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Relação da qualidade de vida associado ao 

treinamento resistido medida por meio do SF-36

Relación de la calidad de vida asociada al entrenamiento resistido medida por medio del SF-36

 

*Me. Docente e Coordenador do Curso de Educação Física

da Universidade Presidente Antônio Carlos - FUPAC de Itajubá, MG

**Me. Docente Fundação de Ensino e Pesquisa de Itajubá. FEPI de Itajubá, MG

***Dr. Docente da Universidade do Vale do Paraíba, UNIVAP. José dos Campos, SP

(Brasil)

Ronildo Antônio Martins*

Fábio Luiz Figueiredo Fernandes**

Rodrigo Aléxis Lazo Osório***

Wellington Ribeiro***

me.ronildo@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A força muscular é indispensável para independência na idade avançada. O objetivo do estudo foi observar a influência do Treinamento Resistido, e sua correlação com a qualidade de vida medida pelo SF-36. Participaram 9 mulheres (idade 61,7 ± 5,1; peso 62,2 ± 12,4, kg e estatura 153,2 ± 5,5, cm). O treinamento foi realizado três dias na semana, intercalado com um dia de descanso. Foram realizadas 03 séries com 10 RM, com duração de 60 minutos. Realizou-se o teste (1RM) para averiguar o nível inicial da força muscular dinâmica dos grupos musculares envolvidos no treinamento, o equilíbrio estático no Cybex Reactor®, e o SF-36, utilizado para análise de aspectos relacionados à qualidade de vida. Ao final do estudo, observaram-se aumentos na 1RM, no equilíbrio estático e melhoras em domínios analisados no SF-36. Concluindo que o treinamento resistido demonstra ser uma ótima alternativa para melhorar a qualidade de vida de idosos.

          Unitermos: SF-36. Treinamento resistido. Idosos. Mulheres.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 166, Marzo de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Nos dias atuais o sedentarismo tornou-se uns dos grandes vilões para humanidade. Com o passar dos anos, o organismo humano vai sofrendo deteriorações naturais, tornando-o cada vez menos eficiente influenciando de forma negativa a qualidade de vida dos seres humanos. A atrofia muscular está associada a mobilidade prejudicada, por sua vez relaciona-se a diminuição da força muscular, sendo um efeito muito comum com o passar dos anos (PORTER, VANDERVOORT e LEXELL, 1995). Outro fato marcante é a osteoporose (perda de cálcio e colágeno da matriz óssea) que enfraquece ósseo. Este problema é muito comum no gênero feminino, principalmente na menopausa. Isto a representa um grande perigo para os idosos, pois os mesmos estarão sujeitos a quedas que na maioria das vezes, são acompanhadas de traumatismos (fraturas, rompimentos de tendões) que quando graves, poderão deixá-los acamados e levando-os a morte. Para um músculo debilitado, a proposta convencional para restaurar seu tamanho e força, o indicado é a prática de exercícios resistidos com baixas repetições (FIATARONE et al, 1990).

    Os tipos de trabalhos usados para o aumento da força são: os isométricos, isocineticos e isotônicos. Snow (1999) relata que a falta de exercícios leva a um declínio da mobilidade e está associado às quedas, em pessoas idosas com o passar dos anos. Afirmam que há uma considerável evidência que a redução da força muscular é uma causa primária na diminuição da função em idosos, afirmando que uma intervenção física poderá ser a chave para a sua prevenção.

    Porém, não basta apenas aumentar a atividade física, pois, o esforço físico estiver abaixo do limiar cerca de 30% da força isométrica máxima (HOLLMANN e HETTINGER, 1989) o esforço físico não será capaz de promover mudanças nas capacidades físicas. Não basta simplesmente orientar o indivíduo a aumentar sua atividade cotidiana, pois muitos exercícios podem ser perigosos, pois, cerca de 20% dos casos de desistência dos exercícios pelos idosos está em sofrer quedas durante os exercícios. O treinamento dinâmico a princípio não apresenta restrições quanto a sua prática, porém o treinamento isométrico apresenta limitações e deverá ser muito bem manipulado para que não ofereça perigo para o praticante, principalmente com relação aos idosos (BERMON, RAMA e DOLOSI, 2000). Um estudo verificando a influência do treinamento resistido sobre o aumento da força isométrica observou-se após 06 semanas de treinamento, 05 dias da semana, com carga correspondente a 50% da força isométrica do indivíduo, mostraram-se aumentos significativos da força isométrica (HOLLMANN e HETTINGER, 1989; FLECK e KRAEMER, 1997).

    Encontramos trabalhos científicos relacionados à melhora da qualidade de vida por meio de programas de exercícios físicos, porém, seguindo a mesma linha e utilizando o SF-36 como instrumento de avaliação da qualidade de vida são poucos. Justifica-se a realização do estudo, a fim de averiguar se o treinamento resistido melhora a força muscular, o equilíbrio e a qualidade de vida. O estudo objetivou, observar o aumento da força máxima dinâmica após 12 semanas de treinamento resistido e sua influência sobre o equilíbrio estático e na qualidade de vida de indivíduos do gênero feminino ativos na faixa etária dos 50 aos 70 anos de idade.

Materiais e métodos

    Nove mulheres participantes da Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI), São José dos Campos/ UNESP, saudáveis e ativas com idades entre 50 e 70 anos (61,7 ± 5,1 anos), estatura (153,2 ± 5,5 cm) e massa corporal (62,2 ± 12,4 Kg). Para participar do estudo, os indivíduos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e o estudo foi aprovado pelo Comitê Permanente de Ética de acordo com os Princípios Éticos, protocolo nº L018/2005/CEP, seguindo as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo Seres Humanos, Conforme Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Antes de iniciar o estudo os indivíduos foram submetidos ao teste de força máxima dinâmica concêntrica 1RM, teste do equilíbrio estático no aparelho Cybex Reactor® e responderam ao questionário (SF-36) que visa verificar a qualidade de vida de uma faixa etária de determinada população.

Treinamento resistido

    Antes de começar a sessão, houve 10 minutos de aquecimento (alongamentos e exercícios calistênicos), depois foram realizados 07 exercícios (desenvolvimento sentado, supino vertical, puxador sentado, gêmeos no leg-press horizontal, leg-press horizontal, flexão e extensão de joelhos). A sessão teve uma duração total de 40 minutos, sendo finalizada com 10minutos para volta à calma com alongamentos, exercícios calistênicos e exercícios de solturas da musculatura.

Protocolos

    1RM, capacidade do indivíduo realizar um único movimento de forma concêntrica tecnicamente correto (FLECK e KRAEMER, 1997). Para avaliação da 1RM Foram utilizados aparelhos de musculação convencionais encontrados nas salas das academias. Antes de realizar o teste de 1RM, os sujeitos realizaram 03 movimentos com carga mínima para aquecerem do grupo muscular a ser testado, em seguida realizou-se o teste. Foram realizadas 03 tentativas para cada grupamento muscular e caso não fosse atingido o valor máximo de 1RM, passava para outro grupo muscular e após 10 min de descanso, retornava ao grupo muscular anteriormente testado para uma nova tentativa.

    O equilíbrio estático foi avaliado no aparelho Cybex Reactor®, instrumento que apresenta uma plataforma a sua frente, apresentando 08 plataformas sensíveis a pressão que o indivíduo se posicionava para realização do teste (MANUAL CYBEX-REACTOR®, 1998). O teste do equilíbrio estático foi realizado antes do teste de 1RM, para que não sofresse influência do mesmo. Após explicações de como seria realizado o teste, foi pedido ao sujeito que se permanecesse a frente do aparelho e ao comando do testador o mesmo posicionou-se sobre a plataforma por 20 segundos apoiado sobre uma perna. Foram coletadas 05 medidas para cada membro e calculado a média para ter um valor representativo da medida. Não foi determinado qual seria o primeiro membro a ser mensurado. Entre a mensuração de um membro e outro, foi respeitado uma pausa de 01 minuto.

    Com o objetivo de avaliar a condição de saúde, foi utilizado o SF-36 um questionário multidimensional composto por 36 itens, divididos em 8 componentes (capacidade funcional (10 itens), aspectos físicos (4 itens), dor (2 itens), estado geral de saúde (5 itens), vitalidade (4 itens), aspectos sociais (2 itens), aspectos emocionais (3 itens), saúde mental (5 itens) e mais uma questão de avaliação comparativa entre as condições de saúde atual e de um ano atrás). Objetiva aspectos negativos de saúde (doença ou enfermidade) bem como aspectos positivos (CICONELLI, FERRAZ e SANTOS, 1990).

    Após responderem o questionário, os dados foram avaliados a partir das repostas que são transformadas em escores escala de 0 a 100, em relação a cada componente, desta forma e por não haver um único valor que represente toda a avaliação, o resultado final será relacionado com estado geral de saúde melhor ou pior.

Análise estatística

    Foi utilizado o software Graphpad Instat v. 3, Bioestat 5.0 e Minitab 15 e os testes de Wilcoxon em comparativos de amostras não paramétricas e teste t de student para comparativos de amostras paramétricas para análise estatística de cada uma das variáveis coletada no estudo, e fixada o índice de significância p ≤ 0,05.

Resultados

    Utilizou-se a estatística descritiva sumarizada e uma apreciação globalizada dos atributos e das características gerais do desempenho da força máxima (1RM) em aparelhos convencionais, Equilíbrio Estático.

    As Tabelas 1, 2 e 3 demonstram os resultados obtidos para cada uma das variáveis avaliadas.

Tabela 1. Médias, Desvios Padrões e os valores de P para 1RM. N = 9 gênero Feminino

 

Tabela 2. Médias, Desvios Padrões e P do Reactor (Stance Stability). N = 9 gênero feminino

 

Tabela 3. Valores dos domínios (Raw Scale) SF-36. N = 9 gênero feminino

Discussão

    Nichols et al. (1995), ao avaliarem 22 homens e 38 mulheres (acima de 60 anos) após 14 semanas de treinamento resistido, observaram aumentos da força muscular dinâmica, demonstrando interações positivas com relação à melhora ocorrida na capacidade funcional e no equilíbrio estático do grupo que realizou o treinamento resistido. Pyka et al. (1995), estudaram por 08 semanas de treinamento resistido 08 homens e 17 mulheres (68.2 ± 1 ano) por 52 semanas, observaram aumentos da força máxima dinâmica, relacionaram os aumentos com melhoras do equilíbrio dinâmico e estático, contribuindo para diminuição do risco de quedas. Neste estudo a força muscular também demonstrou aumentos estatísticos como citado a cima, embora o objetivo não tenha sido observar este efeito sobre a corrida, nossos achados apoiados nos resultados pré e pós do SF-36 corroboram a importância do aumento da força para capacidade funcional e equilíbrio.

    Morgan et al. (1995), avaliando 18 mulheres (61 – 71 anos), praticantes de exercícios aeróbicos, por 08 semanas de treinamento de força máxima dinâmica observaram aumentos significativos da força muscular dinâmica da musculatura extensora e flexora dos joelhos, concluindo que a prática de exercícios de força devem ser utilizados aliados à prática de exercício aeróbico. Embora este estudo não tenha avaliado a relação do treinamento resistido sobre a capacidade aeróbica, pudemos observar esta melhora indiretamente (relatos), pois, eles comentavam entre as sessões. Westhoff, Stemmerik e Boshuizen (2000), analisando os músculos extensores dos joelhos em 21 indivíduos (acima de 65 anos), observaram aumentos significantes da força máxima dinâmica, concluindo que um efeito positivo para melhora da qualidade de vida. Lamourex et al, (2003), analisando 45 indivíduos (68 ± 1,5 anos), observaram ganhos significativos da força muscular dinâmica após o treinamento resistido (12 semanas) concluíram que o aumento da força muscular dinâmica é uma ótima estratégia para diminuir os riscos de quedas dos idosos. Os resultados obtidos ao final deste estudo somados a outros estudos, citados, vem confirmar a importância do fortalecimento da musculatura de idosos, pois, os níveis de força podem ser correlacionados positivamente com o equilíbrio dinâmico e estático e para melhora da qualidade de vida.

    Cavani et al. (2002), estudando o treinamento resistido por 06 semanas, observaram ganhos significativos da força máxima dinâmica em 22 sujeitos (69 ± 1 anos) concluíram que o treinamento resistido associado ao treinamento de flexibilidade melhora a performance para as atividades diárias dos idosos. Rhodes et al., (2002), após 52 semanas, demonstraram que o treinamento resistido resulta em aumentos significativos da força máxima dinâmica de mulheres com 68 anos. Comparando ao estudo de Cavani et al. (06 semanas), Rhodes et al., (52 semanas) observando a duração comparados ao atual mostram-se maior e menor, porém, com idades próximas, mesmo com esta diferença (duração) confirmam os achados do atual estudo e a importância da manutenção da força muscular para melhorar a qualidade de vida de idosos. Frontera et al. (1998) verificaram aumentos da força máxima dinâmica associado a hipertrofia muscular em 12 homens idosos (60 a 72 anos) após 12 semanas de treinamento resistido.

    Ades et al. (1996), verificaram aumentos da forca máxima dinâmica em 11 homens e 13 mulheres( 65 a 79 anos) após 12 semanas de treinamento resistido, concluindo que aumentos da força máxima dinâmica é um importante componente para capacidade física dos idosos. Berg e Lapp (1998), igualmente, observaram em 11 mulheres e 11 homens (68 a 84 anos) após um período de 08 semanas de treinamento resistido aumentos significativos da força máxima dos flexores do joelho e dorsiflexão, diferentemente dos grupos musculares flexores e extensores dos quadris, extensores dos joelhos e flexão plantar que não mostraram aumentos significativos. Comparando os estudos podemos observar que 12 semanas de treinamento resistido para ambos os gêneros é favorável para o aumento de força dinâmica e qualidade de vida.

    Verfaillie et al. (1997) observaram aumentos da força máxima e do equilíbrio estático (olhos abertos e fechados) por 10 seg. em 11 homens e 28 mulheres (65 a 83 anos) depois de realizarem um treinamento resistido por um período de 12 semanas, concluindo que o fortalecimento da musculatura são essências para a independência dos idosos, porém, somente o treinamento de força não proporciona melhoras do equilíbrio estático. Para que o treinamento de força tenha um efeito positivo sobre o equilíbrio é necessário treiná-lo juntamente com a força. Embora este estudo preocupou-se em realizar o teste de equilíbrio estático com os olhos abertos, diferentemente de uma das citações (olhos fechados) do estudo acima, os resultados parecem assemelhar a estes estudos, pois os resultados não foram estatisticamente significativos. Assim, o atual estudo vem afirmar a necessidade do trabalho de equilíbrio associado ao treinamento resistido para melhoras significativas do equilíbrio. Brandon et al. (2000) verificaram aumentos da força dos músculos dos membros inferiores de 32 mulheres e 10 homens (72.6 anos) após um treinamento resistido (4 meses), concluindo que o fortalecimento dos músculos flexores do joelho tornam-se indicadores do bom desempenho de levantar da cadeira, os extensores do joelho são indicadores para o bom desempenho para descer e subir escadas e flexão plantar ótimos indicadores para levantar – se do chão. Carvalho et al. (2003) observaram que combinando a execução de uma ginástica de manutenção somada a um treinamento de força, ocorre melhoras da força muscular. Podemos observar que, os estudos citados vêm confirmar o efeito positivo do treinamento resistido sobre a força, comprovando e seus benefícios para qualidade de vida de idosos.

    Embora no equilíbrio estático, dois resultados ficaram abaixo do desejado, nenhum valores alcançou o (p ≤ 0,05) desejado. Schlicht et al. (2001) observaram aumentos da força máxima dinâmica em mulheres ativas após treinamento resistido por (8 semanas) e sugerem que o aumento da força muscular pode não estar associado à melhora do equilíbrio estático, não ficando clara a relação do ganho de força com a diminuição do risco de quedas dos idosos. Diferentemente, este estudo mostrou ganhos de força muscular e em relação aos resultados do equilíbrio estático, não alcançou resultados esperados, embora tenham ocorrido melhoras do ponto de vista prático que certamente beneficiou os mesmos. Estando este ganho associado ao melhor desempenho das atividades cotidianas e segurança para caminhar (relatos). No total das 09 amostras, 07 indivíduos mostraram ganhos percentuais baixos e o total das amostras, 02 apresentaram uma inversão dos valores pós-teste para a relação agonista / antagonista. Duas amostras mostraram uma involução quanto ao equilíbrio estático, mas mantiveram a mesma relação agonista / antagonista no pós-teste. Embora a pesquisa realizada por Nicodemo, Perereira e Ferreira (2008) não tenham correlacionado o treinamento resistido com a melhora na qualidade de vida de suas amostras, mas sim, o aspecto físico (aparência) de indivíduos com maloclusion de classe III, os resultados obtidos nos domínios do SF-36 mostraram uma correlação positiva com a qualidade de vida. No estudo mencionado os indivíduos apresentaram melhoras significativas nos domínios. Embora nem todos os indivíduos tenham alcançado valores significativos nos Aspectos Físicos, Dor, Emocional, Saúde Mental, Estado geral de Saúde, Vitalidade e nos aspectos Sociais, com certeza relaciona-se com o estado inicial que cada indivíduo se encontrava no início do estudo.

Conclusão

    Ao final do estudo pode-se concluir que 12 semanas de treinamento resistido, com intensidade variando de 55% a 75% de 1RM, sendo realizado 03 vezes na semana em dias alternados, foi suficiente para afetar de forma positiva aumentos nos níveis de força máxima dinâmica e a melhora da qualidade de vida de mulheres idosas. Embora os indivíduos deste estudo não tenham demonstrado melhoras estatisticamente significativas em todos os domínios do SF-36, como por exemplo: Capacidade Funcional; Aspectos Físicos; Dores corporais; Aspectos Emocionais e Saúde Mental. Embora o equilíbrio não tenha demonstrado melhoras significativas, ficou claro que por menor que sejam as melhoras alcançadas, as mesmas se tornam de grande importância, especialmente para os idosos que apresentam fraqueza muscular. Provavelmente os resultados alcançados poderiam ter sido maiores, principalmente em relação ao equilíbrio, se o número de amostra fosse superior ao utilizado no presente estudo.

Referências

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