efdeportes.com

Efeito do alongamento estático no desempenho da força

Efecto de la elongación estática en el rendimiento de la fuerza

 

*Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal-RN

Laboratório de Biociências e da Motricidade Humana, LABIMH UFRN, Natal-RN

**Universidade Potiguar, UnP, Natal-RN

***Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, UERN, Natal-RN

(Brasil)

Esp. Rogerio Dantas**

Esp. Diego Augusto Padilha de Oliveira**

Esp. Thiago Renee Felipe**

Ms. Edson Fonseca Pinto***

Dr. Breno Guilherme de Araujo Tinoco Cabral* ** ***

brenotcabral@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Ao tentar entender os fatores que podem influenciar na resposta aguda neural, tornou-se bastante atrativo a observação das alterações relacionadas ao desempenho da força, o alongamento muscular freqüentemente utilizado nas práticas desportivas, com o objetivo de aumentar a flexibilidade muscular, amplitude articular, diminuir o risco de lesões e melhorar o desempenho atlético. O objetivo do estudo foi de verificar a influência do alongamento estático no desempenho de força máxima no supino horizontal. A amostra foi constituída de 15 indivíduos do sexo masculino com idade entre 20 e 30 anos de idade com IMC considerado normal, foi realizado o teste de carga máxima (1RM), em seguida submetida a um teste de repetições máximas a 80% de 1RM, com e sem o implemento do alongamento estático, para a análise estatística utilizou-se um teste t pareado, considerando para o teste de hipótese o nível de significância da influência do alongamento estático antes de um treino de força. De acordo com os resultados, podemos observar que o número de repetições máximas a 80% de 1RM diminuiu com alongamento, em relação ao teste sem alongamento. Assim, o estudo comprovou que há influência negativa do alongamento estático sobre o desempenho de forca muscular.

          Unitermos: Alongamento. Desempenho. Força muscular.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 166, Marzo de 2012. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    Estudos têm demonstrado que o treinamento de força pode provocar efeitos positivos em patologias como hipertensão, diabetes, obesidade, osteoporose, entre outras, além de proporcionar aumentos na força e potência muscular, sendo essas duas últimas adaptações importantes também para atletas de alto rendimento.

    Para se obter melhores resultados com o treinamento, é necessária uma correta prescrição das variáveis envolvidas com o treinamento, como, por exemplo, o intervalo de descanso, intensidade e volume do treinamento, tipo de exercício, entre outros (FELÍCIO, 2009).

    Geralmente, o treinamento de força é realizado depois de um protocolo de exercícios de aquecimento, sendo freqüentemente utilizados exercícios de alongamento como forma de aquecimento antes do início da sessão. O aquecimento serve, para elevar a temperatura corporal, aumentar a demanda de oxigênio para o organismo através do aumento do fluxo sanguíneo, aumentar a lubrificação das articulações melhorando a viscosidade dos tendões, aumentar a velocidade das reações metabólicas, dentre outras adaptações (BISHOP, 2003).

    Entretanto, o alongamento pode acarretar alterações morfológicas no tecido conectivo e nas fibras musculares, com a ativação de órgãos sensoriais e microlesões, principalmente quando não estruturado corretamente (GOMES, 2007). Neste sentido, o alongamento deixa de ser apenas um exercício de aquecimento e passa a acarretar modificações importantes no organismo.

    Diante do exposto o presente estudo centra-se no objetivo de analisar o efeito do alongamento no desempenho da forço em exercícios físicos.

Material e métodos

    A amostra foi composta por 15 voluntários, do sexo masculino, com experiência mínima de seis meses em treinamento resistido de musculação, com idades entre 20 e 30 anos, e IMC considerado normal, residentes na cidade de Natal, RN.

    Antes da realização dos testes, os voluntários foram informados dos objetivos do estudo, e assinaram o termo de consentimento de acordo com as normas de pesquisa em seres humanos resolução 196/96-CNS-Brasil, assim como as normas internacionais de experimentação com humanos (Declaração de Helsinki de 1975).

    Para esse estudo foi determinado como critério de inclusão: ser do sexo masculino com idade determinada no estudo em questão, estar realizando treinamento resistido a pelo menos seis meses, não apresentar problemas de saúde que possam interferir nos resultados. Para critério de exclusão determinou-se: a não realização de alguma das etapas do teste, apresentar desconforto na realização e não atingir o numero de repetições determinadas na metodologia do teste.

    No período das avaliações, foi solicitado que às pessoas envolvidas na pesquisa não realizassem nenhuma tipo de treinamento extra que pudesse interferir nos resultados.

    O teste realizado foi o teste de 01 Repetição Máxima (1RM) (MATSUDO, 2002). Foi utilizado para o teste o banco de supino reto, com uma barra de aço de 10 kg e anilhas de 10 a 20 Kg.

    Os voluntários foram submetidos a um teste de força máxima (1RM), iniciando por um pré-aquecimento antes do teste de força máxima, realizando uma série de 12 repetições com carga de 40-60% de acordo com a experiência individual. Ao término do aquecimento, foi iniciado o teste para descobrir a carga para a repetição de 1RM no exercício supino reto.

    O teste teve início com uma carga abaixo do nível máximo do indivíduo, onde se o movimento fosse realizado corretamente com mais de uma repetição o peso deveria ser aumentado para a próxima tentativa acumulando três tentativas no Maximo, com 5 minutos de descanso entre os testes, o critério para a identificação da carga máxima foi não realizar o movimento com perfeição e com no Maximo uma repetição.

    Descoberta a carga de 1RM, foi iniciado o segundo momento da pesquisa, que era a realização das repetições máximas, com implemento do alongamento estático e sem o implemento do alongamento estático a 80% de 1RM. Seguindo o mesmo protocolo de aquecimento para os testes com e sem o alongamento. Lembrando que foram realizados em dias diferentes com intervalo de 48 horas, com os testes com e sem alongamento e ordem alternada.

    Os indivíduos realizaram a mesma seqüência metodológica seguindo os critérios do protocolo de alongamento passivo, sendo constituído de três séries, com permanência de 20 segundos, procurando alcançar o maior arco de movimento possível (FOOS et al., 2000; DANTAS, 2005).

    Três tipos de alongamentos que envolvem as articulações e músculos envolvidos no exercício supino reto horizontal, que são eles:

    Para o tratamento estatístico foi utilizado o software SPSS 11.0, observando-se os valores de tendência central e seus derivados. Também foi realizado o teste de normalidade Kolmogorv Smirnov para se observar a distribuição de dados, e teste t pareado na verificação do inferencial, considerando para o teste de hipótese o nível de significância de p < 0,05.

Resultados

Gráfico 01. Repetições sem alongamento X repetições com alongamento

Discussão

    Os trabalhos científicos com essa temática ainda são controversos com relação ao efeito agudo do alongamento no desempenho de força muscular. Sem duvida o isso aconteça devido à grande variação de métodos utilizados com diferentes durações de alongamentos de tipos de alongamentos e seus métodos de avaliação.

    O objetivo do presente estudo foi o efeito do alongamento estático no desempenho de forca muscular, foram colocadas duas situações antes da execução de exercício a 80% de 1RM, 1ª (Com Alongamento e Exercício) e 2ª (Sem Alongamento e Exercício) para analisar o desempenho de força muscular com a carga a 80% de 1RM, questionando em qual dessas situações obteríamos os melhores resultados.

    Ao representar graficamente os valores de repetições máximas a 80% de 1RM sem alongamento e com alongamento, encontramos uma diminuição do numero de repetições. Nosso estudo verificou que há influência significativa em treinamentos de força sobe os efeitos agudos de alongamentos estáticos.

    Igualmente Arruda et al (2001) obtiveram como resultado a diminuição no numero de repetições máximas no teste 10-RM, no supino reto, na situação onde o grupo que realizava 10 minutos de alongamento estático previamente a execução do teste proposto.

    Vários mecanismos vêm sendo estudados Avela et al (2004) com o propósito de justificar o mal desempenho de força após o alongamento. Os trabalhos que objetivaram estudar os mecanismos de diminuição de força mostram alterações mecânicas na unidade músculo-tendínea, e diminuição do torque máximo redução da atividade mioelétrica e ativação das unidades motoras.

    Vários resultados colaboram com o presente estudo onde Wallmann et al (2005) estudaram a atenuação do desempenho dos saltos vertical quando esse era antecedido de exercícios de alongamento estático.

    Similarmente o estudo realizado por Marek et al (2005) evidenciaram o efeito deletério nos extensores do joelho através de eletromiagrafia quando os mesmos eram antecedidos do método de alongamento estático e de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) quando avaliaram o torque e a potência muscular.

    Resultados controversos foram encontrados por Young e Elliott (2001) não encontrando diferenças no desempenho do salto utilizando o alongamento FNP e o alongamento estático, onde o FNP foi realizado com uma contração isométrica submáxima de 5 segundos do músculo agonista seguida de alongamento passivo de 15 segundos.

    Contrario a esta linha Fowles et al (2003) encontraram no estudo redução na capacidade de desenvolver força voluntária máxima após 33 minutos de alongamentos, este efeito perdurou por aproximadamente 1 hora.

    Paralelamente estudo realizado por Tricoli et al (2002) verificou o efeito agudo do alongamento estático na força máxima de membros inferiores de homens, como resultado um decréscimo médio de 13,8% na carga máxima dos sujeitos que efetuavam sessão de alongamentos de 20 minutos na musculatura da coxa antes do teste de 1-RM.

    O estudo procurou analisar a influência da pratica de uma sessão de alongamento estático anteriormente a execução de exercícios resistidos, onde buscamos, através da divisão do tempo das sessões de treino aproximar-nos da pratica usual adotada na maioria das academias de musculação.

    Do ponto de vista metodológico, algumas limitações no presente estudo devem ser consideradas. Entretanto podemos afirmar que os cuidados preparatórios realizados antes da execução da repetição máxima foram garantidos. Com os resultados podemos observar que o protocolo de alongamento estático aplicado no presente estudo gerou efeito deletério na geração de força máxima de membros superiores no supino reto. Concluímos que o alongamento antecedido do treinamento de força não é benéfico, pois de acordo com o nosso estudo, o alongamento causou uma diminuição na força muscular.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 166 | Buenos Aires, Marzo de 2012
© 1997-2012 Derechos reservados