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Qualidade de vida em policiais militares

Calidad de vida en policías militares

Quality of life in military police

 

*Acadêmico do curso de Ciência da Atividade Física e do Esporte da UFS

**Professor LADEC/DEF/UFS

Aracaju

(Brasil)

Márcio Laurindo de Jesus Leal*

marcio_laurindo2004@yahoo.com.br

Robelius De Bortoli**

robelius@ufs.br

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: Em toda a sua história e desde quando se iniciou a busca pela qualidade de vida do trabalhador nunca tinha dado tanta importância ao tema como recentemente, isso porque o passar do tempo demonstra que o conceito de qualidade de vida abrangeu-se atingindo a individualidade da pessoa e o coletivo que cerca o mesmo, assim o policial foi escolhido para essa pesquisa pelo fato de que em seu trabalho é necessário apresentar-se de forma a solucionar problemas, devendo assim obter um bom nível de qualidade de vida. Objetivo: Revisar a literatura sobre o conceito de qualidade de vida, saúde e atividade física e suas relações com o trabalho policial. Métodos: Foram utilizados os sites Google acadêmico, buscando por palavras nível de qualidade de vida, policiais militares, bombeiros militares, militares, atividade física, saúde, quality of life, trabalho, a biblioteca central da Universidade Federal de Sergipe, contendo o assunto nível de qualidade de vida ou atividade física para militares, sites das policias militares brasileiras, Scielo e Pubmed. Resultados: Encontraram-se resultados que para um bom nível de qualidade de vida é necessário manter uma boa saúde que é associada ao bem-estar físico, social e mental, a atividade física que está relacionada com a obesidade, fator predominante da sociedade moderna podendo ser combatido com a prática de atividades que resultem em gasto calórico e a capacidade de trabalho e ambiente do indivíduo relacionado à eficácia e satisfação no trabalho. Conclusão: A aplicação conceitual de qualidade de vida, saúde e atividade física relacionados aos policiais demonstra uma grande interferência na atividade laboral, pois confirma que é necessário atingir a melhoria dos que apresentam esses níveis baixos e a manutenção dos que apresentam níveis satisfatórios para a execução do trabalho com qualidade

          Unitermos: Qualidade de vida. Saúde. Atividade física. Policiais.

 

Abstract

          Introduction: Throughout the history and since when the search for the quality of life began, workers never have given such an importance to this issue than nowadays. That happens because as time passes by, there’s evidence that the concept of quality of life comprehends the person’s individuality and the group that surrounds the person. Therefore policeman was chosen to this survey due to the fact that in his work is mandatory to bring solutions to problems and therefore obtain a good quality of life. Aim: Review the consulted literature on the concepts of quality of life, health and physical activity, evincing what they represent to policemen’s work. Methods: Informations were obtained from Scholar Google, searching for words such as level of quality of life, military police, military firemen, military men, physical activity, health, quality of life, work. The search was also done at the central library of University Federal of Sergipe, with searches on quality of life and physical activity to military men. Search has been done on military police website, Scielo and Pubmed. Results: We found results that a good level of quality of life is necessary to maintain good health that is associated with physical well-being, social and mental health, physical activity that is related to obesity, the predominant factor in modern society can be combated with the practice of activities that result in energy expenditure and work capacity of the individual and the environment related to the effectiveness and job satisfaction. Conclusion: The conceptual appliance of quality of life, health and physical activity related to policemen infer a big meddling into their working skills and activities. Thus, it is necessary to achieve an improvement of those who had presented low levels and the maintenance of those who had presented satisfactory levels to the good performance in work.

          Keywords: Quality of life. Health. Physical activity. Policemen.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A nomenclatura Qualidade de Vida (QV) ultimamente é bastante utilizada, mesmo assim não apresenta um conceito específico e sim universalizado podendo ser descrito como um englobamento de parâmetros individuais, sócio-culturais e ambientais que caracterizam condições de vida do ser humano (NAHAS, 2003). Segundo Freitas (2004) o trabalho policial necessita de um bom desempenho físico, psicológico e elevado nível de satisfação pessoal e no trabalho. Termos esses que podem ser atribuídos ao conceito de QV.

    A capacidade de trabalho e o ambiente de trabalho se apresentam como variáveis bastante volúveis, principalmente quando é relacionado à QV, saúde e atividade física, pois é classificada seja positivamente ou negativamente para o trabalhador, e geralmente se estuda através das percepções dos pesquisados.

    Ultimamente se faz necessário avaliar a QV dos trabalhadores buscando uma melhor produtividade, através de vários estudos que utilizam diversos instrumentos como questionários ou avaliação qualitativa, acrescentando a necessidade pioneira de se avaliar os policiais do comando de operações especiais de Sergipe. Assim sendo, esta revisão objetiva rever na literatura o conceito de qualidade de vida e suas relações com o trabalho policial.

Materiais e métodos

    Foram consultadas para esta pesquisa as bases de dados, Scielo, Pubmed, a biblioteca central da Universidade Federal de Sergipe, utilizando o assunto “nível de qualidade de vida” ou “atividade física para militares”, o site Google acadêmico com palavras chave nível de “qualidade de vida”, “policiais militares”, “bombeiros militares”, “militares”, “atividade física”, “saúde”, “quality of life”, “trabalho” e site das policias militares de todo o Brasil. Foram selecionados artigos que continham esses termos. Foram utilizados artigos e livro em português.

    Na literatura científica consultada buscaram-se informações sobre os seguintes aspectos:

O trabalho e suas especificidades na atividade policial

    Segundo Moretti (2005) o trabalho é realizado dentre outras atribuições como a forma de se manter do trabalhador, sendo assim apontado como um elemento importante no quesito social e nele é medida a força de trabalho. Há alguns anos atrás meios de sustentação eram necessários para a reprodução do homem, onde se cita a caça, pesca e o pastor de rebanhos. Com o passar do tempo os afazeres para sustento mudaram de local indo para a agricultura onde se percebeu a necessidade de escravizar as pessoas, e posteriormente com a revolução industrial às máquinas que se tornaram o centro das atenções e necessidade de momento do homem, mas as novas formas de tarefas com maquinarias apresentaram malefícios, pois a pressão por resultados, concorrência e complexidade dos serviços teve como conseqüência o afastamento do trabalhador de sua vida social e família (CAVASSANI et al., 2006). Assim Asfora e Dias (2006) relatam em seu estudo que quando o trabalho começa a alienar o trabalhador torna-o escravo do mesmo, pode lhe causar problemas de fadiga, cansaço, estresse e alienação pessoal, sacrificando individualmente sua originalidade, individualidade em detrimento de manutenção de status e poder.

    Mas também o trabalho pode ser sinônimo de segurança, construção de valores e identidade, passando por um sentimento de serventia, seja no âmbito social e familiar, representando satisfação e prestígio, ajudando ainda a formação do perfil do trabalhador (ASFORA e DIAS, 2006).

    Diante do peso e do que representa o trabalho para as pessoas na sua vida, surge à importância do papel do policial militar que presta serviços essenciais para a sociedade, que se estende desde o atendimento de ocorrências de assaltos de várias naturezas chegando a acidentes de trânsito, atuando também em crimes ou contravenções atreladas ao meio ambiente e fiscalização tributária do Estado (SERGIPE, 2010b).

    Surgem então diversos tipos de trabalhos específicos onde o policial necessariamente tem que buscar formação para ser especializado, caso esse atribuído aos policiais do Comando de Operações Especiais de Sergipe (COE-SE) que atuam em casos extraordinários, como por exemplo, em operações de bloqueio, ocorrências que envolva pessoas seqüestradas, rebeliões e distúrbios civis. O COE-SE foi criado em 1996 e são subordinados ao Comandante geral, servindo de excelência em procedimentos e parâmetros de ensino para outros diversos órgãos públicos tantos federais como estaduais (SERGIPE, 2010a).

    Desta maneira, o policial necessita de bons índices de qualidade de vida associados à saúde e atividade física para conseguir atingir altos patamares de satisfação com a profissão, repassando esse contentamento no serviço atuante diário. Além disso, necessita também de estar com uma ótima capacidade de trabalho e de boa aptidão física, pois o trabalho do policial militar da companhia em estudo tende a ser físico psíquico e cognitivo.

    Ainda no papel globalizado em que se encontra o contexto qualidade de vida surgem às relações institucionais que universaliza o ambiente laboral, condições de trabalho, nível de satisfação com a instituição, relações interpessoais, dinâmica no grupo, respeito, ascendência na profissão e salarial (FREITAS, 2004).

    De acordo com Mayer (2006) o fato de superiores hierárquicos tratarem seus subordinados de forma muitas vezes inaceitável nos preceitos dos direitos constitucionais, ainda causa descontentamentos no trabalho e falta de produtividade do profissional. De acordo com Portela e Bughay Filho (2007) a pressão no trabalho do policial conseqüentemente evidencia queda de desempenho no serviço prestado a sociedade, gerando entre outros o mau humor.

    Outras formas de prevalecer à incidência de sofrimento no ambiente laboral indicam o medo físico, que significa dizer quando o corpo se sujeita a algumas condições de trabalho, o medo moral, quando o profissional fica com receio de praticar suas tarefas porque pensa o que as pessoas irão opinar sobre sua atuação e sobrecarga no trabalho quando existe a possibilidade de não cumprir com todas as responsabilidades (FERREIRA e MENDES, 2001).

    No estudo de Freitas (2004) ele cita que algumas causas de problemas com o desenvolvimento do trabalho do policial são a dificuldade de lidar com superiores hierárquicos, a falta de apoio da instituição, a demorada promoção, baixo salário e carga horária excessiva.

    A relação com a sociedade desencadeia prazer-sofrimento do indivíduo pelo modo que desgasta a relação com o cidadão e gera uma crise de identidade individual em detrimento da relação com a instituição (MAYER, 2006).

    A percepção do trabalhador em relação a sua atividade profissional motiva para que esteja mais próximo de sua instituição e com estímulo para a realização de seu trabalho, mas ao mesmo instante estressa pelo fato da responsabilidade que lhe é imputada pela constante preservação e melhoria dos serviços.

    Constata-se em Silveira (1998) que os bombeiros de Santa Catarina apresentaram resultados em três grupos de estudos analisados ultrapassou o nível de bem visto, assinalando acima de 70% nos três, e tendo em contrapartida somente 2% dos entrevistados que acham que são mal vistos pela sociedade.

    Portanto no tema trabalho que engloba o ambiente laboral e pessoal se mostra a necessidade da abrangência de situações interpessoais, dinâmicas de grupo e a instituição ou empresa com base no ambiente físico, fornecendo assim características e condições que auxiliem no desenvolvimento e na resposta positiva dessas variáveis causando assim contentamento e bem- estar nessa esfera.

Qualidade de vida pessoal e no trabalho

    O conceito de qualidade de vida (QV) é adotado de forma globalizada, e sua conceituação ainda não foi totalmente consolidada. A QV pode de ser medida de forma objetiva e subjetiva, apresentando também componentes do passado e do presente de cada pessoa.

    Segundo o THE WHOQOL GROUP (WHOQOL) (1998), QV tem como finalidade o aumento na perspectiva de existência do ser humano, tentando atingir o contexto cultural e seus valores, buscando alcançar baixos parâmetros de mortalidade, valorizando segmentos psicológicos, físicos, de independência, ambientas e nas relações sociais. Fleck et al (1999) conceitua QV como a prevenção de sintomas relacionados a doenças abrangidas das áreas humanas e biológicas, avaliando e direcionando o tema para a área de saúde.

    Contudo Heerdt (2002) afirma que o termo não fica restrito somente ao campo da saúde, pois QV vista da ótica generalizada da terminação foi citada pela primeira vez pelo presidente americano Lyndon Johnson, na década de 60, com o intuito de melhorar a perspectiva de vida e pensando na diminuição da mortalidade da população. Logo foram acrescentados novos paradigmas a esta definição, no entanto Johnson acreditava que as conseqüências de todos os projetos que pretendia realizar em seu mandato deveriam andar em paralelo com um bom padrão e qualidade de vida dos cidadãos norte-americanos, e não estarem atrelados as bolsas de valores ou ações de mercado (HEERDT, 2002).

    No sentido universalizado do termo QV, Nahas (2003) opina acerca do tema, relatando que existe um consenso geral, onde a idéia de QV se prende a diversos fatores que caracterizam as condições de como vive o ser humano em seu ambiente, seguindo seus costumes e respeitando sua individualidade. Prossegue em Martins (2002) como sendo o composto de estado atual de saúde, relação com a espiritualidade do indivíduo e seu estado emocional, psíquico e motivacional de momento e sua probabilidade de vida.

    Dentro dessa perspectiva sobre QV, Heerdt (2002) aponta que essa denominação boa qualidade atrelada à melhoria de vida do indivíduo virou um clichê da sociedade moderna, pelo fato que quem busca a literatura do assunto interpreta de forma individual, ou seja, totalmente diferenciado de outras inúmeras pessoas devido à generalidade da designação QV.

    Mas a inércia da qualificação do título sempre é levada aos filtros dos conceitos; para o modelo de melhores condições básicas, exemplificando-os: moradia, comida, saúde, livre arbítrio de escolhas e opiniões dentre outros; seguindo pela individualidade da pessoa na democracia de idéias, na cultura, na família, perspectivas e possibilidades futuras entre outros; concluindo com o ambiente de vivência tratando-se das relações inter pessoais, visão do mundo e histórico de cada indivíduo. Reforçando a idéia do presidente americano citado no estudo de Heerdt (2002) que prezava pelo bem-estar da população.

    Assim, referências positivas resultam em um qualificador de desenvolvimento humano, intrinsecamente ligado a QV da região estudada, esses fatores que tornam os níveis satisfatórios incluem: alfabetização, riqueza, educação, natalidade e esperança média de vida, elevam o padrão de vida da área analisada. Porém quando se mostra a variante negativa da situação surgem às patologias (SILVEIRA, 1998), vícios, distúrbios de comportamento, má relacionamento na sociedade, descrença na religião praticada, indisciplina e desrespeito com os outros cidadãos (HEERDT, 2002).

    A evidência em que é colocada hoje a QV no Brasil está ligada ao índice de desenvolvimento humano (IDH) pelo fato de que a busca dos governantes em melhorar esse indicador tem como conseqüência não somente o bem-estar de indivíduos, mas também o domínio psicológico da situação buscando conseqüentemente atingir uma sensação de auto-estima, orgulho e anseios positivos na localidade agraciada. Analisando outra vertente da nomenclatura QV é utilizada para marketing na gestão de políticos, objetivando a atração de novos investimentos e recursos em diversas áreas econômicas da região onde se inclui o fortalecimento do turismo.

    Portanto, qualidade de vida como é apresentada em seus diversos pensamentos mostra-se como fator determinante das escolhas do cidadão, sendo que essas opções tomadas terão conseqüências positivas ou negativas em seu bem-estar, devido à oscilação de: felicidade e tristeza, estado de humor, renda estável ou instável, ambientes hostis ou agradáveis, entre outras situações que possam interferir nesse parâmetro de vida (SILVEIRA, 1998).

    Estudo de Silva et al. (2007) realizado na UFS com estudantes de Educação Física afirma que 31% dos estudantes acreditam que o conceito de QV é um conjunto de fatores, dentre eles alimentação, moradia, trabalho, 28% acreditam o conceito atrelado a saúde, 2% ao bem-estar, 2% a condição de vida e 1% ao conceito moderno, além de 35% a outros. Então os estudantes se baseiam no conceito de viver bem ao analisar a terminologia QV, sendo atrelada a variável sócio-ambiental.

    Então especificando o tema QV e analisando a atual situação brasileira de crescente violência aliado ao estresse laboral da atividade policial, nota-se a necessidade de estudos como o de Coelho e Martins (2007) que avaliou a QV de policiais de Florianópolis. Tal afirmação se sustenta no fato de que os policiais atuam em diversas situações de conflito e vários tipos de ambientes, e para atuarem bem necessitam de uma positiva QV.

    Um estudo que analisou a QV de policiais militares foi o de Freitas (2004). A pesquisa foi realizada no município de Aracaju e apresentou como resultado que 45% dos investigados avaliaram a QV como nem ruim e nem boa, 39% apontaram como boa, 9% como ruim, 4% assinalaram como muito ruim e somente 3% como muito boa. Classificando de forma mais objetiva o estudo, percebe-se que 45% dos entrevistados analisaram como mediana sua QV, enquanto 42% se citaram muito boa ou boa e 13% que seriam 17 policiais no universo de 129 da amostra avaliada classificaram como ruim ou muito ruim.

    Em outro estudo, realizado por Silveira (1998), que avaliou a QV de bombeiros de Santa Catarina, foi demonstrado que 78% da corporação avaliou a QV de forma positiva, que abrangia o conceito bom, muito bom e ótimo. Dentre o fator mais citado como provável melhoria de QV para a classe, foi o aumento salarial. Sugerindo que a satisfação desses profissionais se encontra em bons índices de contentamento para a realização de trabalho de bombeiro.

    Atualmente, uma área contínua da QV é a extensão da mesma apresentando assim a Qualidade de vida no trabalho (QVT), que segundo Rosa e Pilatti (2007, citados por AZEVEDO e KITAMURA, 2007, p.90-91) visa ao relacionamento de pessoas em ambiente de trabalho buscando a participação e respeito dos componentes, de modo a solucionar dificuldades e estabelecer uma atmosfera de contentamento dos envolvidos; procurando evitar doenças relacionadas ao trabalho afetando a qualidade de vida do indivíduo. Questões não ligadas ao trabalho afetam o bem estar do trabalhador principalmente as individualidades, como alvo principal os problemas pessoais (MEDEIROS, 2002).

    Assim Julião (2001) ressalta em seu estudo que não somente fatores de boa interação entre os funcionários e ausência de patologias no trabalho são aspectos da QVT, mas também a alimentação na empresa, participação nos lucros da empresa, ambulatórios médicos, cesta básica, dentre outras opções que a empresa possa oferecer ao funcionário para que ele se conforte, por exemplo, transporte para levá-los ao trabalho e bancos e restaurantes na área interna da empresa.

    Então segundo Ayres et al. (2008) que realizou estudos sobre QVT no setor de hotelaria, conclui com os resultados que as empresas pesquisadas oferecem boas condições de trabalho, causando assim uma boa qualidade no mesmo, principalmente relacionado a conhecimento e oportunidade, mesmo apresentando pontos desfavoráveis em relação à compensação adequada e justa e segurança no emprego dos avaliados.

    O estudo de Medeiros (2002) apontou para resultados de nível satisfatório de QVT dos trabalhadores da construção civil de uma empresa de Porto Alegre, alcançado altos níveis de média segundo avaliação aplicada aos pesquisados, mesmo sugerindo ao final do estudo medidas corretivas visando elevar a satisfação dos funcionários.

    Já o estudo de Lima e Melatti (2009) aponta nível insatisfatório de QVT dos policiais civis de Cornélio Procópio-PR, onde foi relacionada como pontos principais para esse resultado a falta de efetivo, descaso com salários e despreocupação da Instituição no que se refere à saúde física e mental dos policiais.

    Podemos concluir então que QV e QVT são conjuntos de variáveis que interferem em diversos segmentos do ser humano seja ele profissional ou social e individual ou coletivo, assim esses níveis para se apresentarem em condições satisfatórios são necessários a estabilidade dessas partes.

Considerações finais

    Diante o exposto na revisão de literatura fica evidente a necessidade do trabalhador, nesse caso o policial, possuir um bom nível de QV. Isso porque são diversas searas do indivíduo, do coletivo e do ambiente de trabalho que são necessárias para atingir esse elevado nível, nota-se também que o aspecto saúde do trabalhador e sua correlação com a atividade física são pontos importantes e pontuais para seu bem estar e para a manutenção da capacidade de trabalho durante toda a sua carreira. Mostrando assim a necessidade da melhoria dessas variáveis para quem se encontra abaixo ou em níveis insatisfatórios e em contrapartida a manutenção de quem se encontra acima ou em satisfatória situação.

Referências

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