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Análise dos benefícios da pratica de atividades físicas para 

grupos especiais participantes do programa Mexa-se Unicamp

Análisis de los beneficios de la práctica de actividades físicas participantes del programa Mexa-se (Muévete) Unicamp

Analysis of the benefits of practice physical activities for special groups participating in the program Mexa-se Unicamp

 

Curso de Educação Física. Unip-Campinas

Programa Mexa-se Unicamp

(Brasil)

Carlos Aparecido Zamai

Valdenice Burguês

val_627@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Os benefícios da atividade física relacionada à promoção da saúde não dependem de horas de exercício. As atividades podem ser desenvolvidas de forma contínua ou cumulativa em sessões de trinta minutos por dia em intensidade moderada são suficientes, tendo seu valor considerável sobre o aspecto psicológico, pois é capaz de gerar bem-estar emocional e alívio das tensões nos que as praticam. O objetivo deste trabalho foi analisar os benefícios da pratica de atividades físicas para grupos especiais de participantes do Programa Mexa-se Unicamp, abrangendo os grupos de caminhada monitora, ginástica localizada, condicionamento físico e consciência corporal. Para o desenvolvimento deste trabalho foi aplicado um protocolo de anamnese para a coleta de dados sobre a prática de atividades físicas, fatores de riscos e das doenças crônicas não transmissíveis de 35 sujeitos de ambos os sexos, faixa etária de 31 a 61 anos que participam de grupos de caminhada monitorada, ginástica localizada e consciência corporal, três vezes por semana das 07h00 às 09h00 min. As contribuições são das mais diversas e em percentuais bastante importantes para saúde física e mental como na vida social dos sujeitos, englobando a saúde, a qualidade de vida e no ambiente de trabalho também. Estes resultados mostram que são muitas as contribuições que praticantes de atividades físicas adquirem ao longo do período de praticas.

          Unitermos: Atividades físicas. Grupos especiais. Programa Mexa-se.

 

Abstract

          The benefits of physical activity related to health promotion do not depend on hours of exercise. Activities can be developed in a continuous or cumulative sessions of thirty minutes per day at moderate intensity are sufficient, with its considerable value on the psychological aspect, it is capable of generating emotional well-being and easing of tensions in that practice. The aim of this study was to analyze the benefits of physical activity for special groups of Program participants Move Unicamp, covering walking groups monitors, located gymnastics, fitness and body awareness. To develop this work, we applied a protocol for collecting interview data on physical activity, risk factors and chronic diseases in 35 subjects of both sexes, aged from 31 to 61 years participating in walking groups tracked, located gymnastics and body awareness, three times a week from 07h00 09h00 min. The contributions are the most diverse and very important percentage for health, physical, mental and social life of subjects, covering health, quality of life and at work too. These results show that there are many contributions to physical activities acquired during the period of practice.

          Keywords: Physical activities, Special Groups, Program Move.

 

          Apoio: Cecom/PRDU, LAP-FEF Unicamp, Unip-Campinas.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 165, Febrero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A atividade física é comportamento natural do ser humano e entre as atividades físicas mais comuns, destacam-se a caminhada, a dança, esportes e a pratica de exercícios físicos, com objetivos de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar, bem como combater as doenças crônicas e os fatores de riscos da população.

    A literatura mostra que houve uma acentuada redução das doenças infecto-parasitárias, predominantemente nas regiões sudeste e sul e de um aumento progressivo na morbi-mortalidade por doenças crônico-degenerativas, representadas essencialmente pelas doenças do aparelho circulatório, doenças do coração e também pelas neoplasias. (ZAMAI, 2009).

    Carvalho (2004; Zamai, 2009) ressaltam que atualmente no Brasil convivemos com as doenças infecto-contagiosas, em larga escala, e também com as chamadas crônicas­ não transmissíveis – DCNTs.

    Marchi Netto e Bankoff (2007) salientam que o Department of Health and Human Services (DHHS) no final do século passado teve importantes mudanças sociais e ambientais e que tem afetado a população como um todo, tais como: a explosão demográfica urbana; o aumento da expectativa de vida da população; o maior controle de morbidade e morte por doenças infecto-contagiosas substituído por um aumento espantoso nos casos de doenças crônico-degenerativas; o uso excessivo (dependência) dos recursos tecnológicos.

    As doenças crônicas degenerativas no Brasil estão relacionadas às mudanças profundas no modo de vida das pessoas, que dentre outros fatores, reduziu de forma também significativa, o gasto energético da população em geral. Vale salientar que os dados referentes à prevalência do sedentarismo no Brasil e no mundo ainda se revelam muito inconsistentes, devido à dificuldade encontrada no delineamento de estudos sobre este tema (PITANGA, 2004; ZAMAI et al, 2008; ZAMAI, 2009).

    Em relação a estes aspectos, pode-se constatar que os produtos tecnológicos e de informática têm grande importância para a humanidade, todavia é em grande parte, responsável pelo aumento da inatividade física observada nos dias de hoje. (NAHAS, 2003).

    Apesar de o autor citar a importância dos avanços tecnológicos e ao mesmo tempo apontar inadequações relativas à atividade física, considera-se que a análise toma a população como se fosse homogênea, desconsiderando as diferenças de acesso, de oportunidades e de conseqüências deste avanço tecnológico nos diferentes grupos sociais.

    Outro agravante, citado por Nahas (2003), é o consumo de um alto teor de gordura e carboidratos em nossa alimentação diária agravado por um baixo consumo de frutas e verduras.

    Os fatores de risco e as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam atualmente um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, um quadro sanitário em que se combinam as doenças ligadas à pobreza típicas dos países em desenvolvimento e as doenças não transmissíveis dos países mais afluentes, refletindo as contradições do nosso processo de desenvolvimento. (ZAMAI et al., 2004; ZAMAI et al., 2008, ZAMAI, 2009).

    Determinantes sociais, como: o aumento da expectativa de vida, a industrialização, a urbanização e as mudanças de hábitos de vida, com conseqüente exposição aos fatores de risco e inadequado estilo de vida, contribuem para o aumento da prevalência e incidência desse grupo de doença (DCNT). Este fato é reforçado por documento encomendado pelo Banco Mundial a técnicos brasileiros apresentando projeções do crescimento das doenças não transmissíveis.

    O estilo de vida é responsável por 54% do risco de morte por cardiopatia, 50% pelo risco de morte por acidente vascular cerebral, 37% pelo risco de morte por câncer e no total por 51% do risco de morte de um indivíduo. O estilo de vida sedentário é um fator de risco independente para enfermidade coronariana e acidente vascular, principal causas de morte em todo mundo. O risco de doença cardíaca para as pessoas menos ativas e menos condicionadas pode ser o dobro comparado às pessoas mais ativas e condicionadas. (BRASIL, 2001; CELAFISCS, 2002).

    A par das evidências de que o homem contemporâneo utiliza-se cada vez menos de suas potencialidades corporais e de que o baixo nível de atividade física é fator decisivo no desenvolvimento de doenças degenerativas, sustenta-se a hipótese da necessidade de se promoverem mudanças em seu estilo de vida, levando-o a incorporar a prática de atividades físicas ao seu cotidiano.

    A atividade física se bem estruturada e orientada pode ajudar atingir e manter o peso corporal apropriado e contribuem positivamente na mudança de outros fatores de risco de doença coronariana como perfil de lipídeos, a resistência a insulina e a hipertensão. Desta forma contribui no controle do Diabetes, colesterol alto, a hipertensão arterial e no controle do peso corporal. (BARBOSA, 2003; BARBOSA e BANKOFF, 2008).

    Bankoff et al (2006) analisaram o nível de práticas de atividades físicas entre funcionários da Unicamp e verificaram que 70,6% referem à melhora na saúde, qualidade de vida, desempenho no trabalho e sua relação na equipe de trabalho.

    Salve e Bankoff (2004; Zamai, 2009; Zamai e Bankoff, 2010) dizem a atividade física é uma dos elementos fundamentais para a aquisição e manutenção de uma boa qualidade de vida. Suas práticas devem ser implantadas nas horas de lazer, em horários de trabalho através de programas específicos. O que contribui significativamente no estabelecimento do equilíbrio físico e mental.

    Nessa lógica, há interesses em pesquisar sobre “Saúde”, “Doenças no Brasil”, “Atividade Física”, “Qualidade de Vida” e “Estilo de Vida” da população, os quais vêm adquirindo relevância, ensejando a produção de vários trabalhos científicos, constituindo um movimento no sentido de valorizar ações voltadas para a determinação e operacionalização de variáveis que possam contribuir para a melhoria do bem-estar do indivíduo por meio do incremento do nível de atividade física habitual da população.

    Entende-se, portanto, que o incremento do nível de atividade física constitui um fator fundamental de melhoria da saúde pública, pois muitas pessoas morrem por doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, de doenças respiratórias e outras que são atualmente as principais causas de óbito em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Sabe-se que essa transformação nas taxas de morbidade e mortalidade deve-se a inatividade física crescente e a alimentação inadequada desses indivíduos.

Atividade física

    A atividade física se bem estruturada e orientada pode ajudar atingir e manter o peso corporal apropriado e contribuir positivamente na mudança de outros fatores de risco de doença coronariana como perfil de lipídeos, a resistência a insulina e a hipertensão. Desta forma, contribui no controle do diabetes, colesterol alto, a hipertensão arterial e no controle do peso corporal. (ZAMAI, 2009; ZAMAI e BANKOFF, 2010).

    Bankoff et al (2006) analisaram o nível de práticas de atividades físicas entre funcionários da Unicamp e verificaram que 70,6% dos funcionários apontam melhora na saúde, qualidade de vida, desempenho no trabalho e sua relação na equipe de trabalho.

    Salve e Bankoff (2004) relatam que a atividade física é uma dos elementos fundamentais para a aquisição e manutenção de uma boa qualidade de vida. A suas práticas devem ser implantadas nas horas de lazer, em horários de trabalho através de programas específicos. O que contribui significativamente no estabelecimento do equilíbrio físico e mental.

    Barbosa e Bankoff (2008) ressalta que estudos têm demonstrado os benefícios da atividade física relacionada à promoção da saúde não dependem de horas de exercício. Os exercícios podem ser desenvolvidos de forma contínua ou cumulativa em sessões de trinta minutos por dia em intensidade moderada são suficientes.

    Ghorayeb e Barros (1999) acrescem o valor da atividade física sobre o aspecto psicológico, ou seja, ela é capaz de gerar bem-estar emocional e alívio das tensões. As endorfinas têm um papel relevante na sensação de bem-estar e o papel direto que há na relação direta que existe entre a concentração sérica de endorfina e a prática do exercício físico. Apesar das controvérsias existentes entre a relação de imunorreatividade das endorfinas, em especial da beta-endorfina, e a prática de exercícios isotônicos, parece claro os efeitos agudos, benéficos, do exercício físico sobre o humor das pessoas e a sensação de bem-estar.

    Outros fatores relevantes sobre o benefício proporcionado pela atividade física para a saúde emocional das pessoas estão no reforço da auto-estima, relacionada à melhor imagem corporal e a autonomia devido à maior mobilidade física que os exercícios físicos proporcionam.

    Allsen et al. (2001) destacam outros benefícios proporcionados por um programa de atividade física, dentre eles estão:

  • Aumento da resistência aeróbia no desempenho de tarefas específicas;

  • Melhora da capacidade funcional do sistema circulatório e respiratório;

  • Melhora da força e flexibilidade dos músculos e articulações;

  • Reduz os riscos de lesões na região lombar;

  • Desenvolve a força do sistema esquelético;

  • Controla o peso e reduz a gordura corporal;

  • Exerce ação positiva sobre os órgãos internos;

  • Retarda o processo fisiológico de envelhecimento;

  • Desenvolve as capacidades físicas;

  • Diminui o gasto energético e conseqüentemente a fadiga para tarefas específicas;

  • Alivia o estresse e a tensão;

  • Estimula a atividade mental e;

  • Reduz o risco de doenças crônicas não transmissíveis.

    Na opinião de Maris (2007); Theobald; Diettrich (2007) os benefícios que a atividade física pode trazer para as pessoas são infinitos, podendo atuar diretamente no campo da saúde física onde pode-se ter: redução de peso e porcentagem de gordura; diminuição da pressão arterial em repouso; melhora do diabetes; redução do colesterol total; melhora; melhora da capacidade aeróbia e anaeróbia. Portanto, pode-se também ter benefícios cárdio-respiratórios, melhora da força, tônus muscular, flexibilidade, fortalecimento de ossos e articulações e queima de calorias.

Influência da atividade física

    A atividade física é aceita como agente preventivo e terapêutico de diversas enfermidades. No tratamento de doenças cardiovasculares e crônicas, a atividade física tem sido apontada como principal medida não farmacológica, assumindo aspecto benéfico e protetor.

    A inatividade física e o baixo nível de condicionamento têm sido considerados fatores de risco para a mortalidade prematura tão importante quanto fumo, dislipidemia, diabetes e hipertensão arterial. (POLLOCK; WILMORE, 1993).

    Análises epidemiológicas demonstraram que muitos indivíduos morreram simplesmente por serem sedentários, isto fez com que a atividade física fosse vista em diversos países como uma questão de saúde pública (GHORAYEB, 1999).

    O conceito de sedentarismo não está associado necessariamente à falta de uma atividade esportiva, o sedentário é o indivíduo que não atinge gastos calóricos superiores a 1500 Kcal por semana relacionadas a atividades ocupacionais. (ZAMAI et al, 2008; BARBOSA e BANKOFF, 2008; ZAMAI e BANKOFF, 2010).

    Existe uma associação entre as mudanças nos hábitos de atividade física e o risco de mortalidade, onde indivíduos que adotaram uma atividade física moderadamente vigorosa (intensidade 4,5 MET's) em comparação com aqueles que nunca participaram deste tipo de atividade, demonstrando um risco de 41% menor de morte por Doença Cardíaca Coronariana (DCC), e o aumento no despendido total de energia superior a 1500 Kcal/semana durante as horas de lazer; promoveu uma redução de 28% no risco de mortalidade por todas as causas (ACSM, 2003).

    A melhora na saúde do indivíduo que pratica exercício físico regularmente é devido à exposição repetida do organismo a uma situação que requer uma reação mais forte do que a correspondente a sua atividade orgânica normal (VASCONCELLOS, 2001; ZAMAI et a., 2005).

    Tal estresse gerado pela pratica regular de exercício físico, produz algumas alterações morfofuncionais no organismo também conhecidas como efeitos crônicos dos exercícios a fim de adaptar o individuo a situação ao qual está sendo submetido (GHORAYEB, 1999).

    Uma das principais adaptações que o exercício físico promove, podem ser observadas no tecido muscular que sofre um aumento de sua secção transversa, denominado "hipertrofia", sendo acompanhada de alguns fenômenos como aumento nos estoques de glicogênio, aumento do número e tamanho das miofibrilas, maior quantidade de água dentro das fibras, maior capacidade da via oxidativa, que é refletida por incrementos na densidade mitocôndrial e na atividade máxima de enzimas do processo mitocondrial de respiração celular, aumento da vascularização e capilarização. (RAMOS, 2000; KRINSKI et al 2006).

    Estas adaptações reduzem a resistência vascular melhorando o fluxo sangüíneo e ocasionado um maior transporte de glicose e lipídios para o metabolismo dos tecidos, e ainda potencializando a ação da insulina devido o aumento da proteína quinase AMP-ativada (AMPK) fosforila apontada como mediadora da estimulação da captação de glicose induzida pela contração muscular. Alguns defeitos ou desusos (sedentarismo) do sistema de sinalização da AMPK poderiam resultar em muitas das perturbações do (DMNID). Onde o aumento da utilização desta via de sinalização AMPK por exercícios poderia ser efetivo em corrigir a resistência à insulina. (GAZOLA, 2001).

    Além de melhorar o transporte e captação de insulina os exercícios tanto aeróbicos quanto os resistidos, promovem um aumento do metabolismo basal conhecido como metabolismo de repouso, que é responsável por 60% a 70% do gasto energético total, contribuindo para a perda de peso, e diminuição do risco de desenvolver diabetes, hipertensão, e outras doenças (CIOLAC, 2004).

    A fim de acompanhar e suprir as necessidades de adaptação do tecido muscular, o sistema cardiovascular evolui de forma a suprir as exigências crescentes (CARNEIRO, 2002), ocasionando uma hipertrofia das fibras cardíacas, tornando o coração maior e mais forte, melhorando assim a capacidade contrátil do miocárdio.

    Esta ação é seguida de um aumento do volume de ejeção, diminuição da freqüência cardíaca de repouso (bradicardia), decorrente de uma redução do tônus simpático e um aumento do tônus parassimpático, resultando em uma dilatação arteríola e venodilatação. (MAUGHAN, 2000), contribuindo para uma queda da pressão arterial sistêmica, melhorando a eficácia do sistema circulatório, e gerando um aumento do VO2 máx. O VO2 máx é o melhor preditor para o condicionamento físico. (CARPENTER, 2002).

    Hernandes Jr (2002) relatam que o treinamento anaeróbio não altera significativamente o VO2 MÁX, enquanto o aeróbio produz grande aumento do VO2 máx.

    Sendo os exercícios aeróbios superiores no que diz respeito às adaptações hemodinâmicas como maior aumento das câmaras cardíacas eficácia do sistema de transporte de oxigênio (SANTARÉM, 1998; KRINSKI et al., 2006).

    Basicamente os exercícios resistidos produzem maior hipertrofia das paredes do coração e menor aumento de câmaras cardíacas, comparativamente aos exercícios aeróbios. Sendo esta maior hipertrofia do miocárdio fisiológica produzida pelos exercícios com pesos, não se acompanhando das complicações da hipertrofia patológica produzida pela hipertensão arterial crônica. As câmaras cardíacas podem aumentar ou não durante o treinamento resistido, mas nunca diminuem, como pode ocorrer na doença hipertensiva. (SANTARÉM, 1998; KRINSKI et al., 2006).

    Esta resposta fisiológica do treinamento resistido em promover aumento nas paredes do miocárdio favorecendo a execução das atividades anaeróbias, sendo que estas estão presentes em grande parte das atividades vinculadas ao cotidiano (ACSM, 2003).

    Segundo Silva (1999), a adoção de um estilo de vida não sedentário, calçado na pratica regular de atividade física, encerra a possibilidade de desenvolvimento da maior parte das doenças crônicas degenerativas, além de servir como elemento promotor de mudanças com relação a fatores de risco para inúmeras outras doenças. Sugere-se inclusive, que a prática regular de atividade física pode ser, na tentativa de controle das doenças crônicas degenerativas, o equivalente ao que a imunização representa na tentativa de controle das doenças infecto-contagiosas.

    A prática de exercícios tanto aeróbios como resistidos são fundamentais para indivíduos saudáveis como para diabéticos e hipertensos, melhorando a saúde e a qualidade de vida destes mantendo as respectivas doenças controladas.

    Este projeto tem como proposta estudar as contribuições da prática de atividades físicas orientadas na melhoria da qualidade de vida e da saúde de sujeitos acometidos por fatores de riscos e pelas doenças crônicas não transmissíveis - DCNTs.

Objetivo geral

    O objetivo deste trabalho foi analisar os benefícios da pratica de atividades físicas para grupos especiais de participantes do Programa Mexa-se Unicamp, abrangendo os grupos de caminhada monitora, ginástica localizada, condicionamento físico e consciência corporal.

Material e método

População atendida

    O Programa é oferecido aos servidores, professores, alunos e a comunidade que freqüentam a Universidade Estadual de Campinas, de diversas faixas etárias, de ambos os sexos, que trabalham ou estudam na universidade em diversos horários, unidades e em distintas funções administrativas e técnicas das áreas de ensino, pesquisa, extensão da universidade que se disponha a participar das atividades oferecidas pelo programa “Mexa-se Unicamp” desde o mês de junho de 2004.

    Participam atualmente do Programa sujeitos adultos sedentários, hipertensos, cardiopatas, diabéticos e outros do sexo masculino faixa etária de 24 a 61 anos de idade de ambos os sexos, servidores e alunos e a comunidade vizinha da Universidade Estadual de Campinas.

Procedimentos metodológicos

    Foram oferecidas práticas de atividades físicas sendo elas: caminhada monitorada, ginástica localizada, condicionamento físico e consciência corporal. As aulas foram oferecidas semanalmente na Estação de Atividades Físicas do Programa Mexa-se Unicamp, aulas de 50-60 minutos nos períodos da manhã das 07h00 as 8h00 e das 08h00 as 09h00min e horário do almoço das 12h00 as 13h00 min. Cada aula foi dividida em aquecimento e alongamentos (10 minutos); a aula propriamente dita (45 minutos) e a última fase (05 minutos) exercícios de relaxamento com músicas. Os sujeitos (participantes) foram submetidos à avaliação e reavaliação através de anamnese específica englobando variáveis como idade, peso, altura, IMC, %G, RCQ e um questionário específico.

Local e horário das atividades

    O “Programa Mexa-se Unicamp” dispõe de uma Estação de Atividades Físicas de lona com 64 m² e uma Praça conhecida como “Praça da Paz” contendo quatro circuitos em área verde de 10.000 m², sendo: um circuito (calçadão de concreto) abrangendo 1.500m. Além deste, o programa conta com outros três circuitos preparados com piso especial composto de areia e serragem para caminhadas leves com as seguintes dimensões: 1° circuito de 1.300m; 2° de 864 m e o 3° circuito com 450m, construído especificamente para o Programa, pois contribui para a diminuição de impactos nas articulações e coluna vertebral, o qual já foi testado em projeto desenvolvido pelo Núcleo de Engenharia Agrícola da Unicamp.

    O Programa Mexa-se está estruturado com uma equipe multiprofissional para receber e atender os participantes das 07h00min às 18h30min e as atividades são desenvolvidas e oferecidas à população nos horários de maior movimentação da universidade, ou seja, das 07h00min às 10h00min; das 11h00min às 13h00min e das 17h00min às 18h30min, o que corresponde aos horários de chegada, almoço e saída dos participantes na universidade.

Atividades oferecidas

    Desde a sua implantação o programa tem oferecido atividades como alongamentos, caminhadas monitoradas através da pressão arterial e freqüência cardíaca, exercícios localizados, dança de salão e forró, exercícios respiratórios e relaxamento, consciência corporal, além de atividades recreativas.

    Além das atividades práticas os bolsistas do programa ainda orientam e realizam avaliações como anamnese, peso, altura, índice de massa corporal, freqüência cardíaca, pressão arterial.

Anamnese e consulta médica

    No momento da inscrição dos sujeitos, foi ministrado um protocolo de anamnese contendo dados pessoais, dados relativos à função desempenhada na universidade, bem como informações relativas à saúde e a prática de atividades físicas nos últimos doze meses.

    Após aplicação do protocolo anamnese os sujeitos foram encaminhados para avaliações no laboratório, sendo sugerido a avaliação dos fisioterapeutas do programa e do médico da sua confiança para maiores cuidados, retornando ao programa com as avaliações. Estes procedimentos, certamente nos ofereceu maior segurança nas prescrições de exercícios aos sujeitos dos grupos de risco (obesidade, hipertensão, diabetes, portadores de cardiopatias, aposentados e a comunidade externa) que comumente freqüenta os serviços oferecidos pela universidade, como o Hospital das Clínicas.

    Se o parecer médico foi favorável à sua inclusão nas atividades, os mesmos são encaminhados para aferição das medidas de peso, estatura, pregas cutâneas (axilar, bicipital, tricipital, subescapular, supra-ilíaca e abdominal) e circunferência da cintura, além da medida da pressão arterial e cálculo do índice de massa corpórea (IMC).

Resultados e discussão

    Para uma maior compreensão a seguir serão apresentados os resultados de forma gráfica, abrangendo as atividades praticas, os fatores de riscos e as doenças crônicas não transmissíveis, bem como os benefícios destas praticas em relação à saúde dos participantes.

Gráfico 1. % de fatores de riscos e doenças crônicas não transmissíveis em diversos grupos de atividades físicas

    Verifica-se no gráfico 1 que entre os 35 sujeitos analisados os índices de fatores de riscos e doenças crônicas não transmissíveis em diversos grupos de atividades físicas.não são muito altas, mas merece avaliação e acompanhamentos pois alguns destes fatores e destas doenças tem acometido diversos sujeitos e o que vale ressaltar é a somatória destes.

Gráfico 2. Motivos que o levou a pratica de atividades físicas no Programa Mexa-se.

    O gráfico 2 mostra-nos os diversos fatores que influenciaram os sujeitos a decisão para iniciarem as práticas de atividades físicas no programa, mas vale destacar que muitas vezes as pessoas só iniciam uma atividade física quando já está adoecido, acometido por diversos fatores de riscos e em alguns casos com as doenças crônicas instaladas.

Gráfico 3. Atividades praticadas no Programa Mexa-se

    Como nota-se no gráfico 3, a preferência pelas atividades oferecidas pelo programa prevalece o alongamento, a ginástica localizada, a consciência corporal e a caminhada monitorada e também pela dança de salão são as mais escolhidas entre as diversas atividades.

Gráfico 4. Horários escolhidos pelos sujeitos analisados para a pratica das atividades

    No gráfico 4 verifica-se que as atividades oferecidas pelo programa tem preferências por três horários de atividades, manhã, horário de almoço e no final da tarde, levando em consideração o horário de atividades desenvolvidas pelos funcionários da Unicamp e também pelo acordo muitas vezes com a chefia.

Gráfico 5. Freqüência semanal das atividades físicas dos sujeitos

    Como se percebe no gráfico 5 a maior freqüência semanal das atividades físicas desenvolvidas pelos sujeitos destaca-se 2 a 3 vezes por semana, o que atende as recomendações nacionais e internacionais que é de 30 minutos e por três vezes por semana no mínimo.

Gráfico 6. Aspectos que as atividades físicas contribuíram na vida dos sujeitos

 

Gráfico 7. Contribuições para melhorias da qualidade de vida

 

Gráfico 8. Outros aspectos que as atividades físicas praticadas melhoraram

    Verifica-se que tanto no gráfico 6, quanto 7 e 8 as contribuições são das mais diversas e em percentuais bastante importantes para saúde, física, mental como na vida social dos sujeitos, englobando a saúde, a qualidade de vida e no ambiente de trabalho também. Estes resultados mostram que são muitas as contribuições que praticantes de atividades físicas adquirem ao longo do período de praticas.

Considerações finais

    Após análise dos dados encontrados considera como importantes:

  • Analisando os índices de fatores de riscos e doenças crônicas não transmissíveis em diversos grupos de atividades físicas. Não são muito altas, mas merece avaliação e acompanhamentos, pois alguns destes fatores e destas doenças tem acometido diversos sujeitos e o que vale ressaltar é a somatória destes.

  • Os diversos fatores que influenciaram os sujeitos a decisão para iniciarem as práticas de atividades físicas no programa, vale destacar que muitas vezes as pessoas só iniciam uma atividade física quando já está adoecido, acometido por diversos fatores de riscos e em alguns casos com as doenças crônicas instaladas.

  • A preferência pelas atividades oferecidas pelo programa prevalece o alongamento, a ginástica localizada, a consciência corporal e a caminhada monitorada e também pela dança de salão são as mais escolhidas entre as diversas atividades.

  • As atividades oferecidas pelo programa tem preferências por três horários de atividades, manhã, horário de almoço e no final da tarde, levando em consideração o horário de atividades desenvolvidas pelos funcionários da Unicamp e também pelo acordo muitas vezes com a chefia.

  • A maior freqüência semanal das atividades físicas desenvolvidas pelos sujeitos destaca-se 2 a 3 vezes por semana, o que atende as recomendações nacionais e internacionais que é de 30 minutos e por três vezes por semana no mínimo.

  • Percebe-se as contribuições são das mais diversas e em percentuais bastante importantes para saúde, física, mental como na vida social dos sujeitos, englobando a saúde, a qualidade de vida e no ambiente de trabalho também.

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 165 | Buenos Aires, Febrero de 2012
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