Critérios de utilização dos tacos entre jogadores  séniores e não séniores na modalidade de golfe Criterios de utilización de los palos entre jugadores seniors y no seniors en el golf
	*Instituto Superior da Maia- ISMAI, Maia, Portugal **Facultad de Ciencias de la Actividad Física y del Deporte Universidad de Valencia, España ***CIDESD – Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (Portugal)	Ana Paula Brito* *** Duarte Henriques-Neto* ** Angela Macedo* *** Tiago Ferreira* abrito@docentes.ismai.pt
	Resumo           O objectivo do presente estudo foi comparar o critério de selecção dos Tacos numa volta de Golfe entre os jogadores seniores e não seniores, baseado na recolha de dados, realizada em 2010. Esta recolha consistiu no preenchimento de dois inquéritos – um direccionado à caracterização individual e outro relacionado ao perfil competitivo dos jogadores. Foram realizadas observações e análises nas selecções efectuadas pelos jogadores em relação aos tacos utilizados e consequente número de pancadas dadas por Buraco. Este estudo exploratório foi executado a partir de uma amostra do tipo aleatória composta por 41 jogadores de Golfe, sendo 5 jogadores do sexo feminino, apresentando idades compreendidas entre 9 e 72 anos, com uma média de cerca de 39 anos e um desvio padrão de 22 anos, sendo a amplitude total de 63 anos. A amostra apresentou uma percentagem de 43% de jogadores seniores. Relativamente ao campo, o presente estudo foi realizado na Quinta do Fôjo – Porto - Portugal. Recorremos ao programa estatístico SPSS versão 17.0 para tratamento dos dados.           Unitermos: Golfe. Tacos. Volta. Jogadores.   Abstract           The purpose of this study was to compare the criterion of selection of Clubs in a turn of golf among senior players and no seniors, based on gathering of facts made in 2010. This gathering was the completion of two surveys - one targeted to individual and other characteristics related to the profile of competitive players. Observations and analysis were performed on selections made by players on clubs used and the consequent number of shots given per Hole. This exploratory study was performed from a random sample of the type composed of 41 golfers, and 5 being female, featuring aged between 9 and 72 years with an average of about 39 years and a standard deviation of 22 years, the total amplitude of 63 years. The sample showed a percentage of 43% of senior golf players. On the field, this study was conducted at the Golf Course Quinta do Fôjo – Oporto - Portugal. We use the statistical program SPSS version 17.0 for data processing.           Keywords: Golf. Club. Turn. Players.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 166, Marzo de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Golfe é um desporto peculiar, pois depende da perseverança de cada jogador para melhorar a sua noção de jogo e fundamentalmente a técnica de swing. O objectivo do jogo consiste em sair de um local determinado (tee-teeing ground), num campo aberto, e introduzir a bola no menor número de tacadas possível, em Buracos estrategicamente colocados e com distâncias variadas, dependendo de cada jogador e da sua capacidade na obtenção da melhor pontuação possível nos 18 Buracos. Uma volta de Golfe, consiste em sair de um local determinado, jogar uma bola desde o Tee até ao Buraco, executando uma tacada ou tacadas sucessivas, em conformidade com as regras, mas sempre com o objectivo de colocar a bola no menor número de tacadas possível no Buraco, estrategicamente colocado no Greenswing de prática com o taco ou dar uma tacada na bola, o jogador deve certificar-se de que não há ninguém perto, num local onde possa ser atingido pelo taco, bola, pedras, areia, ramos ou algo semelhante que possa ser deslocado pela tacada ou pelo movimento do taco (Hobbs, 2005).

    A peculiaridade do Golfe como desporto reside na génese da sua competição, uma vez que dois jogadores de diferentes níveis técnicos podem competir em igualdade de circunstâncias, com a aplicação de um sofisticado sistema de Handicaps, atenuando as diferenças de idades e condições físicas, proporcionando a possibilidade de numa competição reunir escalões etários tão díspares, com um intervalo de idade entre os 12 anos até mais de oitenta anos (Stover, 1996).

    Segundo Edmund et al. (2005), os Tacos dividem-se em quatro categorias:

• Madeiras - Tacos em forma de “pêra” (ou Madeira Metal) para as pancadas de saída do tee, uma vez que são para as pancadas compridas, usando-se assim um Driver, que é a Madeira 1.

• Os Ferros - Tacos mais finos de metal, para jogar mais de perto.

• Híbridos que combinam os traços tanto dos Ferros como das Madeiras para jogar mais longe do fairway (caminho entre a saída e a chegada de um Buraco).

• Os Putters, para usar no green (local das pancadas de precisão), e na sua aproximação.

    Os Tacos são fundamentais para a prática do Golfe, uma vez que são os responsáveis pelo arremesso e colocação da bola em direcção ao Buraco, cumprindo-se assim o objectivo do jogo. São numerados normalmente de 1 a 9 – Ferros de 2 a 9 e Madeiras 1,3,5 – um Pitch Wedge, um Sand Wedge, Gap Wedge, Lob Wedge e um Putter (Brito, 2007).

Metodologia

    O tipo de investigação realizada, caracterizou-se por ser do tipo transversal e descritivo, uma vez que as variáveis foram observadas, analisadas e descritas sem que haja manipulação das mesmas (Thomas & Nelson, 1996).

    Os jogadores foram observados numa única oportunidade, sendo os seus níveis e características, aleatórios, por conveniência e disponibilidade dos mesmos.

Amostra

    Este estudo exploratório configurou-se a partir de uma amostra de 41 jogadores de Golfe com Handicaps devidamente homologados.

    A amostra é do tipo não aleatória composta por um total de 41 jogadores de Golfe maioritariamente do sexo masculino (88%), com uma média de idade de cerca de 39 anos, e um desvio padrão de 22 de anos, sendo 43% de jogadores seniores, 5 jogadores do sexo feminino (12%), apresentando uma idade média de 39 anos e um desvio padrão de 22 anos.

    Critérios de selecção da amostra: Serem jogadores de Golfe de escalão sénior; Serem jogadores de Golfe de escalão não sénior; Serem sócios da FPG e praticantes regulares do Golfe; Handicap homologado pelo respectivo clube.

Instrumentos

    A recolha de dados aos jogadores de Golfe que colaboram no presente estudo, foi elaborada a partir do registo nos scorecards, tendo como base os dados referentes aos tacos utilizados e o número de pancadas efectuado no decurso de uma volta de Golfe.

    Para a recolha de dados mais específicos dos jogadores, quer a nível das suas características enquanto jogadores, quer da sua caracterização pessoal, foi utilizado um questionário utilizado por Brito (2007).

    O registo dos “Tacos e Pancadas por Buraco”, foi elaborado e testado visando o nível de compreensão e fiabilidade dos mesmos, tendo sido aplicado a um grupo de controlo de 10 jogadores dos vários escalões, tendo principal preponderância a nível dos escalões mais jovens, tendo-se obtido um resultado de 70% de jogadores que o compreenderam numa primeira leitura e preenchimento e apenas 30% que apresentaram dúvidas.

Procedimentos

    Para a realização deste estudo foram levadas em conta todas as considerações éticas. Todos os jogadores foram adequadamente informados acerca do estudo, dos objectivos e finalidades, assim como da manutenção da confidencialidade e anonimato dos dados.

    O trabalho de campo foi realizado num Clube de Golfe situado na cidade do Porto- Portugal, antes e após o decurso de torneios e em dias de actividade normal. Consistiu no preenchimento de dois questionários.

    Antes de cada recolha os jogadores foram devidamente elucidados sobre o objectivo do estudo, dos respectivos critérios de execução, na expectativa de uma correcta sensibilização dos mesmos e visando a obtenção dos objectivos a que nos propúnhamos.

    O Campo onde foi realizado o estudo apresenta um comprimento superior aos campos com 9 Buracos, situa-se na cidade do Porto – Portugal , baseando-se, na filosofia de “campo de cidade”,

Resultados

    A maioria dos jogadores da nossa amostra 95,1%, revelam que o Taco mais importante num jogo de Golfe é o Ferro (tabela 1).

Tabela 1. Taco Mais Importante

    Com o green a 150 m, o Ferro 5 (22%) e o Ferro 6 (31,7%), merecem a preferência dos jogadores. O Drive, Madeira 3 e o Ferro 4, apresentam a mesma percentagem, 12,2%, respectivamente (tabela 2).

    Podemos observar as escolhas de tacos que jogadores fizeram para cada um dos Buracos. Apresentamos agora o resumo desse uso.

    O Ferro mais utilizado foi o Putter logo seguido do Sand Wedge e do Picth Wedge. Os menos utilizados foram os Madeira 7 e Madeira 5.

    Podemos observar que o Taco de saída mais utilizado foi o Driver (60).

    As melhores performances foram obtidas por jogadores que utilizaram para Taco de saída o Ferro 5 (1 caso), Ferro 7 (5 casos), Ferro 8 (5 casos), Ferro 9 (8 casos), SW (2 casos), PW (6 casos) e Híbrido (1 caso).O Taco mais utilizado foi o Putter com 437 Pancadas, 178 Pancadas pelos Seniores e 259 Pancadas pelos não Seniores, o que nos leva a afirmar que os não Seniores têm mais dificuldades na manipulação deste Taco (Tabela 4).

Tabela 4. Relação Idade / tipo de Taco usado

    Foi utlizado o Teste do Qui-Quadrado de maneira a constatar, que a hipótese nula de independência das variáveis deve ser rejeitada donde se infere que há alguma dependência entre o tipo de Ferro utilizado e o escalão do golfista.

Discussão

    Neste capítulo, encontrámos sérias dificuldades em termos comparativos com outros estudos e autores, em virtude de na modalidade de Golfe não existir nenhum estudo aprofundado a nível da utilização ou selecção de Tacos.

    Nos torneios, a maioria dos jogadores usa os 14 Ferros, fazendo o percurso a pé, com tempo habitual de uma volta a duração média de 3 horas e meia a 4 horas (73,1%).

    Brito (2007), afirma que no equipamento de jogo, os Ferros são considerados pela maioria dos jogadores, como os Tacos mais importantes a transportar durante uma volta de Golfe, esta afirmação é confirmada pela escolha da nossa amostra (95,1%), que considera o “Ferro” como taco mais importante, assim como, as distâncias com o Drive de saída da amostra (36,6%) está entre 150 e 250 metros, mostra que os dados apresentados por Grimm, (2003), nos quais este indica como valores mínimos 140 metros (senhoras 140 – 160 metros) e valores máximos 225 metros.

    Com o green a 150 m, o Ferro 5 (22%) e o Ferro 6 (31,7%), merecem a preferência dos jogadores. Comparando com o estudo de Brito (2007), há uma coincidência a nível do Ferro 5 (23,6%), uma vez que como segunda opção o Madeira 5 teve 16,6% e o Ferro 6 apresentou uma preferência de 12,1% dos jogadores.

    No que refere a Tacos, quase todos os jogadores consideram o Ferro como o Taco mais importante, com 39 escolhas (95%), num universo de 41 jogadores

    O Pitch Wedge foi o mais escolhido para bater a bola inicial, este foi escolhido por 16 vezes, 39%. Para a segunda pancada o Putter é o mais usado, o que nos indica que grande parte dos jogadores.

    O Ferro 9 foi o mais escolhido para bater a bola inicial, no Buraco 6, uma vez que este foi escolhido por 10 vezes, 24,4%. Para as últimas pancadas o Putter é sempre o mais usado.

    O Taco com mais uso numa volta é o Putter com 437 pancadas, seguindo do Sand Wedge com 104 pancadas.

    A elaboração deste estudo, permitiu-nos um conhecimento mais aprofundado das características da modalidade, e suas consequentes limitações, tendo-se comprovado a necessidade de aprofundar e aumentar as áreas a investigar no âmbito do Golfe.

Bibliografia

• Brito, A.P. (2007): Categorizacion e Análise do Xogo de Golf e dos seus Campos en Portugal. Pontevedra: Dissertação de Doutoramento apresentada na Universidade de Vigo, na especialidade de Didácticas Especiais. Texto policopiado.

• Edmund et al. (2005): Golfe. Porto: Dorling Kindersley Limited – Civilização, Editores, Lda.

• Grimm, D. (2003): Vício de Golfe.

• Grimm, D. (2003): Guia Prático de Golf.

• Hobbs, M. (2005): Manual prático do Golfe, um guia ilustrado, passo a passo, para praticantes de todos os níveis. Lisboa: Editorial Estampa, Lda.

• Stover, C.; Stolz, J. (1996): Golf for the Sénior Player. Clinic Sports Medicine. 15:163-178.

• Thomas, J.R. & Nelson, J.K. (1996): Research methods in physical activity. (3ª ed.). Champaign, Illinois: Human Kinetics Books.

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