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Percentual de gordura corporal e índice de massa corporal 

em jovens futebolistas de uma seleção de uma categoria 

sub-11 de um clube da zona norte de Porto Alegre

Porcentaje de grasa corporal e índice de masa corporal en jóvenes futbolistas de 

una selección de una categoría sub-11 de un club de la zona norte de Porto Alegre

 

*Acadêmico do curso de Educação Física

Bacharelado da Universidade Luterana do Brasil, ULBRA. Campus Canoas

**Professora do curso de Educação Física

da Universidade Luterana do Brasil, ULBRA. Campus Canoas

Esmael da Rosa Gonçalves*

Profª Drª Anneliese Schonhorst Rocha**

professoresmael@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A prática de atividade física associada a hábitos alimentares saudáveis como em crianças que praticam futebol possibilita um adequado desenvolvimento e melhor desempenho físico. Se as crianças apresentarem o percentual de gordura corporal dentro do aceitável possivelmente irão apresentar melhor desempenho em sua modalidade esportiva e que a prática desportiva pode trazer benefícios as crianças mantendo e/ou obtendo um percentual gordura corporal, e Índice de Massa Corporal (I.M.C.) dentro de valores normais o que possivelmente contribui para a diminuição nos riscos destes indivíduos tornarem-se adultos obesos. O objetivo do trabalho foi analisar o comportamento dos valores médios do Índice de Massa Corporal e do percentual de gordura corporal em crianças de 11 anos de idade que fazem parte da seleção de um clube de futebol da zona norte de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul. O tipo de estudo realizado foi descritivo – comparativo somando 24 atletas da idade de 11 anos. Para cálculo do Índice de Massa Corporal (I.M.C.), utilizou-se a equação: IMC=massa (Kg)/estatura(m2) (HEYWARD, 2004). Para classificar o I.M.C. utilizaram-se os critérios de referência para definição de baixo peso, excesso de peso e obesidade para sexo masculino idade de 11 anos (CONDE e MONTEIRO apud PROESP 2007). Para cálculo do percentual de gordura corporal foi utilizado à equação de Slaugther et. al. apud Heyward e Stolarczyk (2000). A classificação do percentual de gordura corporal utilizou se a tabela proposta por Lohman para crianças e adolescentes do sexo masculino apud Pitanga (2005). O grupo estudado apresenta média de índice de massa corporal (I.M.C.) de 17,4 Kg/m2 com desvio padrão de ± 2,03%, segundo o critério de classificação referenciado nesse estudo apresentam peso normal. Em relação ao percentual de gordura corporal o grupo apresenta média de 14,78 % com desvio padrão de ± 4,6% que segundo a tabela referenciada o grupo pesquisado apresenta percentual de gordura normal. Pode se concluir que a amostra de 24 crianças do sexo masculino de 11 anos de idade que faziam parte de uma categoria sub-11 de um clube de futebol da Zona Norte de Porto Alegre estão em relação a classificação do I.M.C. com peso normal e percentual de gordura também como normal, segundo classificações específicas de cada uma das variáveis estudadas.

          Unitermos: Índice de Massa Corporal, Percentual de Gordura, Crianças, Futebol.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 165, Febrero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Em relação à origem do futebol, observou-se que é o resultado de evolução lenta de diferentes jogos com bola através de milênios, partindo das formas mais rudimentares até chegar à complexidade técnica, tática e física como se apresenta hoje (VOSER, GUIMARÃES e RIBEIRO, 2006). Existem várias versões para o jogo, e entre estas, podem ser citadas: Kemari (praticado na China e posteriormente no Japão), Epykiros (Grécia Antiga), Haspartum (Roma Antiga), Soule ou Choule (França) e Cálcio (Itália) (GODÓI e CARDOSO apud VOSER, GUIMARÃES e RIBEIRO, 2006).

    No Brasil o futebol passa a ser difundido pelo trabalho de Charles Miler que nasceu no ano de 1874, em São Paulo, descendente de ingleses. Miler estudou na Inglaterra entre 1884 e 1894 e de lá traz um livro de regras, duas bolas de couro e uniformes (VOSER, GUIMARÃES e RIBEIRO, 2006; FRISSELLI e MANTOVANI, 1999 e LEAL, 2000). Organiza os primeiros jogos na várzea do Carmo, entre ingleses e brasileiros da Companhia do Gás, do London Bank e da São Paulo Railway. O jogo é difundido para sócios do São Paulo Athletic Club e da Associação Atlética Mackenzie College (FRISSELLI e MANTOVANI, 1999). O clube mais antigo fundado especialmente para o futebol considerado oficialmente pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é o Sport Club Rio Grande do estado do Rio Grande do Sul da cidade de Rio Grande em 24 de junho de 1900 (VOSER, GUIMARÃES e RIBEIRO, 2006 e FRISSELLI e MANTOVANI, 1999).

    A definição de capacidade física é o potencial anátomo-fisiológico que o atleta possui. As capacidades físicas se dividem em cinco grupos principais: resistência, força, velocidade, coordenação e flexibilidade. O preparador físico é responsável por utilizar métodos de treinamento e controle para que o treinador possa aproveitar os atletas em sua plenitude física (AOKI, 2002). Para Guedes e Souza (1987) acreditam que o controle e a prescrição do treinamento com base em informações de diferentes aspectos da performance humana, são de fundamental importância e dentre os aspectos dessa performance, as variáveis cineantropométricas para analisar os futebolistas, a partir de medidas é imprescindíveis.

    Antropometria é o ramo das ciências biológicas direcionada para o estudo dos caracteres mensuráveis da morfologia humana. (SOBRAL e SILVA apud PITANGA, 2005). A palavra antropometria deriva do grego anthropos (antropo ou antropia), que significa homem, e metron (metria ou metro), que equivale à medida. Por isso, poderíamos conceituar antropometria como parte da antropologia que estuda as proporções e medidas do corpo humano (MICHELS apud FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2008). Heyward e Stolarczyk (2000) definem antropometria como medida do tamanho corporal e suas proporções, incluindo espessura de dobras cutâneas, circunferências, diâmetros e comprimentos ósseos, estatura e peso corporal.

    A composição corporal pode ser fracionada em dois ou quatro compartimentos de acordo com Fontoura, Formentin e Abech (2008) são estes:

  • dois compartimentos: estão relacionados ao peso gordo (gordura corporal) e o peso magro (peso muscular, peso ósseo e peso residual).

  • quatro compartimentos: relacionam-se ao peso gordo, peso muscular, peso ósseo e peso residual (órgãos internos e pele).

    Conforme Pitanga (2005) o peso corporal passa a ser igual à soma da massa muscular, massa de gordura, massa óssea e massa residual ou simplesmente massa gorda e massa magra. Ainda para o autor fazer o fracionamento do peso corporal consiste em separar de forma quantitativa cada um de seus componentes. Em qualquer tipo de programa de atividade física, acompanhado ou não de dietas alimentares, existe a necessidade de fracionar o peso corporal em seus diversos componentes na tentativa de analisar, em detalhes, as mudanças que aconteceram na constituição de cada um dos componentes corporais. (PITANGA, 2005). O peso corporal recebe influência direta dos programas de atividade física, mas nem sempre o mesmo irá proporcionar, uma visão mais completa sobre os efeitos desses programas pelo organismo, considerando que seus valores dependem de um conjunto de componentes como: ossos, gordura, músculos e outros tecidos, e que dependendo da dieta e do tipo de atividade física, podem sofrer diferentes modificações em seus componentes (GUEDES apud PITANGA, 2005).

    A intensidade, a freqüência e a duração de uma atividade física influenciam na massa gorda, massa óssea e muscular. A preparação de um atleta para a competição, no que se refere á composição corporal, significa diminuir ao mínimo (dentro de padrões saudáveis) sua massa de gordura e potencializar ao máximo sua massa muscular. Nas atividades em que o atleta transporta o seu peso, o acréscimo de gordura exigirá maior consumo de energia. Estimar a composição corporal tem fundamental importância não apenas na determinação do estado nutricional do indivíduo como também na influência da performance esportiva que varia entre modalidades e até mesmo dentro das modalidades (GAGLIARDI, MANSOLDO e KISS, 2003).

    Com relação à antropometria, a técnica de espessura do tecido adiposo subcutâneo (dobras cutâneas) parece ser a mais adequada para estudos da composição corporal. (ROCHA, 1998; PITANGA, 2005 e FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2008). A técnica de dobras cutâneas possui algumas vantagens como: menor custo dos aparelhos utilizados, a não invasividade do método, a rapidez na tomada da medida, a facilidade para interpretação de resultados que podem ser adaptados para faixa etária, sexo etc., e a boa relação entre as medidas antropométricas e a densidade corporal. Existe uma relação entre gordura subcutânea e gordura corporal total, além do percentual de gordura obtido com a medida das dobras. É a partir do percentual de gordura que podemos estabelecer os demais componentes corporais como músculo, ossos etc. (FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2008). As dobras cutâneas são medidas por meio de aparelhos denominados espessímetros, plicômetros, (ROCHA, 1998) mas são comumente chamados de compasso de dobras (PITANGA, 2005 e FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2008). O compasso de dobras pode ser clínico ou científico (FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2008)

    Medidas de composição corporal podem ser usadas para classificar o nível de tecido adiposo ou peso gordo e monitorar alterações durante o crescimento e desenvolvimento. Pesquisas mostram que crianças mais gordas tem uma tendência mais forte à obesidade quando adultas e um risco relativamente maior de desenvolver doenças cardiovasculares. Meninos com mais de 25% e meninas com 30% de gordura corporal relativa tem maior pressão sangüínea sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD), também colesterol total e relação lipoprotéica de colesterol (a proporção de colesterol LDL para colesterol HDL) indicando um risco relativamente maior de desenvolvimento de doença cardiovascular (HEYWARD e STOLARCZCK, 2000). A gordura apresenta algumas funções úteis, sendo considerada uma fonte de reserva energética, um veículo para as vitaminas lipossolúveis, um mecanismo protetor contra agressões externas (GUEDES e GUEDES, 1997) e isola o corpo do frio (GALLAHUE e OZMUN, 2005).

    O modelo de dois componentes (massa gorda e massa magra) é especialmente limitado em crianças por causa das alterações nas densidades e proporções dos componentes da massa livre de gordura devido ao crescimento e à maturação. Essas mudanças na densidade da massa livre de gordura em crianças devem-se ao aumento no conteúdo mineral ósseo e a diminuição da água corporal total durante o crescimento e desenvolvimento (HEYWARD e STOLARCZCK, 2000 e FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2008). Portanto, as equações de predição baseadas em dois componentes tendem a superestimar sistematicamente a gordura corporal relativa em crianças 2% a 4% (HEYWARD e STOLARCZCK, 2000). Haywood e Getchell (2004) concordam com os autores citados, pois crianças são bioquimicamente diferentes dos adultos e dividir o corpo em massa magra e massa gorda simplifica demais as mudanças de composição corporal ocorridas com o crescimento.

    O Índice de Massa Corporal (IMC), também conhecido como Índice Quetelet, é usado para avaliar o peso relativo à estatura, é calculado através da razão entre a medida de massa corporal em quilogramas pela estatura em metros elevada ao quadrado (IMC=massa(Kg)/estatura(m2)). O índice de massa corporal (I.M.C.) é o critério mais utilizado para avaliar a obesidade e o sobrepeso (HEYWARD, 2004). O I.M.C. tem sido recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como indicador de gordura corporal, por ser obtido de forma rápida e praticamente sem custo nenhum. (FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2008). Um I.M.C. alto está relacionado com maiores riscos de hipertensão, doenças cardiovasculares, dislipidemias, diabetes, apnéia do sono, osteoartrite e infertilidade feminina. Os atletas competitivos e os fisiculturistas possuem um I.M.C. alto devido a uma maior massa muscular, e as mulheres grávidas ou que estão amamentando, não deveriam usar o I.M.C. para inferir a existência de um peso excessivo ou risco relativo de doença. (McARDLE, KATCH e KATCH, 2000). Apesar do I.M.C. não levar em conta as frações da massa gorda e da massa livre de gordura, é uma medida de referência razoável de gordura em crianças e adolescentes para finalidades clínicas (SILVA, CARVALHAL, REIS, GARRIDO, PITANGA et. al., 2008). Podemos utilizar o I.M.C. com crianças como uma forma de verificar a composição corporal e a classificação nutricional (FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2008).

    A obesidade pode ser caracterizada como uma epidemia e esta relacionada ao aumento da mortalidade e morbidade em geral. O surgimento da obesidade em crianças no período pré-puberdade é um problema grave, pois se mantendo neste estado durante a adolescência, a doença tende a persistir durante a vida adulta. O excesso de peso e a obesidade apresentam diversos tipos de conseqüências indesejáveis, ou seja, físicas, psicológicas, sociais e econômicas. A obesidade infantil tem sido tradicionalmente vista como um problema estético, e quanto aos subseqüentes riscos para a saúde, era esperado que aparecessem somente quando a obesidade persistisse na vida adulta (SILVA, CARVALHAL, REIS, GARRIDO, PITANGA et. al., 2008). Contudo, tem sido mostrado que significantes riscos a saúde durante a infância estão associados à obesidade e ao excesso de peso. Na infância, os principais riscos para a saúde da criança obesa são a elevação dos triglicerídeos e do colesterol, alterações ortopédicas, pressóricas, dermatológicas e respiratórias. Na maior parte das vezes, as alterações metabólicas são mais evidentes na vida adulta (FISBERG, 1997).

    Muitas vezes, os pais acreditam que a obesidade de seus filhos é causada por alguma desordem metabólica ou tireoidiana. Mas na verdade, essas desordens são responsáveis por menos de 1% da obesidade em crianças. (HAYWOOD e GETCHELL, 2004). As principais causas da obesidade baseados no ambiente são o excesso de comida e falta de exercício, ou a combinação de ambos. Hábitos relacionados à má alimentação e a ausência de exercícios são formados na infância e levados até a idade adulta. A etiologia da obesidade na maioria das crianças é desconhecida. Porém, fatores genéticos e ambientais podem estar envolvidos. A obesidade parece estar altamente relacionada a fatores hereditários ou ambientais, ou a combinação dos dois (GALLAHUE e OZMUN, 2005). A dieta não parece ser a melhor solução para a obesidade infantil baseada no comportamento, pois visto que a alimentação das crianças pode ser normal, fazer dieta pode causar sérias deficiências de nutrientes necessários a um crescimento saudável. Se a principal causa da obesidade infantil é a falta de exercício, acréscimos em longo prazo nesta área podem ser a solução mais saudável. (GALLAHUE e OZMUN, 2005).

Metodologia

    O tipo de estudo realizado foi descritivo – comparativo e participaram das avaliações antropométricas jovens jogadores de uma categoria sub-11 de um clube de futebol da Zona norte da cidade de Porto Alegre capital do estado do Rio Grande do Sul, somando 24 atletas da idade de 11 anos. Os treinos aconteciam três vezes por semana durante duas horas ou 2 horas e 30 minutos. Participaram da Pesquisa os atletas, nos quais os pais autorizaram a participar da mesma através do termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo A).

    Para a execução do estudo, utilizou-se o método antropométrico, avaliando as medidas:

  • massa corporal: medida com uma balança digital da marca Plenna com precisão de 100 gramas.

  • estatura: medida em cm, com auxílio de uma fita métrica fixada em uma parede sem rodapé ou desnível.

  • dobras cutâneas: medida em cm com um compasso clínico (Slim Guide), com precisão de 1 mm.

    Para cálculo do Índice de Massa Corporal (I.M.C.), utilizou se a equação: IMC=massa(Kg)/estatura(m2) (HEYWARD, 2004). Para classificar o I.M.C. utilizou-se o critério de referência para definição de baixo peso, excesso de peso e obesidade para sexo masculino idade 11 anos (CONDE e MONTEIRO, apud PROESP 2007), demonstrado no quadro 1.

Quadro 1. Critério de referência para definição de baixo peso, excesso de peso e 

obesidade para sexo masculino idade 11 anos (CONDE e MONTEIRO, apud PROESP 2007)

    Para cálculo do percentual de gordura corporal foi utilizado a equação para meninos negros e brancos de Slaughter et. al. apud Heyward e Stolarczyk (2000), demonstrado no quadro 2.

Quadro 2. Equação de percentual de gordura corporal de Slaughter et. al. apud Heyward e Stolarczyk (2000) para meninos negros e brancos

    Para classificar o percentual de gordura corporal utilizou se a tabela proposta por Lohman para crianças e adolescentes do sexo masculino apud Pitanga (2005), demonstrado no quadro 3.

Quadro 3. Classificação da gordura corporal segundo Lohman para crianças e adolescentes do sexo masculino apud Pitanga (2005)

    A coleta de dados aconteceu no ginásio de um clube da zona norte de Porto Alegre, com vinte e quatro indivíduos do gênero masculino com idade de 11 anos, no mês de novembro de 2008 durante período competitivo. Para cálculo das médias e desvio padrão do percentual de gordura e I.M.C. foi utilizado o programa Windows Excel 8.0. Os resultados individuais da amostra estão demonstrados no anexo B.

Apresentação e discussão dos resultados

    Com a coleta de dados, os resultados das medias de I.M.C. e percentual de gordura, obtidos com a avaliação antropométrica de 24 jovens jogadores de uma categoria sub-11 de um clube de futebol da Zona norte da cidade de Porto Alegre serão a apresentados na tabela 1 que segue logo a abaixo:

Tabela 1. Média de I.M.C. e percentual de gordura de 24 jovens jogadores de uma 

categoria sub-11 de um clube de futebol da Zona norte da cidade de Porto Alegre

    Observa-se na tabela 1 que o grupo estudado apresenta média de Índice de Massa Corporal (I.M.C.) de 17,4 Kg/m2 com desvio padrão de ± 2,03 %. Segundo os critérios de referência para definição de baixo peso, excesso de peso e obesidade para sexo masculino da idade 11 anos (CONDE e MONTEIRO apud PROESP, 2007) observado no quadro 1 o grupo apresenta peso normal. A obesidade é uma preocupação em qualquer fase da vida. Existe uma grande probabilidade que crianças obesas permanecerão obesas na idade adulta, e a obesidade tende-se estabilizar durante o início da idade adulta, a meia a idade e a terceira idade (HEYWOOD e GETCHELL, 2004). As crianças e adolescentes com um peso excessivo exibem um risco muito maior para uma ampla gama de enfermidades como adultos, em comparação com adultos que tiveram um peso normal durante sua juventude (McARDLE, KATCH e KATCH, 2000).

    Em relação ao percentual de gordura corporal como pode ser visto na tabela 1 o grupo apresenta média de 14,78 % com desvio padrão de ± 4,6 %. Segundo a tabela proposta por Lohman para crianças e adolescentes do sexo masculino apud Pitanga (2005) observado no quadro 3 o grupo pesquisado apresenta percentual de gordura normal. Uma composição corporal com elevada massa muscular e baixa massa gorda provavelmente favorecerá para uma performance esportiva ótima, pois a massa muscular pode ser utilizada para exercer força, aumentar capacidade de trabalho e pouco tecido adiposo significa que um indivíduo não tem peso extra para movimentar, o que significa uma grande vantagem em muitos esportes (HEYWOOD e GETCHELL, 2004). Um nível de gordura relativamente baixo é desejável para aperfeiçoar a desempenho físico em esportes que o atleta precisa saltar e correr. Uma grande massa muscular melhora a performance em atividades de força e potência (HEYWARD e STOLARCZCK, 2000). A gordura corporal excessiva funciona como um “peso morto” que vai se somar diretamente ao custo energético da corrida sem proporcionar qualquer energia propulsiva correspondente. Além disso, o excesso de gordura dificulta a perda de calor pelo corpo, dificultando o equilíbrio térmico (McARDLE, KATCH e KATCH, 2000). Crianças e adolescentes com adiposidade mais elevada apresentam uma forte tendência a torna-se futuramente adultos obesos, e o estudo da composição corporal entre jovens poderá ofertar uma oportunidade para produzir informações confiáveis, que auxiliaram na identificação da obesidade o mais cedo possível, e por sua vez sugerir ações que possam provocar modificações quanto ao comportamento dos hábitos de vida dos jovens (GUEDES e GUEDES, 1997).

Conclusão

    Pode se concluir que a amostra de 24 crianças do sexo masculino de 11 anos de idade que faziam parte de uma categoria sub-11 de um clube de futebol da Zona Norte de Porto Alegre estão em relação a classificação do I.M.C. com peso normal e percentual de gordura também como normal, segundo classificações específicas de cada uma das variáveis estudadas.

Referências

  • AOKI. Marcelo Saldanha. Fisiologia, treinamento e nutrição aplicados ao futebol. Jundiaí: Fontoura, 2002.

  • FISBERG, M. Obesidade na infância e adolescência. 2ª ed. São Paulo, BYK, 1997.

  • FRISSELLI, Ariobaldo; MANTOVANI, Marcelo. Futebol: Teoria e Prática. São Paulo: Phorte, 1999.

  • FONTOURA, Andrea Silveira; FORMENTIN, Charles Marques; ABECH; Everson Alves. Guia Prático de Avaliação Física: uma abordagem didática, abrangente e atualizada. São Paulo: Phorte, 2008.

  • GAGLIARDI, João Fernando Laurito; MANSOLDO, Antonio Carlo; KISS, Maria Augusta Peduti Dal’Molin In: KISS, Maria Augusta Peduti Dal’Molin. Esporte e Exercício: avaliação e prescrição. São Paulo: Roca, 2003.

  • GALLAHUE, David L; OZMUN, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3º ed. São Paulo: Phorte, 2005

  • GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor em crianças e adolescentes. São Paulo: CLR Balieiro, 1997.

  • GUEDES, Dartagnan Pinto; SOUZA, Décio Barbosa In: Viana, Adalberto Rigueira; GUEDES, Dartagnan Pinto; LEITE, Paulo Fernando; COSTA, Ricardo Vivacqua. Futebol: bases científicas do treinamento físico. Rio de Janeiro: Sprint, 1987.

  • HAYWOOD, Kathleen M; GETCHELL, Nancy. Desenvolvimento Motor ao Longo da Vida. Porto Alegre: Artmed, 2004.

  • HEYWARD, Vivian H. Avaliação Física e Prescrição do Exercício. Porto Alegre: Artmed, 2004.

  • HEYWARD, Vivian H.; STOLARCZYK, Lisa M. Avaliação da Composição Corporal Aplicada. Barueri: Manole, 2000.

  • LEAL, Julio Cesar. Futebol: arte e ofício. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.

  • McARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fundamentos de Fisiologia do Exercício. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002

  • PITANGA, Francisco José Gondim. Testes Medidas e Avaliação em Educação Física e Esportes. 4º ed. São Paulo: Phorte, 2005.

  • Projeto Esporte Brasil (PROESP) disponível em http://www.proesp.ufrgs.br acessado em 03/06/2009.

  • ROCHA, Paulo Eduardo Carnaval Pereira da. Medidas e Avaliação em Ciências do Esporte. 5ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.

  • SILVA, A.J.; CARVALHAL, M.I.; REIS, V.M.; GARRIDO, N.D.; PITANGA F; et. al. A prevalência de excesso de peso e da obesidade entre crianças portuguesas. 5ª ed. Rio de Janeiro: Fitness & Performance Journal, pgs 301 à 305, set/out 2008.

  • VOSER, Rogério da Cunha; GUIMARÃES, Marcos Giovanni Vieira; RIBEIRO, Everton Rodrigues. Futebol: história, técnica e treino de goleiro. Porto Alegre: Edipucrs, 2006.

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