Adaptação das equações do protocolo de Katch e McArdle para cálculo da estimativa do percentual através da perimetria
Adaptaciones de las ecuaciones del protocolo de Katch y McArdle para |
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Licenciatura Plena em Educação Física (2009) Bacharel em Educação Física (2010) pelo Centro Universitário de Caratinga – UNEC Especialista em Fisiologia do Exercício para Grupos Especiais (2011) Personal Trainer. Professor de Cineantropometria e Musculação (2011) Instrutor Departamento de Tecnologia e informação (T.I.) Analista de Processos e Métodos de Organização, Reestruturação, Racionalização que envolve setores Administrativos (O & M -Organização do Trabalho e Rotinas) |
Amarildo César de Oliveira amarildo.educacaofisica@gmail.com (Brasil) |
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Resumo Introdução: Diversos métodos para avaliação da composição corporal têm sido amplamente utilizados para determinar e quantificar os componentes corporais e servem como um parâmetro importante para avaliar o estado nutricional e de saúde. Os métodos utilizados para calcular a composição, mais precisamente o percentual de gordura, são os métodos diretos, indiretos e os duplamente indiretos. O mais utilizado para mensuração da composição corporal toma como base às pregas cutâneas, entretanto, as medições por circunferências, originariamente propostas por Dotson & Davis (1991), tem pouca divulgação, existe uma grande repercussão das metodologias tradicionais e pouca atenção é prestada ao conhecimento científico desta nova metodologia. Objetivo: Adaptar as equações do Protocolo de Katch & McArdle para cálculo da estimativa do percentual através da perimetria utilizando a relação entre valores das constantes das tabelas e valores das perimetrias em centímetros. Metodologia: Para extraír os multiplicadores foram calculados uma relação entre valores das constantes das tabelas e valores em centímetros com n=13 de cada tabela obtendo a média (MED) e erro padrão estimado (EPE). Resultados: Foram definidas as novas equações utilizando doze multiplicadores (três para cada equação) a fim de simplificar o uso deste protocolo. Considerações finais: A adaptação das equações dispensa a utilização das tabelas propostas por Katch & McArdle, torna mais simples, confiável, rápida e eficiente. Unitermos: Equações. Circunferência. Perimetria. Protocolo de Katch & McArdle.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 166, Marzo de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Os diversos métodos para avaliação da composição corporal têm sido amplamente utilizados para determinar e quantificar os componentes corporais. Tamanho e a formas corporais são determinados basicamente pela carga genética e formam a base sobre a qual são dispostos, no entanto, os três maiores componentes estruturais do corpo humano são os músculos, gordura e ossos.
A composição corporal é um parâmetro importante para avaliar o estado nutricional e de saúde, Torres & Silva (2003) comentam que algumas enfermidades resultam de estágios avançados de negligência referente à saúde, por exemplo, pessoas com níveis de gordura corporal acima dos limites ideais.
Outra forma fácil de predizer os riscos de desenvolver doenças coronarianas é o simples fato utilizarmos uma fita métrica para aferirmos a circunferência abdominal, visto que o excesso de gordura corporal principalmente na região central do corpo compõe um dos mais sérios problemas de saúde da sociedade atual. (DOMINGUES FILHO et al. 2008)
Podemos utilizar de diversos métodos para calcular a composição, mais precisamente o percentual de gordura, dentre eles, os métodos: diretos (dissecação microscópica e extração lipídica), indiretos (pesagem hidrostática) e os duplamente indiretos (bioimpedância e antropometria).(FERNANDES FILHO, 2010).
Olivoto (2004) descreve os processos de mensuração citados por McArdle (1998) em que os primeiros métodos utilizados determinavam a análise diferenciada da gordura corporal através da densidade e não a sua massa. O método mais utilizado dentre os pesquisadores para mensuração da composição corporal é o de pregas “dobras” cutâneas pelo fácil acesso aos materiais utilizados e tem como fundamento científico a relação entre gordura localizada nos depósitos diretamente embaixo da pele e as inúmeras pesquisas nas áreas.
Segundo Torres & Silva (2003), outro método contemporâneo, mas pouco conhecido no Brasil toma como base medições por circunferências que originariamente foram propostos por Dotson & Davis (1991). Além da pouca divulgação técnica, da verificação de sua aplicabilidade no contexto da população brasileira, há uma grande repercussão das metodologias tradicionais (dobra cutânea, bioimpedância e pesagem hidrostática), no entanto, pouca atenção é prestada ao conhecimento científico desta nova metodologia.
Objetivo do estudo
Adaptar as equações do Protocolo de Katch & McArdle para cálculo da estimativa do percentual através da perimetria utilizando a relação entre valores das constantes das tabelas e valores das circunferências em centímetros.
Fundamentação teórica
Zanoni (2003) ressalta que as dobras cutâneas vêm sendo utilizada para a avaliação do tecido adiposo subcutâneo, identifica os pacientes com excesso de gordura e destaca a desvantagem quanto à dificuldade técnica de padronizá-la, apesar de Guimarães & Pires Neto (2002) observarem o baixo custo operacional e sua ampla difusão no meio clínico.
A utilização das circunferências corporais como recurso alternativo para a predição da composição corporal é empregada por profissionais da saúde por sua simplicidade de manuseio e aceitabilidade, sua fragilidade consiste quantificar o tecido adiposo e órgãos, no entanto, é bastante aceita nos casos do avaliado apresentar quantidade excessiva de gordura corporal e quando o objetivo for quantificar o padrão de distribuição da gordura corporal. (MILETO, 2006).
Segundo McArdle (2008), a utilização das circunferências corporais revelou-se extremamente útil para classificar indivíduos dentro de um grupo com adiposidade relativa e semelhantemente às pregas cutâneas as equações baseadas na circunferência podem prever a densidade corporal e/ou percentual de gordura.
Mileto (2006) complementa também que “as circunferências corporais podem ser utilizadas na predição do percentual de gordura e para quantificar a variação de mudanças no perímetro corporal ocorrendo um erro que fica algo entre 2,5 a 4%”.
Fernandes Filho (1999) e Martins & Giannichi (2003) descrevem diversos protocolos que utilizam as medidas da circunferência com equações bem definidas para o cálculo do percentual de gordura:
Outro protocolo que utiliza das medidas de circunferência e objeto de nosso estudo é:
De acordo com Fernandes Filho (1999, p.61-70), o percentual de gordura pode ser calculado diretamente através do uso das três constantes A, B e C apresentadas nas tabelas específicas para mulheres de 17 a 26 anos, mulheres de 27 a 50 anos, homens de 17 a 26 anos e homens de 27 a 50 anos. Os valores correspondentes aferidos na circunferência e localizados nas tabelas deverão ser substituídos nas equações apresentadas acima para obtenção dos resultados.
Segundo a orientação de McArdle (2008), para coletar corretamente as circunferências, a fita métrica deve ser aplicada levemente na superfície cutânea de maneira que fique justa, porém, não apertada, evitando assim a compressão da pele e preconiza também a obtenção de duplas mensurações em cada local de acordo com o protocolo para obter a média dos escores.
A partir dessas orientações podemos observar uma complexidade na utilização do protocolo devido à dificuldade prática em encontrar os valores específicos dispostos em cada tabela para cada situação. Neste instante faz-se necessário da adaptação das equações anteriores a fim de dispensar a utilização das tabelas, para isso será necessário a definição de doze multiplicadores com base em cada constante (três para cada equação) a fim de simplificar o uso deste protocolo.
Metodologia
De acordo com o Protocolo de Katch & Mcardle (1984) utilizamos 04 situações: Mulheres de 17 a 26 anos, Mulheres de 27 a 50 anos, Homens de 17 a 26 anos e Homens de 27 a 50 anos.
Para extraírmos os multiplicadores faremos uma relação entre valor da constante e valor em centímetro com n=13 de cada tabela obtendo a média (MED) e erro padrão estimado (EPE).
Os multiplicadores para equação de mulheres de 17 a 26 anos serão:
Abdômen - constante A - 0,52632
Coxa – constante B - 0,819153
Antebraço – constante C - 1,697032
Os multiplicadores para equação de mulheres de 27 a 50 anos serão:
Abdômen - constante A - 0,467493
Coxa – constante B - 0,486803
Panturrilha – constante C - 0,569296
Os multiplicadores para equação de homens de 17 a 26 anos serão:
Braço - constante A - 1,457118
Abdômen – constante B - 0,516603
Antebraço – constante C - 2,137743
Os multiplicadores para equação de homens de 27 a 50 anos serão:
Quadril - constante A - 0,41257
Abdômen – constante B - 0,3515
Antebraço – constante C - 1,181781
Resultados
Com base nos multiplicadores encontrados as novas equações serão:
Considerações finais
A adaptação das equações dispensa a utilização das tabelas propostas por Katch & McArdle, portanto, podemos concluir que a sua aplicabilidade prática a partir de então se torna mais simples, confiável, rápida e eficiente.
Estimar composição corporal, especificamente o percentual de gordura, através da utilizando perimetria merece maior divulgação técnica, recomendo a verificação de sua aplicabilidade em nosso contexto a fim de amenizar repercussão existente entre as metodologias e aumentar a pouca atenção dada ao conhecimento científico desta metodologia.
Referencia bibliográfica
DOMINGUES FILHO L.A.; RIBEIRO, A.P.; CÁSSIO ADRIANO PEREIRA, Efeito de programas de treinamento físico personalizado sobre Relação cintura quadril (rcq), circunferência abdominal (ca), massa Corporal (mc) e percentual de gordura (%g) em mulheres. Livro de Memórias do V Congresso Científico Norte-nordeste - CONAFF ISBN: 85-85253-69-X, 2008.
FERNANDES FILHO, J. Novas tendências da Avaliação Física – Livro Digital – Desenvolvido por Envolve Comunicação, 2010.
FERNANDES FILHO, J. A prática da avaliação física: teste, medidas e avaliação física em escolares, atletas e academias de ginásticas. Rio de Janeiro: Shape, 1999.
GUIMARÃES F.J.S. P., PIRES NETO, C.S. Estimativa do percentual de gordura em homens: uma comparação de técnicas. Laboratório de Cineantropometria - UFSM, RS – 2002.
MARTINS, J.C.B. GIANNICHI, R.S. Avaliação e prescrição de atividades física: guia prático – 3ª ed. – Rio de Janeiro: Shape, 2003.
MCARDLE, William D. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. William D. McArdle, Frank I. Katch, Victor L. Katch; traduzido por Giuseppe Taranto. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
MILETO, B.S. Métodos de Avaliação e Controle da Composição Corporal por Meio de Exercícios Resistidos e Aeróbios – Monografia Apresentada À Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências Departamento de Educação Física – 2006.
OLIVOTO, R.R., Pregas cutâneas x Impedância bioelétrica: Mensuração da composição corporal. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 10 – nº71 – 04 /2004. http://www.efdeportes.com/efd71/mensura.htm
Tabelas do protocolo de estimativa do percentual de gordura por perimetria do protocolo de Katch e McArdle (1984). http://amarildocesar.blogspot.com/2011/12/tabelas-do-protocolo-de-estimativa-do.html
TORRES, M., SILVA, V.F. Estudo comparativo de métodos para predição do percentual de gordura corporal: uma abordagem do método de Dotson & Davis (1991). Fitnees & Performance Journal, v.2, n.1, 41-48, 2003.
ZAMBON, Mariana Porto et al. Correlação entre o índice de massa corporal e a prega cutânea tricipital em crianças da cidade de Paulínia, São Paulo, SP. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 2003, vol.49, n.2, pp. 137-140. ISSN 0104-4230.
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