização do mesmo questionário.

Resultados e discussão

    Os resultados indicam com 47% (n=07) praticam a modalidade há dois anos, sendo que elas estão na faixa de 12 a 15 anos na fase da pré-adolescência.

    Com 33% (n=05) as meninas iniciam o interesse pela modalidade na escola nas aulas de educação física, ou seja, as aulas de educação física contribuem para o interesse das meninas a pratica da modalidade do futsal, com objetivo de contribuir para o desenvolvimento do individuo para se formar um cidadão critico e humanista, com interesse futuro para a pratica da modalidade, confirmando a pesquisa de Santana com minha pesquisa, pelo interesse das meninas nas aulas de futsal motivando a desenvolver interesse pela modalidade e praticá-la não só na escola como também com 27% (n=04) em bairros, outros lugares e com 13% (n=02) em clube.

    Os resultados apresentados em nossa pesquisa utilizando o questionário proposto por Verardi (2004), para identificar a participação das meninas nas aulas de educação física, quando o profissional aplica o conteúdo da modalidade do futsal, verificamos que 54% (n=08) das meninas jogam futebol para se divertir; entretanto foram respondidas outras variáveis, como 33% (n=05) aprender e conhecer o jogo, com suas características de técnica, tática e lúdica que pode ser aplicado, ou como 13% (n=02) se tornar jogadora de futebol e também fazer amigos, porque para elas o jogo pode proporcionar algo a mais além de suas perspectivas se tornando uma aprendizagem significativa, ou seja, elas gostam de praticar e jogar futebol indiferente de suas características.

Gráfico 01. Motivos que levam as meninas a praticar futebol

    O gráfico 02 mostra os resultados encontrados na tentativa de identificar as em que local as meninas praticam futebol? Das entrevistadas, 33% (n=05) responderam que jogam futebol na escola; 27% (n=04) indivíduos responderam no Bairro, 27% (n=04) indivíduos responderam em mais de um local e 13% (n=02) responderam que jogam no Clube.

Gráfico 02. Locais onde as meninas costumam jogar futebol

    Na tentativa de identificar como é o relacionamento com o técnico? Das entrevistadas, 47% (n=07) indivíduos responderam que o relacionamento é bom, 33% (n=05) responderam excelente, 13% (n=02) indivíduos responderam regular, 07% (n=01) individuo não respondeu.

    Quando perguntados se gostavam das atividades proposta durante as aulas, 60% (n=09) responderam sim, são importantes, 33% (n=05) responderam sim, são prazerosas, 7% (n=01) respondeu não, são cansativas.

    O Gráfico 03, mostra resultados encontrados na tentativa de identificar se durante os jogos, a família incentiva a menina no futebol. Das entrevistadas, 93% (n=14) indivíduos responderam que incentiva, 7% (n=01) respondeu não incentiva, veja o gráfico a seguir:

Gráfico 03. Sua família incentiva você a praticar futebol?

    Na tentativa de identificar que durante os jogos, o que traz mais prazer e satisfação? Das entrevistadas, 27% (n=4) indivíduos responderam aplausos da torcida, 20% (n=03) responderam elogios do técnico, 20% (n=03) responderam aplausos da família ou dos pais, 20% (n=03) responderam ganhar medalhas, 13% (n=02) responderam elogios dos companheiros de equipes.

    Entretanto quando perguntadas se pretende ser jogadora de futebol? Das entrevistadas, 53% (n=08) indivíduos responderam sim, 47% (n=07) responderam não.

    Outro aspecto interessante que podemos verificar é o convívio entre professor e aluno e colegas de equipe, tendo resultado com 47% (n=07) as meninas tem um relacionamento com o professor considerado bom, ou seja, a interação de aluno e professor, pois durante os jogos ao estar competindo às mesmas quando é substituída com 47% (n=07) se sentem bem, pois acreditam que o importante respeitar e dar oportunidade a todos e o relacionamento entre os colegas elas consideram com 53% (n=08) excelente, pois a uma participação de todos com interesse em aprender e praticar a modalidade, e jogar por diversão nas as aulas de educação física, contribui para que seja aplicado e desenvolvimento dos conteúdos atitudinal respeitando as características de cada individuo.

    O resultado encontrado sobre relacionamento entre o professor e aluno foi bom, ou seja, o professor atinge seus objetivos e os alunos tenham uma aprendizagem significativa. Pois a uma troca de companheirismo entre aluno e professor.

    Outros resultados obtidos, sobre em qual posição você considera e gosta de jogar, com 60 % (n=09) elas gostam de jogar no ataque, pois e a característica do futebol brasileiro, não sendo diferente dos meninos, porque sendo atacante você tem a maioria das oportunidades de fazer os gols de sua equipe, sendo que objetivo do futebol é fazer gols, e quando você faz um gol, você sente uma sensação de alegria, emoção, felicidade, mesmo que sua equipe perca uma partida você se sente satisfeito por ter feito um gol, como se tivesse comprido sua missão.

    Outros resultados encontrados na questão que pergunta sobre as atividades propostas pelo professor, quando aplica aulas praticas sobre os fundamentos específicos do futebol.

    Foi encontrado com 60% (n=09) sim, são importantes, pois as meninas consideram que o professor de educação física procura inserir e elaborar suas aulas que faça motivá-las a participar, com 33% (n=05), pois são prazerosas, não são repetitivas, e com 7% (n=01) sujeito respondeu que são cansativas, pois ela joga no bairro, joga por diversão e não pretende ser jogadora de futebol.

    Confirmam estes dados Rocha et al (2009) dizendo que o papel do professor na aprendizagem do futsal é de fundamental importância, diante da importância cultural que este esporte sustenta.

    Comparando com as outras que iniciaram na escola, a motivação e planejamento adquirido pelo professor contribuem para que as alunas se sentem bem, considerando as aulas muito importantes para a aprendizagem do futebol.

    A família contemporânea do século XXI, de acordo com os resultados encontrados, 93% (n=14) das família incentiva a participação das meninas nas modalidades esportivas, principalmente no futebol.

    Considerando assim uma quebra de preconceitos e barreiras e culturas, por ser uma modalidade praticada pelo gênero masculino e considerada que futebol é para homens,principalmente quando você houve,chuta como homem, mas nos dias de hoje esta realidade vem mudando principalmente quando a família incentiva.

    Em outras questões elas querem se tornar jogadores de futebol não muito diferente dos meninos, pois Verardi (2004), em estudo de caso, conclui em sua pesquisa que a maioria das crianças e adolescentes entrevistados pretendem ser jogador de futebol.

    Por fim em relação as questões de gênero, foram perguntados para as meninas sobre, quem ela tinha como ídolo no futebol, ou seja, qual era sua referencia para a pratica e interesse pelo futebol fora a família, elas responderam com 60% (n=09) que seus ídolos são do gênero masculino, e com 20% (n=03) do gênero feminino, com 13% (n=02) não respondeu, e com 7% (n=01) um sujeito respondeu ambos os gêneros masculino e feminino, ou seja, ainda as referencias das meninas são do gênero masculino, pois acredito, pois acredito pelo fato de nossa formação e vivencia da cultura do povo brasileira que o Brasil e o país do futebol.

Considerações finais

    Através de intervenção do profissional de educação física as meninas são incluídas no ambiente escolar dividindo o espaço juntos com os meninos. Verificamos também que quando o tema é futebol, as meninas participam das aulas, por ter incentivo familiar e um bom relacionamento com o professor de educação física.

    Fica claro que o professor deve facilitar a participação de todos nas aulas de educação física, uma vez que o tema seja futebol, sendo assim deixando de lado as questões relacionadas ao gênero, e difundindo o esporte para com todos os alunos.

    Neste sentido é de esperar que professores de educação física ao aplicar conteúdos com o tema futsal saiba compreender esse interesse das meninas.

    Por fim damos destaque quando o assunto dos ídolos foi levantado e vemos que a predominância ainda é masculina, isso prova que o espaço na mídia do futebol feminino ainda é pequeno.

Referencias

  • BETTI, M.. A janela de vidro: esporte, televisão e educação física. Campinas: Papirus, 1998.

  • CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.. Metodologia Cientifica. 5ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

  • COSTA, M. R. F.; SILVA, R. G. da. A Educação Física e a co-educação: Igualdade ou diferença? Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Campinas, v. 23, n. 2, p. 43-54, 2002.

  • FARIA JR, A. G. Futebol, questões de gênero e co-educação: algumas considerações didáticas sob enfoque multicultural. Revista de Campo, São Paulo, v. 2, n. 12, p. 17-39, dez. 1995.

  • FREIRE, J. B. Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação Física. 4ª ed. Campinas: Scipione, 1989.

  • LIMA, F. M.; DINIS, N. F.. Corpo e gênero nas praticas escolares de Educação Física. Currículo sem Fronteiras, Paraná, v. 7, n. 1, p. 243-252, jan. - jun. 2007.

  • ROCHA, D. L.; PAIANO, R. HIROTA, V. B.; VERARDI, C. E. Futsal: quanto se joga vs. Quanto se aprende. In: Anais II Congresso Nacional das Licenciaturas, Mackenzie, São Paulo, 2009.

  • VENTURA, T. S.; HIROTA, V. B.. Futebol e salto alto: porque não? Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 6, n. 03, 2007.

  • VERARDI, C. E. L.; DE MARCO, A.. Interferência dos pais e suas consequências na prática do futebol na infância e adolescência: Um estudo de caso. Dissertação de Mestrado, Unimep, 2004.

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