Introdução
Poucos são os dados que se tem sobre a história da hidroginástica, mas
segundo Rocha (1994), essa modalidade surgiu na Alemanha para atender pessoas de
idade avançada, que precisavam praticar algum tipo de atividade física e a
hidroginástica por sua vez se enquadrava perfeitamente no perfil desse grupo,
pois se tratava de uma prática segura que diminuía a incidência do risco de
lesões. O autor ainda relata que, ao chegar a uma idade mais avançada, muitas
pessoas ficam impossibilitadas de se exercitarem do jeito tradicional devido às
alterações no corpo, por isso a hidroginástica se torna uma atividade ideal
para esse grupo de indivíduos. Para Sova (1998), a flutuação na água permite
que se movimente sem se machucar; você pode praticar com vigor que desejar, sem
o choque do impacto que este associado ao exercício de solo. A “hidroginástica
é uma união de exercícios aeróbicos e localizados, alongamento e
relaxamento, realizados dentro da água”.
Através da hidroginástica, independente de grau de aptidão física em que se
encontram, as pessoas poderão obter os benefícios dessa atividade física que
é segura, não causa risco ou lesões às articulações e melhora o
condicionamento físico, promovendo modificações morfológicas, fisiológicas
e melhorando as funções orgânicas e psíquicas (BONACHELA, 1998). Já em
1994, cita como motivos para a prática da hidroginástica aos idosos, o
emagrecimento geral, fortalecimento e resistência muscular, condicionamento
físico geral, melhora da flexibilidade, melhora do equilíbrio e da
coordenação, diminuição do estresse e contribuição para a reabilitação
física (BONACHELA, 1994).
Rocha (1994) relata que ao chegar a uma idade mais avançada, muitas pessoas
ficam impossibilitadas de se exercitarem do jeito tradicional devido às
alterações no corpo, por isso a hidroginástica se torna uma atividade ideal
para esse grupo de indivíduos. Por que a hidroginástica funciona tão bem? Há
varias razões, acredita-se que a principal seja a flotabilidade na água.
Com a idade, muitas pessoas tornam-se incapazes de se exercitar das maneiras
tradicionais, devido a pequenas alterações no corpo. Quando isso ocorre, a
hidroginástica passa a ser o ideal. A flutuação na água permite que se
movimente sem se machucar; você pode praticar com vigor que desejar, sem o
choque do impacto que este associado ao exercício de solo (SOVA, 1998).
Novaes (2002) afirma que as atividades mais recomendadas por médicos para a
terceira idade são exercícios na água: a hidroginástica e a natação. A
hidroginástica é o exercício ideal para as pessoas que possuem problemas
ósseos, como osteoporose e artrose.
A história mostra que os exercícios físicos na água vêm sendo utilizados
há vários séculos de diversas formas, desde hidroterapia até a mais recente
atividade aquática, hoje denominada: hidroginástica (FIGUEIREDO, 1996). Devido
ao crescimento da procura pela hidroginástica ter sido significativo nos
últimos tempos, surge a dúvida de qual motivo vem levando as pessoas idosas a
procurarem essa atividade, já que ela apresenta vantagens em relação aos
exercícios praticados no seco, onde este apresenta um nível de impacto muito
grande, nesta atividade em terra prejudicando as articulações e ossos (ROCHA,
1994).
Segundo Nieman (1999), um ingrediente fundamental para o envelhecimento
saudável é a atividade física regular. De todos os grupos etários, as
pessoas idosas são as mais beneficiadas pela atividade. O risco de muitas
doenças e problemas de saúde comuns na velhice diminui com a atividade física
regular. Sendo assim, o presente estudo objetiva verificar os possíveis
benefícios da hidroginástica para a terceira idade, da cidade de
Sobradinho-RS.
Método
Este estudo caracterizou-se por ser um estudo descritivo-exploratório.
Constituem-se sujeitos do presente estudo, 20 indivíduos que se encontram na
terceira idade do sexo feminino, com idades entre 60 a 80 anos, praticantes
assíduos da hidroginástica em uma academia da cidade de Sobradinho- RS.
Para a coleta de dados, foi utilizado o questionário Alteração da capacidade
funcional em indivíduos de terceira idade, praticantes de hidroginástica
adaptado por Carvalho, Maia e Rocha (2000), constituído por perguntas de idade
e tempo de prática da hidroginástica e perguntas relacionadas às capacidades
funcionais relacionados à pratica da hidroginástica.
O presente estudo contou com cinco etapas: autorização do proprietário da
academia; esclarecimento de todas as dúvidas dos participantes; aplicação do
questionário, e organização, análise e discussão dos resultados.
Para a análise dos dados, foi utilizado o programa Excel (versão 2010),
através da estatística descritiva (frequência e percentual).
Resultados
Na tabela 1, são apresentadas as características e percepções dos sujeitos
em relação à faixa etária, desempenho físico, efeitos psicológicos,
sociais e o tempo de prática. De acordo com as características dos sujeitos,
pode-se afirmar que a faixa etária onde as idosas mais se encontram é de 65 a
75 anos, tendo como itens de percepção mais apontados a resistência física,
a autoestima e o conhecimento de novos amigos. Após a coleta de dados,
constatamos que o tempo de prática de hidroginástica dos avaliados que mais
varia é de 7 a 12 meses, no geral.
Tabela
1. Características e percepções dos sujeitos em relação à faixa
etária, desempenho físico, efeitos psicológicos, sociais e o tempo de
prática
Em relação às capacidades funcionais, devido ao período frequentado pelas
mulheres da terceira idade praticantes da hidroginástica, a tabela 2 nos mostra
uma razoável melhoria em quase todos os parâmetros físicos avaliados tendo
apenas com melhoria total o peso corporal (75,0%).
Tabela
2. Relação dos níveis de melhoria e parâmetros físicos
Discussão
De acordo com as características dos sujeitos, o presente estudo demonstrou que
a faixa etária onde as idosas mais se encontram é de 65 a 75 anos, coincidindo
com os estudos de Barbosa e Silva (2001), com praticantes regulares de
hidroginástica em academias de Porto Alegre, confirmando que para essa faixa
etária, variando de 65 a 75 anos, é o momento em que os exercícios promovem a
melhoria das capacidades físicas e neurológicas em declínio.
Os resultados encontrados neste estudo têm como itens de percepção mais
apontados a resistência física, a autoestima e o conhecimento de novos amigos.
Estudos feitos por Morgan e Goldston (1987) e Wankel (1993) em Washington,
mostram que a prática de atividades físicas regular traz benefícios para a
saúde do sistema cardiovascular, com o aumento da força e resistência, com o
controle de peso e até mesmo a saúde mental. Os resultados do presente estudo
são semelhantes a um estudo feito por Alves et al (2004), realizado em
Niterói- RJ, onde um grupo de 37 mulheres praticantes de hidroginástica,
durante 3 meses, apresentou um melhor resultado na avaliação de força e
resistência. Em estudo realizado por Matsudo e Matsudo (2003), na cidade de
Brasília, aponta que a prática da hidroginástica tem como efeito positivo a
ação sobre o estresse, o humor, a autoestima, tendo se mostrado um eficiente
meio na obtenção do bem estar psicológico. Em estudo
realizado por Bayestorff (1996), com os idosos do programa de hidroginástica,
em Florianópolis, observou-se que a prática de atividade física melhora a
autoestima dos idosos. Outra pesquisa de Manz e Duarte (1999), na Cidade do
Porto, em Portugal, revelou que os motivos mais valorizados pelos idosos que
praticam alguma atividade física, se relacionam com os aspectos ligados à
saúde e ao conhecimento de novas amizades.
Em relação às capacidades funcionais, devido ao período frequentado pelas
mulheres da terceira idade praticantes da hidroginástica, foi encontrada uma
razoável melhoria em quase todos os parâmetros físicos avaliados tendo apenas
com melhoria total o peso corporal.
Benedetti e Petroski (1999) encontraram, após um programa de exercícios de
cinco meses, realizado em Santa Catarina, melhora significativa da
flexibilidade, do equilíbrio e da velocidade de andar. No entanto, Madureira e
Lima (1998), em estudo com mulheres de 57 a 77 anos de idade, realizado na
cidade de Maringá, verificaram que, após quatro meses de prática de
hidroginástica, não foram identificadas alterações significativas na força
muscular e na flexibilidade. Gubiani et al. (2001), em um estudo com idosas
submetidas a oito meses de treinamento com hidroginástica, na cidade de Santa
Maria-RS, encontraram melhoras positivas na diminuição da massa corporal. Em
contra partida, estudo feito por Melo e Giavoni (2004), com idosas de Brasília,
não encontraram diminuição significativa no peso corporal em idosas que
praticaram hidroginástica por doze semanas. Em outro estudo realizado por
Zanchetta e Forti (2001), na cidade de São Paulo, encontraram diferenças
significativas na proporção de gordura em relação ao peso corporal total de
mulheres idosas em programas de hidroginástica.
Os resultados do presente estudo são semelhantes aos de Alves et, al. (2004),
que realizaram um estudo em Niterói-RJ, em 74 mulheres idosas, sem atividade
física regular. Um grupo de 37 mulheres recebeu duas aulas semanais de
hidroginástica durante três meses e outras 37 mulheres serviram como controle.
O grupo submetido ao treinamento de hidroginástica apresentou melhor resultado
no teste "levantar e sentar", que avalia a força e a resistência do
segmento corporal inferior. Em outro estudo, os mesmos autores, utilizando a
hidroginástica como principal atividade física por três meses, em idosas de
Niterói-RJ, observaram uma melhora significativa em peso corporal, na
disposição e vitalidade e na coordenação motora.
Outro estudo realizado por Passos (2008), em Maringá, também mostrou
efeitos significativos nas atividades da vida diária de idosas que praticaram
hidroginástica por doze semanas. Estes achados corroboram os resultados
encontrados no presente estudo e reforçam que a atividade física deve ser
usada pela população idosa como ferramenta na promoção de saúde.
Conclusão
Conclui-se que, com a prática de hidroginástica, de acordo com a percepção
dos sujeitos, os possíveis benefícios da mesma, são a melhora na
resistência, o aumento na autoestima e o conhecimento de novos amigos. Já, em
relação às capacidades funcionais, devido ao período frequentado pelas
mulheres da terceira idade praticantes da hidroginástica, podemos afirmar que a
razoável melhoria foi apontada como o maior benefício em quase todos os
parâmetros físicos avaliados, tendo a prática de hidroginástica como um
importante fator para a promoção da saúde, melhorando a qualidade de vida da
população da terceira idade.
Os indivíduos que se encontram na terceira idade devem ser estimulados a
praticar exercícios e mais especificamente a hidroginástica como forma de
prevenir ou controlar as alterações funcionais.
Cabe aos profissionais da área da saúde conscientizar a população dos
benefícios da prática da hidroginástica como também desenvolver um programa
de exercícios/hidroginástica que visem à melhora funcional e individual de
cada praticante. Sugerem-se estudos com maiores amostras de sujeitos.
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