Índice de massa corporal de crianças obesas Indice de masa corporal en niños obesos |
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*Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC Atualmente é aluno especial do Mestrado em Atividade Física e Saúde, UFSC Atua profissionalmente como Professor de Educação Física Escolar e Personal Trainer **Doutoranda UFSC. Profa. Dra. Maria de Fátima da Silva Duarte Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação Física UFSC |
Wagner Luiz Testa* Lisiane Schilling Poeta** (Brasil) |
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Resumo Introdução: A prevalência da obesidade em crianças vem aumentando rapidamente. Objetivo: verificar a média do índice de massa corporal (IMC) de um grupo de crianças obesas. Método: amostra foi composta por 47 crianças obesas (23 meninos e 24 meninas), com idade entre 6 e 12. Para avaliar o IMC, foram verificadas a massa corporal e estatura utilizando os critérios do NCHS-CDC (2000) como também para classificação da obesidade. Na análise dos resultados, foi utilizada a estatística descritiva, por meio da média e desvio padrão. RESULTADOS: a média do IMC foi 28,10 -+ 4,73; máximo de 43,97; e mínima de 20,71. Conclusão: conclui-se que o grupo deve ser acompanhado por uma equipe interdisciplinar: médico; educador físico; nutricionista e psicólogo, para que se possa reduzir o índice de massa corporal para níveis desejáveis. Unitermos: Obesidade. Crianças. Índice de massa corporal.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A obesidade vem aumentando rapidamente, sendo considerada uma verdadeira epidemia, atingindo desde adultos a crianças (WHO, 2000). Entre as crianças norte-americanas na faixa etária dos 9 aos 11 anos a obesidade aumentou em 54%, e em adolescentes entre 12 e 17 anos, este crescimento está na faixa de 39% (POWERS, HOWLEY 2000).
Estudos demonstram a relação de que 26% a 41% das crianças pré-escolares obesas tornaram-se adultos obesos (SERDULA, 2004). As crianças têm menos complicações com a obesidade quando comparadas com adultos, contudo a relação de obesidade na infância com as doenças que acometem os adultos é muito preocupante (BOUCHARD & BLAIR 2002; ALVES, 2001 APUD SILVA et al 2007).
A obesidade tornou-se um problema de saúde publica (NAHAS, 1999). Muitos estudiosos tentam explicar as causas desse aumento exagerado na população infantil. As explicações mais prováveis são classificadas em três categorias: a genética; a influência do ambiente e da combinação dos dois. (TADDEI, 1997). Ou também as causas dividem-se em causas internas, como os fatores genéticos; e as causas externas como sedentarismo, maus hábitos alimentares e problemas psicológicos (DAMASO, 2001).
Desta forma, diante dessa realidade, este estudo tem como objetivo: analisar o índice de massa corporal (IMC) de um grupo de crianças obesas.
Método
Característica da pesquisa
Este estudo é do tipo descritivo analítico.
População e amostra
A população foi constituída por crianças obesas escolares do sexo masculino e feminino, com idades entre 8 e 9 anos, atendidas nos ambulatórios do Hospital Infantil Joana de Gusmão de Florianópolis/SC nos anos de 2008/2009, residentes no município de Florianópolis/SC. O Hospital Infantil foi escolhido por ser um centro de referência estadual para a doença.
A seleção da amostra foi intencional, atendendo a característica: apresentar índice de massa corporal ≥ percentil 95 (CDC 2000).
A amostra foi composta por 47 crianças obesas (23 meninos e 24 meninas), com idade entre 6 e 12, participantes de um programa de intervenção com atividade física e orientação nutricional. Essas avaliações foram realizadas antes do inicio do programa.
Variável de estudo
Para avaliar o índice de massa corporal, foram verificadas a massa corporal e estatura utilizando os critérios do NCHS-CDC (2000), como também para classificação da obesidade.
Instrumentos de medida
Para avaliação do IMC
Balança eletrônica, com precisão de 100 gramas, para aferir a massa corporal.
Estadiômetro (fixado na parede com escala e precisão de 1 milímetro), para medir a estatura, tomando-se como pontos de referência o vértex e a região plantar. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado pela divisão da massa corporal (Kg) pela estatura(m) elevada ao quadrado (kg/m2) segundo os critérios do CDC (2000).
Análise dos dados
Na análise dos resultados, foi utilizada a estatística descritiva, por meio da média e desvio padrão.
Resultados
A média do índice de massa corporal foi 28,10 -+ 4,73; máximo de 43,97; e mínima de 20,71 (Quadro 1). Os resultados evidenciaram que o grupo de crianças obesas apresentou o índice de massa corporal bem acima da faixa recomendada para essa faixa etária. Além disso, a média do índice de massa corporal dessas crianças é maior que a faixa recomendável para população adulta.
Quadro 1. Análise da média do IMC
Discussão
Devido ao aumento da prevalência da obesidade infantil, é necessário cada vez mais, que os profissionais da saúde e educadores estudem maneiras a intervir e prevenir o problema. A prevenção da obesidade infantil irá prevenir o risco de várias outras doenças, como de morte quando a obesidade persistir pela vida adulta. (MACARDLE, et al. 2008)
Diante dos resultados encontrados, observa-se que além do grupo de crianças estudadas serem obesa, ou seja, apresenta um IMC≥ percentil 95 (CDC, 2000), a media do IMC no grupo esta muito alta para a faixa etária estudada. A faixa normal do IMC seria o Percentil 75, onde varia conforme a idade e sexo, na amostra deste estudo a média normal IMC ficaria entre 16 e 21 (CDC 2000).
Vários estudos demonstram resultados positivos na adoção de hábitos saudáveis como a prática da atividade física e uma alimentação equilibrada em adultos. Já se conhece alguns dos benefícios que atividade física tem na saúde das crianças e adolescentes (ACMS, 2000), contudo as informações ainda não são suficientes (BAR-OR, 2003). Os estudos de intervenção em crianças ainda são restritos no detalhamento dos resultados (BERLEZE 2008).
Dessa forma, os resultados desse estudo demonstram que as crianças não estão simplesmente com obesidade, mas em media elas estão muito obesas (Quadro 1). É de extrema importância os fatores de intervenção no combate a obesidade; é fundamental a mudança consciente, nos hábitos não só alimentares e da prática de atividade física, mas de vida de um modo geral. (FISBERG, 2006; DAMASO, 2001 APUD BERLEZE, 2008).
Conclusão
Pode-se concluir que o grupo deve ser acompanhado por uma equipe interdisciplinar: médico; educador físico; nutricionista e psicólogo, para que se possa reduzir o índice de massa corporal para níveis desejáveis.
Referências
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. Setima edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
BAR-OR O. A epidemia de obesidade juvenil: a atividade física é relevante? Gatorade Sports Science Institute.v.38; 2003.
BERLEZE, Adriana. Efeitos de um programa intervenção motora em crianças, obesas e não obesas, nos parâmetros motores, nutricionais e psicossociais. 186f. Tese Doutorado – Escola de educação física – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2008.
CDC - CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). National Center for Health Statistics. CDC Growth Charts: United States. Atlanta: CDC, 2000. Disponível em: http://www.cdc.gov/growthcharts/. Acesso em: 06/04/2010.
DAMASO, A. Nutrição e exercício na prevenção de doenças. Rio de Janeiro: Meds, 2001.
MCARDLE, W.D; KATCH, F.I; KATCH, V.L. Fisiologia do Exercício – Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Sexta Edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
NAHAS, MV. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 2006
SERDULA MK, IVERY D, COATES RJ.Do obese children become obese adults? A review of the literature. Prev Med, v. 22:167-77, 2004.
SILVA, A.J. Obesidade Infantil. Montes Claros. 2007.
TADDEI, J.A.A.C. Epidemiologia da Obesidade na Infância e adolescência. In: FISBERG, M. (Ed.). Obesidade infância e adolescência. São Paulo: Fundação BYK, 1995.
WHO. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation. WHO Technical Report Series Nº 894. Geneva: World Health Organization, 2000. Acessado em 05/03/2010, disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/index.html
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