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O estágio supervisionado no desenvolvimento 

docente: a opinião dos professores de Educação Física

Las pasantías supervisadas em el desarrollo docente: la opinión de los profesores de Educación Física

 

*Acadêmico do curso de Educação Física - Licenciatura- UNESC. Bolsista PIC 170.

**Professor do curso de Educação Física/UNESC. Doutorando em Ciências

do Movimento Humano - UFRGS. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa

em Desenvolvimento Profissional e Mundo de Trabalho em Educação Física (GPOM)

Guilherme Peterle*

Victor Julierme Santos da Conceição**

victorjulierme@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi investigar a contribuição do Estágio Curricular Supervisionado no desenvolvimento profissional de professores de Educação Física. Participaram da investigação 11 professores de Educação Física, supervisores de campo de estudantes em situação de estágio curricular supervisionado. Os dados mostram que o estágio tem grande importância para a formação do futuro professor. Os professores que acompanharam os acadêmicos reconhecem que o estágio é um dos momentos mais significativos para o exercício de aprender a ser professor. A importância dada ao estágio supervisionado, pelos professores, é materializada nas contribuições deixadas pelos acadêmicos, direcionada ao "aperfeiçoamento" da prática pedagógica. As análises contribuem para concluir que o estágio é um elemento muito importante para que o professor possa aprender, ou seja, a presença do estagiário é um elemento que contribui com a formação permanente do professor da escola.

          Unitermos: Formação de professores. Estágio Supervisionado. Prática educativa.

 

Pesquisa Financiada pelo Programa de Bolsa de Iniciação Científica / PIC 170 / UNESC.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 166, Marzo de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O presente estudo apresenta como objetivo Investigar a contribuição do Estágio Curricular Supervisionado no desenvolvimento profissional de professores de Educação Física. Para dar conta desta temática parte-se da idéia que a racionalização técnica do ensino, provida da modernidade, reduziu a educação á um simples objeto de investigação, tentando controlar fatores aleatórios e imprevisível do ato educativo.

    Este fato pode ser relacionado com toda a extensão que enquadra os sistemas educativos, inclusive a carreira do professor. Segundo Morin (2005, p. 23), “[...] a racionalização nutre-se nas mesmas fontes que a racionalidade, mas constitui uma das fontes mais poderosas de erros e ilusões. Dessa maneira, uma doutrina que obedece a um modelo mecanicista e determinista para considerar o mundo não é racional, mas racionalizada”.

    Neste mesmo caminho Nóvoa (2007, p. 15) observa as investigações sobre a identidade docente, onde “a transposição desta atitude do plano científico para o plano institucional contribui para intensificar o controle sobre os professores, favorecendo o seu processo de desprofissionalização”.

    Segundo Almeida e Biojara (2007), a origem dos cursos de formação de professores está debruçada no modelo racionalista instrumental, que define o perfil profissional. Esse fato constrói um parecer em que a prática é uma aplicação da técnica de ensino. Em vista dessas discussões, e acreditando que o estágio curricular pode ser um agente de formação permanente, é que foi formulado o seguinte problema de conhecimento: Quais as contribuições do estágio curricular supervisionado no desenvolvimento docente de professores de Educação Física?

    O presente estudo debruça o seu marco teórico em três pilares: Formação profissional, ciclo de vida docente e saberes docentes. Para dar conta disso Marques (1992) observa que a formação do professor, em Educação Física, não se encerra na formação acadêmica, e sim, se estende por toda a sua vida profissional. Salienta que a formação acadêmica deve despertar a procura da atualização, neste sentido, o professor é entendido como um eterno estudioso.

    Quanto a isso, Gonçalves (2007) desenvolve o tema ciclo de vida docente, como alicerce de discussão da carreira do professor. O plano de análise é a construção da identidade docente, que se refere ao processo de relacionamento do professor com seu campo de atuação e seus pares. Este processo depende dos símbolos que perpassam o pessoal e interpessoal. O professor está sujeito a inúmeras questões que podem interferir na sua atuação profissional e por tanto na construção de sua prática educativa. A relação dos docentes com os saberes, não se reduz á função de aquisição e transmissão de conhecimento. Sua prática integra saberes, com os quais o corpo docente mantém diferentes relações. Portanto, Tardif (2005) define o saber docente como um ser plural, de saberes oriundos da formação profissional, e de saberes disciplinares, curriculares e experiências.

    O professor e o ensino constituem objetos de saber para as ciências humanas e para as ciências da educação, mas não se limitam a produzir conhecimentos, procuram também incorporá-las á prática educativa do professor. A articulação entre essas ciências e a prática docente se estabelece, concretamente, através da formação inicial ou continuada dos professores, ocorrendo o contato principalmente em sua formação (TARDIF, 2005).

    Os saberes docentes estão ligados diretamente ao universo de trabalho do professor. Estes saberes nos quais os professores se apóiam, dependem diretamente das condições sociais e históricas nas quais eles exercem sua profissão (GAUTHIER, 1998). Os professores, no exercício de suas práticas educativas, desenvolvem saberes específicos, baseados em seu trabalho cotidiano e no conhecimento de seu meio. Tardif (2005) e Gauthier (1998) observam que os saberes servem de base para a prática docente, tanto os saberes exigidos quanto os adquiridos estarão sempre relacionados ao nosso trabalho.

    Compreendemos que na construção dos saberes, os professores experienciam situações de ensino que são abordadas a partir dos primeiros anos escolares, quando ainda estão na condição de estudantes. Essa trajetória de aquisição de saberes é alimentada pelo processo formal de ensino, papel da universidade, durante a formação inicial, principalmente nos estágios curriculares.

    [...] o estagiário seria o sujeito de seu processo de formação, capaz de se transformar num profissional reflexivo e desenvolver competências investigativas que o levem a compreender a realidade em que está atuando, pretendendo-se que adote uma posição crítica (FELÍCIO e OLIVEIRA, 2008, p 228).

    Nunes e Fraga (2006) perceberam a relevância das disciplinas cujo mote central são as discussões de cunho didático-metodológico. Os autores observam, no estudo realizado com estagiários de Educação Física, a preferência que os estudantes atribuem para as disciplinas ministradas por professores de Educação Física. Este fato contribui para aproximar da realidade educacional desta área de conhecimento. Este pensamento nos leva a uma dicotomia, por um lado um professor da área ministrando disciplina de cunho pedagógico poderia trazer maior aproximação com o universo didático da Educação Física, por outro também há o risco de se trabalhar numa perspectiva reducionista de educação dos corpos, exatamente por um perfil mais mecanicista que muitas vezes toma conta de nossa área (NUNES e FRAGA, 2006). Os estudantes citam que os estagiários são considerados um grupo de alunos que recém iniciava seu estágio docência, imersos numa série de incertezas sobre o que haviam aprendidos ao longo do curso. Que eles deviam se "alinhar" na organização das idéias acerca do exercício docente. Um processo que ocorre lentamente a partir de experiências e reflexões.

    Seguindo essa linha, Nunes e Fraga (2006) consideram que os conhecimentos teóricos têm de ser estudados com mais profundidade para sustentar a conexão da teoria com a prática, e isto, deveria ocorrer desde o primeiro semestre de licenciatura.

    Pimenta e Ghedin (2002) também falam sobre o estágio, sua importância e influência na vida e no profissionalismo dos estudantes, futuros profissionais, O estágio também pode servir de espaço de projetos interdisciplinares, ampliando a compreensão e o conhecimento da realidade profissional de ensinar. As experiências docentes dos alunos que já atuam no magistério, como também daqueles que participam da formação continuada, devem ser valorizadas como referências importantes para serem discutidas e refletidas nas aulas. O estágio sempre foi identificado como a parte práticas dos cursos de formação de profissionais, em complemento à teoria. As autoras ainda colocam várias situações e acontecimentos, objetivando o necessário para uma boa estruturação do professor. Para as autoras, o professor deve possuir conhecimento da prática, na escola e na sala de aula como um todo, abordando conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade educacional.

    Tendo em vista que o estágio supervisionado é disciplina obrigatória nos cursos de licenciatura, é primordial que o entendemos como fonte construtora de saberes. Não apenas para os acadêmicos, mas também para os professores que acompanham a jornada de atividades do estágio curricular. Partimos do princípio que este movimento é uma "via de mão dupla", onde o conhecimento é compartilhado entres os sujeitos do processo. Desta forma, justificamos este estudo, pois buscamos compreender o que, e como, os professores apreendem durante a observação e acompanhamento dos estagiários.

Metodologia

    As decisões metodológicas caminharam pelo paradigma qualitativo e optamos pela pesquisa descritiva como modelo que melhor se adequou para responder o objetivo da investigação. Cervo e Bervian (1996), Thomas e Nelson (2002), definem a pesquisa descritiva como sendo aquela que observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Além disso, é, segundo os mesmos autores acima, uma pesquisa exploratória, pois procura realizar descrições precisas das situações e quer descobrir as relações existentes entre os elementos componentes da mesma. Como instrumento para coleta de dados, foi utilizado um questionário (com perguntas abertas e fechadas) com 11 professores de Educação Física (cinco mulheres e seis homens), da rede pública da região de Criciúma-SC, que acompanham, como supervisores de campo, acadêmicos do curso de Educação Física (as características dos colaboradores estão descritas no quadro 01) em situação de estágio curricular obrigatório. Estes professores foram escolhidos a partir de diferenças distintas representadas nos seus respectivos espaços de atuação, para manter a representatividade tipológica. A análise dos dados coletados pela entrevista foi efetuada a partir da retirada de indicadores das respostas, dos informantes, relativos ao objetivo do estudo. Estes indicadores foram organizados buscando através das respostas levantar as unidades de significados e construir as categorias de análise.

Quadro 01. Descrição das características dos professores colaboradores da pesquisa

Análise das informações

    No processo de análise das informações, buscamos discutir o que os colaboradores da pesquisa falam sobre a presença do estagiário na escola e em suas aulas. Para isso, apontamos algumas falas dos professores, destacando unidades de significado que brotam nas narrativas que são analisadas com a literatura escolhida para dar conta do tema estudado.

    O primeiro ponto trabalhado com os professores, foi em relação a contribuição presença do estagiário para a prática pedagógica do professor.

    Encontramos que grande parte dos professores consideram que a contribuição do estagiário está na relação da aquisição de novas possibilidades pedagógicas, ou seja, para "ficar por dentro" de novas idéias, novos métodos de ensino, novas tendências, novos esportes. Aproveitam as idéias para melhor ministrar suas aulas, ou simplesmente experimentar novas metodologias juntamente com os alunos. Estas contribuições são observadas nas falas dos professores D, H e I.

    “Traz um sopro de novidades, um estímulo a reflexão, uma aproximação com a instituição formadora, um momento para repensar a prática”.

Professora H

    “Durante a realidade atual a experiência já vivida, ter um olhar mais moderno para o futuro, dentro da prática da Educação Física”

Professor I

    “A busca de novos conhecimentos, esportes e jogos”

Professor D

    A importância dada ao estágio supervisionado, pelos professores, é materializada nas contribuições deixadas pelos acadêmicos. Tendo em vista as informações, os professores mostram que as maiores contribuições do estágio para a sua atuação estão relacionadas ao "aperfeiçoamento" profissional. Mesmo percebendo que a concepção de formação ainda é voltada para a aquisição de conhecimento técnico, alguns professores mostram que a presença do estagiário com uma proposta pedagógica definida, possibilita a reflexão crítica sobre a sua prática educativa.

    “Com a presença do estagiário consigo fazer auto avaliação referentes à minha metodologia de ensino”.

Professor J

    “Contribui para perceber que posso melhorar minha forma pedagógica de tratar com os alunos, e a pensar mais a Educação como formadora de conhecimento. Às vezes me questiono se estou seguindo o caminho certo de ensinamento para meus alunos”.

Professora E

    Para Matos (1994), o professor deve estar disposto para: (a) realizar avaliações de sua atuação, utilizando a auto-avaliação, como forma de controlar a evolução de seu perfil; (b) planejar e investigar o próprio ensino; (c) criar autonomia e responsabilidade; (d) tornar as aulas eficazes; (e) diversificar a sua atividade como docente. A mesma autora, ainda observa que na formação continuada, os professores de Educação Física podem aprender novas técnicas e atitudes, transferi-las para o seu trabalho diário e incluir o que aprenderam no seu repertório de atuação.

    Estas narrativas também nos aproximam de Freire (1996) ao destacar que quando o professor entra em uma sala de aula deve estar aberto a indagações, ás curiosidades, às perguntas dos alunos, e suas inibições; um ser crítico e inquiridor. O professor precisa estar preocupado em construir uma aula nova, divertida e instigante para os alunos, pois estamos no nosso papel de ensinar e fazer com que os alunos queiram conseguir adquirir mais conhecimento e gostem disso, mostrando novos horizontes. Freire (2001) ainda observa que o professor tem a tarefa de ensinar e não de transferir conhecimento.

    Os professores em diferentes fases de desenvolvimento profissional reconhecem a importância da experiência docente na formação inicial. Percebem que os professores acompanhados de seus pares, conseguem compreender melhor a sua realidade e encontram motivação para modificar, do ponto de vista pedagógico, a sua prática educativa. Quanto á isto, Huberman (2207) destaca que todo ser humano com o tempo ao se deparar com uma situação em que não cause desconforto ou estresse, ou simplesmente ao se deparar com alguns obstáculos, um tanto quanto relevantes, acaba entrando em um estado de acomodação. O resultado deste sentimento de desinvestimento é norteador de práticas educativas irrelevantes. Ou seja, o professor com o passar do tempo objetiva, em cada dia de serviço, chegar ao final das aulas ou do dia letivo. Tal fato é materializado quando os professores relatam sobre a importância do estagio curricular para formação inicial do futuro professor.

    "Representa a oportunidade para aprender a ensinar na medida em que se entrega as diferente dimensões que envolvem a atuação docente: conhecimento pedagógico, conhecimento psicopedagógico, o conhecimento do conteúdo e o conhecimento didático- metodológico. é o momento na formação, em que o acadêmico pode vivenciar experiências, conhecendo melhor sua área de atuação. Estabelece formas de como lidar com as diferenças, problemas, achar soluções, aprender sobre a relação professor e aluno, aprender a refletir sobre a pratica, aprender a relacionar teoria e pratica, aprender a trabalhar com crianças e com adolescentes, e principalmente conhecer a realidade".

Professora H

    “Muito importante, principalmente porque é no estágio que nos encontramos. Acredito que a observação deveria acontecer nos primeiros semestres da faculdade, possibilitando assim que o aluno veja a realidade escolar em que irá atuar”.

Professora A

    "Apesar de pouco tempo reservado para o estágio o futuro professor tem uma oportunidade de viver com a realidade que vai encontrar no futuro".

Professor I.

    "Tem importância significativa, pois proporciona ao estagiário condições de vivenciar na prática com os alunos, aquilo que adquiriu de conhecimento da instituição".

Professor J

    “Acho muito importante esse estágio. Deveria ter mais atuação em semestres anteriores, pois o acadêmico estaria melhor preparado. Eles deveriam ter mais tempo para observar as aulas dos professores”.

Professora B

    Os professores entendem que é o momento onde a práxis existe, onde os acadêmicos conseguem associar a teoria e a prática num mesmo espaço de atuação. Segundo Piconez (1998) a disciplina Estágio Supervisionado pertence ao currículo do curso de formação de professores e deve ser pensada nesse âmbito. O preparo para o exercício do magistério não pode constituir-se tarefa exclusiva desta disciplina. Ela precisa estar articulada com os demais componentes curriculares do curso. Não pode ser isoladamente responsável pela qualificação profissional do professor, deve, portanto, estar articulada ao projeto pedagógico do curso.

    Para Felício e Oliveira (2008) o estágio bem estruturado e bem orientado, configura-se como um momento relevante na perspectiva curricular do processo de formação prática de futuros professores. Para isso, a prática pode ser construída ou reconstruída, objetivando a transformação da realidade escolar. Os autores também destacam um processo de pareceria entre estagiário e professor. A crítica que os autores atribuem á este movimento é a possibilidade de ser apresentada é uma situação delicada e conflituosa durante o estágio, pois, é marcado por inúmeras situações constrangedoras em que o estagiário está sendo visto como alguém que está julgando a prática pedagógica do professor. A discussão traçada pelos autores contribuem para fazer um esclarecimento quanto à formação prática profissional quando nos falam da idéia de que os professores de profissão não são como objetos de pesquisa, mas como sujeitos do conhecimento.

    Os colaboradores do estudo foram questionados quanto a contribuição das propostas de trabalho dos estagiários para a prática pedagógica dos professores de Educação Física.

    "É uma proposta diferente da que estávamos acostumados a ver e que tem como objetivo trabalhar o conhecimento adquirido relacionado-o com a realidade do aluno. Mas dando sentido (razão) a determinado conteúdo, levando ao entendimento crítico social dos conteúdos da Educação Física".

Professora E.

    "Entendo que é uma proposta que visa a construção de idéias e ações que auxiliem na construção e no desenvolvimento de uma aprendizagem completa, mais abrangente, que não se preocupa apenas com o conteúdo, mas também, na criação de situações que levem os alunos a desenvolverem senso crítico, noções de cidadania, etc., e que culminam na modificação da realidade, em que o aluno se insere!".

Professor G

    “O ingresso na profissão para o estagiário é a oportunidade de estar de frente com a realidade e dificuldades que faça a diferença na profissão”.

Professora F

    “Na universidade são sempre tratados assuntos novos e idéias novas sobre Educação. Assim sempre aprendemos com os estagiários, pois estamos em contato direto com a formação de novos professores”.

Professora K

    Ao propor um caminho, mesmo que dirigido, para a atuação docente, as propostas pedagógicas da Educação Física contribuem para nortear os passos dados pelos futuros professores. As propostas pedagógicas progressistas, mostra um estranhamento, pois a Educação Física historicamente foi constituída como campo educacional embasada no ensino do desporto, tal como se apresenta na sua gênese. Em contrapartida, propostas mais avançada, do ponto de vista teórico, possibilitam uma visão crítica sobre o movimento, a cultura, o esporte e a educação. Partindo do princípio que os estagiários apresentaram um planejamento embasado em propostas progressistas críticas, que trata o movimento como parte da cultura do indivíduo, os professores supervisores entenderam que o planejamento desperta um olhar diferente daquilo que se já conhecia.

Conclusão

    Concluímos que os professores colaboradores do estudo entendem e usam justamente os estágios para "ficar por dentro" de novas idéias, novos métodos de ensino, novas tendências. Aproveitam a presença do estagiário, como meio de aquisição de conhecimento para modificar a sua prática pedagógica. Para Freire (1996) quando o professor entra em uma sala de aula deve se entender como um ser aberto a indagações, a curiosidades, a perguntas dos alunos, e suas inibições; um ser crítico e inquiridor. "Inventar" uma aula nova, divertida e instigante para os alunos, pois estamos no nosso papel de ensinar e fazer com que os alunos queiram conseguir adquirir mais conhecimento e gostem disso, mostrando novos horizontes. Neste sentido, podemos indicar que o estágio é um elemento muito importante para que o professor possa apreender, ou seja, a presença do estagiário é um elemento que contribui com a formação permanente do professor da escola. Desta forma, concluímos com este estudo que o estágio é uma fonte de aprendizado, tanto para o aluno como para o professor, e este movimento deve ser acompanhado pela reflexão crítica sobre a própria prática e sobre o seu trabalho docente. Entendemos que a socialização entre professores e estagiários se configura como uma reflexividade sobre a prática educativa, construindo interpretações sobre o contexto escolar e compreendendo as ações exercidas na escola.

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  • PIMENTA, S. G.; GHEDIN, E. (org.) Professor Reflexivo no Brasil: Gênese e crítica de um conceito. São Paulo, Cortez, 2002.

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