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Estilo de vida de adolescentes na região da Secretaria de

Desenvolvimento Regional (SDR) de São Miguel do Oeste, Santa Catarina

Estilo de vida de adolescentes en la región de la Secretaría de Desarrollo Regional (SDR) de Sao Miguel do Oeste, Santa Catarina

 

*Mestre em Ciência do Movimento Humano pela UFSM. Professora

do curso de Educação Física da Unoesc, campus de São Miguel do Oeste/SC

**Mestre em Cineantropometria e Desempenho Humano pela UFSC

Professora do curso de Educação Física da Unoesc,

campus de São Miguel do Oeste/SC

***Especialista em Bases Fisiológicas do Treinamento de Força

pela Gama Filho. Especialista em Treinamento Desportivo pela UNOESC

Professora do curso de Educação Física da Unoesc,

campus de São Miguel do Oeste/SC

****Especialista em Educação Física com Concentração

em Treinamento Desportivo pela UNOESC. Professor do curso

de Educação Física da Unoesc, campus de São Miguel do Oeste/SC

*****Acadêmica de Educação Física da Unoesc

******Acadêmica de Enfermagem da Unoesc

(Brasil)

Andréa Prates Ribeiro*

andrea.ribeiro@unoesc.edu.br

Sandra Fachineto**

sandra.fachineto@unoesc.edu.br

Elis Regina Frigeri***

elis.frigeri@unoesc.edu.br

Sandro Claro Pedrozo****

sandro.pedrozo@unoesc.edu.br

Jéssica Karine Berté*****

jessikaberte@hotmail.com

Jociane Ghizzi*****

jocianes2@hotmail.com

Maura Rosana Rohr******

maurarohr@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve por objetivo analisar o estilo de vida dos adolescentes da rede de ensino da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de São Miguel do Oeste, Santa Catarina. A amostra foi composta por 591 alunos (14 a 17 anos) da SDR de SMO (IBGE, 2009). Através do questionário de Estilo de Vida proposto por Nahas (2006), avaliou-se o estilo de vida dos adolescentes.. Os resultados apontam positivamente quanto às questões de nutrição (44%), atividades físicas (64%), comportamento preventivo (91%), relacionamento (89%) e controle de stress (52%). Em contrapartida os maiores níveis com relação à classificação regular ocorreram nas questões de nutrição (49%), atividade física (33%) e stress (43%). Como negativo, a nutrição (7%), atividade física (3%) e stress (5%), foram os três itens mais significativos, o que demonstra a necessidade de além de avaliar o estilo de vida criar estratégias de intervenção.

          Unitermos: Estilo de vida. Crianças. Adolescentes.

 

Abstract

          This study aimed to analyze the lifestyle of teens of the school's Department of Regional Development (SDR) of Sao Miguel do Oeste, Santa Catarina. The sample comprised 591 students (14 to 17 years) of SDR SMO (IBGE, 2009). Through the questionnaire Lifestyle proposed by Nahas (2006), assessed the lifestyles of teenagers. The results indicate positively and nutrition issues (44%), physical activity (64%), preventive behavior (91%), relationship (89%) and stress control (52%). In contrast the highest levels with respect to the classification occurred in the regular issues of nutrition (49%), physical activity (33%) and stress (43%). As negative, nutrition (7%), physical activity (3%) and stress (5%) were the three most significant items, which also demonstrates the need to evaluate creating the lifestyle intervention strategies.

          Keywords: Lifestyle. Children. Adolescents.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 165, Febrero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente, a adolescência é a etapa da vida compreendida entre a infância e a fase adulta, marcada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).

    A adolescência é um período crítico para a fixação de valores, atitudes e comportamentos que possivelmente estarão presentes na vida adulta. Assim, a melhor compreensão desta fase da vida passa a ser de grande importância para o planejamento de estratégias que possibilitem a adoção de hábitos saudáveis entre jovens adolescentes. (LOCH, 2007).

    Neste sentido, o conceito de promoção da saúde incorpora a importância e a influência das dimensões políticas, culturais e socioeconômicas nas condições de saúde, portanto dependendo de ações intersetoriais e não exclusivamente de ações isoladas do setor Saúde para seu desenvolvimento. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).

    A promoção da saúde e bem-estar na infância e adolescência representa um desafio, sobretudo considerando que as ações e práticas que priorizam o bem-estar para esta população envolvem aspectos do macro e micro ambientes. Dentre estes, destacam-se os determinante sociais (sistemas de saúde, educação, trabalho, desenvolvimento social, direitos, necessários integração social das famílias), os quais representam espaços de convivência, de formação intervenção; bem como os determinantes familiares (influenciados pelo ambiente sociocultural), além dos aspectos pessoais-individuais. (COSTA; BIGRAS, 2007).

    No entanto, apesar de a adolescência ser vigorosamente marcada por processos psico-biológicos, esta fase não deve ser tomada como um conjunto de fenômenos universais implicados no crescimento e desenvolvimento somático-mental, uma vez que as transformações pelas quais passam os adolescentes também resultam de processos inerentes aos contextos sociais (históricos, políticos e econômicos) nos quais os sujeitos adolescentes estão imersos. (RAMOS, 2001 apud FERREIRA et al. 2007).

    Neste sentido Ferreira et al. (2007), salientam que a saúde do adolescente implica pensar-nos diversos modos de viver a adolescência e de viver a vida. Por sua vez, implica em um movimento de re-pensar as práticas de saúde e de educação em saúde que se volta para esta parcela significativa da sociedade, os adolescentes.

    As ações de educação em saúde são estratégias eficazes para estimular o debate sobre temas de interesse dos adolescentes, considerando o contexto cultural no qual estão inseridos, podendo essas ações ser definidas como qualquer atividade, envolvendo o processo de aprendizagem, desenhada para alcançar a saúde. (TONES, 1999 apud AMORIN, et al., 2006).

    Segundo Nahas (2006), existem fatores do nosso estilo de vida que afetam negativamente nossa saúde e sobre os quais podemos ter controle. Por exemplo: fumo, álcool, drogas, stress, isolamento social, sedentarismo, esforços intensos ou repetitivos.

    Fatores negativos que interferem na saúde, os quais temos pouco ou nenhum controle, incluem características herdadas, efeitos naturais do envelhecimento, certos acidentes imprevisíveis e algumas doenças infecciosas. O ideal é dispor de condições ambientais e de assistência que possam minimizar as conseqüências e evitar comportamentos que os agravem, salienta o autor supracitado.

    Por isso, estudar o Estilo de Vida de adolescentes é de suma importância, uma vez que existem evidências de que o estilo de vida individual é um conjunto de crenças, valores e atitudes que se reflete em nossos hábitos cotidianos, ou seja, em nosso padrão de comportamento, apresenta um elevado impacto sobre a saúde, determinando para a grande maioria das pessoas, o quão doentes ou saudáveis, serão a médio e longo prazo. Em frente ao estilo de vida individual com seus comportamentos relacionados à saúde que surgirão os reflexos positivos ou negativos em nossa qualidade de vida atual e na velhice. Porém, diante dos mais diferentes graus de desequilíbrios e contrastes socioeconômicos em que se vive nos dias de hoje, pode-se admitir que ainda estejamos longe de um estilo de vida ideal. (NAHAS, 2006).

    A importância da identificação e elaboração de uma proposta de intervenção para adolescentes diagnosticados com um estilo de vida negativo pode ser determinante para que na sua vida adulta não tenham o mesmo problema. Podendo assim, permitir que se consiga, mais facilmente, propor e implementar uma mudança no estilo de vida desde cedo.

Materiais e métodos

    Para o presente estudo contou-se com uma amostra de 591 alunos, de 14 a 17 anos regularmente matriculados em escolas da rede estadual de ensino. Para essa seleção foi entrado em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Regional, tendo o aceite para realização da pesquisa. Em seguida o estudo foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), e com o parecer de aprovação foi entrado em contato com as escolas. A escolha da amostra foi aleatória, participando do estudo somente aqueles que trouxeram o termo de consentimento (TCLE) assinado pelos pais. O avaliado preencheu uma ficha de identificação, sendo posteriormente submetido a responder o questionário do Estilo de Vida (Nahas, 2006). Com base no diagnóstico de estilo de vida, foi realizada uma proposta de intervenção, contando-se com auxílio de acadêmicos do curso de Educação Física e Enfermagem, além de nutricionista, psicólogo e professor de educação física. Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva (freqüência e a moda).

Resultados e discussão

    O gráfico 1 apresenta os resultados do componente nutrição. Nota-se que este componente apresenta valores significativos no que diz respeito ao índice regular. Evidencia-se então que a nutrição não se encontra de forma positiva no estilo de vida dos adolescentes.

Gráfico 1. Resultados do Estilo de Vida em relação ao componente Nutrição

    Um estudo realizado por Gerhardt (2009) observou que a maioria dos alunos (51%), encontrava-se com um índice positivo, e nenhum com índice negativo. Já em nosso estudo encontramos a maioria dos adolescentes em estado regular e alguns com índice negativo, o que é muito preocupante, já que os hábitos de alimentação influenciam diretamente no desenvolvimento de sobrepeso e obesidade.

    Um estudo similar a este, analisou o perfil do estilo de vida de 7ª e 8ª séries das redes de municipal, estadual e privada. Os resultados apontaram nas três redes de ensino índice regular quanto ao componente nutrição, equivalente ao nosso estudo (SCHAPPO; RIBEIRO, 2009)

    Segundo Sene, Nandi e Freitas (2008), o fator nutrição está relacionado com o poder aquisitivo das pessoas, na utilização de certas comodidades adquirindo alimentos industrializados, tendo um consumo de alimentos com alto teor calórico.

    Devido à falta de informação e conscientização a respeito de comportamentos alimentares, acabam optando por alimentos de rápido preparo, alto teor calórico e baixo valor nutricional, pois a estes a nutricionista sugeriu uma mudança nos hábitos alimentares com dietas mais equilibradas. (GERHARDT; DASSOLER 2009).

    Em relação ao componente de atividade física, esse apresentou valores expressivos para o índice positivo, notando-se que a prática de atividade física é adotada no estilo de vida dos adolescentes. (Gráfico 2)

Gráfico 2. Resultados do Estilo de Vida em relação ao componente Atividade Física

    No estudo de Gerhardt e Dassoler (2009) a maioria dos alunos apresentou índice positivo, poucos com índice regular e nenhum com negativo, praticamente se equivalendo ao nosso estudo.

    Segundo Sene, Nandi e Freitas (2008) uma das razões do índice negativo é a grande evasão das aulas de educação física, onde os alunos não possuem a conscientização necessária para praticar atividade física. Seria nesta ocasião que os alunos teriam a oportunidade de fazer uma atividade, sendo ela uma modalidade esportiva ou até mesmo alguma atividade relacionada à aptidão física e saúde.

    A prática diária de atividade física está diretamente relacionada a um estilo de vida ativo. Se a criança ou adolescente tiver um elevado índice de atividade física em sua infância, as chances dele se tornar uma pessoa sedentária, e consequentemente podendo ser um adulto obeso, ou ter doenças cardiovasculares, serão muito pequenas. Portanto é importante a identificação e implantação de intervenções cada vez mais cedo, possibilitando assim um tratamento eficaz e precoce. (SALVADOR, 2009).

    O gráfico 3 evidenciou que o componente comportamento preventivo apresenta-se positivo no estilo de vida dos adolescentes, apresentando valores expressivos neste índice sobre os demais.

Gráfico 3. Resultados do Estilo de Vida em relação ao componente Comportamento Preventivo

    No quesito Comportamento preventivo, a grande maioria dos alunos estavam conscientes que se devem evitar pessoas violentas e drogas como: fumo, álcool, devido aos seus malefícios.

    Um estudo realizado para diagnosticar o estilo de vida de adolescentes do primeiro ano de uma escola estadual, verificou-se que a maioria dos alunos apresentou índice positivo quanto a este componente, observando que os alunos estão mais conscientes (PAGANINI; LIVINALLI, 2011).

    Para Nahas (2006), não se pode falar de comportamento relacionado à saúde sem incluir certos elementos que passaram a ser fundamentais na vida contemporânea. São exemplos de comportamentos preventivos: uso de camisinha nas relações sexuais, uso de protetor solar, não usar drogas, uso de cinto de segurança, uso de equipamento de segurança no trabalho, ingestão moderada ou abstinência ao consumo de bebidas alcoólicas.

    Os gráficos 4 e 5 apresentam resultados de forma positiva, sendo que foram expressivos quanto ao componente relacionamento e controle de stress.

Gráfico 4. Resultados do Estilo de Vida em relação ao componente Relacionamento

 

Gráfico 5. Resultados do Estilo de Vida em relação ao componente Controle de Stress

    No estudo realizado por Ribeiro; Salvador (2009), o componente estresse apresentou índice negativo, e resultados positivos quanto ao Componente Relacionamentos. Já em nosso estudo os resultados foram positivos quanto aos 2 itens, podendo perceber que a maioria dos alunos tinham conhecimentos sobre as ações preventivas à saúde e seu bem estar pessoal. Verificou-se que a maioria dos alunos procura cultivar amigos e estar satisfeito com seus relacionamentos, ter encontros de lazer com amigos, e um relacionamento agradável com professores e colegas.

    Já no estudo de Paganini e Livinalli (2011) o componente controle de stress apresentou em sua maioria índice regular e relacionamento índice positivo. Em nosso estudo o componente stress está com um percentual elevado, devido a se tratar de adolescentes que nessa etapa da vida passam por muitas transformações, principalmente relacionadas a seu corpo, desta forma se sentem insatisfeitos.

    O relacionamento e comportamento social são um conjunto de ações, atitudes e pensamentos que o indivíduo apresenta em relação à comunidade, aos indivíduos com que ele interage e a ele próprio. A qualidade de interação é resultante da conjunção de dados inatos com os processos de socialização. As dificuldades de relacionamento social pessoal, muitas vezes estão ligadas a problemas que o indivíduo tem com familiares, na sua própria educação em casa. (SENE; NANDI; FREITAS, 2008).

Considerações finais

    O presente estudo teve por objetivo analisar o estilo de vida dos adolescentes da rede de ensino da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de São Miguel do Oeste, Santa Catarina. A partir dos resultados conclui-se que os adolescentes encontram-se com um estilo de vida, de um modo geral positivos, deixando a desejar somente quanto ao componente nutrição.

    Com base nos dados que foram apresentados por cada adolescente, foi proposto uma intervenção, através de uma palestra. Ressaltando que nesta palestra foram discutidas as dúvidas de cada adolescente e feito uma orientação com base nos resultados dos mesmos, promovendo assim melhorias em seus estilos de vida.

    Na perspectiva da saúde pública, os dados aqui apresentados podem contribuir para subsidiar o desenvolvimento de programas de promoção da saúde no ambiente escolar, principalmente no que diz respeito aos subgrupos de risco identificados.

Referências

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