Pesquisa e produção do conhecimento na graduação em Educação  Física sob a óptica de docentes do curso da UEPA, Campus Santarém Research and knowledge production in graduate in physical education in the approach of teachers of course UEPA, Santarem Campus Investigación y producción de conocimiento en la graduación en Educación  Física según la consideración de los docentes de la UEPA, Campus Santarem
	*Licenciatura Plena em Educação Física, UEPA, Campus Santarém, PA **Pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior, FACINTER **Secretaria Municipal de Educação e Desporto, Assessoria de Esporte e Lazer Departamento de Educação Física Escolar, Santarém, PA ***Pós-graduação em Fisiologia do Exercício, FACIMAB, PA	Charlio Sousa Aguiar* ** charlioaguiar@hotmail.com Luiz Carlos Rabelo Vieira* *** luizcrvieira@hotmail.com (Brasil)
	Resumo           O objetivo do presente estudo foi analisar a prática da pesquisa e a produção do conhecimento na graduação em Educação Física na Universidade do Estado do Pará, Campus Santarém (UEPA/STM), na perspectiva de docentes do curso. Trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo levantamento. A amostra da pesquisa constou de cinco docentes (04 homens e 01 mulher) efetivos do curso de Licenciatura Plena em Educação Física da UEPA/STM. Todos assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. A coleta de dados foi realizada através de um questionário especialmente formulado para o presente estudo. As informações coletadas que apresentavam característica quantitativa foram organizadas e processadas através da estatística descritiva. Notou-se, na perspectiva da amostra estudada, que a prática da pesquisa é devidamente estimulada no curso em questão por ser considerada importante no processo de ensino-aprendizagem, sendo os acadêmicos esclarecidos da importância da mesma e como fazê-la. Já a produção do conhecimento quanto à área não é igualmente vista por todos os participantes, uns apontando ser significativa; outros citando a pesquisa necessitar de aplicabilidade e criar novos conhecimentos.           Unitermos: Pesquisa. Produção do conhecimento. Educação Física.   Abstract           The aim of this study was to evaluate the practice of research and knowledge production in the Physical Education graduation in Universidade do Estado do Pará, Santarém Campus (UEPA/STM), in the perspective of faculty members. This is a descriptive type of survey. The survey sample consisted of five teachers (04 men and 01 women) effective course of Full Degree in Physical Education UEPA/STM. All signed a consent form, according to Resolution 196/96 of the National Health Data collection was conducted through a questionnaire specially formulated for this study. The information collected showed that quantitative trait were arranged and processed using descriptive statistics. It was noted, in view of the sample, that the practice of research is properly stimulated on the course in question to be considered important in the teaching-learning process, and the students understood the importance of it and how to do it. The production of knowledge about the area is also seen by all participants, each aiming to be significant, others citing the need for research to generate new knowledge and applicability.           Keywords: Research. Knowledge production. Physical Education.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    A universidade é vista como um amplo complexo educacional, na qual são manifestados o ensino, a extensão e a pesquisa (TUBINO, 1994; TANI, 2000). Esta última, porém, é um dos critérios principais utilizados para a classificação das melhores Instituições de Ensino Superior. Isto se deve, sobretudo, à função que a universidade tem que é a de possibilitar meios para a investigação e transmissão de novos conhecimentos.

    Enquanto metas primordiais da pesquisa se têm a geração de novo conhecimento e/ou corroboração ou refutação de outro preexistente. Logo, ao desenvolver pesquisa pode se aprender tanto as bases do método científico como, conseqüentemente, os refinamentos técnicos de métodos existentes. Com isso, o conhecimento perpassa do indivíduo que a desenvolve à sociedade, onde ele é produzido (CLARK; CASTRO, 2003).

    Para Demo (1998), é importante que a pesquisa seja um dos meios de ensino da educação básica à universitária, por diferenciar a educação escolar e acadêmica de outras maneiras de educar. Nessa perspectiva, Kokubun (2003) reporta que o ato de pesquisar deve estar inserido nos cursos de graduação, e não apenas nos cursos de pós-graduação, visto que uma das condições essenciais para a manutenção de um curso de graduação é ter um corpo de conhecimento consolidado.

    O desenvolvimento de pesquisa requer competências. Teixeira (2006) cita as competências transversais do ofício de aluno que são os Três Atos Acadêmicos, a saber: o Ato de Estudar, o de Ler e o de Escrever textos. No primeiro, é importante destacar e exercitar a atenção, a memória e a associação de idéias para posteriormente ser organizado o tempo, o material e o local onde estudar. No segundo, destaca-se a leitura dirigida enquanto técnica eficaz para a adequada compreensão do que se lê. Já o terceiro é importante porque o estudante adquire, por hábito do exercício constante da escrita, bases da produção textual recorrente em sua área de concentração.

    A presente pesquisa justifica-se por lançar precedentes de investigação quanto à temática “pesquisa e produção de conhecimento” na área da Educação Física. Julga-se imperativa a presente proposta, visto que o referido curso é oferecido desde o ano de 1998 e que nenhum estudo foi direcionado a analisar o assunto.

    Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi analisar a prática da pesquisa e a produção do conhecimento na graduação em Educação Física na Universidade do Estado do Pará, Campus Santarém (UEPA/STM), na perspectiva de docentes do curso.

Referencial teórico

    Se para Carmo Júnior (1998) devemos nos firmar num terreno onde seja semeada radicalmente uma Educação Física como ciência rigorosa, Bracht (1999), por outro lado, contesta a Educação Física enquanto ciência, mas a considera estar interessada na ciência, ou nas explicações científicas. Esta reflexão requer aprofundamento no sentido de se alcançar a constituição do campo acadêmico da área em questão. Apesar, no entanto, dessa discussão ainda ser motivo de questionamentos constantes, acredita-se que o conhecimento decorrente dos mais diversos campos de estudos dessa área vem contribuindo significativamente nos aspectos bio-psico-sociais e culturais relacionados à atividade física e ao movimento humano.

    Embora expressiva, a produção do conhecimento no campo da Educação Física brasileira, conforme Falcão (2007), ainda continua sendo pautada por modelos empírico-analíticos e distanciada dos movimentos e jogos da cultura popular. Em estudo direcionado a promover o balanço da pesquisa em Educação Física no Nordeste do Brasil produzida por pesquisadores que atuam nos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Sergipe e região, Gamboa, Chaves e Taffarel (2007) perceberam que os temas mais estudados são sobre memória, cultura e corpo, escola, formação profissional/campo de trabalho, com tendência de aumento das abordagens epistemológicas crítico-dialéticas e fenomenológico-hermenêuticas, ao passo que as analíticas e positivistas tendem a diminuir.

    Em contraposição, Ribeiro (2010), ao investigar a produção intelectual na área em questão na Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), entre 2004 e 2010, percebeu grande recorrência dos temas ligados à saúde e à qualidade de vida, em contrapartida a outros temas menos recorrentes como a inclusão, a cultura e a mídia. Além disso, a autora notou uma menor produção intelectual decorrente da região Norte do país.

    Para Silveira e Tani (2008), a definição de uma clara identidade acadêmica ainda se constitui uma necessidade imperativa para a consolidação da Educação Física como uma área de conhecimento. De fato, a constituição do conhecimento dessa área requer uma sistematização. Esta se reflete no desenho curricular que se segue. Diante da complexidade dessa definição, Leal (2002), em um dos poucos estudos direcionados a tal intento, discutiu a grade curricular do curso de Educação Física do Campus de Jataí, UFG, no que se refere às disciplinas técnico-desportivas e sua articulação dentro do seu eixo de conhecimento, apontando para uma necessidade de ampliação da produção de conhecimento na área. Hunger e Rossi (2010) também frisam ser necessária uma mudança de mentalidade curricular para se concretizar os discursos pedagógicos dos cursos de Educação Física.

    A adequação dos currículos de preparação profissional na área, para atender ao novo perfil do mercado, vem sendo debatida desde a década de 90 (BARROS, 1998). De fato, o desenho curricular tem o papel de possibilitar subsídios para o futuro desenvolvimento de competência do graduando, por considerar as transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e educacionais ocorridas ao longo da história (CORREIA; FERRAZ, 2010). Quanto à Educação Física, o processo de formação de professores pode representar um espaço privilegiado para se exercitar um trato diferenciado em relação ao corpo (LÜDORF, 2010). Corpo em movimento consciente refere-se ao objeto de estudo dessa área do conhecimento.

    Por reconhecer seu objeto de estudo, o profissional de Educação Física deve demonstrar competência científica através do domínio dos conhecimentos relacionados com as disciplinas curriculares através de atividades de ensino, de pesquisa e de extensão. Atuar reflexivamente através da utilização da pesquisa científica como um instrumento de articulação entre a teoria e a prática (PICCOLI, 2009).

    Essas discussões sobre formação profissional, pesquisa e produção do conhecimento devem ser constantemente estimuladas nas Instituições de Ensino Superior no país, visto o aumento sem precedentes da tendência da oferta de cursos e vagas disponíveis, o que demonstra, de 1991 a 2004, um crescimento de aproximadamente 301% (HUNGER et al., 2006).

Metodologia

Tipo de estudo

    Trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo levantamento (Survey). Conforme Thomas e Nelson (2002), nesta modalidade de pesquisa se procura determinar práticas presentes ou opiniões de uma população especificada, podendo tomar a forma de um questionário ou entrevista.

Amostra da pesquisa

    A amostra da pesquisa constou de cinco docentes (04 homens e 01 mulher) efetivos do curso de Licenciatura Plena em Educação Física da UEPA/STM. Os mesmos foram obtidos de forma não-probabilística por conveniência (BERQUÓ; SOUZA; GOTLIEB, 1981). Para isso, foram seguidos os critérios de inclusão abaixo.

    Critérios de inclusão: lecionar há no mínino três anos no curso da referida Instituição; aceitar participar do estudo e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

Local da pesquisa

    A pesquisa foi realizada na UEPA/STM, que corresponde ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. A Instituição na cidade foi inaugurada no ano de 1999 e atualmente oferece cinco cursos (Educação Física, Fisioterapia, Medicina, Enfermagem e Música). Apresenta uma infra-estrutura composta por salas de aula, salas para tutorias, laboratórios diversificados e climatizados, biblioteca, ginásio poliesportivo, piscina e campo de futebol.

Coleta de dados

    A coleta de dados foi realizada através de um questionário (Apêndice 1) especialmente formulado para o presente estudo, com perguntas abertas e fechadas, o qual foi auto-aplicado. O instrumento consta de perguntas gerais e específicas.

Ética da pesquisa

    Para garantir o anonimato, os sujeitos foram codificados por suas iniciais e assinaram um TCLE de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) para o desenvolvimento de pesquisa com seres humanos (BRASIL, 1996). O TCLE foi obtido após o sujeito ser suficientemente esclarecido de todos os procedimentos do estudo.

    Foi garantida a privacidade dos sujeitos em limitar qualquer tipo de exposição pessoal, bem como a liberdade de deixarem de participar do estudo a qualquer momento, sem que houvesse qualquer forma de prejuízo ao seu atendimento ou represália. Além disso, os pesquisadores se responsabilizaram em manter com segurança as informações obtidas para a confidencialidade dos dados.

Análise e apresentação dos resultados

    As informações coletadas que apresentavam característica quantitativa foram organizadas e processadas através da estatística descritiva e são apresentadas em tabela. Para tanto, foi utilizada planilhas de cálculo do Microsof Office Excel©, versão 2007.

    As respostas obtidas, de acordo com os questionamentos estabelecidos, foram transcritas integralmente, processadas em termos de objetividade, complexidade, igualdade e contextualidade e são descritas ao logo do trabalho conforme a conveniência do tema abordado.

Resultados e discussão

Caracterização dos participantes do estudo

    Conforme a tabela 1, percebe-se que a amostra da pesquisa constou de cinco participantes, sendo quatro do gênero masculino e uma do feminino, com idade média de 42,8 anos (mínimo de 30 e máximo de 61 anos). Todos têm a titulação de Mestre. Apenas um leciona em outro curso além da Educação Física. O tempo médio de atuação como docente na Instituição foi de 6,2 anos (mínimo de 4 e máximo de 8 anos).

Tabela 1. Descrição dos dados da amostra (n=5)

    Todos os participantes relataram desenvolver pesquisas, na linha de pesquisa da Motricidade Humana, as quais são geralmente publicadas em periódicos científicos e em anais de congressos. Todos participam de grupo de pesquisa na Instituição e/ou em outras e estimulam os acadêmicos a desenvolver pesquisa. Apenas um docente relatou sentir dificuldades em promover pesquisa, por falta de interesse dos discentes.

A pesquisa como instrumento no processo de ensino aprendizagem na graduação

    No instrumento elaborado para a coleta de dados contém um questionamento sobre se o docente considera a pesquisa como um importante instrumento no processo de ensino-aprendizagem dos acadêmicos. Logo, todos os participantes responderam afirmativo, enfatizando ser a pesquisa uma forma de relacionar efetivamente a teoria e a prática, enfatizada como importante por Ghilardi (1998).

    Na opinião de um deles,

    a vivência da pesquisa subsidia ao acadêmico a oportunidade de experimentar novas formas de desenvolver conteúdos além de levá-lo a desfrutar a teoria de maneira prática, produzindo conhecimento com base científica (P1, 30 anos).

    Para Nascimento (1998), a pesquisa tem a função de incentivar a criatividade e a produção de novos conhecimentos.

Os acadêmicos e a pesquisa

    Em outro questionamento, perguntou-se se os alunos do curso concordam em promover pesquisa e se eles reconhecem sua importância. Novamente, todos os entrevistados responderam que sim. Além disso, os comentários foram similares no sentido de apontar que o valor da pesquisa aumenta com o passar do tempo, com o amadurecimento e a necessidade posterior. Comentou-se também a importância da produção e publicação de pesquisa no sentido de obtenção de pontuação em concursos públicos.

    A necessidade posterior se refere ao momento em que inicia a pós-graduação. Porém, deve-se reconhecer que o ato de pesquisar deve estar inserido nos cursos de graduação, e não apenas nos cursos de pós-graduação (KOKUBUN, 2003, BOTH; MALAVASI, 2006). Sendo estimulada desde sedo, há o favorecimento de competência profissional que envolve a capacidade que o professor tem para articular o conhecimento teórico à sua prática profissional (MAGALHÃES; ARANTES, 2009).

Esclarecimentos na graduação sobre “como desenvolver pesquisa”

    A partir do enfoque sobre os Três Atos Acadêmicos citados por Teixeira (2003), investigou-se se os acadêmicos são suficientemente informados sobre como desenvolver pesquisa acadêmica, pois esta requer a adequada atuação quanto ao estudo, à leitura e, principalmente, à escrita.

    Diante disso, a maioria dos participantes confirmou que os acadêmicos são informados a ponto de terem autonomia para desenvolver suas pesquisas. Isto se deve, pelo menos em parte, “aos docentes do curso terem esta consciência e a partir dela estimularem e esclarecerem as metodologias de pesquisa” (P4, 61 anos).

    Por outro lado, um docente mostrou-se contrário à tese, afirmando que a “universidade mostra apenas o caminho da pesquisa [...] ela não esclarece o acadêmico e nem desenvolve junto a ele a pesquisa” (P3, 52 anos).

    A leitura de textos acadêmicos disponibilizados em periódicos científicos estimula significativamente o desenvolvimento de pesquisas, mesmo que seja no sentido de produzi-las na perspectiva local. No sentido de analisar o perfil de leitura no curso de Educação Física, Moura, Matsudo e Andrade (2001) observaram que em média alunos do curso lêem 3,16 dias por semana, disponibilizando 1,16 h (±0,24) por dia. Além dos demais resultados, os autores concluíram que alunos apresentam um baixo volume de leitura.

    Como cita Piccolo (2004), há um adequado reconhecimento da importância da pesquisa na área da Educação Física, mas a maioria dos profissionais não a lê.

Produção de conhecimentos relevantes quanto à área na região

    Por fim, questionou-se se no Curso de Educação Física da UEPA/STM, são produzidos conhecimentos relevantes para a região.

    Notou-se que a maioria dos participantes considera significativa a quantidade e a importância das pesquisas desenvolvidas no referido curso.

    Considerando os trabalhos de conclusão de curso sem dúvida ao fim do ano são, em média, vinte e cinco produções científicas relevantes para a região oeste do Pará, nos mais diferentes aspectos da cultura corporal do movimento (P1, 30 anos).

    Como o Curso de Educação Física existe no Campus desde 1998, julga-se expressivo o número de trabalhos de conclusão de curso desenvolvidos. No entanto, nenhum esforço foi direcionado a promover o perfil das linhas de pesquisa nas quais esses trabalhos foram baseados.

    Considerando-se a produção das monografias de graduação em uma universidade do país, no período de 1995 a 2004, Rocha (2009) identificou investimentos na produção do conhecimento, em termos de objetivos, metodologias e linhas de pesquisa. Esse processo contribuiu para se refletir sobre a configuração do conhecimento científico na Educação Física e os domínios das ciências naturais, humanas e sociais. No mesmo sentido apontado nessa pesquisa acredita-se que está encaminhando a pesquisa na UEPA/STM, pois é notório o paulatino incentivo à pesquisa e produção do conhecimento. Destaca-se que somente em 2010 ocorreu o primeiro evento científico direcionado a publicar estudos desenvolvidos no Campus. Nele, foi notório o número de trabalhos da área da Educação Física, caracterizados pelo bom referencial teórico, metodologia consistente, importante análise estatística e resultados satisfatórios. Logo, acredita-se que haverá maiores avanços das pesquisas, pois, além desse, outros eventos pretendem ser executados com o intuito de promover produção científica local quanto à área da Educação Física.

    Dois docentes, no entanto, relataram que as pesquisas que são desenvolvidas necessitam de aplicabilidade ou apenas reproduzem conhecimento, não o criam.

    Pelo que tenho visto a produção acadêmica passa pela realidade local, logo a pesquisa deixa a desejar no sentido da aplicabilidade dos resultados (P2, 39 anos).

    A produção de conhecimento na área em questão ainda deixa a desejar, pois não são produzidos conhecimentos (P5, 30 anos).

    Uma forma de estimular a produção de conhecimentos relevantes diz respeito à concessão de bolsas de produtividade em pesquisa e financiamento de pesquisas por órgãos de fomento à pesquisa no país (MOLINA NETO et al., 2006). Esse sistema gradativamente vem sendo incentivado na UEPA/STM. Porém, muitos obstáculos devem ser ultrapassados para que seja fomentada a produção do conhecimento, o que requer a revisão de modelos de currículo perpassando à devida capacitação de docentes.

Conclusão

    Na perspectiva da amostra estudada, a prática da pesquisa é devidamente estimulada no curso de Educação Física da UEPA/STM, por ser considerada importante no processo de ensino-aprendizagem, sendo os acadêmicos esclarecidos da importância da mesma e como fazê-la. Já a produção do conhecimento quanto à área não é igualmente vista por todos os participantes, uns apontando ser significativa; outros citando a pesquisa necessitar de aplicabilidade e criar novos conhecimentos.

    Sugere-se, portanto, o desenvolvimento de estudos adicinais direcionados a analisar os elementos norteadores da formação acadêmica na área da Educação Física na UEPA/STM, como a constante revisão da proposta de curriculo, perspectiva de acadêmicos e egressos, enfoque e linha de pesquisa dos trabalhos de conclusão de curso.

Referências

• BARROS, J. M. C. Preparação profissional em Educação Física e esporte: propostas dos cursos de graduação. Motriz, v.4, n.1, p. 12-17, 1998.

• BERQUÓ, E. S.; SOUZA, J. M. P.; GOTLIEB, S. L. D. Bioestatística. 2. ed. São Paulo: EPU, 1981.

• BOTH, J.; MALAVASI, L. M. Pesquisa e formação inicial na Educação Física: algumas considerações. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 11, n. 102, 2006. http://www.efdeportes.com/efd102/pesquisa.htm

• BRACHT, V. Educação Física & ciência: cenas de um casamento (in)feliz. UNIJUÍ: Ijuí, 1999.

• BRASIL. Normas para a realização de pesquisa em seres humanos. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96 1996.

• CARMO JÚNIOR, W. Educação Física e a ciência, qual ciência? Motriz, v.4, n.1, p. 44-51, 1998.

• CLARK, O. A. C.; CASTRO, A. A. A pesquisa. Pesquisa em Odontologia Brasil, v.17, supl 1, p. 67-69, 2003.

• CORREIA, R. N. P.; FERRAZ, O. L. Competências do professor de educação física e formação profissional. Motriz, v.16, n.2, p. 281-291, 2010.

• DEMO, P. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados. 1998.

• FALCÃO, J. L. C. A produção do conhecimento na Educação Física brasileira e a necessidade de diálogos com os movimentos da cultura popular. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.29, n.1, p. 143-161, 2007.

• GAMBOA, S. S.; CHAVES, M.; TAFFAREL, C. A pesquisa em Educação Física no nordeste brasileiro (Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe), 1982-2004: balanço e perspectivas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.29, n.1, p. 89-106, 2007.

• GHILARDI, R. Formação profissional em Educação Física: a relação teoria e prática. Motriz, v.4, n.1, p. 01-11, 1998.

• HUNGER, D. A. C. F.; ROSSI, F. Formação acadêmica em Educação Física: perfis profissionais, objetivos e fluxos curriculares. Motriz, v.16, n.1, p. 170-180, 2010.

• ________________________; NASCIMENTO, J. V.; BARROS, M. V. G.; HALLAL, Pedro C. Educação física. IN: HADDAD, Ana E. (Org.). A trajetória dos cursos de graduação na saúde. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2006.

• NASCIMENTO, J. V. A formação inicial universitária em Educação Física e desportos: uma abordagem sobre o ambiente percebido e a auto-percepção de competência profissional de formandos brasileiros e portugueses. 1998. Tese (Doutorado em Ciências do Desporto). FCDEF - Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física. UP - Universidade do Porto. Porto.

• KOKUBUN, E. Pós-Graduação em Educação Física no Brasil: indicadores objetivos dos desafios e das perspectivas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.24, n.2, p. 09-26, 2003.

• LEAL, C. R. A. A. G. Educação Física: Os conflitos entre teoria e prática nas disciplinas técnico-desportivas. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.10, n.3, p. 55-57, 2002.

• LÜDORF, S. M. A. Formação de professores de Educação Física: retratos de uma instituição. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Educação Física, v.2, n.1, p. 126-136, 2010.

• MAGALHÃES, É.; ARANTES, A. C. A competência profissional e o professor de Educação Física. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 13, n.128, 2009. http://www.efdeportes.com/efd128/a-competencia-profissional-e-o-professor-de-educacao-fisica.htm

• MOLINA NETO, V.; GÜNTHER, M. C. C.; BOSSLE, F.; WITTIZORECKI, E. S.; MOLINA, R. M. K. Reflexões sobre a produção do conhecimento em Educação Física e ciências do esporte. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.28, n.1, p. 145-165, 2006.

• MOURA, E. S.; MATSUDO, S. M.; ANDRADE, D. R. Perfil do hábito de leitura de alunos do curso de Educação Física do Centro Universitário UniFMU. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.9, n.2, p. 29-37, 2001.

• PICCOLI, J. C. J. O perfil profissiográfico em Educação Física para o século XXI: reflexão de uma nova perspectiva. Revista Conhecimento Online, v.1, p. 01-12, 2009.

• PICCOLO, V. L. N. A produção de conhecimento em Educação Física. Corpoconsciência, n.13, p.15-22, 2004.

• RIBEIRO, L. C. A identidade da produção intelectual em Educação Física no Brasil (2004-2010). EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 15, n.151, 2010. http://www.efdeportes.com/efd151/a-identidade-da-producao-em-educacao-fisica.htm

• ROCHA, S.; NÓBREGA, T. P. Análise de conteúdo das monografias de graduação em Educação Física na UFRN. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 14, n.131, 2009. http://www.efdeportes.com/efd131/analise-de-conteudo-das-monografias-em-educacao-fisica.htm

• SILVEIRA, S. R.; TANI, G. Educação Física como área de conhecimento na Escola de Educação Física e Esporte da USP: um estudo da sua trajetória e constituição a partir do seu periódico institucional. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v.22, n.1, p. 35-44, 2008.

• TANI, G. Os desafios da Pós-Graduação em Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.22, n.1, p. 79-90, 2000.

• TEIXEIRA, E. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

• THOMAS, J. R.; NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. Porto Alegre: Artmed, 2002.

• TUBINO, M. J. G. A relevância da pesquisa nas universidades dos países subdesenvolvidos. Motus Corporis, v.1, n.2, p. 22-29, 1994.

Outros artigos em Portugués

	Búsqueda personalizada
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 164 | Buenos Aires, Enero de 2012 © 1997-2012 Derechos reservados