Análise ergonômica no Instituto de Ciências da Saúde de uma instituição privada de ensino superior em Minas Gerais Análisis ergonómico del Instituto de Ciencias de la Salud de una institución privada de enseñanza superior de Minas Gerais |
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Graduada em Educação Física pelo Centro Universitário do Planalto de Araxá (UNIARAXÁ) Bolsista do Programa de Iniciação Científica do Uniaraxá (PIBIC/FAPEMIG: 2009-2010) Cursando Especialização em Esportes e Atividades Físicas Inclusivas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Mestrado em Educação Física pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) |
Suéllen Cristina Vaz de Oliveira (Brasil) |
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Resumo É de conhecimento geral que a importância da avaliação ergonômica se dá devido à sua abordagem do trabalho humano e suas interações no contexto de trabalho e tecnológico, buscando mostrar a complexidade dessas interações. Para estas avaliações temos o método RULA (Rapid Upper Limb Assessment), que é um método de fácil entendimento, que não precisa de ferramentas especiais para ser implementado e que depende basicamente de observação. Sendo assim, o objetivo deste estudo pretendeu realizar análise ergonômica dos funcionários das coordenações do ICS (Instituto de Ciências da Saúde) de uma Instituição Privada de Ensino Superior de Minas Gerais através do Método Rula. A pesquisa de caráter qualitativo pôde contar com a participação de seis trabalhadores, sendo um responsável por cada setor/curso do ICS. Desta forma, constatamos que os postos de trabalho apresentavam problemas biomecânicos que provocavam dores. E que, estas poderiam ser agravadas, mas, com intervenção, por exemplo de atividades como a ginástica laboral e adequações no ambiente de trabalho, poderiam ser prevenidas. Neste sentido, com este estudo percebemos que é possível fazer uma análise ergonômica preliminar do ambiente de trabalho, de uma maneira econômica e simples, buscando a implementação de medidas de controle para as atividades com alto risco ergonômico visando à minimização da ocorrência de acidentes. Unitermos: Método Rula. Análise ergonômica. Ginástica laboral.
Abstract It is well known that the importance of ergonomic evaluation is due to their approach to labor and its interactions in the context of work and technology, seeking to demonstrate the complexity of these interactions. For these evaluations we have the method RULA (Rapid Upper Limb Assessment), a method that is easy to understand, that does not need special tools to be implemented and that depends primarily on observation. Therefore, the objective of this study aimed to perform ergonomic analysis of the coordination of officials of the ICS (Institute of Health Sciences) for a Private Institution of Higher Education of Minas Gerais through the Method Rula. A qualitative study could count on the participation of six workers, one being responsible for each sector / ICS course. Thus, we find that the jobs had biomechanical problems that caused pain. And that, it could be worse, but with the intervention, eg. activities such as gymnastics and adjustments in the workplace, could be prevented. In this sense, this study realized that you can do a preliminary analysis of the ergonomic work environment, a simple and economical way, seeking the implementation of control measures for activities with high ergonomic risk in order to minimize the occurrence of accidents. Keywords: Method Rula. Ergonomic analysis. Labor gymnastics.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 166, Marzo de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
É de conhecimento geral que a importância da avaliação ergonômica se dá devido à sua abordagem do trabalho humano e suas interações no contexto de trabalho e tecnológico, buscando mostrar a complexidade dessas interações.
Para Alexandre (1998),
A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seu ambiente de trabalho. Neste sentido, o termo ambiente abrange não apenas o meio propriamente dito em que o homem trabalha, mas também os instrumentos, os métodos e a organização deste trabalho. Em relação a tudo isto está ainda a natureza do próprio homem, o que inclui suas habilidades e capacidades psicofisiológicas, antropométricas e biomecânicas (ALEXANDRE, 1998, p.2).
Para Abrahão e Pinho (1999),
...a ergonomia é solicitada, quotidianamente, a intervir em situações cujas problemáticas variam desde a concepção de salas de controle, extremamente automatizadas, passando por questões referentes ao trabalho manual ou, ainda, por queixas relacionadas ao ambiente físico de trabalho, sem deixar de lado os problemas de saúde, em particular, os decorrentes das lesões por esforços repetitivos (ABRAHÃO, PINHO, 1999, p.1).
As transformações que se processam no mundo do trabalho remetem a um novo modelo de relações econômicas, sociais, políticas e culturais. Considerando tal conceito, a emergência de um novo olhar sobre a relação homem-trabalho que considere também o ambiente no qual ocorre esse trabalho, bem como suas repercussões para a organização como um todo e para a vida do trabalhador em todas as suas dimensões, sejam elas físicas, emocionais, psíquicas, sociais ou culturais.
Sendo assim, Alexandre (1998) nos revela o objetivo da ergonomia,
O objetivo fundamental da ergonomia é contribuir para a satisfação das necessidades humanas no ambiente de trabalho, incluindo a promoção de saúde e de bem-estar. Então, um dos pontos básicos para atingir este objetivo é a realização de uma análise cuidadosa do trabalho, voltada para a identificação dos fatores de incompatibilidade no contexto de trabalho e suas conseqüências para o indivíduo. Ao analisar de forma crítica e metodológica as situações de trabalho, a ergonomia visa a reorganizá-las de modo que se possam eliminar fontes de prejuízo, ou seja, eliminar aqueles elementos agressores que podem levar à perda parcial ou total de qualquer função vital, em curto, médio ou longo prazo. (ALEXANDRE, 1998, p.2)
Dessa forma vemos que a ergonomia como ciência, estuda a performance humana, suas capacidades, limitações e outras características do desempenho humano e usa esses conhecimentos para desenvolver e otimizar sistemas do desempenho humano e usa esses conhecimentos para desenvolver ou otimizar sistemas da interface homem-tecnologia. Como prática, a Ergonomia compreende a aplicação da interface homem-sistema para o projeto, a análise, os testes e as avaliações, a padronização e o controle de sistemas, a fim de propiciar a melhoria da segurança, conforto, saúde, produtividade e qualidade de vida.
Um dos meios utilizados para a melhora das condições de trabalho é a Ginástica Laboral, que vem sendo utilizada em diversas empresas como meio de prevenção de doenças ocupacionais. Com o início dos novos processos de produção houve mudanças consideráveis no ambiente de trabalho, então, a Ginástica Laboral bem orientada, atua de forma preventiva e terapêutica.
Com isso, citamos alguns estudos realizados para verificar os resultados da ginástica, tais como o de Kolling (1982) que verificou a redução da fadiga; Rocha (1999), estudou a influência na postura dinâmica do trabalhador; Martins (2000) analisou o aumento da flexibilidade e alteração no estilo de vida.
Contudo, a Ginástica Laboral é um elemento importante, que deve ser pensado nos locais de trabalho, independentemente dos resultados obtidos de uma análise ergonômica, sejam eles, positivos ou negativos.
Desta forma o objetivo deste estudo pretendeu realizar análise ergonômica dos funcionários das coordenações do ICS (Instituto de Ciências da Saúde) de uma instituição privada de Ensino Superior de Minas Gerais através do método Rula.
Tendo como objetivos específicos: verificar por meio de observação o posicionamento de cada funcionário da coordenação do ICS (Instituto de Ciências da Saúde) em seu posto de trabalho; analisar riscos ergonômicos através dos posicionamentos dos mesmos; visualizar a implementação de medidas de controle a riscos ergonômicos.
Metodologia
Procedimentos e métodos
Para analisar os postos de trabalho dos funcionários das coordenações do ICS (Instituto de Ciências da Saúde) de uma Instituição privada de Minas Gerais, este trabalho utilizou-se o método RULA (Rapid Upper Limb Assessment), por ser um método de fácil entendimento, que não precisa de ferramentas especiais para ser implementado e que depende basicamente de observação.
O quadro foi composto de funcionários das coordenações do ICS (Instituto de Ciências da Saúde) e do Colegiado de Pesquisa de uma Instituição privada de Ensino Superior em Minas Gerais. Na qual, utilizou-se observação e o método Rula, desenvolvido pelo Dr. Lynn MacAtamney e pelo Professor E. Nigel Corlett, especialistas em ergonomia da Universidade de Nottingham na Inglaterra, com a intuição de levantar os riscos ergonômicos relacionados no trabalho, possui uma escala de 01 a 07. Estes possibilitam uma avaliação ergonômica rápida, podendo levantar os riscos das posturas do trabalhador.
A base de análise do Método Rula possui 3 diagramas (Base de Pontuação do Grupo A, Base de Pontuação do Grupo B e Protocolo Prático de Pontuação RULA) e 4 tabelas (Tabela de Cálculo da Pontuação do Grupo A, Tabela de Cálculo da Pontuação do Grupo B, Preenchimento das Colunas 2 e 3 e Pontuação Final) que dividem o corpo em dois grupos, o grupo A e o grupo B. O grupo A inclui os braços, os punhos e antebraços enquanto que o grupo B inclui o pescoço, tronco e membros inferiores de uma maneira geral. Estes diagramas e tabelas provocam a identificação das possíveis amplitudes de movimentos das articulações observadas, que são classificadas em categorias de ação (SETTI, 2006).
Tabela 1. Cálculo da Pontuação do Grupo A
A coluna Braço da tabela 1 deve ser preenchida de acordo ao movimento do braço do funcionário ao executar a tarefa. Este movimento deve ser observado e comparado aos movimentos presentes no diagrama chamado Base de Pontuação do Grupo A. Se o braço do funcionário estiver na posição vertical, e o movimento for de no máximo 20 graus para frente ou para trás, a pontuação deve ser igual a 1. Se o movimento do braço exceder os 20 graus e atingir, no máximo, 45 graus, a pontuação deve ser igual a 2. Se o movimento do braço exceder 45 graus e atingir no máximo 90 graus, a pontuação deve ser igual a 3. Se o movimento do braço exceder os 90 graus, a pontuação deve ser igual a 4. Deve-se somar 1 ponto a este total caso o funcionário tenha que elevar ou abduzir os ombros para executar o movimento. Deve-se retirar 1 ponto deste total caso o braço deste funcionário esteja suportado por alguma superfície.
A coluna Antebraço da tabela 1 deve ser preenchida de acordo ao movimento do antebraço do funcionário. Este movimento deve ser observado e comparado aos movimentos presentes no diagrama chamado Base de Pontuação do Grupo A. Se o funcionário executar um movimento que desloque o seu antebraço da posição 90 graus até 60 graus para baixo ou 100 graus para cima, a pontuação deve ser igual a 1. Se este deslocamento for maior, a pontuação deve ser igual a 2. Se o antebraço estiver distante do corpo durante a execução do movimento ou se ambos se cruzarem, deve-se somar 1 ponto a este total.
Diagrama 1. Base de Pontuação do Grupo A
A coluna Punho da tabela 1 deve ser preenchida de acordo ao movimento do punho. De o punho permanecer na posição horizontal sem deslocamento, a pontuação deve ser igual a 1. Se houver deslocamento dos punhos em até 15 graus, a pontuação deve ser igual a 2. Se o punho se deslocar por mais de 15 graus, a pontuação deve ser igual a 3. Se além disso ainda houver desvio radial, soma-se 1 ponto a este total.
Para a coluna Rotação do Punho da tabela 1, existem duas opções de preenchimento. Pontuação 1 caso a rotação seja intermediária e pontuação 2 caso a rotação seja extrema. Ao combinar estas pontuações na tabela, definiremos a pontuação final para o grupo A.
Tabela 2. Cálculo da Pontuação do Grupo B
A coluna Pescoço da tabela 2 deve ser preenchida de acordo ao movimento do pescoço do funcionário ao executar a tarefa. Este movimento deve ser observado e comparado aos movimentos presentes no diagrama chamado Base de Pontuação do Grupo B. Se o pescoço do funcionário estiver na posição vertical e for deslocado em até 10 graus para execução da tarefa, a pontuação deve ser igual a 1. Se o movimento do pescoço exceder os 10 graus e atingir, no máximo, 20 graus, para execução da tarefa, a pontuação deve ser igual a 2. Se o movimento do pescoço exceder os 20 graus para execução da tarefa, a pontuação deve ser igual a 3. Se o movimento do pescoço for inverso, ou seja, deslocamento para trás, a pontuação deve ser 4 não importando a amplitude deste. Deve-se somar 1 ponto a este total caso o funcionário tenha que inclinar lateralmente o pescoço ou fazer movimento de rotação para executar a tarefa.
A coluna Tronco da tabela 2 deve ser preenchida de acordo ao movimento do tronco do funcionário ao executar a tarefa. Este movimento deve ser observado e comparado aos movimentos presentes no diagrama chamado Base de Pontuação do Grupo B. Se o funcionário executar um movimento que não exija deslocamento do seu tronco, a pontuação deve ser igual a 1. Se este deslocamento for de 0 a 20 graus, a pontuação deve ser igual a 2. Se este deslocamento for de 20 a 60 graus, a pontuação deve ser igual a 3. Se o deslocamento superar os 60 graus, a pontuação deve ser igual a 4. Deve-se somar 1 ponto a este total caso o funcionário tenha que inclinar lateralmente o tronco ou fazer movimento de rotação para executar a tarefa.
Para a coluna Membros Inferiores da tabela 2, existem duas opções de preenchimento. Pontuação 1 caso exista bom apoio bilateral ao executar a tarefa e pontuação 2 caso não exista apoio ou exista má distribuição de peso. Ao combinar estas pontuações na tabela, definiremos a pontuação final para o grupo B.
Diagrama 2. Base de Pontuação do Grupo B
Os valores encontrados devem ser inseridos no diagrama chamado Protocolo Prático de Pontuação RULA, mas especificamente, na coluna 1 deste diagrama. Para preencher a coluna 2 e 3 deste diagrama, precisamos utilizar a tabela 3 chamada Preenchimento das Colunas 2 e 3 do Protocolo de Pontuação Rula. Para este item, duas pontuações são possíveis. Pontuação 1 se a tarefa envolver contrações musculares que durem por mais de 1 minuto e pontuação 0 se as contrações musculares durarem menos de 1 minuto. Para preencher a coluna 3 do diagrama Protocolo Prático de Pontuação Rula precisamos descriminar a força exercida para execução da tarefa. Será dada pontuação igual a 0 se a carga for intermitente ou a força menor que 2 kg. A pontuação será igual a 1 se a carga for intermitente ou a força de 2 kg a 10 kg. A pontuação será igual a 2 caso haja repetição ou carga estática e forças de 2 kg a 10 kg assim como se a carga for intermitente ou a força maior que 10 kg. A pontuação será igual a 3 caso haja repetição ou carga estática e forças maiores que 10 kg assim como carga ou força de qualquer magnitude com aceleração do movimento ou ação de sacudir ou dar solavancos.
Diagrama 3. Protocolo Prático de Pontuação RULA
Tabela 3. Preenchimento das Colunas 2 e 3 do Protocolo de Pontuação RULA
Após o preenchimento das colunas 1, 2 e 3 do Protocolo Prático de Pontuação RULA, iremos determinar o valor da coluna 4 (pontuação final A e B). Estes valores devem ser lançados na tabela 4 chamada de Pontuação final. Ao cruzarmos os valores, determinamos a pontuação geral da tarefa que determinará o nível de ação (criticidade).
Tabela 4. Pontuação final
O método RULA se divide basicamente em 3 passos (MCATAMNEY, 1992). Estes passos são os seguintes: a) Observar e Selecionar as Posturas: A análise RULA esta ligada diretamente a um momento do ciclo de trabalho e é importante observar as posturas que são adotadas antes de selecionar a postura a ser estudada. Dependendo do tipo de estudo a ser aplicado, a seleção pode ser feita com base na postura que se toma por mais tempo por parte do funcionário, pela freqüência ou simplesmente pela postura adotada que pareça ser a mais errada. b) Pontuar as Posturas: Após escolha das posturas a serem estudadas, é necessário pontuar o nível de esforço de cada parte do corpo utilizando os 2 diagramas e 3 tabelas mencionados anteriormente. c) Nível de Ação: Identificar as posturas que são mais críticas após a avaliação descrita acima e implementar ações de melhoria no local com o objetivo de minimizar os riscos. Os níveis de ação são classificados da seguinte maneira:
Nível de Ação 1: Pontuação de 1 ou 2 – Esta pontuação significa que o funcionário esta trabalhando utilizando a melhor postura sem riscos de lesão.
Nível de Ação 2: Pontuação de 3 ou 4 – Esta pontuação significa que o funcionário esta trabalhando utilizando uma postura que poderia vir a causar algum risco de lesão. Por este motivo, esta situação deve ser investigada e melhorias no local poderão ser necessárias.
Nível de Ação 3: Pontuação de 5 ou 6 – Esta pontuação significa que o funcionário esta trabalhando utilizando uma postura que pode ser considerada “pobre” podendo haver riscos de lesão a curto prazo. Essa situação deverá ser investigada e as condições de trabalho alteradas em um futuro próximo.
Nível de Ação 4: Pontuação igual a 7 – Esta pontuação significa que o funcionário esta trabalhando utilizando uma postura muito ruim e por isso existe o risco imediato de lesão. Se este for o caso, a situação deverá ser investigada e as condições de trabalho deverão ser modificadas imediatamente.
Resultados e discussão dos dados
Cada vez mais procura-se estudar como a ocupação pode comportar-se como importante determinante na produção de certas doenças. Nestas circunstâncias, as lesões do sistema músculo-esquelético têm despertado a atenção de pesquisadores do mundo inteiro, visto que são uma das mais importantes causas de morbidade e de incapacidade de adultos, e também pelos custos econômicos que acarretam (ALEXANDE, 1998, p.1)
Sendo assim, esta pesquisa pôde contar com a participação de seis funcionários responsáveis pelas coordenações do Instituto de Ciências da Saúde de uma Instituição de Ensino Superior privada de Minas Gerais, sendo um do sexo masculino e cinco do sexo feminino.
Como forma de preservação da identidade do indivíduo, utilizamos letras no lugar dos nomes dos participantes. Além do mais, este aspecto foi registrado, nos aspectos legais e éticos da pesquisa, constando no Termo de Livre Esclarecido e de Consentimento apresentado aos envolvidos pesquisados.
Dessa forma, baseados no procedimento metodológico utilizado, verificamos que o indivíduo A obteve uma pontuação geral de 7,5, o indivíduo B obteve 8,5, o indivíduo C obteve 11, o indivíduo D obteve 9,5, o indivíduo E obteve 12,5 e o indivíduo F obteve 8 na pontuação geral. Sendo assim, tivemos como média geral o valor de 9,5.
Corroboramos com Alexandre (1998) ao relatar que determinadas posturas e movimentações repetidamente realizadas pelos trabalhadores, podem ocasionar dores, pois afetam a musculatura e sua constituição ósseo-articular. E se ocorrem por um longo período podem resultar em lesões permanentes e deformidades.
Outro dado constatado, é que a instituição não oferece Ginástica Laboral para com seus funcionários.
Vemos que Dias (1994) coloca que a ginástica laboral é composta por exercícios específicos de curta duração, realizados no próprio local de trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica, visando despertar o corpo, e reduzir acidentes de trabalho, prevenir doenças por traumas cumulativos, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição para o trabalho, promover integração entre os funcionários e evitar a fadiga gerada pelo trabalho.
Santos (2000) realizou uma pesquisa com funcionários de um supermercado de Florianópolis e concluiu no final de sua pesquisa que os benefícios adquiridos com o programa de ginástica laboral foram: uma melhor disposição para o trabalho, diminuição do cansaço físico no final do dia, aumento do clima de amizade e espírito de grupo, tornando os funcionários mais unidos e comprometidos com a empresa.
Targa (1973) nos alerta que a atividade física pode ser uma “arma de dois gumes”, dependendo do profissional que a oriente, pode ser um instrumento de alto valor educativo promovendo a saúde ou, se cair em mãos incompetentes, poderá produzir lesões e qualidades físicas e morais negativas.
Considerações finais
Vemos que a vida moderna tem levado a maioria das pessoas a uma vida sedentária com poucas atividades físicas, o que torna a prática de exercícios necessária para a promoção da saúde. E por meio da realização desta pesquisa, através da mensuração dos dados, constatou-se a total má postura dos funcionários relacionados à pesquisa. Evidenciou-se na pesquisa a preocupação no emprego da Ginástica Laboral no ambiente de trabalho pesquisado. De acordo com os instrumentos utilizados e demonstrados na metodologia, vemos que o limite superior seria 7, porém, o valor encontrado na média dos indivíduos foi de 9,5, demonstrando o grau de riscos ergonômicos encontrados.
A análise das incidências de dor e desconforto associada à observação cinesiológica das atividades demonstraram grande necessidade de um trabalho ergonômico na Instituição. Os postos de trabalho apresentavam problemas biomecânicos que provocavam tais dores. Estas poderiam ser agravadas, mas, com intervenção, por exemplo, de atividades como a Ginástica Laboral e adequação no ambiente de trabalho, poderiam ser prevenidas.
Neste sentido, o intuito deste estudo foi mostrar que é possível fazer uma análise ergonômica preliminar do ambiente de trabalho, de uma maneira econômica e simples, buscando a implementação de medidas de controle para as atividades com alto risco ergonômico visando à minimização da ocorrência de acidentes.
Baseados nos resultados deste estudo, sugerimos que instituição adote o uso e os benefícios da ginástica laboral, pois vemos que ela é um recurso facilitador, caso contrário, estão perdendo ou deixando de ganhar muitos outros benefícios que poderiam ter se esta fosse orientada diretamente pelo professor de educação física bem preparado. Sendo assim, acreditamos que este possa ser um primeiro passo em busca da realização de pesquisas envolvendo a temática pesquisada sob diversas perspectivas.
Referências
ABRAHÃO, J.I., PINHO, D.L.M. Teoria e Prática ergonômica: seus limites e possibilidades. Escola, Saúde e Trabalho: estudos psicológicos. Editora Universidade de Brasília, 1999.
ALEXANDRE, N.M.C. Ergonomia e as atividades ocupacionais da equipe de enfermagem. Rev.Esc.Enf.USP, v.32, n. l, p.84-90, abr. 1998.
DIAS, M. F. M. Ginástica laboral: Empresas gaúchas têm bons resultados com ginástica antes do trabalho. Proteção, V. 6, n. 29. p. 24 – 25, mai. 1994.
FRANKENFELD, K.P.; MATTOS, U.A.; RODRIGUES, E. Análise Ergonômica através do Método Rula - Uma Alternativa para pequenas empresas. V Congresso Nacional de Excelência em Gestão. Niterói – RJ. 2009.
KOLLING, A. Estudo sobre os efeitos da ginástica laboral compensatória em grupos de operários de empresa industriais. 1982. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação. UFRGS, Porto Alegre.
MARTINS, C. O. Efeitos da Ginástica laboral em servidores da reitoria da UFSC. 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.
MCATAMNEY, L; CORLETT, E.N. RULA: A survey method for the investigation of work-related upper limb disorders. Institute for Occupational Ergonomics, University of Nottingham, 1992.
ROCHA, A. S. A influência da ginástica laboral na postura dinâmica do trabalhador industrial. 1999. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano). Programa de Pós-Graduação no Movimento Humano. ESEF/UFRGS, Porto Alegre.
SANTOS, L. M. Benefícios da ginástica laboral e sua influência sobre o índice de absenteísmo. 2000. Monografia (Conclusão de curso de Licenciatura em Educação Física). CEFID/UDESC. Florianópolis.
SETTI, M. E. C.; GUIMARAES, C. P.; PASTURA, F.; CID, G. L.; ZAMBERLAN, M. C. P. L.; SANTOS, V. Seleção e desenvolvimento de métodos e ferramentas para captura de dados das atividades informatizadas em escritórios e atividades múltiplas em produção. Fortaleza: XIII Congresso Brasileiro de Ergonomia, 2006.
TARGA, J. Teoria da educação físico-desportivo-recreativa. Porto Alegre: Escola superior de Educação Física, 1973.
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