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Prescrição individualizada de exercício físico 

para individuo hipertenso: um estudo de caso

Prescripción individualizada de ejercicio físico para una persona hipertensa: un estudio de caso

Physical exercise prescription for hypertensive patients: a case study.

 

*Especialista em Prescrição Personalizada de Exercícios Físicos, UEM

** Mestranda - Laboratório de Fisiologia do Esforço, LABFISE

Departamento de Ciências Fisiológicas, DFS

Universidade Estadual de Maringá, UEM

***Professora Doutora do Departamento Educação Física

da Universidade Estadual de Maringá

****Coorientadora

Deise Laura Moteka Batista de Queiróz*

Juliana Jacques Pastório**

Christi Noriko Sonoo***

Solange Maria Franzoi de Moraes****

deisemoteka@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes no mundo, a Hipertensão Arterial, é uma destas doenças. O exercício físico é apontado como meio eficaz para reduzir níveis de Pressão Arterial dos hipertensos. Objetivando investigar adaptações na PA em individuo do sexo masculino, hipertenso, 42 anos de idade, durante período sem treinamento e com treinamento misto. Intervindo doze semanas, dez semanas com treinamento misto e dez dias sem treinamento. Utilizou-se para a aferição da PA, método auscultatório, esfigmomanômetro aneróide e estetoscópio. A análise de dados utilizou testes não paramétricos, Friedman e Wilcoxon. Verificou-se que o comportamento de redução da PA foi significativo na fase aeróbia do treinamento. A fase anaeróbia não foi negativa aos níveis. No período sem treinamento não há evidências de melhora crônica, porém acredita-se que com o treinamento alcançaram-se outros benefícios a saúde. Assim, os exercícios físicos aeróbios e anaeróbios, com intensidade moderada, são benéficos ao hipertenso.

          Unitermos: Hipertensão. Treinamento aeróbio. Treinamento com pesos.

 

Abstract

          Cardiovascular diseases are the leading cause of death worldwide, and hypertension is one of those diseases. Exercise is considered an effective means of reducing blood pressure in hypertensive patients. Aims to investigate the changes in BP in a hypertensive patient, 42 years during a period without training period, with blended learning. The intervention was performed in 12 weeks, ten weeks of mixed training and ten days without training. For measurement of blood pressure, auscultatory method, an aneroid sphygmomanometer and stethoscope were used. Nonparametric tests, Wilcoxon and Friedman were used for data analysis. It was found that the behavior of BP reduction was significant during the aerobic training. The anaerobic phase was not negative. During training there is no evidence of disease improvement, but it is believed that exercise leads to health benefits. Thus, the aerobic and anaerobic exercise of moderate intensity, are beneficial for hypertensive patients.

          Keywords: Hypertension. Training aerobic. Training with weight.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 165, Febrero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Hoje a doença hipertensiva é considerada um problema de saúde pública por sua magnitude, risco e dificuldades de controle. Carvalho, Telallori e Machado (1998, apud PÉRES; MAGNA ; VAINA, 2003) relatam que a referida doença também é tida como um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento do acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH) e infarto do miocárdio. Desse modo, a HAS tem-se constituído em um dos mais graves problemas de saúde pública.

    Segundo últimas diretrizes do American College of Sports Medicine (ACSM, 2004), a pressão arterial considerada ideal é 110 mmHg por 70 mmHg. Já a hipertensão arterial, pode ser definida, conforme Macedo (2005), como PAS de 140 mmHg ou mais e PAD de 90 mmHg ou mais. A elevação da PA representa um fator de risco independente, linear e contínuo para doença cardiovascular (MOLINA et al., 2003). Conforme estudo do governo brasileiro, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 33% dos óbitos com causas conhecidas, a hipertensão chega a ter a prevalência de 20% com evidente tendência de aumento com a idade, (PASSOS; ASSIS; BARRETO, 2006).

    Na maioria dos casos, desconhece-se a causa da hipertensão arterial. Porém, vários são os fatores que podem estar associados à elevação da pressão, como o sedentarismo ou inatividade física, o estresse, o tabagismo, o envelhecimento, a história familiar, a raça, o gênero, o peso e os fatores dietéticos (PESSUTO; CARVALHO, 1998).

    A inatividade física, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2001) é um fator de risco independente para doenças crônicas, e causa um total estimado de 1,9 milhões de mortes por ano, a nível mundial.

    A prática regular de atividades físicas na vida cotidiana pode ser uma boa saída na prevenção de diversos problemas. Conforme V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2007), todas as pessoas devem realizar, pelo menos 30 minutos de atividades físicas moderadas de forma contínua ou acumulada em pelo menos 5 dias da semana, e os hipertensos, em particular, fazer exercícios aeróbios (caminhada, corrida, ciclismo, dança, natação) e se indica também exercícios resistidos (musculação).

    A eficiência dos exercícios aeróbios de intensidade moderada na prevenção e tratamento da hipertensão arterial, o efeito hipotensor e os riscos relacionados a este tipo de exercício são pequenos, por isso são tão prescritos (FAGARD e CORNELISSEN, 2004 apud SILVEIRA; NAGEM; MENDES, 2007). Entretanto, o interesse científico tem focado a análise dos efeitos cardiovasculares de outro tipo de exercício físico, o exercício resistido (musculação) e, sobretudo suas implicações sobre a PA.

    Os exercícios resistidos, conforme Brum et al., (2004), também reduzem a PA na população geral, mas têm resultados limitados e controversos em hipertensos. Esses exercícios podem provocar a hipotensão pós exercício (HPE) a longo prazo, sendo essa maior após os exercícios de menor intensidade. Porém, estes efeitos ainda devem ser mais investigados para verificar a sua magnitude. Exercícios resistidos de alta intensidade, por exemplo, não têm mostrado nenhum efeito hipotensor em indivíduos hipertensos e ainda promovem picos pressóricos extremamente elevados durante a sua realização, (FORJAZ et al., 2003).

    O exercício físico, portanto, parece ser capaz de reduzir os níveis de PA dos hipertensos, bem como, diminuir o risco de indivíduos normotensos desenvolverem a doença, melhorando sua qualidade de vida. Porém, cabe ao profissional adequar o programa de treinamento, no que diz respeito ao volume, intensidade, massa muscular envolvida, duração do treino e freqüência semanal. É importante atentar para os cuidados da literatura (ROMERO; CAPERUTO; COSTA ROSA, 2005; POLITO, 2009; ASCM, 2002, POLITO e FARINATTI, 2006) e manter, tanto exercícios resistidos quanto exercícios aeróbios, em intensidade moderada, para evitar riscos e alcançar melhor HPE. Portanto, um programa de exercício físicos bem elaborado e aplicado é uma forma de se manter níveis ideais de PA e também evitar este diagnóstico (KRINSKI et al., 2006).

    A prevenção e o tratamento da hipertensão através de intervenções não medicamentosas, conforme Rondon e Brum (2003) vem conquistando vários adeptos; médicos e pacientes estão utilizando esta estratégia terapêutica com maior freqüência, desfrutando dos seus benefícios a médio e longo prazo. Uma destas estratégias, como já mencionada, é a prática regular de exercícios físicos, pois ela é recomendada para todos os hipertensos, inclusive aqueles sob tratamento medicamentoso (VDBHA, 2007).

    O exercício físico pode trazer múltiplos benefícios ao hipertenso e esta é a relação e o foco deste estudo, e neste sentido, Silveira, Nagem e Mendes (2007), afirmam que o exercício físico bem planejado e orientado de forma correta, quanto a sua duração e intensidade, pode ter um efeito hipotensor importante. Uma única sessão de exercício físico prolongado de baixa ou moderada intensidade pode provocar queda prolongada na pressão arterial.

    Diante do exposto, o presente estudo buscou investigar as adaptações da PA em um hipertenso durante período com treinamento misto (exercício físico aeróbio e exercício resistido com pesos) e durante período sem treinamento, observando e identificando modificações crônicas e agudas, bem como, comparando os diferentes períodos.

Metodologia

    O estudo caracterizou-se como estudo de caso. O sujeito pesquisado era do sexo masculino, com quarenta e dois anos de idade, hipertenso, usuário, durante toda a pesquisa, do betabloqueador Propanolol, 120mg/dia, assistido e acompanhado por sua médica cardiologista, que autorizou seu paciente a participar do presente estudo. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética da Universidade Estadual de Maringá, sob o número­­­­­­­­­­­­ 300/2010.

Coleta de dados – procedimentos

    Antes de iniciar a sessão de exercício físico, todos os dias, foi realizada aferição PA e FC, método auscultatório, com auxílio de um esfigmomanômetro aneróide (ALP, Japão) e um estetoscópio (Rappaport, Brasil). Caso a PA estivesse menor que 160x100 mmHg, o aluno iniciava o treino. Ao término do exercício aeróbio, a PA era novamente aferida, como também ao término dos exercícios resistidos com pesos. Os valores pressóricos foram coletados em uma tabela de controle.

    A intervenção durou doze semanas, divididas em duas etapas, a primeira com dez semanas, composta por vinte sessões, com uma hora de duração e a segunda etapa composta por dez dias seguidos, sem treinamento.

    As sessões iniciavam com vinte minutos de exercício aeróbio, bicicleta e/ou esteira, utilizado também como forma de aquecimento corporal; seguido do programa de exercícios resistidos e alongamento dos membros. O programa de exercícios foi dividido em dez semanas, com aumento gradual de intensidade, controlada por intervalo de descanso, número de séries e número de repetições, como segue: Exercício aeróbio 10 minutos de esteira e 10 minutos de bicicleta, durante as 10 semanas; Voador peito (peitoral), Supino em banco horizontal (peitoral), Puxada pela frente na polia (costas), Remada baixa na polia (costas), Elevação lateral (ombros), Rosca alternada (bíceps), Tríceps pulley (triceps), Mesa flexora (posterior de coxa), Leg press (quadríceps); Na 1 e 2 semana poucas repetições, duas séries e cargas leves; 3 e 4 semana aplicou-se um pequeno aumento nas repetições e/ou carga; 5 e 6 semana aplicou-se três séries; 7 e 8 semana aumento moderado em algumas cargas; 9 e 10 semana alternou-se entre exercícios o aumento moderado de carga ou aumento de repetições. Flexões abdominais com intensidade moderada e aumento gradativo, Alongamento passivo.

Analise dos dados

    Para a análise de dados, foi verificada normalidade dos dados através do teste de Shapino-Wilk e utilizou-se testes não-paramétricos de Friedman e Wilcoxon, para comparar os diferentes momentos e etapas do treinamento e período sem exercícios.

Resultados e discussão

    Ao analisar o comportamento da PA em diferentes momentos (Pré, Pós-aeróbio e Pós-pesos) do treinamento (Tabela 1) foram detectadas diferenças significativas entre momentos. A diferença na PS observou-se entre o momentos de Pré e Pós aeróbio (p=0,002) e entre os momentos de Pós aeróbio e Pós pesos (p=0,0001).

Tabela 1. Comparação da PS e PD pré, pós exercício aeróbio e pós exercícios com pesos

    Os resultados apontam que os exercícios aeróbios foram significativos para a diminuição de valor da PA, tanto na PS (128 mmHg e 119 mmHg), quanto na PD (86,5 mmHg e 79 mmHg). Por outro lado, os exercícios resistidos com pesos não alteraram de forma significativa a PA após exercícios aeróbios (PS: 119 mmHg e 117 mmHg, PD: 79 mmHg e 79,5 mmHg). No entanto, parecem servir para a manutenção da PA em condições favoráveis, como pode ser observado no Gráfico 1.

    As diferenças significativas na PD observou-se entre os momentos de Pré e Pós aeróbio (0,006) e entre os momentos de Pré e Pós pesos (p=0,004). Diversos estudos, entre eles Amodeo e Lima (1996), Bermudes et al. (2004), que abordam a relação entre hipertensão e o exercício físico, têm se concentrado, principalmente, nas relações do individuo hipertenso com as atividades aeróbias. Atividades aeróbias causam modificações musculares e sistêmicas promovendo um conjunto de adaptações, que, conforme Santos e Faria (2009), reduzem a pressão arterial sistólica de repouso e durante o exercício.

    Os estudos revisados por Polito e Farinatti (2006), apontam modificações importantes nos níveis pressóricos relacionadas à atividade aeróbia, justificando, o American College of Sports Medicine (ACSM), até a década de 1990, restringir pessoas com alguma doença crônica, principalmente de ordem cardiovascular, ao exercício aeróbio.

    A diminuição da PA Pós aeróbio observada neste estudo, pode ser relacionada também aos níveis de ansiedade do individuo, além dos benefícios fisiológicos, pode ser considerado o momento de relaxamento proporcionado pelo diálogo com o professor e colegas da academia. Junior, Vicentim e Crespilho (2006), tratam no seu estudo sobre a ansiedade relacionada ao exercício físico e citam estudos de Garvin, Koltyn e Morgan (1997) e Frischnecht (1990), nos quais concordam que uma sessão de exercícios aeróbios é suficiente para reduzir, entre outras coisas, a ansiedade.

    De acordo com a literatura estudada, (ACSM, 2004; POLITO e FARINATTI, 2006; SANTOS e FARIA, 2009), o exercício aeróbio ainda é recomendado e continua mantendo destaque quando se fala em promoção de saúde e redução na PA, pois, atende bem esses princípios.

    No presente estudo, foi possível verificar reduções na PA, principalmente no momento após o aquecimento (Pós aeróbio), nesta fase do treino, como mostra o Gráfico 1. O gráfico representa quatro fases de treinamento, cada uma representando cinco sessões mistas. Embora as alterações pressóricas sejam significativas no período Pós aeróbio, ênfase cada vez maior vem sendo dada, com o mesmo objetivo, à prática de exercícios resistidos.

Gráfico 1. Comportamento da PS e PD mensurada Pós Aeróbio – 4 fases de treinamento

    Conforme Polito (2009), algumas das principais agências médicas normativas, entre elas a ACSM (2002, 2004), publicaram posicionamentos considerando adequada a prescrição do exercício resistido. Atualmente, recomenda-se o treinamento resistido associado ao treinamento aeróbio, conforme se utilizou este estudo, para a saúde e a qualidade de vida, para pessoas que possuem ou não doenças crônicas.

    Dentre os diversos benefícios, os exercícios resistidos oferecem aos hipertensos, uma redução dos valores da pressão arterial - hipotensão - que por sua vez, parece reduzir as conseqüências das doenças cardiovasculares. Esta redução pode ocorrer de forma aguda nos momentos logo após o término da sessão ou de forma crônica, alcançada através da continuidade dos treinamentos (POLITO; FARINATTI, 2003).

    Conforme a Tabela 1, as diferenças detectadas na PS foram significativas entre os momentos de pré (início) e pós pesos (P=0,0001). Na PD, foram detectadas, entre os momentos de pós aeróbio e pós pesos (P=0,004). Portanto, o treino resistido não mostrou-se negativo ao hipertenso.

    O presente estudo demonstrou, ainda de acordo com a Tabela 1, sessões de treinamento onde a PA decresceu cerca de 25 mm Hg da aferição inicial para a final, tanto na PS quanto na PD. Porém, não foi possível obter resultados crônicos significativos, uma vez que no período sem treinamento, os níveis pressóricos não divergiram significativamente do período com treinamento. Isto pode ter ocorrido por inúmeras interferências, como a manutenção constante da ingestão do medicamento, influências da dieta, ansiedade, tarefas e relações cotidianas.

    O exercício resistido é considerado hoje, parte integrante de um programa de exercícios físicos para auxiliar no controle da PA de repouso, segundo o ACSM (2002, 2004) e a VDBH (2007). Uma vez que, após o término de uma sessão de treinamento, a PA pode reduzir-se abaixo dos valores exibidos na condição pré-esforço, no efeito que se denomina HPE.

    Em se tratando de relevância clínica, segundo Polito e Farinatti, (2006), a HPE pode ser entendida como uma estratégia de ação não-farmacológica para a redução da PA. Contudo, é imprescindível que a duração seja a maior possível. Existe relato, (PESCATELLO et al., 1991 apud POLITO; FARINATTI, 2006), de HPE por mais de 12h após um exercício resistido, porém, as pesquisas sobre HPE voltaram-se predominantemente ao exercício aeróbio ou misto.

    A HPE, observada neste estudo, manifestou-se de forma aguda, logo após a sessão, exceto em uma única sessão. Esta hipotensão se deve, em grande parte, ao comportamento pressórico do individuo após o exercício aeróbio, onde houveram reduções significativas.

    De acordo com o ACSM (2002, 2004) o exercício resistido não é negativo para os hipertensos e pode inclusive ser utilizado como parte do tratamento da hipertensão arterial e para a saúde em geral. A aferição da PA, em diferentes momentos do estudo, demonstrou que o exercício resistido com pesos, não foi prejudicial para a HPE.

    É importante salientar que, independentemente dos resultados dos exercícios resistidos sobre o sistema cardiovascular, o objetivo principal dessa modalidade, é o aumento de força muscular. Em um individuo hipertenso, por exemplo, o aumento da força muscular pode representar menor estresse cardiovascular em um esforço físico, (MCCARTNEY et al., 1993 apud POLITO, 2009). Polito e Farinatti, (2006) dizem que, para levantar uma carga, a solicitação cardiovascular é atenuada em pessoas que treinam sistematicamente a força muscular e isso ocorre no cotidiano.

    Tendo em vista o aumento de força muscular, oriundo do exercício resistido - pouco se contempla essa capacidade nos exercícios aeróbios - este estudo pode ter obtido adaptações crônicas oriundas propriamente do exercício resistido, porém estas não ficam evidentes, pois não utilizou-se qualquer tipo de análise da referida capacidade.

    Na Tabela 2 pode ser visualizada a comparação do comportamento da PA em momentos Pré treinamento e período sem treinamento e não verificou-se diferenças significativas.

Tabela 2. Comparação da PS e PD pré e período sem exercícios físicos

    Em contrapartida, ao comparar o comportamento PA entre os momentos Pós pesos e período sem treinamento (Tabela 3), verificou-se diferenças significativas, tanto na PS (P=0,001) como na PD (P=0,02) e estas, proveniente principalmente, do resultado do treinamento aeróbio.

Tabela 3. Comparação da PS e PD pós término do treinamento com período sem exercícios físicos

    É importante considerar que a PA sofre diversas influências como a dieta, ingestão de álcool, tabaco, estresse no trabalho, entre outros. No entanto, acredita-se que o programa de treinamento misto tenha alcançado benefícios fisiológicos e psicológicos, em sua duração. Todavia, é interessante perceber que o treinamento resistido com pesos não interferiu negativamente na HPE, e pode ter auxiliado de outras maneiras, o que também mencionamos anteriormente.

Conclusão

    Os resultados encontrados neste estudo não permitem concluir que o treinamento resistido com pesos foi eficiente para reduzir a PA de repouso, tanto de forma crônica ou momentânea. Embora alguns estudos mostrem resultados promissores, novas investigações são necessárias para estabelecer o real papel do exercício físico de força sobre a PA.

    Entretanto, pode-se verificar o exercício aeróbio como redutor significativo na HPE. Além de considerar que exercício resistidos não foram negativos ao indivíduo hipertenso, além dos benefícios de ganho muscular que podem gerar adaptações importantes no sistema cardiovascular.

    Desta forma consideramos o treino misto benéfico e eficiente para indivíduos hipertensos, porém para posteriores pesquisas e para uma intervenção efetiva outros fatores devem ser considerados. Se faz necessário uma padronização quanto à intensidade, freqüência e duração das sessões, o que justifica a intervenção do personal trainner.

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