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Estudos sobre idosos no meio acadêmico

Estudios sobre personas mayores en el ámbito académico

 

*Licenciado Plenamente em Educação Física

pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos

** Professora da Universidade Gama Filho

(Brasil)

Prof. Rudiard Anderson Dörr Vogt*

Profa. Ms. Aline Sampaio de Oliveira**

Prof. Matias Noll*

kiguirdv@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este é um estudo do tipo pesquisa bibliográfica. Para a elaboração deste trabalho utilizou-se de pesquisas bibliográficas, principalmente de artigos científico disponibilizados em meios eletrônicos, Scielo e Medline em língua portuguesa e de livros. O objetivo geral deste estudo foi verificar como o meio acadêmico está descrevendo e preparando seus alunos de graduação nos assuntos que tangem o envelhecimento. Dentro das unidades acadêmicas não há um investimento específico que vise um maior interesse dos alunos. Por mais que as universidades ofereçam aos seus alunos o contato com o idoso, pouco se faz para que esse interesse cresça e se mantenha. Os grupos de pesquisas que se estruturam pouco apoio financeiro e acadêmico recebem. Devemos iniciar e intensificar a preparação sobre os assuntos relacionados aos idosos dentro do meio acadêmico, pois vê-se uma crescente populacional nesta faixa etária e devemos estar preparados para lidar com esta questão tão atual no mundo de hoje.

          Unitermos: Estudos. Idosos. Meio acadêmico.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 165, Febrero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Cada vez mais se percebe a procura dos idosos pela inserção na sociedade. Analisa-se que os mesmos estão redescobrindo certos prazeres que estavam sendo deixados de lado. Com o maior alcance a tecnologia e com o aumento da expectativa de vida da população, o idoso preocupou-se em estar mais interagido no meio em que vive.

    Com a procura pelos prezares da vida, muitos foram às atividades em que a população idosa foi se inserindo, entre ele podemos destacar os esportes, atividades em grupo, reuniões, festas e até mesmo muitos re-editaram o estudo e outros começaram a estudar. O idoso deu-se conta de que, para usufruir de todas estas novas situações que lhes são colocados pela, ele deveria ter o mínimo de um conhecimento básico, que se adquiri através da educação. Para podermos orientar os idosos na aquisição deste conhecimento, o meio acadêmico tem grande influencia na instrução de seus alunos, pois, no futuro, eles trabalharão em áreas cruciais ao bem-estar da população e ao progresso social. Este trabalho surge através do questionamento e duvida particular de descobrir, como o meio acadêmico brasileiro está descrevendo e preparando seus alunos de graduação nos assuntos que tangem o envelhecimento,

    Este trabalho justifica-se a partir do momento em que vemos nossas sociedades serem compostas cada vez mais de idosos, devido à queda na taxa de mortalidade e natalidade, em busca da manutenção de suas necessidades básicas de vida e cada mais em busca da interação com o ambiente em que vivem a fim de melhorarem sua qualidade de vida. Partindo deste pressuposto, é que o objetivo geral do trabalho será verificar como o meio acadêmico está descrevendo e preparando seus alunos de graduação nos assuntos que tangem o envelhecimento. O objetivo específico será verificar quais as aéreas de conhecimento mais se preparam e produzem cientificamente nas questões do envelhecimento.

    Para que se possam alcançar os objetivos, será feito uma revisão bibliográfica através de publicações acadêmicas. Os autores que serão trabalhados serão autores de artigos que analisem a educação na terceira idade como um todo, podendo estes ser graduados, especialistas, mestres, doutores e pós-doutores.

    Este artigo será divido composto por introdução, revisão bibliográfica, metodologia, analise e discussão de resultado e conclusão.

2.     Idosos, velhice e envelhecimento

    Inicialmente irá se definir idoso. Segundo a legislação do idoso “A definição de Idoso é, como sendo a pessoa, igual ou superior a sessenta anos (artigo 2º, I), já anteriormente definido no artigo 1º da lei nº 10.741/03.

    Os idosos aos poucos vêm tendo um crescente populacional. Segundo Ramos et al.(1993, p.01)

    O Brasil, à semelhança dos demais países latino-americanos, está passando por um processo de envelhecimento populacional rápido e intenso. De 6,3% da população total, em 1980, as pessoas com 60 anos ou mais passarão a representar 14%, em 2.025 - em números absolutos uma das maiores populações de idosos do mundo.

    O maior crescente de idosos em nossa população mundial deve nos fazer repensar o nosso mundo em que vivemos. Atualmente o mundo, visa prioritariamente o ensino, o crescimento, de jovens e adultos, desconsiderando em sua maioria o idoso. O crescimento da população idosa está ligado diretamente, segundo Deivide (2000) aos avanços da medicina e a melhoria da qualidade de vida que contribuíram para o aumento da expectativa de vida da população.

    Porém, culturalmente os idosos sofrem por diversas formas de preconceitos. Um exemplo que podemos considerar é o citado por Deivide (2000, p.05)

    No contexto da sociedade industrial capitalista, a velhice tem ficado à margem dos interesses produtivos. O idoso tem sido rejeitado, e somente aqueles com prestígio social e de classes favorecidas podem se esquivar da marginalidade social através de seus bens acumulados.

    O idoso passar a ser considerado um ser inválido perante a sociedade. Sua produtividade não é mais a mesma, seu conhecimento é considerado ultrapassado, já que não freqüenta a escola e considera-se que não se atualiza, o acaba o tornando depressivo e sem força de vontade de continuar a sua vida. Segundo Goldstein (1999) a temática provocou uma preocupação generalizada em diversos segmentos profissionais e educacionais fazendo com que, nos últimos anos, proliferassem no Brasil e no mundo os programas e associações destinados aos idosos, como o movimento dos aposentados, os movimentos assistenciais e os sócio-culturais. Porém os idosos ainda em muitos casos sofrem com o desafeto dos jovens que em algumas situações, ainda possuem ao seu favor, a proteção da lei, lhe garante a permanência ou até mesmo a necessidade de contratá-lo para vagas de empresas, fato que desagrada muitos jovens devido ao fato de se pensar que o idoso pode estar roubando oportunidades dos mais jovens (Neri, Jorge, 2006).

    Segundo Neri (2004) apud (Neri; Jorge, 2006, p.01)

    À medida que cresce a população idosa no Brasil, aumentam as demandas nas áreas de prestação de serviços, pesquisa e políticas públicas, abrindo-se novos espaços ocupacionais. Do profissional especializado em gerontologia espera-se que responda com competência teórica e prática aos desafios do envelhecimento individual e populacional. Conseqüentemente, é necessário que se invista na formação de recursos humanos. Os profissionais têm um importante papel na realização de pesquisas sobre as características dos idosos, na busca dos determinantes do envelhecer bem e, principalmente, na divulgação dos conhecimentos acerca das ações que previnem o desajustamento, a doença, a incapacidade. As necessidades evolutivas dos idosos requerem um foco não apenas sobre declínio e mudança, como também sobre a manutenção do controle de sua vida.

    Ao se perceber este fato, deve-se propiciar aos idosos a melhor forma de alcançarem os quesitos básicos para sua vida, a fim de propiciar a melhor qualidade de vida possível para que possam continuar desfrutando de suas habilidades e podendo realizar suas necessidade. Nas aéreas práticas da saúde e tecnológica, percebe-se a intenção mais prática de se propiciar as questões descritas acima aos idosos. Aos poucos na o investimento na aérea educativa, a inserção em maior número, nas escolas regulares, do ensino de jovens e adultos (EJA) o que propicia a re-inserção de idosos aos estudos, mesmo para os que jamais haviam estudado ou até mesmo para os que pararam por motivos diversos.

    Segundo (Neri; Jorge, 2006, p.01)

    Quando a presença dos idosos na sociedade torna-se mais notada, não somente por causa do seu aumento numérico, mas também porque a melhora relativa do nível de vida de parte deles faz com que tenham mais visibilidade social e que passem a demandar mais por serviços especializados, as profissões e as instituições sociais tendem a começar a desenvolver ou a consolidar formas de atender a essa clientela e a reconhecer que é importante resguardar e investir na boa qualidade de vida na velhice, em favor da saúde econômica da própria sociedade.

    A notoriedade do idoso na sociedade segundo o autor, tem sua especificidade descrita por Mercadante, Goldfarb, Lodovici (2007, p.02) quando citam que

    O idoso, especialmente a partir da década de 1980 do último século, em nosso país, vem-se colocando como um ator político cada vez mais visível. Verifica-se que 13% de nossos eleitores estão acima de 60 anos, embora nem todo esse percentual participe do processo político, dado que o voto é obrigatório até os 70 anos apenas. Redefine o idoso sua posição na família, no âmbito social, no processo educativo e na mídia. Na família, ocorre uma mudança de posição do idoso, por sua crescente função mantenedora, devido aos problemas socioeconômicos por que passam as famílias no Brasil.

2.1.     O meio acadêmico e o estudos sobre idosos

    A partir da citação Mercadante, Goldfarb, Lodovici (2007), percebe-se que pesquisa sobre educação para idosos e, dentro dela, a investigação de atitudes e crenças de alunos universitários torna-se de grande necessidade.

    Segundo Sobral (2001, p.01)

    A trajetória dos estudos em Educação e terceira idade circula em dois sentidos que interagem e se bifurcam: o primeiro, que consiste no treinamento e educação para os profissionais que trabalham e militam com as pessoas idosas ou em vias de envelhecimento (Educação Gerontológica) e que tem crescido nos anos recentes; o segundo, a pesquisa e o desenvolvimento de programas direcionados às pessoas acima dos 60 anos (Gerontologia Educacional) e que foi subestimado ou até descaracterizado. Sofreu pelo fato de haver uma visão geral de que educação para pessoas mais velhas seria um luxo de certas elites e que se beneficiavam aqueles que, de uma forma ou de outra, já freqüentavam os bancos escolares ao longo dos seus anos de vida.

    Devido à grande visibilidade em que os idosos tem conseguindo no passar dos anos, devido primeiramente ao crescente avanço do numero populacional e principalmente aos esforços de organização dos profissionais dedicados a essa área de atuação, através de núcleos de estudo e pesquisa, os estudos teóricos e empíricos na área do envelhecimento começaram a florescer no Brasil (GOLDSTEIN,1999).

    O processo de estudos sobre o idoso tem se tornado freqüente e inovador e caracteriza-se como um processo que aos poucos desmistifica a idéia cultural de o idoso ser improdutivo e impotente perante sua sociedade. Segundo Mercadante, Goldfarb, Lodovici (2007, p.01)

    Estudar o processo de envelhecimento, a velhice, o “ser velho” é empreendimento desafiador, mas que se apresenta de forma justa e coerente com o modelo educacional de nosso tempo, preocupado com as grandes questões da contemporaneidade, seja esse modelo de caráter público, particular ou comunitário.

    Apesar de estar tendo a consciência de que é importante começarmos a intensificar os estudos dentro do meio acadêmico sobre os idosos e envelhecimento, Prado e Sayd (2004, p.02)

    Nesse contexto, é possível considerar que a produção de conhecimento sobre envelhecimento também venha apresentando incrementos importantes. Entretanto, poucas são as publicações que nos trazem informação de abrangência nacional acerca das atividades desenvolvidas nas instituições de ensino e pesquisa, nos serviços de saúde, ou em outros espaços, muitos dos quais ainda por serem identificados.

    Segundo os autores que acima citam as bases de produção científica quando se refere às produções sobre o tema aqui estudado, são de grande área predominante do conhecimento que integra o maior número de grupos de pesquisa corresponde à de Ciências da Saúde, seguida com muita proximidade das Engenharias (inclusive Ciências da Computação) e das Ciências Exatas e da Terra; depois vêm as Ciências Biológicas e Ciências Humanas com valores semelhantes; e, decrescendo de forma mais acentuada em número de grupos, as Ciências Agrárias, Ciências Sociais Aplicadas e Lingüística, Letras e Artes.

    E por fim, segundo Mercadante, Goldfarb, Lodovici (2007, p.01)

    Para possibilitar uma atuação significativa em seu campo profissional, é essencial que a instituição de ensino proporcione aos graduandos dessa área uma sólida formação básica, o que implica o desenvolvimento da pesquisa, imprescindível para fundamentar teórica e metodologicamente uma docência qualificada e uma legítima atuação gerontológica, tanto no que diz respeito aos cuidados exigidos pelo segmento idoso da sociedade, quanto à gestão em instituições ou órgãos públicos e/ou privados no campo do envelhecimento.Para tal, ao curso de graduação são integradas diversas áreas teóricas do conhecimento com aplicação dirigida ao mercado de trabalho. Ao visar à vivência de uma cidadania efetiva, configura, dessa forma, um perfil profissional que se revele permanentemente criativo e dinâmico na busca de novos horizontes de atuação.

3.     Metodologia

3.1.     Delineamento da pesquisa

    Esta será uma pesquisa do tipo pesquisa bibliográfica que segundo Marconi e Lakatos (2001, p. 43-44)

    Trata-se do levantamento de toda bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas em imprensa escrita (documentos eletrônicos). Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com aquilo tudo que foi escrito sobre determinado assunto, com o objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações

3.2.     Procedimento

    Para a elaboração deste trabalho utilizou-se de pesquisas bibliográfica, principalmente de artigos científico disponibilizados em meios eletrônicos e de livros, onde fez uma breve análise sobre as produções e o preparo do meio acadêmico para com seus alunos no que tange o assunto do envelhecimento e idoso.

    Os meios eletrônicos os quais obtive os artigos foram: Scielo, Pubmed, Scopus, Science Direct, Medline. As palavras-chaves digitadas para obtenção dos artigos científicos, foram: Graduação, idosos, envelhecimento, velhice.

4.     Considerações finais

    O idoso ainda é visto como um ser em processo de degeneração. Onde numa escrita mais informal pode-se considerar que o idoso apenas está à espera de sua morte. Poucos ainda são os investimentos pensados em sua qualidade de vida, em vista da crescente populacional desta faixa etária. O idoso ainda é privado de continuar a se utilizar de suas necessidades básicas. Pouco se faz por eles.

    Os estudos dentro acadêmicos produzidos visando a velhice, envelhecimento, idoso, no meio acadêmico, ainda são muito limitado. Percebe-se que os campos que mais desenvolvem este tipo de estudo são os da área da saúde. Acredita-se então, que a preocupação com o idoso passa apenas por sua saúde e bem-estar físico. Há poucos estudos direcionados nas demais aérea.

    Dentro das unidades acadêmicas não há um investimento específico que vise um maior interesse dos alunos. Por mais que as universidades ofereçam aos seus alunos o contato com o idoso, pouco se faz para que esse interesse cresça e se mantenha. Os grupos de pesquisas que se estruturam pouco apoio financeiro e acadêmico recebem.

    Devemos iniciar e intensificar a preparação sobre os assuntos relacionados aos idosos dentro do meio acadêmico, pois vê-se uma crescente populacional nesta faixa etária e devemos estar preparados para lidar com esta questão tão atual no mundo de hoje em dia.

Referencias

  • DEVIDE, Fabiano Pries. Velhice... Espaço Social de Aprendizagem: Aspectos Relevantes para a Intervenção da Educação Física. Motriz Jul-Dez 2000, Vol. 6, n. 2, pp. 65-73.

  • GOLDSTEIN, Lucila L. A Produção Científica Brasileira na Área da Gerontologia. Rev. online Bibl. Prof. Joel Martins - v.1., n.1, out. 1999.

  • MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E.M. Metodologia do Trabalho Científico. 5.ed.rev. ampl. São Paulo: 2001.

  • MERCADANTE, Elisabeth Frohlich; GOLDFARB; Délia Catullo; LODOVICI, Flamínia MM. Graduação em Gerontologia: formação de gerontólogos para o enfrentamento dos desafios do envelhecimento humano, na pesquisa, docência e gestão técnico profissional. Educação Profissional: Ciência e Tecnologia Jan-Jun 2007, volume 1, número 2.

  • PONTIERI, Alexandre. Estatuto do Idoso – Lei No 10.741 e Transporte Interestadual de Passageiros. Acesso em: 12/04/10. Disponível em: http://www.depotz.net/bookz/dir-004/legislacao-de-cunho-social/legislacao%20do%20idoso%20-%20lei%2010.741.03%20e%20o%20transporte%20de%20idosos.pdf.

  • PRADO, Shirley Donizete; SAYD; Jane Dutra. A pesquisa sobre envelhecimento humano no Brasil: grupos e linhas de pesquisa. Ciência & Saúde Coletiva, 9(1): 2004.

  • RAMOS, Luiz Roberto; ROSA, Tereza Etsuko da C.; OLIVEIRA, Zélia M.; MEDINA, Maria Célia G.; SANTOS, Francisco R. G. Santos. Perfil do idoso em área metropolitana na região sudeste do Brasil: resultados de inquérito domiciliar. Rev. Saúde Pública vol. 27, nº 2 São Paulo Apr. 1993.

  • SOBRAL,Benigno. O trabalho educativo na terceira idade: uma incursão teórico-metodológica. Textos Envelhecimento v.3 n.5 Rio de Janeiro 2001.

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