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Proposta curricular do Estado de São 

Paulo: Educação Física escolar em questão

Propuesta curricular del Estado de Sao Paulo: la Educación Física escolar en cuestión

 

*Profissional de Educação Física

Licenciado e Bacharel pela Faculdade Anhanguera de Bauru

**Mestre em Ciências da Motricidade

Professor Faculdade de Educação Física de Barra Bonita, SP

(Brasil)

Maressa Rocha Justo*

mrj15basket@hotmail.com

Evandro Antonio Corrêa**

evandrocorrealazer@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo visou analisar a concepção do professor de Educação Física Escolar referente à Proposta Curricular do Estado de São Paulo para a disciplina de Educação Física e sua viabilidade na escola. Caracterizando-se como um estudo exploratório, utilizou como método a análise de conteúdo e a pesquisa de campo realizada por meio de observação participante e aplicação de questionário a 27 professores de Educação Física Escolar, em 20 escolas de seis cidades localizadas no Centro Oeste Paulista. Verificou-se que o principal benefício da Proposta está na ampliação dos conteúdos trabalhados (grandes eixos de conteúdos, resumidos e expressos no jogo, esporte, ginástica, luta e atividade rítmica), numa perspectiva da “cultura de movimento” com base no “Se Movimentar”, e na definição de um currículo para a disciplina, exigindo uma melhor qualificação/capacitação dos professores. Notou-se que a proposta vem sendo aceita pelos profissionais responsáveis e alunos, mas com algumas restrições, críticas e resistência. De acordo com os professores, a atual proposta deveria passar por constante aperfeiçoamento, com o intuito de aprimorar os conteúdos que em alguns momentos encontram-se descontextualizados da realidade dos alunos, escola e regionalidade. Outro ponto de destaque refere-se no investimento maior na infra-estrutura das escolas, materiais e capacitação profissional. Por fim, faz necessário que os Professores de Educação Física estejam de fato incluídos no processo de ensino-aprendizagem como um todo, não apenas como reprodutores de manuais, requerendo um espaço legitimo na invenção e na reinvenção da docência dentro do contexto escolar.

          Unitermos: Educação Física. Escola. Proposta Curricular do Estado de São Paulo.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 166, Marzo de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A Educação Física no âmbito escolar encontra-se num processo continuum de mudança e foi perpassada por linhas teóricas que formaram e formam a base para uma proposta de ensino, surgindo diversas abordagens (por exemplo, as citadas por Darido e Rangel (2005): construtivista-interacionista, crítico-superadora, crítico-emancipatória, saúde renovada, entre outras) que contribuíram para o desenvolvimento desta disciplina na escola.

    No âmbito das diferentes abordagens, atualmente, nas escolas públicas estaduais do Estado de São Paulo, encontra-se a Proposta Curricular (PC) para Educação Física baseada na concepção da “cultura de movimento”. Este enfoque cultural ganhou destaque “por levar em conta as diferenças manifestas pelos alunos em variados contextos e por pregar a pluralidade de ações, sugerindo a relativização da noção de desenvolvimento dos mesmos conteúdos da mesma forma” (SÃO PAULO, 2008, p.42).

    Mediante este enfoque, buscamos alguns apontamentos acerca da Educação Física e o ambiente escolar, tendo como premissa analisar qual o entrelaçamento que se estabelece entre a ótica dos professores de Educação Física e a aplicabilidade da PC na escola, numa perspectiva exploratória, tendo como recorte a região Centro-Oeste do Estado de São Paulo.

    Neste itinerário, este estudo teve como objetivo identificar a concepção do professor de Educação Física (PEF) sobre a Proposta Curricular do Estado de São Paulo para a Educação Física (Ensino Fundamental - Ciclo II e Médio), no período de 2008 a 2010.

    Como procedimento técnico metodológico, escolheu-se a pesquisa de natureza qualitativa do tipo exploratória, não ignorando as contribuições da pesquisa de natureza quantitativa, tendo como ponto de partida o construtivismo social. Segundo André (1995, p.16-18) o construtivismo social é uma abordagem com raízes na fenomenologia, “considerando os aspectos subjetivos do comportamento humano e preconizando a entrada no universo conceitual dos sujeitos (o sentido que os sujeitos dão aos acontecimentos e as interações sociais de sua vida diária)”.

    Assim, tendo em vista o objetivo deste estudo, utilizou-se a técnica de pesquisa de campo, com a aplicação de um questionário. Acerca desse assunto, Oliveira (1997, p.165) pontua que o questionário “é um instrumento que serve de apoio ao pesquisador para a coleta de dados”, apresentando os seguintes aspectos: é a espinha dorsal de qualquer levantamento; podendo reunir todas as informações necessárias e cada levantamento é uma situação nova.

    O questionário apresentou-se com 12 questões abertas com o intuito de traçar um diagnóstico sobre a temática, tendo como ponto principal verificar diferentes concepções dos PEF a respeito da referida PC. Dessa forma, o instrumento foi respondido por 27 professores de Educação Física (identificados de P1 a P27) de 20 diferentes escolas públicas estaduais paulistas, localizadas em seis cidades do Centro Oeste do Estado, escolhidas aleatoriamente, entre mês de agosto de 2008 ao mês de novembro de 2010, realizado sempre no segundo semestre de cada ano. Os PEF têm entre 25 e 58 anos de idade, sendo que sete estão no magistério a mais de 20 anos, 17 PEF entre 5 e 19 anos e, três PEF estão a menos de 5 anos desenvolvendo suas atividades no como docente no âmbito escolar.

    A fim de complementar o levantamento de informações, houve análise de algumas aulas de Educação Física, por meio da observação, no qual se adotou a postura de observador participante no ambiente escolar, com o intuito de melhor compreender as representações dos sujeitos no lócus em questão. Segundo Minayo (1999) esta técnica é considerada relevante ao trabalho de campo no âmbito qualitativo de modo que alguns pesquisadores terem-na como um método peculiar de compreensão da realidade.

    Uma vez coletados os dados, estes foram tabulados e, estabelecidas correlações das respostas por meio da aproximação das falas dos professores pesquisados.

    Neste sentido, os dados foram analisados contemplando a análise de conteúdo proposto por Bardin (1979) por se constituir em uma técnica de análise de comunicação, escrita ou falada, e que tem por finalidade a interpretação da mensagem, de modo objetivo e subjetivo. Moraes (1999, p.9) destaca ainda, que de certa forma “a análise de conteúdo, é uma interpretação pessoal por parte do pesquisador com relação à percepção que se tem dos dados. Não é possível uma leitura neutra. Toda leitura se constitui numa interpretação”.

    Cabe lembrar que não existe uma visão totalmente livre de pressuposto, contudo pode-se ter um olhar consciente da parcela de subjetividade subjacente a qualquer trabalho científico. Deste modo, “a subjetividade do observador desempenha na análise um papel que não pode ser negligenciado”, no qual o pesquisador torna-se parte do objeto de pesquisa com intuito de aprofundar a compreensão do que muitos já conhecem por meio de observações e comparações precisas (MAFFESOLI, 2001, p.125). Procurou-se, desta forma, observar a realidade dos PEF estando no interior de algumas escolas, nas aulas de Educação Física, com o intuito de descrever os acontecimentos verificados nos pequenos atos, gestos, falas, interações, entre outros. Portanto, a interpretação, destes dados, buscou o conhecimento que os PEF compartilham sobre a PC e a sua realidade no contexto escolar, entendido como um processo constituinte de uma trama social entre professores, alunos, escola, gestores e poder público.

Educação Física Escolar: alguns apontamentos históricos

    Cabe ressaltar que o processo contínuo de transformações de linhas teóricas e diversas abordagens, apontado no início do texto, vêm de longa data. Portanto, a luz do contexto histórico, Valente e Almeida Filho (2006) relatam que no Brasil, com a criação da Escola Militar, oficializada pela Carta Régia em 1810, abriram-se caminhos para o debate em 1837 da criação de uma sociedade escolar que teria, entre outras, a cadeira de “gymnástica”. Entretanto, é em 1851 que o Governo Imperial incluía a ginástica no ensino das escolas primárias.

    Segundo os autores, em 1876 o ensino da Educação Física, constituiu, sob forma da lei, como uma das funções do(a) professor(a) em nível primário, e alguns anos mais tarde, em 1931, tornou-se obrigatória a disciplina “Exercícios de Educação Física no ensino secundário brasileiro”.

    Em meio ao processo de estruturação, apoiada na Constituição Federal de 1937, foram inseridos neste documento, quatro artigos dedicados à Educação Física, incluindo-a como obrigatória nos ensinos primário e secundário, com o lema: “educar para a Pátria” (VALENTE; ALMEIDA FILHO, 2006, p.27).

    Após este período, Darido e Rangel (2005) relatam que entre 1945-1964, encontra-se a chamada fase de pedagogização da Educação Física, vista neste momento como uma prática educativa. Assim, advoga em prol da educação do movimento como forma de promover a educação integral do indivíduo.

    Já na década de 1970, o forte nacionalismo fez com que o governo militar investisse na Educação Física com o intuito de formação de um exército jovem e saudável para segurança do país contra as políticas de oposição (BRASIL, 1998), e também passasse a utilizar as escolas como fonte de propaganda do regime militar (DARIDO; RANGEL, 2005).

    Neste período, a Educação Física passa a ter a função de descoberta de novos talentos para representar o país em campanhas esportivas no exterior. O rendimento e a seleção dos mais habilidosos são evidenciados na EFE. Porém, o Brasil não se tornou uma potência olímpica como se esperava. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacional (PCN) este modelo esportivista, competitivista e seletista, também conhecido como mecanicista, tradicional ou tecnicista, passou a ser contestado e criticado pelo meio acadêmico (BRASIL, 1998).

    Posteriormente, em 1996, com a promulgação da Lei nº 9.394/96 – LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Educação Física é transformada em um componente curricular da Educação Básica (BRASIL, 1996), sendo alterada em 2003, no parágrafo 3º do art. 26, pela Lei nº 10.793, passando a vigorar a seguinte redação: a “Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno” que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; maior de trinta anos de idade; que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; amparado pelo Decreto-Lei no- 1.044, de 21 de Outubro de 1969; que tenha prole (BRASIL, 2003).

    Outro ponto que deve ser tomado como relevante é que nas ultimas décadas verificou-se uma ascensão da cultura corporal, envolvendo os esportes, as danças, as artes marciais/lutas, as ginásticas e os exercícios físicos, e segundo São Paulo (2008, p.41) na perspectiva da dinâmica cultural, proporcionada por estes elementos, “que a finalidade da Educação Física deve ser repensada, com a correspondente transformação em sua ação educativa”.

    No bojo do processo histórico e mediante as influências (tendências: higienista, militarista, pedagogicista, competitivista, popular, social, cultural, entre outras) que a Educação Física sofreu no âmbito escolar, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, desenvolveu e implementou em 2008, um projeto propondo um currículo (Proposta Curricular do Estado de São Paulo) a ser aplicado em escolas públicas estaduais, para os níveis de Ensino Fundamental - Ciclo II e Ensino Médio. De acordo com esta Proposta Curricular pretende-se:

    [...] apoiar o trabalho realizado nas escolas estaduais e contribuir para a melhoria da qualidade das aprendizagens de seus alunos. Esse processo partirá dos conhecimentos e das experiências práticas já acumulados, ou seja, da sistematização, revisão e recuperação de documentos, publicações e diagnósticos já existentes e do levantamento e análise dos resultados de projetos ou iniciativas realizados (SÃO PAULO, 2008, p.08).

    Colocada estas ponderações, o professor de Educação Física torna-se parte fundamental do processo de ensino/aprendizagem dos alunos. De acordo com a referida proposta não “pretende negar a tradição da área construída pelos professores, mas ampliar e qualificar suas possibilidades de atuação” (SÃO PAULO, 2008, p.41). Nesse sentido, faz-se necessário compreender o pensamento dos Professores de Educação Física e dar voz aos mesmos acerca de seu campo de intervenção.

A ótica dos professores de Educação Física e a Proposta Curricular

    A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, a partir de 2008, com o objetivo de organizar o sistema educacional paulista, de forma a garantir uma base comum de conhecimentos e competências aos alunos, colocou em prática um novo currículo para os níveis de Ensino Fundamental Ciclo II e Ensino Médio para a Educação Física, assim como as demais disciplinas.

    Com este documento espera-se que a Educação Física

    [...] possa assumir na escola um importante papel em relação à dimensão do Se Movimentar humano, relacionando-se ativamente com outros componentes curriculares e influindo decisivamente na vida dos alunos. Fazendo isso, ela estará ampliando o papel por ela já exercido nos últimos anos, o de ser uma disciplina motivadora para os alunos. Estará sendo responsável também por um conhecimento imprescindível a eles. Os professores são parceiros fundamentais nesse empreendimento.

    Nesta perspectiva de parceria com os professores, buscou-se detectar as diferentes concepções dos PEF sobre a PC nas escolas pesquisadas, lembrando que apenas dois dos professores entrevistados não atuava antes da implantação da Proposta. Desta maneira, dentre as respostas obtidas, agrupamos aquelas de conteúdos semelhantes, destacando apenas algumas, a fim de exemplificar a manifestação dos PEF.

    Mediante a implantação da PC, questionamos os PEF acerca das mudanças nas aulas durante o período em que atua como professor (P):

    Notou-se nas respostas que as maiores mudanças ocorridas foram: a padronização dos conteúdos de ensino em todo o estado; a ampliação de conteúdos apresentados e trabalhados; além de um ensino sob a ótica teórico/prático, com certa valorização da teoria.

    Sob esta visão de padronização e teorização, foi desenvolvido um conjunto de documentos que complementam a PC, que são os “Cadernos do Professor”, foram “organizados por bimestre e por disciplina. Neles, são apresentadas situações de aprendizagem para orientar o trabalho do professor no ensino dos conteúdos disciplinares específicos” (SÃO PAULO, 2008, p.09). No ano de 2009, também foi desenvolvido o “Caderno do Aluno”, para que os discentes acompanhassem as atividades teóricas e a sua relação com a prática. Estes documentos, Caderno do Professor e Caderno do Aluno, no entanto, poderiam ser considerados materiais didáticos.

    Arce (2001) chama a atenção para este tipo de material mencionando que alguns investimentos tornam-se necessários na educação básica e que o Banco Mundial, delimita quais devem ser estes investimentos, entre eles proporcionar livros didáticos, vistos como a expressão operativa do currículo. Assim, o “livro didático e os manuais passam a ser indispensáveis no currículo, que deve ter os mesmos como apoio e fonte de conhecimento para os professores” (ARCE, 2001, p.202).

    Entende-se a PC e os Cadernos como materiais de consulta relevante, mas deve-se atentar para que o trabalho do PEF não seja resumido a “manipular manuais e livros e dominar algumas habilidades técnicas, além de ser capaz de refletir sobre a sua a ação” (ARCE, 2001, p.202), pois, o docente, assim como os demais profissionais, também devem ser flexíveis e participantes.

    Neste caso, chama-nos a atenção o papel da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, a qual constituiu uma equipe de especialistas na intenção de assumir a responsabilidade em desenvolver um currículo comum às escolas paulistas, com conteúdos estabelecidos a serem ensinados em cada série. Portanto, não é mais o professor quem planeja e decide o que ensinar, devendo seguir o que é determinado pela PC. Sobre o assunto o P21 destacou que:

    (...) apesar das pessoas que estão gerindo o Estado e, consequentemente, a Educação, afirmaram que a proposta, no caso de sua elaboração, foi discutida com toda a rede e diálogos foram estabelecidos entre os especialistas e professores, isto não condiz com a realidade. (...) Portanto, a “proposta” já iniciou como “imposta”, para todas as disciplinas.

    Em nossas observações notamos esse mal estar dos professores, ao alegarem que não fizeram parte desse processo, e que a PC veio pronta, elaborada por especialistas, que muitas vezes estão longe da realidade, envolvidos com seus trabalhos teóricos e pesquisas dentro dos gabinetes. Por outro lado notamos, também, que os especialistas, para alguns professores, desenvolvem um importante trabalho na elaboração da proposta em questão e dos conteúdos para a Educação Física, da qual se verifica um bom material, mas que deveria se adequar as realidades das escolas e o lócus onde estão inseridas.

    Já entre os objetivos da PC, talvez o mais relevante, foi de certa forma padronizar os conteúdos da rede pública de educação paulista. Assim, entre os componentes curriculares específicos, a PC apresenta a Educação Física, mencionando que esta compreende o indivíduo envolvido em diferentes contextos culturais, nos quais estão indissociados corpo, movimento e intencionalidade, não se reduzindo mais ao condicionamento físico e ao esporte, quando praticados de forma inconsciente ou mecânica. Dessa forma os alunos do Ensino Fundamental – Ciclo II – e do Médio deveriam perceber e compreender os sentidos e significados das suas diversas manifestações na sociedade contemporânea, além de vivenciar, experimentar, valorizar, apreciar e aproveitar os benefícios advindos da Cultura Corporal de Movimento (CCM) (SÃO PAULO, 2008).

    Deste modo, considerando a importância da diversificação da prática pedagógica e a evolução de uma perspectiva biológica, cultural, entre outras, na área da Educação Física, procurou-se informações junto aos PEF, sobre os benefícios encontrados ao se trabalhar com a atual Proposta:

    Ao seguir estas pistas, subtende-se que a EFE vai além da mera prática esportiva ou do exercício físico, perpassando pela diversidade de conteúdos culturais, pela pesquisa, entre outros. Sendo assim, a PC denota significativa importância à análise do contexto específico dos alunos e ao processo de significação dos aspectos corporais, pois, considera serem estes os fatores que determinam o caráter pedagógico da Educação Física (SÃO PAULO, 2008).

    Neste sentido, pode-se perceber certa mudança, ao menos na teoria, com a implantação da PC ao se enfatizar o amplo universo da CCM, que procura abordar como conteúdo pedagógico os conteúdos culturais ou eixos de conteúdos relacionados ao “Se Movimentar” humano, envolvendo assim o jogo, o esporte, as lutas, a ginástica e as atividades rítmicas.

    Nota-se desta forma, que o aluno, ao concluir a última etapa do Ensino Básico, deveria ter vivenciado e aprendido sobre tais eixos de conteúdos, além de outros conteúdos relacionados ao “Se Movimentar” humano e a saúde.

    Porém, o que se percebeu, por meio da observação participativa no contexto escolar, foi que a aplicação dos Cadernos do Professor e de seu conteúdo, parece ser uma proposta amarrada, talvez com um número insuficiente de aulas para a sua realização, desconsiderando em muitos momentos os pré-requisitos dos alunos, a regionalização na qual a escola esta inserida e até mesmo as competências do professor em desenvolver um ou outro conteúdo. Por exemplo, consideramos, ainda, a fala dos PEF:

    Além dessas considerações, de um lado verificamos a “pressão”, ou seja, a cobrança na aplicabilidade da PC, muitas vezes oculta aos olhos dos “de fora”, exercida por muitos coordenadores, diretores, supervisores, entre outros, com o intuito de, apenas, mencionar que a proposta foi realizada em sua escola ou realmente preocupados com o processo de ensino aprendizagem..

    Por outro lado, podem existir em algumas escolas, num sentido oposto, coordenadores, diretores e supervisores que “vendam seus olhos” sobre o ensino em suas unidades escolares. Em algumas escolas os conteúdos da Proposta, conforme constatados em observação participante estão de certa forma sendo negligenciados aos alunos.

    Ao se fazer estas observações, estando dentro do ambiente escolar, concordamos com Maffesoli (2001), quando relata que o pesquisador deve evitar classificações ou tentar emoldurar o fenômeno a uma determinada definição, mas, ao contrário, deve observar a realidade estando em seu interior, de modo que tenha condições de descrever as vibrações que estão acontecendo a sua volta.

    Cabe neste ponto, de forma crítica, destacar que alguns PEF, dentro de um contexto oculto, não trabalham com os conteúdos propostos pelos cadernos e PC, e que em algumas unidades escolares, nas aulas de Educação Física, os docentes ainda entregam uma bola de futebol aos meninos e uma bola de voleibol as meninas e não se preocupam em ministrar suas aulas, seja na perspectiva da atual PC ou no seu planejamento anual. Portanto, nestes casos a EFE fica a deriva e, talvez, prejudique o processo de formação – dentro da CCM – dos alunos.

    Seria possível mencionar que nestes casos os PEF podem estar impregnados de uma cultura do não “fazer nada”, talvez propiciada pelo próprio sistema, que até o momento não apresentava uma proposta ou caderno de conteúdos, e que muitos docentes se acostumaram a esta condição “fácil” de ministrar suas aulas.

    Por outro lado, conforme pontua Sarti (2008, p.48), muitos “são avessos às mudanças, e insistem na reprodução das velhas práticas pedagógicas e que, por isto, são os grandes responsáveis pelo fracasso das reformas educacionais implementadas nas redes públicas de ensino”. O P13 apresentou essas características em suas respostas:

    Não gostei dessa nova proposta, esse novo governo veio no atrapalhar, há 30 anos dou aulas e agora ele vem com esse “caderninho” (...), não concordo.

    Muitas coisas mudaram, querem ficar mudando tudo o que já estávamos acostumados a fazer, antes conseguíamos que os alunos nos respeitassem.

    Não vejo nenhum benefício (PC).

    Como mudou o governo tudo irá mudar.

    Percebeu-se, ainda, em nossas observações que o hábitus adquirido ao longo da carreira docente e a alguns devaneios de alguns governantes e gestores da Educação corroboram com a possível “falência” dos PEF, assim com de outras áreas, ou seja, o “sistema” pode levar os bons professores a ocuparem o “lugar do morto”.

    Este “lugar do morto” pode ser fortalecido ou não à medida que a PC, ao ser elaborada por um grupo de especialistas, seja equiparada à afirmação de Sarti (2008) quando observou que há um esforço para que os conhecimentos produzidos em ambiente acadêmico sobre as mais variadas temáticas sejam consumidos pelos professores.

    Todavia, espera-se que os PEF tornem-se e sejam mais investigativos e reflexivos, ao invés de se colocar no “lugar de morto”, revelando a estes os caminhos para a superação das velhas práticas escolares, num processo de transformação pedagógica e didática. Enfim,

    [...] faz-se necessário que os professores estejam de fato incluídos no jogo e que possam jogar com suas cartas; ou seja, requer que o espaço que eles ocupam na invenção e na reinvenção cotidiana da docência seja reconhecido não como um desvio a ser evitado, mas como possibilidade real de inovação pedagógica que, portanto, deve ser estimulada (SARTI, 2008, p.63).

    Tomando como base as considerações do jogo educacional, sob a ótica de conhecimento teórico/prático, baseado no saber experiencial, os PEF na tentativa de serem ouvidos e tornarem-se no mínimo, fonte importante de informação a um grupo de especialistas que elaboram uma proposta como esta, pontuaram sobre os diferentes conteúdos propostos. Os PEF identificaram os conteúdos que são mais fáceis de trabalhar devido à aceitação dos alunos, e outros mais difíceis em decorrer da resistência imposta pelos mesmos. Assim, apresentamos algumas respostas de professores, sobre as atividades de maior facilidade a serem trabalhadas:

    As modalidades esportivas coletivas, como voleibol, basquete, handebol e futsal (P3).

    As atividades coletivas, os esportes (P4).

    As teóricas são as relacionadas à saúde (emagrecimento, desenvolvimento físico, doping, anabolizantes, etc.) e as práticas foram as relacionadas aos esportes coletivos (P5).

    Esportes e danças presentes na cultura brasileira foram aceitos pelos alunos. Lutas e ginástica também tiveram um resultado positivo (P6).

    Todos os conteúdos que tem significado aos alunos são mais fáceis de ser assimilados (P14).

    Jogos desportivos (P19).

    As mais populares (P22).

    Aquelas que os alunos já trazem alguns conhecimentos (P23).

    Na área da saúde (P25).

    O eixo de conteúdo “esporte” e as atividades coletivas foram destaques na maioria das respostas. Percebe-se assim, que ainda há certa valorização ao esporte como prática da EFE. E, portanto, a tendência esportiva nas aulas da Educação Física, não pode ser desconsiderada, pois está atrelado a ela todo um contexto histórico, social e cultural. O P27 chama atenção para “o pouco tempo em relação a muito conteúdo para ser visto”, ou seja, deixa de ser prazeroso, a medida que os conteúdos são modificados, por falta de tempo, visto de forma superficial, quando não há usufruto do benefício.

    Por outro lado, identificaram-se alguns conteúdos apontados como difíceis de serem trabalhados, conforme mostra as respostas dos entrevistados:

    As danças, por exemplo, o Zouk e as lutas. Conteúdos que não fazem parte do repertório cultural dos alunos (P3)

    Desenvolvimento e aceitação de modalidades internacionais, pois fogem do contexto dos alunos (P6).

    As maiores atividades foram relacionadas a atividades impossíveis de serem desenvolvidas numa escola pública, como rúgbi, futebol americano, etc. (P8).

    Esportes desconhecidos de outra cultura, sem condições materiais de aplicação (P9).

    Conteúdo que não faz parte do repertório da cultura de movimento do aluno (P14).

    Lutas e estratégias de intervenção (P15).

    Modalidades de outros países, como o beisebol e futebol americano (P16).

    Conteúdos extensos e complexos (P19).

    As que temos que tomar conhecimento, não foi nossa prática e nem tivemos o conhecimento na época da faculdade, mas por isso vivo articulando conhecimento pedagógico com experiências de sucesso (P22).

    A falta de disciplina (...), os alunos fazem o que quer e todos fazem vista grossa para isso, infelizmente (P27).

    As maiores queixas citadas pelos PEF, são as atividades que estão, a priori, fora do contexto cultural dos alunos. Foram apontadas atividades consideradas por eles “estrangeiras” (por exemplo, o beisebol, o futebol americano, o rúgbi, o zouk – dança –, entre outras).

    Por meio destes dois últimos questionamentos, também percebeu que os conteúdos lutas e danças, por exemplo, estão presentes dentro das atividades “fáceis” e “difíceis” de serem trabalhadas, tornando necessária uma maior investigação quanto à regionalização, a infra-estrutura, o conhecimento do professor sobre tais conteúdos, etc. para justificar este resultado.

    Outro ponto, no qual as aulas de Educação Física encontram dificuldades e podem acabar se esbarrando, segundo a ótica dos professores entrevistados, é na parte de estrutura-física. Foram questionados se a escola oferece recursos necessários para aplicar as atividades propostas ou se existe uma distanciação entre a atual Proposta e a realidade? Dentre as respostas, quase a metade dos entrevistados (46,7%) julgam que a infra-estrura é inadequada:

    O problema é de material e espaço físico. O governo desconhece sua própria realidade (P2).

    Praticamente nada, temos quadra e bola de esportes tradicionais em escolas. Todas outras atividades práticas não tem nenhum material, tudo deve ser improvisado principalmente de jornal; exemplo, dardo de jornal ou cabo de vassoura. Além das escolas não terem nenhum livro para pesquisa em Educação Física (P4).

    A realidade escolar é por demais deficitária, não tendo condições para ter aula nas classes, devido ao calor e número de alunos. O material necessário para determinados aulas seria um gasto em algo pontual, quando falta material para os esportes de quadra (P9).

    Há muita diferença da realidade para a Proposta (P10).

    A escola ainda não esta preparada, mas caminha para isso (P22).

    Os outros 53,3% dos entrevistados, subdividem-se equitativamente quanto suas opiniões, ou seja, 26,65% acreditam que apenas em certos momentos a infra-estrutura é adequada, e os outros 26,65% apresentaram uma resposta positiva quanto a este quesito. Assim, dentro da primeira metade desta parcela de entrevistados (53,3%) apresentam-se algumas das respostas:

    Para as atividades práticas sim, para as atividades teóricas os recursos didáticos na maioria das escolas limitam-se a lousa e giz (P5).

    Para algumas atividades práticas a escola oferece as condições. Para outras tivemos que buscar soluções. As que estão totalmente fora da realidade escolar, desconsideramos (P8).

    A escola faz o que pode dentro de suas limitações e nos fornece os materiais que estão ao seu alcance, como bolas, redes dos conteúdos mais praticados, exemplo, futebol, handbol, vôlei, etc. (P23).

    Os PEF citam que para algumas atividades práticas existe a adequação para a sua realização. No entanto, não foi possível esclarecer, quais seriam estas atividades: se são aquelas tradicionais e muito comuns nas aulas até o momento, por exemplo, o voleibol e futebol, ou também àquelas em que os professores apontam como “novas” atividades devido a ampliação e diversificação de conteúdos.

    No entanto, dentre estes PEF que atuam com a PC, apesar das dificuldades, as respostas positivas em relação a sua viabilidade foram significativas, sendo que 81,8% concordam com a sua aplicação nas aulas de EFE. Dentre as repostas da questão: é viável trabalhar com esta Proposta na escola pública? Destacamos, por exemplo:

    Sim, desde que todos profissionais tenham grande desempenho para obter melhores resultados com seus alunos (P1).

    Com certeza, pois se houver um comprometimento por parte dos professores e alunos para sua efetiva aplicação, este é muito viável (P4).

    Claro, nem todo o conteúdo terá o mesmo resultado, mas ela vem apresentando de forma quantitativa e qualitativamente melhora para meus alunos (P7).

    Sim, mas precisa de alguns reparos (P16).

    Sim, se tivéssemos pelo menos três aulas por semana e material específico dos conteúdos, sem dúvida seria muito bom (P23).

    Pode-se perceber que a Proposta, mesmo com algumas dificuldades de aplicação, tem sua importância reconhecida pelos seus próprios executores, e começa a ter uma aceitação cada vez maior por parte de seus beneficiários. Esta observação é notada sobre a ótica dos professores que, quando questionados sobre a PC, se poderia afirmar que os alunos adaptaram-se as transformações ocorridas? As respostas obtidas foram classificadas em adaptação total; adaptação parcial e resistência à Proposta, conforme podemos observar:

    Adaptação total:

    Houve sim melhor adaptação, devido melhor resultado obtido nos exames realizados pelos alunos, no decorrer da grade curricular proposta para o ano letivo (P1).

    Hoje a proposta é bem aceita pelos alunos (P14).

    Se adaptaram porque exige o mínimo do mínimo (P25).

    Adaptação Parcial:

    Se adaptaram bem a essas transformações, não totalmente, mas há um interesse bem maior desses últimos bimestres comparados aos primeiros (P7).

    Sim, mas ainda de maneira parcial. Acredito que com o passar dos anos será mais fácil, principalmente por quem começa na quinta série (P8).

    Adaptaram-se parcialmente. Eu diria que aceitaram as idéias, mas com muitas restrições (P9).

    Não totalmente (P22).

    Ainda demonstram certa resistência em relação à Proposta:

    Os mais novos sim, já os colégios relutaram e relutam um pouco (P2).

    No ensino médio houve uma certa resistência, mais no final entenderam a necessidade um pouco, mesmo que seus interesses maior seja pelos esportes em si (P3).

    Alguns alunos ainda relutam em participar de algumas atividades práticas, pois querem apenas jogar futebol, mas a grande maioria já se adaptou (P4).

    Sim, tivemos no início uma resistência maior, mas aos poucos eles foram se interessando pelos assuntos diferentes (P6).

    Ainda não, principalmente os alunos do ensino médio (P23).

    Mediante estes apontamentos, pode-se relatar que após o “choque inicial” de mudança, ou seja, a implantação da PC, esta vem caminhando para uma melhor aceitação por parte dos alunos. Depois de três anos de implementação, verificamos uma resistência, de acordo com os PEF, dos alunos. Neste caso, deve-se, ainda, por um lado respeitar os pré-requisitos dos alunos, compreendendo os aspectos culturais, econômicos e sociais, e por outro, saber se os materiais e equipamentos serão disponibilizados ou não para a prática das atividades contempladas na PC, bem como a formação e a capacitação dos PEF estão alinhados a proposta, entre outros.

    Deste modo, os PEF deveriam traçar as suas estratégias e técnicas para alcançar os seus objetivos e os da PC do Estado de São Paulo. Por fim, ao se tomar como premissa única e exclusivamente uma linha de pensamento – a Proposta Curricular –, deve-se atentar para a letalidade que uma política educacional pode gerar ao se ignorar os saberes e competências engendrados historicamente pelos PEF, escola, como outras linhas de pensamento e outros fatores inerentes a formação da EFE.

    Não queremos aqui achar os “heróis” ou “bandidos” da ou na Educação Física escolar, mas trazer para o debate e levantar questionamentos sobre a atual proposta curricular para área.

    Cabe questionar de forma crítica o porquê, para que, a quem interessa etc., esse modelo por hora colocado nas escolas estaduais públicas do Estado de São Paulo. Será, apenas, mais uma proposta de governo? Uma proposta imposta, sem as devidas considerações acerca da infraestrutura das escolas, formação dos PEF, materiais e equipamentos, planejamento de entrega e impressão dos cadernos do Professor e Aluno? Entre outras tantas questões levantadas pelos próprios PEF, especialistas que merecem a devida atenção.

Considerações finais

    Entre várias tentativas de romper com uma prática tradicionalista da EFE, a implantação da PC do Estado de São Paulo no ano de 2008 foi um fato marcante. Esta definiu para a Educação Física, um currículo contemplando as amplas possibilidades de atuação da CCM.

    No entanto, como ocorre em todo processo de transformação, a implantação do documento e o início dos trabalhos foram conturbados. Houve certa resistência tanto dos PEF quanto dos alunos em relação aos conteúdos propostos, tais como, atividades estrangeiras e aulas teóricas, por exemplo. Mesmo que a orientação da referida proposta seja a diversidade de atividades no âmbito da Educação Física, muitas delas estão muito aquém das possíveis necessidades dos alunos, da realidade regional e por que não dizer da falta de infra-estrutura das escolas (materiais e equipamentos) e o despreparo dos professores, entre outros.

    Seguindo este caminho, deve-se trabalhar no processo de aperfeiçoamento da atual PC do Estado de São Paulo para a Educação Física, visando buscar melhorias em relação aos pontos negativos, apresentados pelos professores como atividades “descontextualizadas” do cotidiano dos alunos. Deve-se investir pelo menos o mínimo, na infra-estrutura das escolas, em materiais e na capacitação dos PEF garantindo condições dignas de trabalho, a fim de alcançar os objetivos da EFE, que a priori é o de disseminar e transmitir conhecimentos acerca da CCM.

    Sob esta ótica, deveria questionar que tipo de reflexão ou descoberta é oferecida aos alunos, ao se deparar com respostas prontas dos exercícios encontradas no final dos “Cadernos do Aluno”, ou que tipo de vivências e experiências da CCM estão desenvolvendo. E neste caso, segundo nossas observações junto aos PEF, o número de aulas indicadas na proposta seriam insuficientes para sua aplicabilidade. Em contra partida, também, encontramos PEF que estão no “lugar do morto”, que não buscam meios de transmitir conhecimentos a seus pupilos, não pesquisam, não se especializam, não se atualizam, ou seja, estão imbricados por uma cultura de não fazer nada, e de certa forma estão longe de assumir um comprometimento com o ensino-aprendizagem.

    Chama-se a atenção para que esta Proposta não se torne meramente um manual, ou seja, reduzido a um caderno que coloca o saber ao alcance da mão, um amuleto para a realização das aulas. E que as novas versões deste material revisem suas bases e fundamentos do processo da aprendizagem e não fique apenas no conceito de “maquiar”, retocar ou mesmo remendar, oferecendo uma nova roupagem das propostas condenadas em sua estrutura.

    Reconhece-se, que a PC poderá sofrer mudanças nos próximos anos com a troca de Governo e, também, se levarmos em conta que o Brasil será a sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Estes e outros fatores nos trazem algumas dúvidas: a EFE mudará novamente seus objetivos? Voltaremos à idéia de descobrir e moldar novos talentos nas aulas de Educação Física? Teremos, ainda, nesta perspectiva uma EFE baseada numa educação olímpica? Como se dará a estruturação da proposta do “Plano Estadual de Esporte Educacional” e sua interferência no âmbito escolar no estado de São Paulo?

    Ao se reconhecer as influências políticas, sociais e culturais sobre a EFE, demonstradas ao longo de seu processo histórico, apontamos neste estudo alguns dos pontos positivos e negativos no que diz respeito à PC, que merecem uma maior atenção e aprofundamento. Enfim, se faz necessário que os PEF estejam de fato incluídos no processo de ensino-aprendizagem como um todo, não apenas como reprodutores de manuais, requerendo um espaço legitimo na invenção e na reinvenção da docência dentro do contexto escolar, sob a luz do processo continuum de desenvolvimento da humanidade.

Referências

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 166 | Buenos Aires, Marzo de 2012
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