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Perda hídrica em atletas amadores de judô com idade escolar

Pérdida hídrica en los atletas de judo amateur en edad escolar

Wather loss in amateur judo athletes with school age

 

*Graduado em Educação Física no Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná

Departamento de Educação Física (CEULJI/ULBRA), RO

**Graduanda em Enfermagem nas Faculdades Integradas Aparício de Carvalho

Departamento de Enfermagem, RO

***Mestre em Ciência da Motricidade Humana, Universidade Estácio de Sá, UNESA

Departamento de Fisioterapia, RJ

****Mestre em Ciência da Motricidade Humana, professor adjunto e pesquisador

Departamento de Educação Física da Faculdade Metropoltana e Departamento

de Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional

das Faculdades Integradas Aparício Carvalho, RO

Caio Itaru Toshimitsu de Oliveira*

caiotoshimitsu@hotmail.com

Anna Carina Faria Ferreira Valentim**

annacffvalentim@gmail.com

Conceição Eleonora Ferreira Vasconcelos***

eleonoravas@terra.com.br

João Rafael Valentim Silva****

p.jrvalentim@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A hidratação é um importante ponto acerca da fisiologia haja vista que a perda hídrica recorrente a diversos estímulos como o exercício pode ser um fator limitante do exercício e até provocar diversos problemas de saúde. O objetivo foi verificar a perda hídrica de atletas amadores de judô com idade escolar durante uma aula. Para tanto selecionou-se vinte e cinco atletas amadores de judô com idade média de 13,08 ± 1,49 anos, de ambos os sexos praticantes de judô há ao menos três meses. Mensurou-se a perda hídrica através do método de coloração da urina de Armstrong (1994), a massa corporal através do método de pesagem, a bioimpedância através da técnica bipolar manual e o índice de massa corporal. O tratamento estatístico utilizado foi o teste t de students bilateral para amostras relacionadas com significância de 5%. O teste t demonstrou que há uma desidratação de antes para após do treinamento (p=0,043), enquanto a massa corporal (p=0,81), a bioimpedância (p=0,73) e o IMC (p=0,83) se mantiveram inalterados. Conclui-se, portanto, que judocas amadores em idade escolar podem apresentar uma perda hídrica importante após uma aula de judô.

          Unitermos: Hidratação. Exercício. Urina.

 

Abstract

          Hydration is an important point about where the water loss physiology applicant to various stimuli such as exercise can be a limiting factor for the year and to provide various health problems. The objective was to determine the water loss during a judo class in school-aged mature judo with a mean age of 13.08 ± 1.49 years, of both sexes judo practioners there are at least three months. We measured the water loss through the urine staining method of weighing, bioelectrical impedance using bipolar technique manual and body mass index. The statistical t test was used for samples of students related to bilateral significance level of 5%. The t test showed that there is a dehydration before to after training (p=0.043), while body mass (p=0.81), bioimpedance (p=0.73) and BMI (p=0.83) were unchanged. We conclude therefore that amateur judo school age may haven important water loss after a judo class.

          Keywords: Hydration. Exercise. Urine.

 

Resumen

          La hidratación es un tema importante de la fisiología, ya que la pérdida recurrente de agua a diversos estímulos como el ejercicio puede ser un factor limitante e incluso causar muchos problemas de salud. El objetivo fue determinar la perdida de agua de los aficionados en una escuela de judo durante una sesión. Se seleccionaron veinticinco atletas de judo amateur con una edad media de 13,08 ± 1,49 años, masculino y femenino durante al menos tres meses de práctica. La medida a la pérdida de agua se realizó a través de método de coloración de la orina de Armstrong (1994), la masa a través del pesaje, la impedancia bioeléctrica bipolar y el índice de masa corporal. En el tratamiento estadístico se utilizó la prueba t de Student para muestras relacionadas con una significancia del 5%. La prueba t muestra que hay una deshidratación antes y después del entrenamiento (p=0,043), mientras que la masa corporal (p=0,81), la bioimedancia (p=0,73) y el IMC (p=0,83) se mantuvieron sin cambios. Se concluye, por lo tanto, que un aficionado al judo puede tener una pérdida importante de agua después de una clase de judo.

          Palabras clave: Hidratación. Ejercicio. Orina.

 

          Artigo original não baseado em tese, não apresentado em reunião científica ou qualquer outro tipo de encontro e não possuiu fomento de qualquer espécie.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A tradução de judô quer dizer “caminho da suavidade” ju significa “suave” e do significa “caminho” então o conhecido esporte do caminho suave. (FRANCHINI, 2003) O mestre Kano tinha a intenção por intermédio do judô trabalhar indispensavelmente com a parte educacional. (FRANCHINI, 2003)

    Através dessa forma de ensino, Kano para a pratica do judô como Educação Física escolheu três formas de treinamento o randori, o Kata e métodos catequéticos. Forma-se uma educação perfeita para o ensino do judô por meio da presença destas três características de educação. Porém, essas práticas esportivas são muitas das vezes vigorosas promovendo alterações em condições fisiológicas.

    Greenleaf (1992) diz que do peso corporal de um ser humano è constituído por cerca de 60% de água se unirmos todo o conteúdo das moléculas de água de um individuo. O nível de hidratação de um individuo pode ter variações os principais são: euidratação “estado normal”, hiperidratação “aumento do volume de liquido” e a “diminuição da quantidade de liquido” hipoidratação (MARQUEZI, 1998).

    De acordo com a ACMS,(1996) para um individuo pode melhorar seu desempenho, e prevenir maiores conseqüências para sua saúde apenas ingerindo 400 a 600 ml de água cerca de 2 horas antes do treinamento.

    Segundo Artioli (2006) as modalidades como as artes marciais apresentam a massa corporal como um dos critérios de separação das categorias dos atletas. Em decorrência dessa divisão por categorias, vários atletas escolhem por diminuir a massa corporal no intuito de enfrentarem adversários com um porte físico menor e conseqüentemente sendo mais fracos. Por conta deste interesse de competir em uma categoria mais leve que a sua, os atletas optam por perder esse “excesso de peso” de uma forma brusca (LEYDON, 2002; MOORE, 2002; PERRIELLO, 2001).

    Cohen (2000), diz que através da desidratação descontrolada com a utilização de formas errôneas para a diminuição de peso nos períodos pré competitivos tem sido apresentadas como um dos fatores principais em relação à queda no desempenho em competições. Conseqüentemente afetando também à saúde dos mesmos, tais como, o equilíbrio eletrolítico, principalmente do mineral cálcio, podendo causar fraturas por estresse devido uma baixa mineralização óssea.

    Estudos de Greenleaf (1992) mostra que a desidratação è o procedimento em que há uma diminuição da quantidade de liquido existente em nosso corpo. E reidratação consiste na recuperação dessa quantidade de liquido que perdemos durante o dia. A desidratação realizam-se de formas variadas, tais como, na transpiração, respiração, fezes, urina, e também através da pele (GUYTON, 2000).

    Marquenzi (1998) diz a transpiração tem um objetivo especifico que è o de regular a temperatura do corpo quando ela começa a aumentar. Algumas reações dependem grandemente da temperatura e da umidade do ar como, a evaporação do suor e a taxa de sudorese.

    A utilização de diurético por atletas pode causar uma hipocalemia que pode apresentar riscos à saúde de um atleta, pois causa uma diminuição de potássio muda o funcionamento da bomba sódio-potássio, podendo a mesma, em níveis críticos, levar o atleta a morte (MARINS, 2000a). Com o uso de diuréticos os atletas sofrer uma disfunção neuromuscular (SAWKA e MONTAIN, 2000), segundo Marins (2000b) a utilização desse tipo de droga pode causar vários efeitos, como, a diminuição de reflexos, distensão abdominal, vomito, anorexia, desmaio, tontura, diminuição dos desempenhos, causarem cãibras e ocorrer hipotensão arterial excessiva e depressão mental. Um dos pontos principais para a carreira competitiva de um atleta e o uso de diuréticos será o fato de que esta droga faz parte da relação de agentes causadores de DOPING da Agencia Mundial Anti-Doping (World Anti-Doping Agency - WADA, 2005).

    Assim o presente estudo objetivou verificar a perda hídrica durante uma aula de judô em atletas amadores com idade escolar.

Materiais e métodos

    O presente estudo obedeceu às orientações e deliberações da lei 196/96 acerca de todos os seus pontos e só foi iniciado após a aprovação do Conselho de Ética e Pesquisa em Seres Humanos (CEPE) do Centro Universitário Luterano de Ji-Parana (CEULJI/ULBRA) sob o número de protocolo 027/11.

Grupo voluntário

    O grupo voluntário da presente investigação foi composto por vinte e cinco atletas de judô com idade média de 13,08 ± 1,49 anos, de ambos os sexos praticantes de judô há ao menos três meses. No município de Ji-Paraná do estado de Rondônia.

Procedimentos

    Para a realização da presente pesquisa os dados foram coletados nos locais de pesquisa (academias ou ginásios onde estarão ocorrendo os treinamentos), do estado de Rondônia.

    Para a verificação da hidratação desses indivíduos foi utilizado o teste de coloração da urina de Armistrong (1994) que copara a corda urina em uma escala que vai de 1 a 8 onde um representa uma cor clara e consequentemente mais hidratado, enquanto o oito uma cor mais escura representando uma maior desidratação e o que se encontra entre esses valores é uma gradação de cores do mais claro para o mais escuro. A comparação das cores da urina foi feita por três pessoas, os dois pesquisadores e mais uma pessoa que estivesse presente no momento. O valor da cor da urina só foi atribuído se ao menos dois concordassem. A urina foi coletada em potes de plásticos apropriados para tal objetivo completamente translúcidos que não alteravam a cora do líquido presente no seu interior.

    Com o objetivo de se avaliar a massa corporal utilizou-se uma balança eletrônica da marca Filizola, com precisão de 100g onde os indivíduos foram colocados de pé olhando o horizonte, imóveis e homens com sunga de praia ou cueca e meninas com biquíni ou maiô.

    Para a medida de estatura, utilizou-se o estadiômetro da marca WCS do modelo Wood Compact com o olhar no horizonte, joelhos completamente estendidos, postura ereta e pés paralelos.

    Finalmente para a coleta dos dados referentes à bioimpedância foi utilizado o parelho Analisador de Composição Corporal bipolar através do método Hand-to-Hand da marca OMRON, modelo HBF-306. Vide Anexo III.

Condições ambientais

    A temperatura média dos dias de coleta de dados foi de 32,75 ± 2,62ºc enquanto a umidade relativa do ar média ficou em 73,75 ± 6,13°c.

Tratamento estatístico

    O tratamento estatístico será realizado de maneira descritiva e inferencial. Para a descrição dos dados serão utilizadas média, desvio padrão, tabelas e figuras. Já para o tratamento inferencial, será utilizado o teste “t” de estudantes bilateral para amostras relacionadas com significância de 5%.

Resultados

    Os resultados acerca da massa corporal não apresentaram diferença no teste t de students (p=0,81) com média de 47,78 ± 12,62 e 46,93 ± 12,70 do pré para o pós teste respectivamente. A figura 1 demonstra esse dados.

Figura 1. Demonstração dos dados do pré para o pós teste dos valores da massa corporal

    Os resultados acerca da bioimpedância não demonstraram diferença no teste t de students (p=0,73) com média de 20,12 ± 8,61 e 19,2 ± 8,57 do pré para o pós teste respectivamente. A figura 2 demonstra esses dados.

Figura 2. Demonstração dos dados do pré para o pós teste dos valores da bioimpedância corporal

    Os resultados acerca do índice de massa corporal não demonstraram diferença no teste t de students (p=0,83) com média de 20,34 ± 3,83 e 20,65 ± 3,79 do pré para o pós teste respectivamente. A figura 3 demonstra esses dados.

Figura 3. Demonstração dos dados do pré para o pós teste dos valores do índice de massa corporal

    Os resultados acerca da coloração da urina demonstraram diferença no teste t de students (p=0,043) com média de 3,2 ± 0,91 e 3,84 ± 1,24 do pré para o pós teste respectivamente. A figura 4 demonstra esses dados.

Figura 4. Demonstração dos dados do pré para o pós teste dos valores da coloração da urina

Discussão

    O objetivo da presente pesquisa foi identificar a perda hídrica de atletas amadores de judô de antes a após uma aula.

    A massa corporal é composta por inúmeros fatores, dentre eles a quantidade de líquidos no corpo. Para Greenleaf (1992) o peso corporal de um ser humano è constituído por cerca de 60% de água se unirmos todo o conteúdo das moléculas de água de um individuo.

    Mesmo em climas frios e úmidos o resultado de exercícios leva à sudorese e isso por si só é capaz de provocar algum grau de desidratação, porém a quantidade de perda hídrica depende da intensidade, duração, modalidade de exercício, vestimenta, temperatura e umidade relativa do ar. Além disso, a estratégia de hidratação utilizada antes, durante e após o período em que a pessoa é submetida à situação de exercício pode alterar a perda hídrica (ACMS,1996).

    O resultado da perda hídrica pode ocasionar uma redução acentuada na volemia levando a complicações cardiovasculares (FLECK, 1997).

    Ainda em Fleck (1997) a diminuição da massa corporal em decorrência da sudorese é um bom indicador de perda hídrica, porém essa não ocorre de maneira linear durante o exercício podendo sofrer fortes interferências caso líquidos sejam administrados antes da pesagem. No presente estudo o peso corporal não sofreu modificações embora, tenha sido demonstrado, através da colorimetria da urina, uma importante desidratação.

    Um adequado estado de hidratação só é mantido quando se consome líquidos antes, durante e após a atividade física, pois a perda de líquidos através do suor e da respiração e a consequente reposição de líquidos só equilibrará novamente os tecidos corporais após duas ou quatro horas (MAHAN, 2002)

    Acerca da bioimpedância, mesmo sabendo que o mesmo precisa ser realizado sob condições fisiológicas rigorosas, o mesmo pode ser um bom preditor de perda hídrica também, já que o mesmo faz passar através do corpo uma pequena corrente elétrica e a mesma é analisada entre dois pontos. Sabendo-se que a resistência a essa corrente elétrica é alterada pela condutância elétrica e a mesma é influenciada pela quantidade de líquido presente no tecido, a alteração na concentração de líquidos podem modificar esses valores. Os dados do presente estudo não mostraram diferença na bioimpedância do de antes para após uma aula de judô (p=0,73). Esses dados vão de encontro à literatura corrente que relata que alterações hídricas resultam em alterações significativas no percentual de gordura no exame de bioimpedância.

    Quanto à coloração da urina, obteve-se diferença no teste t de students (p=0,043). O índice de coloração da urina é um dos métodos não invasivos mais precisos para se acessar os níveis de hidratação de diferentes pessoas. Armistrong (1994) publicou uma tabela com gradação de oito cores onde, o equivalente ao número 1 é representado por uma cor mais clara e translúcida sendo referente a um nível de hidratação maior enquanto o 8 mais escura e turva, indicando um nível de hidratação menor. Sabendo-se que a diluição da urina se deve a uma maior quantidade de água na urina, que isso é dependente de uma maior ou menor filtração glomerular e que em condições de pouca água no organismo essa filtração diminui fazendo uma receptação de água no túbulo distal, esse método pode ser um excelente indicador de concentração de líquidos no organismo.

    Semelhantemente a diferentes pesquisas realizadas por Yeargin (2006) e Godek (2005), que verificaram os níveis de hidratação os nossos dados corroboram com os achados desses autores indicando uma importante, até severa desidratação após um jogo de futebol. A mesma variável quando pesquisada em atletas adolescentes apresenta o mesmo comportamento para futebol de campo como afirma McDermott (2009) e para esportes de verão como postula Decher (2008).

    No presente estudo, hipostenizou-se da mesma forma que Yeragin (2010), que postulou a hipótese de que o status de hidratação não deveria se modificar durante uma sessão de treinamento, porém, os nossos resultados demonstram uma tendência à desidratação antes e depois do momento pós treinamento indicando que uma sessão de treinamento é capaz de promover uma perda hídrica importante, devendo portanto, haver uma adequação da estratégia de hidratação antes, durante e após o envolvimento com atividade física mais intensa.

    Portanto, pode-se concluir que um aula de judô pode aumentar a perda hídrica proporcionando uma menor diluição da urina e sugerindo uma desidratação em atletas amadores de judô em idade escolar.

Referências bibliográficas

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