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Comparação de treinamento de força com múltiplas 

séries versus circuito em jovens fisicamente ativos.

Comparación del entrenamiento de la fuerza con múltiples series versus circuito en jóvenes físicamente activos

Comparison of strength training with multiple sets versus circuit training in physically active youths

 

*Faculdade Adventista de Hortolândia, Hortolândia, São Paulo

**Departamento de Ciências do Esporte, Universidade Federal

do Triângulo Mineiro, UFTM, Uberaba, MG

***Laboratório de Bioquímica do Exercício (LABEX), Instituto de Biologia

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas, São Paulo

****Programa de Mestrado em Educação Física/FACIS/UNIMEP

(Brasil)

Claudemir Nakonieczni Belotto*

Eliezer Guimarães Moura*

Gustavo Ribeiro da Mota**

Clodoaldo José Dechechi***

Lucas Samuel Tessutti* ***

Charles Ricardo Lopes* ** ***

charles_ricardo@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi comparar o efeito de dois protocolos de treinamento de força (séries múltiplas [MS] e circuito para diferentes grupos musculares [CGM]) sobre a composição corporal, potência e força máxima em jovens fisicamente ativos. Dez indivíduos (20,4 ± 1,9 anos; 73,4 ± 11,7 kg; 1,76 ± 7 m) com experiência superior a seis meses em treinamento de força foram divididos aleatoriamente em grupos MS e CGM, realizando o seguinte protocolo: supino plano (SP), supino inclinado com halter (SIH), rosca direta em pé (RD), banco Scott sentado (BS), cadeira extensora (CE) e leg press 45º (LP), por sete semanas de treinamento, com quatro sessões semanais. Foram realizados os seguintes testes: força dinâmica máxima voluntária (1RM) nos exercícios SP e LP e de potência muscular nos exercícios de lançamento de Medicine Ball (LMB) e salto contra movimento (CMJ). Foi observada diferença significativa (P<0,05) no teste de 1 RM, onde o grupo MS mostrou ganho superior ao grupo CGM no exercício do supino. Concluímos que apenas a variável força máxima no grupo MS é influenciada pela diferença entre os protocolos utilizados dentro deste período de treinamento.

          Unitermos: Treinamento resistido. Exercícios com pesos. Métodos de musculação.

 

Abstract

          The objective of this study was to compare the effect of two protocols of strength training (multiple sets [MS] and circuit for different muscle groups [CGM]) over the body composition, maximum strength and power in young individuals who are physically active. 10 subjects (20.4 ± 1.9 years, 73.4 ± 11.7 kg, 1.76 ± 7 m) with more than six month-experience in strength training were randomly divided into groups MS and CGM and performed the both protocols: supine plan (SP), incline dumbbell press (SIH), curl standing (RD), Bank Scott sitting (BS), leg extension (CE) and leg press 45o (LP), for seven weeks and four training/weeks training. The volunteers performed the following tests: maximum voluntary dynamic strength (1RM) in SP and LP exercises and muscle power in the launching exercises of Medicine Ball (LMB) and counter-movement jump (CMJ). Were observed significant difference (P <0.05) in the 1 RM test, where the MS group has showed gains higher than the CGM group. Therefore, just 1RM test was influenced by the differential protocol used on this training period.

          Keywords: Resistance training. Strength training. Weight training methods.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Diversas são as variáveis que podem influenciar na elaboração do treinamento de força. Dentre as variáveis do treinamento que podem ser manipuladas, destacamos a intensidade, volume, pausa, número de séries e repetições, velocidade de execução dos exercícios, freqüência semanal, intervalo entre séries e sessões nas distintas metodologias de treinamento.

    A metodologia do treino de múltiplas séries (MS) recomenda o uso de várias séries, através da execução de mais de uma série por exercício (UCHIDA et al, 2006) podendo variar número de repetições (GARZARELA et al 1999) gerando adaptações neurais (MIL HOMENS, 2007; GUEDES JR. & ROCHA, 2008), metabólica (BROEDER, 1992), hormonal (ACSM, 2002) e muscular (AGUIAR et al, 2009). Por sua vez o Circuito para Diferentes Grupos Musculares (CGM) se constitui num método indicado para gerar adaptações cardiovasculares e neuromusculares (BRENTANO, 2004; LOPES, 2006).

    O objetivo deste estudo foi comparar os protocolos CGM e MS em relação à composição corporal, força máxima e potência muscular.

Metodologia

Sujeitos

    Participaram do estudo 10 indivíduos fisicamente ativos, com experiência superior a seis meses em treinamento de força, com idade de 20,4 ± 1,9 anos, massa corporal de 73,4 ± 11,7 Kg e estatura de 176,5 ± 7,6 cm. O critério de inclusão foi não fazer uso de medicamentos ou recursos ergogênicos de qualquer natureza.

    Os sujeitos assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido antes dos procedimentos experimentais concordando com a metodologia utilizada. Foram realizadas duas coletas de dados, antes do início do treinamento e após sete semanas do programa de treinamento.

    Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos de cinco sujeitos e posteriormente, submetidos a dois diferentes protocolos de treinamento: o primeiro denominado MS e o segundo CGM. Em ambos os grupos foram utilizados 3 séries de 10 repetições máximas.

Protocolo do treinamento de força

    Antes de se iniciar o programa de treinamento para ambos os grupos, foram realizadas 4 semanas de treino de adaptação com cargas de 40 a 60% de 1 RM, com 3 séries de 10 repetições, a pausa utilizada foi de 60 segundos entre as séries e de 120 segundos entre os exercícios.

    Durante as sete semanas os indivíduos realizaram 28 sessões de treinamento (segunda, terça, quinta e sexta).

    As tabelas 1 e 2 ilustram a metodologias de treinamento utilizadas.

Tabela 1. Componentes da metodologia MS

 

Tabela 2. Componentes da metodologia CGM

Avaliações

Teste de 1 RM

    O teste de uma repetição máxima (1RM) foi adotado nos exercícios de supino reto e meio agachamento, pelo protocolo de Brow e Weir (2001). Antes da execução dos testes os indivíduos realizaram um aquecimento geral (3-5 minutos de atividade leve envolvendo os músculos a serem testados), seguido por alongamentos estáticos também para a musculatura envolvida.

Potência de membros inferiores (CMJ)

    Foi utilizado o teste de salto contramovimento sem o auxílio dos braços (CMJ). Foram realizadas três tentativas para cada salto, com intervalo de dois minutos, sendo considerado o melhor resultado obtido . Para esse teste foi utilizada a plataforma de salto Jump Test.

Lançamento de medicine Ball (LMB)

    O sujeito, sentado no solo com a parte posterior da coluna encostada na parede e posicionando a medicine ball na altura do osso esterno, realizou arremesso com as duas mãos sem retirar as costas da parede. Foi medido a distância do lançamento da medicine ball entre o ponto inicial até o ponto em que a medicine ball tocou o chão. Foram realizadas três tentativas para cada arremesso, com intervalo de dois minutos, foi considerado o melhor resultado obtido.

Composição Corporal (CC)

    Mensurou-se peso, altura e dobras cutâneas e o protocolo de sete dobras de Pollock & Willmore (1993).

Análise estatística

    A normalidade dos dados foi verificada pelo Teste de Shapiro-Wilk. Utilizou-se a ANOVA de medidas repetidas para avaliar a diferença entre as médias, com nível de significância foi estabelecido em 5%.

Resultados

    Não observamos alterações significativas nas massas total, livre de gordura e de gordura para os dois grupos nos momentos avaliados. Em relação aos testes de controle, a Tabela 3 apresenta os resultados observados.

Tabela 3. Alterações de supino, leg press, CMJ) e LMB dos grupos MS e CGM nos momentos Pré e Pós. Dados expressos em média ± desvio padrão

    Em relação à carga de 1RM, observamos incrementos significativos (p < 0,01) para o exercício supino e leg press no grupo MS, no grupo CGM alteração significativa somente no leg press. Nos testes de CMJ e LMB, não observamos alterações significativas nestes parâmetros para os dois grupos nos momentos avaliados.

Discussão

    O objetivo do presente estudo foi comparar dois métodos de treinamento em CC, 1 RM, CMJ e LMB. Em relação a CC não observamos alterações significativas após o término do programa de treino. Nossos resultados não corroboram com outras observações (BRYNER et al 1999; CAMPBELL et al 1994). A ausência de controle dietético e curto período de intervenção (sete semanas), podem justificar os achados na CC.

    Observamos incrementos significativos (p < 0,01) em 1RM nos exercícios de supino e leg press no grupo MS, já no grupo CGM verificamos alteração significativa somente no leg press. Tais resultados estão em consonância com outras observações (MIL HOMENS 2007; FRY 2004; GARZARELA et al 1999). Essas alterações são derivadas pelo alto volume de trabalho mecânico e pela alta intensidade empregada nas sessões de treinamento (GARZARELA et al 1999). Apesar do emprego da pausa de 30 segundos entre as séries no grupo MS, não observamos alterações significativas na performance entre os grupos após os programas de treinamento empregados.

    Contrariamente aos achados de Backer (2001) e Garzarela et al (1999) não verificamos melhora na potência. Em nosso estudo ambos os protocolos empregados possuíam caráter neuromuscular, enfatizando grande trabalho mecânico, dano tecidual e baixa velocidade de execução,desta forma as variáveis foram manipuladas de forma antagônica aos métodos empregados para melhoria da potência muscular.

    Baseado nos resultados do presente estudo recomenda-se que novas pesquisas investiguem distintas metodologias de treinamento de força no tocante as adaptações morfológicas e funcionais.

Conclusão

    Concluímos que não houve alterações na CC, CMJ e LMB em ambos os grupos. Observamos que apenas a variável força máxima no grupo MS é influenciada pela diferença entre os protocolos utilizados dentro deste período de treinamento.

Referências bibliográficas

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