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Estilo de vida e nível de atividade física habitual 

de acadêmicos ingressantes, em 2011, no curso 

de Fisioterapia da UEPA, Campus Santarém

Estilo de vida y nivel de actividad física habitual de estudiantes ingresantes
en 2011, al curso de kinesiología de la UEPA, Campus Santarem

Lifestyle and level of habitual physical activity of academic freshman
in 2011, course of physical therapy of the UEPA, Campus Santarem

 

*Acadêmico/a de Fisioterapia, UEPA, Campus Santarém, PA

**Pós-graduação em Fisiologia do Exercício, FACIMAB, PA

***Licenciatura Plena em Educação Física, UEPA, Campus Santarém, PA

(Brasil)

Izabela Mendonça de Assis*

izabela_stm@hotmail.com

Herbert Halley Gomes de Castro*

castrofisioterapia@hotmail.com

Lucas da Silva Alho Mota*

lucas.alho@hotmail.com

Esp. Gilma Teixeira Faruolo França**

gilmafaruolo@hotmail.com

Esp. Luiz Carlos Rabelo Vieira* ***

luizcrvieira@hotmail.com

Esp. Diego Sarmento de Sousa* ***

diego_uepa@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Objetivo: traçar o perfil do estilo de vida e o nível de atividade física habitual de acadêmicos ingressantes, em 2011, no curso de Fisioterapia da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus Santarém. Metodologia: a amostra foi composta de 19 acadêmicos, entre 16 e 26 anos de idade (18,79±2,64 anos). Foram aplicados o questionário do PEVI - Perfil do Estilo de Vida Individual e a versão curta do QIAF - Questionário Internacional de Atividade Física para a coleta de dados. Os resultados foram processados através de recursos da estatística descritiva, com utilização do programa Excel (Office 2010). Posteriormente, os dados foram transferidos para o aplicativo Bioestat® 5.0, de modo a estabelecer a diferença entre variáveis do estudo, através da aplicação do teste t de Student, com significância de p<0.05. Resultados: quanto à classificação do estilo de vida, encontraram-se índices negativo (n=3, 11%), intermediário (n=2, 16%) e positivo (n=14, 74%). Por outro lado, pôde-se constatar que 26% da amostra eram fisicamente sedentários e 74% fisicamente ativos, não se detectando diferença estatística no tempo realizando atividade física entre ambos os gêneros (feminino: 473±458,96 min/semana; masculino: 433,33±521,11 min/semana; p=0.8405). Conclusão: foi encontrada, na amostra, prevalência do índice positivo de estilo de vida e de indivíduos fisicamente ativos. Além disso, o grupo feminino apresentou, não significativamente, nível de atividade física superior ao masculino.

          Unitermos: Estilo de vida. Nível de atividade física. Estudantes. Fisioterapia.

 

Abstract

          Objective: To describe the profile of lifestyle and physical activity level usual academic freshman in 2011, in the course of Physiotherapy at the State University of Pará (UEPA), Santarém Campus. Methodology: The sample consisted of 19 students aged between 16 and 26 years old (18.79 ± 2.64 years). Was applied the PEVI questionnaire - Profile of the individual lifestyle and the short version of the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) to data collection. The results were processed by resources through of the descriptive statistics, by using the programs Excel (Office 2010). Later, all data files were transferred to the application Bioestat® 5.0, with the purpose to establish the difference between the study variables, by applying the Student t test, p<0.05 being significant. Results: Regarding the classification of lifestyle, were found negative (n = 3, 11%), intermediate (n=2, 16%) and positive rates (n = 14, 74%). On the other hand, was possible to find that 26% of the sample were physically inactive and 74% were physically active, doesn’t finding a statistical difference in time performing physical activity among both genders (female: 473±458.96 minutes by week; male: 433.33±521.11 minutes by week, p=0.8405). Conclusion: Were found in the sample, the prevalence rate of positive lifestyle and physically active subjects. The female group presented, without too significance, physical activity level higher than the male’s.

          Keywords: Lifestyle. Physical activity level. Students. Physiotherapy.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 167, Abril de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O estilo de vida representa o conjunto de ações cotidianas que reflete as atitudes e valores das pessoas, sendo o principal responsável pelo surgimento das doenças crônico-degenerativas. Os aspectos do estilo de vida se combinam para influenciar a saúde individual em todas as áreas: física, mental, espiritual e social. Um estilo saudável inclui a saúde preventiva, boa nutrição e controle do peso, recreação, exercícios regulares, evitar substâncias nocivas ao organismo (NAHAS, 2001).

    A prática de atividade física representa um estilo de vida salutar. Porém, no Brasil, o sedentarismo representa um sério problema de saúde pública. Cerca de 70% da população brasileira praticam pouco ou quase nenhuma atividade física regular (IBGE, 2000). Os hábitos sedentários são responsáveis por 54% do risco de morte por infarto (BRASIL, 2006).

    A atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal voluntário com gasto energético acima dos níveis de repouso (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSEN, 1985; GUEDES et al., 2002). A prática regular de atividade física está associada à melhoria da saúde e qualidade de vida de seus adeptos. Evidências científicas demonstram que o hábito de praticar exercícios físicos regularmente constitui hábito fundamental nos programas voltados à promoção da saúde, gerando benefícios em termos fisiológicos, bioquímicos e psicológicos (PITANGA; PITANGA, 2001).

    As pesquisas comportamentais revelam que, entre os estudantes universitários, existem cada vez mais comportamentos considerados de risco (FRANCA; COLARES, 2008; SÁNCHEZ-ALEMÁN; CONDE-GLEZ; URIBE-SALAS, 2008). As modificações quanto aos padrões alimentares, prática de atividade física, consumo de álcool e cigarros, somadas a situações próprias da adolescência, como intensas alterações biológicas, instabilidade psicossocial e falta de comportamento preventivo, são fatores que podem tornar os universitários vulneráveis a riscos significativos com relação a sua saúde (VIEIRA et al., 2002). Nessa fase comumente os universitários deixam de praticar exercícios físicos e vinculam isto à falta de tempo, mas sabe-se que existem outros fatores associados, como baixo poder aquisitivo (ANTES et al., 2009).

    De acordo com o exposto, o objetivo do estudo foi traçar o perfil do estilo de vida e do nível de atividade física habitual de acadêmicos ingressantes, em 2011, no curso de Fisioterapia da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus Santarém.

Metodologia

    A amostra foi constituída de 19 acadêmicos, entre 16 e 26 anos de idade (18,79±2,64 anos), sendo nove homens e dez mulheres. Para participar da pesquisa, os sujeitos deveriam: estar regularmente matriculados no 1° semestre do curso de Fisioterapia da UEPA, Campus Santarém; ter disponibilidade de tempo para o preenchimento dos questionários e assinar um termo de consentimento livre esclarecido, elaborado com base nas normas regulamentadas para o desenvolvimento de pesquisa com seres humanos - Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996). Foram excluídos do estudo aqueles que apresentaram recusa e/ou qualquer fator que os impedisse responder aos instrumentos avaliativos. A pesquisa foi realizada na referida Instituição e teve duração de duas semanas.

    Para coleta de dados referentes ao estilo de vida, foi utilizado o questionário do PEVI - Perfil do Estilo de Vida Individual (NAHAS; BARROS; FRANCALACCI, 2000), que inclui cinco aspectos. São eles: Nutrição (Nu), Atividade física (Af), Comportamento preventivo (Cp), Relacionamento social (Rs) e Controle do estresse (Ce). As perguntas de cada componente têm como respostas valores entre zero e três. Quanto mais próximo do valor três, melhor é a atitude do indivíduo quanto ao item avaliado.

    Para a mensuração do nível de atividade física, foi aplicada a versão curta do QIAF - Questionário Internacional de Atividade Física, por apresentar adequada reprodutibilidade e validade em populações juvenis (GUEDES; LOPES; GUEDES, 2005). No presente estudo o escore abaixo de 150 minutos de atividade física por semana foi o ponto de corte para classificar os acadêmicos como sedentários (SIQUEIRA et al., 2009).

    Os resultados foram processados através de recursos da estatística descritiva (média e desvio-padrão), mediante utilização do programa Excel (Office 2010 para Windows). Posteriormente, alguns dados foram transferidos para o aplicativo Bioestat® 5.0, de modo a estabelecer a diferença entre variáveis do estudo através do teste t de Student, com p<0.05 para a significância estatística.

Resultados

    O gráfico 1 apresenta os resultados quanto à classificação geral do estilo de vida da amostra. Nota-se que houve prevalência de índices positivos (n=14, 74%) e, com menor freqüência, negativo (n=3, 11%) e intermediário (n=2, 16%).

Gráfico 1. Classificação do estilo de vida da amostra

    Pode-se observar na tabela I que no componente Nu prevaleceram os hábitos de às vezes comer fruta ou verdura (58%), quase sempre evitar frutas e doces (42%), às vezes e sempre realizar quatro ou mais refeições por dia (37% cada). No componente Af prevaleceram os hábitos de nunca e quase sempre praticar Af diariamente (37% cada), nunca e às vezes fazer exercícios de força e alongamento (32% cada), quase sempre usar a escada em substituição ao elevador (37%). No Cp, os resultados de maior freqüência foram às vezes fazer o controle da pressão arterial e colesterol (68%), sempre evitar o fumo e o álcool (79%), sempre respeitar as normas de trânsito (79%). No componente Rs, predominou o hábito de sempre cultivar amigos (79%), quase sempre incluir atividades esportivas e encontro com os amigos nos momentos de lazer (47%), quase sempre ser ativo na comunidade onde reside (37%). No Ce prevaleceram os resultados de às vezes e sempre reservar um tempo de no mínimo cinco minutos para relaxar (37% cada), quase sempre manter-se inalterado durante uma discussão (53%), às vezes equilibrar o tempo dedicado ao trabalho com o tempo o dedicado ao lazer (53%).

    A tabela II apresenta o perfil do nível de atividade física habitual da amostra estudada. Pode-se constatar que 26% da amostra eram fisicamente sedentários e 74% fisicamente ativos.

    A tabela III apresenta a relação da média e desvio padrão do tempo em minutos/semana gastos fazendo atividade física quanto ao gênero. Não foi detectada diferença estatística no tempo realizando atividade física entre ambos (Feminino: 473±458,96; Masculino: 433,33±521,11; p=0,8405).

Discussão

    Em estudos sobre o estilo de vida de estudantes universitários é comumente verificada a baixa ingestão de frutas e verduras. Coelho e Santos (2006) verificaram que acadêmicos da UDESC em Santa Catarina apresentam baixo consumo desses alimentos, sendo que 23,94% nunca haviam consumido o número mínimo indicado no questionário, 47,11% às vezes consomem frutas e hortaliças, totalizando 71,05% de consumo inadequado no grupo.

    Santos e Venâncio (2006) fizeram um estudo similar com acadêmicos da UNILESTE em Ipatinga-MG e verificaram que aproximadamente 79% dos estudantes apresentavam consumo inadequado de frutas e verduras. Na maioria dos casos, os universitários atribuem à falta de tempo o motivo de não se alimentarem corretamente.

    No presente estudo, 58% da amostra relatou que às vezes come fruta ou verdura. Além disso, 42% quase sempre costumam evitar frutas e doces e 37% às vezes e sempre realizam quatro ou mais refeições por dia.

    Ainda em universitários, Coelho e Santos (2006) verificaram que aproximadamente 37% de estudantes não praticavam Af. Vieira et al. (2002), ao estudarem adolescentes ingressantes em universidades públicas do Brasil, observaram a mesma condição em 57% dos entrevistados, sendo que, entre os praticantes, 67,5% o faziam três vezes ou menos durante a semana. Ao compararem os gêneros, Costa et al. (2005) notaram uma baixa prática de Af no feminino, diferenciando-se ao encontrado no presente estudo. Vasconcelos e Maia (2001) verificaram que o gênero masculino apresenta uma opção pelo desporto, em virtude da maior autoestima aliada à experiência desportiva. Já a meninas são menos ativas devido a compromissos domésticos e familiares. Pires et al. (2004) citam que os adolescentes preferem se locomover com veículos automotores (ônibus, carros, motos), o que contribui à inatividade física nesse público.

    No corrente estudo igualou-se a quantidade de sujeitos que nunca e quase sempre praticavam Af diariamente, com 37% para cada classificação. Foi verificado que 74% eram fisicamente ativos e 26% sedentários, com variação não significativa (p=0,8405) quanto ao tempo realizando atividade física entre os gêneros.

    No que tange ao componente Cp, Silva et al. (2006) notaram alto consumo (84,7%) de álcool por universitários. Diferentemente, na amostra da presente investigação foi constatado predomínio de evitar o fumo e o álcool (79%).

    Segundo Ferraz e Pereira (2002), diversas investigações mostram que tanto a falta como o excesso nos relacionamentos sociais são fatores que prejudicam o rendimento acadêmico e estão relacionados a outros comportamentos inadequados do estilo de vida como o abuso de álcool e tabaco, agressividade e violência, bem como comportamentos sexuais de risco. Na presente pesquisa, verificou-se que 79% da amostra têm o hábito de sempre cultivar amigos. No entanto, não há evidência de até que ponto em termos negativos esse comportamento afeta o rendimento na formação do grupo analisado.

    No que diz respeito ao componente Ce os resultados encontrados no corrente estudo corroboram com os achados por Camargo e Bueno (2003). Estes reportam que muitas vezes não é possível alcançar equilíbrio entre as exigências da organização do trabalho e as necessidades do trabalhador, tanto fisiológicas quanto psicológicas, e que deste conflito pode emergir um sofrimento que pode ser mais ou menos elaborado e apresentam repercussões acentuadas sobre a saúde mental.

    Em estudo sobre o estilo de vida realizado com universitários ingressantes, em 2010, no curso de Fisioterapia da UEPA, Vieira et al. (2010) verificaram as seguintes pontuações médias quanto aos componentes relacionados ao EV: Nu (1,7 pontos), Af (1,9 pontos), Cp (2,5 pontos), Rp (2,3 pontos) e Ce (2,1 pontos). Os autores concluíram que a amostra apresentou índices positivos nos aspectos Cp, Rs e Cs e regulares nos índices Nu e Af. Por outro lado, na presente pesquisa os resultados encontrados foram Nu (1,4 pontos), Af (1,4 pontos), Cp (2,1 pontos), Rs (2,2 pontos), Ce (1,8 pontos), com prevalência de índice positivo quanto ao estilo de vida.

Conclusão

    Conclui-se que, na amostra estudada, houve prevalência tanto de índice positivo referente ao estilo de vida, quanto de sujeitos fisicamente ativos. Não foi observada diferença significativa do tempo fazendo atividade física por semana entre os gêneros.

Referências

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