Halterofilismo Paraolímpico Levantamiento de Pesas Paraolímpico Weightlifting Paralympic |
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*Universidade Federal de Uberlândia, UFU **Centro Universitário do Triângulo, UNITRI (Brasil) |
Jéssica Pereira Nascimento* Letícia Baioco* Marília Melo Dias* Yuri Garcia Ribeiro** Narendranath Lacerda Pacheco Filho** |
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Resumo Introdução: Com o fim da 2ª Guerra Mundial, o grande número de combatentes que sofreram graves lesões corporais tomou conta dos países europeus que participaram do conflito. Essa nova realidade influenciou o início de um trabalho de reabilitação médica e social de veteranos de guerra. São essas as raízes dos esportes paraolímpicos, que por meio da prática de atividade esportiva, é possível restabelecer a saúde física e mental do indivíduo. O halterofilismo apareceu pela primeira vez em uma Paraolimpíada, em 1964, em Tóquio. A deficiência dos atletas era exclusivamente lesão da coluna vertebral. Até os Jogos de Atlanta (1996), somente os homens competiam. Ao contrário do que possa parecer, a modalidade não depende só de força, mas também de técnica. Tamanho crescimento foi ocasionado pela participação feminina, de competidores amputados, paralisados cerebrais, dentre pessoas com outros tipos de deficiência motora. As regras do esporte são similares às adotadas em competições olímpicas. O Comitê de Halterofilismo do Comitê Paraolímpico Internacional é o órgão responsável pela administração e desenvolvimento da modalidade, criado em 1989. É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal, como no halterofilismo convencional. São elegíveis para competir atletas amputados, les autres -que significa “os outros” (inclui todos os outros que não se enquadrem nos grupos já citados)- com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia cerebral e atletas das classes de lesões na medula espinhal. Os competidores precisam ter a habilidade de estender completamente os braços com não mais de 20 graus de perda em ambos os cotovelos para realizar um movimento válido de acordo com as regras. Objetivo: Realizar uma revisão de literatura expondo a relação do halterofilismo paraolímpico com o halterofilismo convencional, as deficiências que se enquadram dentro desse esporte, e posteriormente um estudo histórico e as características e regras do mesmo. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura com artigos, teses e alguns materiais da internet acerca do assunto, durante o segundo semestre do ano de 2011. Resultados: Promoção da melhoria nas condições de reabilitação e reinserção social das pessoas com deficiência, e através da parceria da Universidade Federal de Uberlândia com o Comitê Paraolímpico Brasileiro a criação do primeiro Centro de Treinamento de Halterofilismo Paraolímpico do país. Conclusão: O halterofilismo paraolímpico assim como os outros esportes paraolímpicos é fruto de uma realidade pós-Segunda Guerra Mundial, com a finalidade de restabelecer a saúde física e mental dos indivíduos. É um esporte de auto-rendimento que se diferencia em poucos pontos do esporte convencional, e assim como o outro, seu sistema de classificação obedece ao peso dos atletas. Enfim, é um esporte que está adquirindo seu espaço, principalmente na cidade de Uberlândia, por ser o primeiro centro de treinamento para tal modalidade.Unitermos: Halterofilismo paraolímpico. Halterofilismo. Regras.
Abstract Introduction: With the end of World War 2, the large number of soldiers who suffered serious injuries took over the European countries that participated in the conflict. This new reality has influenced the early work of medical and social rehabilitation of war veterans. These are the roots of the Paralympic sports, that through the practice of sports activity, it is possible to restore the physical and mental health of the individual. Weightlifting first appeared in a Paralympics in 1964 in Tokyo. The disabilities of the athletes was exclusively spine injury. Even the Atlanta Games (1996), only men competed. Contrary to what may seem, the mode depends not only on strength but also of technique. Size increase was caused by female participation of competitors amputees, cerebral palsy, among people with other types of motor disabilities. The rules of the sport are similar to those adopted in Olympic competitions. The Weightlifting Committee International Paralympic Committee is the body responsible for administration and development of the sport, created in 1989. It is the only sport where athletes are categorized by body weight, as in conventional weightlifting. Athletes are eligible to compete amputees, les autres -which means "the other" (includes all others who do not fit the aforementioned groups)-with minimal restrictions, class athletes and athletes with cerebral palsy class of spinal cord injuries. Competitors must have the ability to fully extend your arms with no more than 20 degrees of hearing loss in both elbows to make a valid move according to the rules. Objective: a literature review outlining the relationship with the Paralympic Weightlifting conventional deficiencies that fall within that sport, and later a historical study and the features and the same rules. Methods: We performed a literature review of articles, theses and some materials from the internet on the subject during the second half of 2011. Results: Promoting improvement in the rehabilitation and social reintegration of persons with disabilities, and through the partnership of the Federal University of Uberlandia with the Brazilian Paralympic Committee the creation of the first Training Center Weightlifting Paralympic the country. Conclusion: Weightlifting Paralympic and other Paralympic sports is actually a result of post-World War II, in order to restore physical and mental health of individuals. It sports a self-performance that differs in a few points of conventional sports, and like the other, its system of classification follows the weight of athletes. Anyway, it's a sport that is taking its place, especially in the city of Uberlandia, as the first training center for this modality.Keywords: Paralympic Powerlifting. Weightlifting. Rules.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, o grande número de combatentes que sofreram graves lesões corporais tomou conta dos países europeus que participaram do conflito. Essa nova realidade influenciou o início de um trabalho de reabilitação médica e social de veteranos de guerra. São essas as raízes dos esportes paraolímpicos, que por meio da prática de atividade esportiva, é possível restabelecer a saúde física e mental do indivíduo. (11)
O halterofilismo apareceu pela primeira vez em uma Paraolimpíada, em 1964, em Tóquio. A deficiência dos atletas era exclusivamente lesão da coluna vertebral. Até os Jogos de Atlanta (1996), somente os homens competiam. Ao contrário do que possa parecer, a modalidade não depende só de força, mas também de técnica. Tamanho crescimento foi ocasionado pela participação feminina, de competidores amputados, paralisados cerebrais, dentre pessoas com outros tipos de deficiência motora. As regras do esporte são similares às adotadas em competições olímpicas. O Comitê de Halterofilismo do Comitê Paraolímpico Internacional é o órgão responsável pela administração e desenvolvimento da modalidade, criado em 1989. (12)
É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal, como no halterofilismo convencional. São elegíveis para competir atletas amputados, les autres - que segundo Veríssimo e Ravache (2006) significam “os outros” (inclui todos os outros que não se enquadrem nos grupos já citados)-com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia cerebral e atletas das classes de lesões na medula espinhal. Os competidores precisam ter a habilidade de estender completamente os braços com não mais de 20 graus de perda em ambos os cotovelos para realizar um movimento válido de acordo com as regras.
Objetivo
Será realizada uma revisão de literatura expondo a relação do halterofilismo paraolímpico com o halterofilismo convencional, as deficiências que se enquadram dentro desse esporte, posteriormente um estudo histórico e as características, benefícios e descrição do mesmo.
Metodologia
Foi realizada uma revisão de literatura com artigos e teses e materiais da internet acerca do assunto, durante o segundo semestre do ano de 2011.
Movimento Paraolímpico
O movimento paraolímpico, que nasceu com a finalidade de promover a melhoria nas condições de reabilitação e reinserção social das pessoas com deficiência, tem recentemente atingido o reconhecimento da sociedade como esporte de alto nível, com a participação crescente da mídia, patrocinadores e audiência, aumentando cada vez mais a atenção de profissionais das mais diversas áreas relacionadas à prática esportiva. (7)
O esporte adaptado para deficientes surgiu no começo do século XX, quando se iniciou atividades esportivas para jovens com deficiências auditivas. Mais tarde, em 1920, iniciaram-se atividades como Natação e Atletismo para deficientes visuais. Para portadores de deficiências físicas, o esporte adaptado só teve início oficialmente após a Segunda Guerra Mundial, quando muitos soldados voltavam para casa mutilados.
As primeiras modalidades competitivas surgiram nos Estados Unidos e na Inglaterra. Nos Estados Unidos surgiram as primeiras competições de Basquete em Cadeiras de Rodas, Atletismo e Natação, por iniciativa da PVA (Paralyzed Veterans of America).
Na Inglaterra, o neurologista e neurocirurgião alemão Ludwig Guttmann, que cuidava de pacientes vítimas de lesão medular ou de amputações de membros inferiores, teve a iniciativa de fazer com que eles praticassem esportes dentro do hospital. (11)
A estrutura do esporte paraolímpico brasileiro é semelhante à dos esportes olímpicos. A diferença fundamental caracteriza-se pelo fato dos atletas serem agrupados em função de suas deficiências e não por modalidades.
A história do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) é recente, porém, repleta de glórias. Criado em 1995, a partir do crescimento natural das Associações Nacionais como Associação Brasileira de Desportos para Cegos (ABDC), Associação Brasileira de Voleibol Paraolímpico (ABVP), Associação Brasileira de Desportos para Cadeirantes (ABRADECAR), Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Mentais (ABDEM), Associação Brasileira de Desportos para Deficientes (ANDE), Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CBBC), Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e Federação Brasileira de Vela e Motor (FBVM), entre outras. (7)
Deficiências inclusas na pratica do halterofilismo paraolímpico
Amputação
Amputação é uma palavra que deriva do latim, com o seguinte significado: ambi= em volta de; e putatio= podar/retirar.
Pode-se definir amputação como sendo a retirada, normalmente cirúrgica, total ou parcial de um membro. Por vezes, a amputação de um membro corresponde mesmo ao último recurso para salvar uma vida.(10)
A amputação é a perda de uma parte do “EU”, em que a imagem corporal fica comprometida e profundamente alterada. Esta alteração produz uma desvantagem física permanente, provocando muitas vezes alterações das necessidades fisiológicas, psicológicas e sociais.
As amputações de membros são tão antigas quanto à própria humanidade, a amputação mais antiga, é um crânio humano de 45 mil anos, com os dentes desgastados e alinhados, que indica a presença de membros superiores amputados. Das principais causas de amputação são (8):
Doença vascular periférica
Traumatismo
Tumores malignos
Deficiência congênita
Infecções.
Queimaduras térmicas ou elétricas
Esmagamento
Paralisia Cerebral
De acordo com Fischinger citado por Tafner e Fischer, a Paralisia Cerebral é um distúrbio sensorial e senso-motor causado por uma lesão cerebral, a qual perturba o desenvolvimento normal do cérebro. A perturbação é estacionária e não progressiva. O distúrbio do cérebro é estacionário, mas o comprometimento dos movimentos é progressivo quando não se faz tratamento. Por isto é muito importante iniciar o tratamento; objetivando a correção dos movimentos executados erroneamente, obtendo assim movimentos mais precisos e corretos. Este tratamento é de suma importância nos indivíduos com Paralisia Cerebral, pois, o tônus dos músculos dependendo da complexidade da deficiência podem apresentar-se, excessivamente flácidos ou tensos. E o treino/exercício específicos permitirão ao indivíduo condições de melhorar sua qualidade de vida.
De acordo com Leite e Prado na observação clínica da paralisia cerebral, deve-se levar em consideração a extensão do distúrbio motor, sua intensidade e, principalmente, a caracterização semiológica desse distúrbio. Assim a paralisia cerebral apresenta várias formas clínicas.
É a manifestação mais freqüente, com maior comprometimento do membro superior; acompanha-se de sinais de liberação tais como espasticidade, hiper-reflexia e sinal de Babinski. O paciente assume atitude em semiflexão do membro superior, permanecendo o membro inferior hiperestendido e aduzido, e o pé em postura eqüinovara. É comum hipotrofia dos segmentos acometidos, sendo também possível a ocorrência de outras hemi-hipoestesia ou hemianopsia.1. Hemiplegia:
2. Hemiplegia bilateral (tetra ou quadriplégica): Ocorrem de 9 a 43% dos pacientes. Ocorrem lesões difusas bilateral no sistema piramidal dando além da grave tetraparesia espástica com intensas retrações em semiflexão, síndrome pseudobulbar (hiponímia, disfagia e disartria), podendo ocorrer ainda microcefalia, deficiência mental e epilepsia.
3. Diplegia: Ocorre em 10 a 30 % dos pacientes, sendo a forma mais encontrada em prematuros. Trata-se de um comprometimento dos membros inferiores, comumente evidenciando uma acentuada hipertonia dos adutores, que configura em alguns doentes o aspecto semiológico denominado síndrome de Little (postura com cruzamento dos membros inferiores e marcha "em tesoura"). Há diferentes gradações quanto à intensidade do distúrbio, podendo ser pouco afetado (tendo recuperação e bom prognóstico _ adaptam-se à vida diária); enquanto outros evoluem mal com graves limitações funcionais. Os dados semiológicos são muito variáveis. No 1º ano de vida, a criança apresenta-se hipotônica, evoluindo gradativamente para outra fase em que se observa um quadro de distonia intermitente, com tendência ao opistótono quando estimulada. Nos casos mais graves a criança pode permanecer num destes estágios por toda a sua vida, porém geralmente passa a exibir hipertonia espástica, inicialmente extensora e, finalmente, com graves retrações semiflexoras.
4. Discinesia: Atualmente é a mais rara, pois se manifesta através de movimentos involuntários, sobretudo distonias axiais e/ou movimentos córeo-atetóides das extremidades. No primeiro ano de vida este padrão costuma não estar definido, podendo existir hipotonia muscular. Em geral, quando estes pacientes estão relaxados a movimentação passiva é facilitada.
5. Ataxia: Igualmente rara. Inicialmente pode traduzir-se por hipotonia e, aos poucos, verificam-se alterações do equilíbrio (ataxia axial) e, menos comumente, da coordenação (ataxia apendicular). Sua marcha se faz com aumento da base de sustentação podendo apresentar tremor intencional.
6. Formas mistas: É a associação das manifestações anteriores, correspondendo, geralmente, ao encontro de movimentos distônicos e córeo-atetóides ou à combinação de ataxia com plegia (sobretudo diplegia). No total, cerca de 75% dos pacientes doentes com paralisia cerebral apresentam padrão espástico.
Indivíduos portadores de Paralisia Cerebral, com comprometimento global leve, movimentam-se com independência, realizam atividades motoras finas, como desenhar, encaixar, recortar, etc., constroem frases com mais de duas palavras; e demonstram uma boa adaptação social. Seu desempenho intelectual favorece a aprendizagem acadêmica.
Sujeitos com quadro moderado apresentam dificuldades na locomoção, sendo necessário suporte material e ou humano. A motricidade fina é limitada, executando atividades sem domínio do freio inibitório. Utiliza palavras - frases na comunicação verbal. Nas atividades da vida diária, necessitam a manutenção e assistência. Os aspectos cognitivos limitados parecem dificultar o desempenho escolar.
As pessoas paralíticas cerebrais com dependência total ao nível da motricidade grossa e fina, com linguagem e fala comprometidos, demonstram capacidade intelectual severamente prejudicada. Por capacidade intelectual entenda-se a possibilidade de expressão da capacidade mental. Via de regra, não existe relação direta em “quanto maior o transtorno motor, maior o déficit mental”, principalmente porque não é previsto no quadro da Paralisia Cerebral, o déficit mental. Se houver, ele terá patogenias associadas.
Em muitos casos de Paralisia Cerebral, há limitação intelectual em graus variáveis, e a maioria dos que apresentam inteligência normal, tem dificuldades na vida acadêmica. No entanto, em função de fatores biológicos (processo de maturação do Sistema Nervoso), fatores ambientais e circunstanciais (estimulação e recursos), certas características decorrentes da condição física limitadora, podem se modificar. Quando se ensina uma criança com desenvolvimento a adquirir o controle das necessidades básicas como comer, vestir-se ou lavar-se, é necessária assistência durante algum tempo até que ela possa fazê-lo sozinha. O comportamento reativo de resistência e cooperação pode ser observado através dos movimentos de braços, pernas, cabeça e do próprio tronco. As habilidades para equilibrar-se, promovem o ajustamento de posturas desconfortáveis, enquanto está sendo manuseada. (4)
Lesão Medular
A lesão da medula espinhal (LME) ocorre em cerca de 15 a 20% das fraturas da coluna vertebral e a incidência desse tipo de lesão apresenta variações nos diferentes países. Estima-se que, na Alemanha, ocorram anualmente dezessete (17) casos novos por milhão de habitantes, nos EUA, essa cifra varia de trinta e dois (32) a cinqüenta e dois (52) casos novos anuais por milhão de habitantes e, no Brasil, cerca de quarenta (40) casos novos anuais por milhão de habitantes, perfazendo um total de seis (06) a oito (08) mil casos por ano, cujo custo aproximado é de U$300,000,000,00 por ano. A lesão ocorre, preferencialmente, no sexo masculino, na proporção de 4:1, na faixa etária entre 15 a 40 anos. Acidentes automobilísticos, queda de altura, acidente por mergulho em água rasa e ferimentos por arma de fogo têm sido as principais causas de traumatismo raquimedular (TRM). A freqüência dos TRM em decorrência de ferimentos por projéteis de arma de fogo tem aumentado de modo considerável, refletindo o alto nível de violência nos grandes centros, e a relação entre a velocidade dos veículos no momento da colisão e a ocorrência de fraturas da coluna toracolombar foram demonstradas em estudos de perícia técnica, realizados após os acidentes automobilísticos.(1)
Halterofilismo Paraolímpico: história e benefícios
O Brasil estreou nos Jogos de Atlanta, com o atleta Marcelo Motta. Em Sydney (2000), Alexander Whitaker, João Euzébio e Terezinha Mulato competiram. Três anos depois, no Pan-Americano de Oklahoma, Estados Unidos, Marcelo Motta conquistou medalha de ouro, e um novo recorde das Américas na categoria até 60 kg. João Euzébio (até 82,5kg) e Terezinha Mulato (até 60 kg) ganharam prata e Walmir de Souza (até 75 kg) ficou com o bronze. Em Atenas, Whitaker e Euzébio ficaram em 4º e 12º lugar, respectivamente. (13)
No Brasil, a modalidade é organizada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro através da Coordenação de Halterofilismo.
O Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), em parceria com a Universidade Federal
de Uberlândia (UFU) e com a Fundação Uberlandense de Turismo, Esporte e Lazer
(Futel), inaugurou em 27 de outubro de 2010 em Uberlândia, o primeiro Centro de
Treinamento de Halterofilismo Paraolímpico do país.
Sua proposta é a utilização de toda a infra-estrutura da Faculdade de
Educação Física da Universidade Federal de Uberlândia e do Centro Nacional
de Excelência Esportiva – CENESP/UFU e CPB/CEFEP. Contando com uma equipe
multidisciplinar composta por orientador técnico; fisiologista; especialistas
em treinamento esportivo; fisioterapeuta; nutricionista esportivo; biomecânico
do movimento; e monitores de halterofilismo.
Entre os objetivos do Centro de Treinamento estão: disponibilizar uma estrutura adequada para apoiar e orientar o treinamento de halterofilismo paraolímpico de alto rendimento; possibilitar a formação e treinamento de técnicos para a modalidade de halterofilismo paraolímpico de alto rendimento; oportunizar condições de treinamento para Equipes de Halterofilismo Paraolímpico de qualquer lugar do país; e desenvolver pesquisas científicas na área do Halterofilismo Paraolímpico em parceria com a Academia Paraolímpica Brasileira.
Uberlândia possui hoje a segunda melhor equipe de Halterofilismo Paraolímpico do Brasil, composta por 17 atletas, estando dois deles (Rodrigo Rosa e Bruno Carra) entre os três melhores atletas do país e a atleta Edilândia entre as seis melhores do mundo em sua categoria em 2010. (14)
“O sucesso na vida em geral e no esporte paraolímpico, que hoje já é considerado de alto nível, requer do portador de deficiência (paratleta) um somatório de motivação, trabalho, treinamento, sacrifício, incentivo e oportunidades”.
Este sucesso do portador de deficiência (paratleta) leva a sua reabilitação no sentido mais amplo da palavra”. (6)
De acordo com Domingues, 2008 a prática desse tipo de atividade para pessoas com deficiência contribui para:
O desenvolvimento da condição física (aumento da força, da resistência, da velocidade, da flexibilidade);
O psicomotor (melhoria no controlo postural, na coordenação motora, no equilíbrio, no conhecimento do corpo e das suas reais potencialidades quer psicomotoras, quer físicas);
Potencializar o desenvolvimento cognitivo;
Potencializar r um aumento do autoconceito;
Potencializar um aumento da comunicação;
Potencializar a prevenção de estados depressivos e de ansiedade;
Potencializar a redução da irritabilidade e da agressividade;
A produção de uma sensação de bem-estar e equilíbrio;
Ajudar no desenvolvimento intelectual, sobretudo nas idades mais tenras;
Potencializar a integração social e a qualidade de vida.
Descrição
De acordo com o IPC, os atletas executam um movimento denominado supino, em que ficam na posição deitada em um banco. O movimento começa no momento em que tiram a barra do apoio – com ou sem a ajuda do auxiliar central – deixando o braço totalmente estendido e flexionam o braço descendo a barra até a altura do peito. Em seguida, elevam-na até a posição inicial, finalizando o movimento. Competem nesta modalidade atletas com deficiência física nos membros inferiores ou paralisia cerebral. As categorias são subdivididas pelo peso corporal de cada atleta. São dez femininas e dez masculinas. O atleta tem direito a três tentativas de realizar o movimento e a de maior peso será validada. Durante a execução do movimento, vários critérios são observados pelos árbitros, como o começo do movimento a partir do sinal sonoro emitido pelo árbitro central, a execução contínua do movimento e a parada nítida da barra no peito.
É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal, como no halterofilismo convencional. (13)
Conclusão
O halterofilismo paraolímpico assim como os outros esportes paraolímpicos é fruto de uma realidade pós-Segunda Guerra Mundial, com a finalidade de restabelecer a saúde física e mental dos indivíduos.
É um esporte de auto-rendimento que se diferencia em poucos pontos do esporte convencional, e assim como o outro seu sistema de classificação obedece ao peso dos atletas. Enfim, é um esporte que está adquirindo seu espaço, principalmente na cidade de Uberlândia, por ser o primeiro centro de treinamento para tal modalidade.
Referencias bibliográficas
DEFINO, H.L.A. Trauma raquimedular. Medicina, Ribeirão Preto, 32: 388-400, out./dez. 1999.
DOMINGUES, R.C. Estudo da Competência Física, da Identidade Atlética, da
LEITE, J.M.R.S.; PRADO, G.F. do. Paralisia Cerebral Aspectos Fisioterapêuticos e Clínicos. Revista Neurociências. Universidade Federal de São Paulo- Escola Paulista de Medicina, São Paulo, Brasil.
TAFNER, M.A; FISCHER, J. Paralisia Cerebral e Aprendizagem: Um estudo de caso no ensino regular. Ruth Anklam Hoffman- Instituto Catarinense de Pós-Graduação.
VERÍSSMO, A.W; RAVACHE, R. Atletismo paraolímpico: manual de orientação para professores de educação física. - Brasília: Comitê Paraolímpico Brasileiro, 2006.60p. il.
VITAL, R; LEITÃO, M.B; MELLO, M.T de; TUFIK, S. Avaliação Clínica dos Atletas Paraolímpicos. Rev Bras Med Esporte Vol. 8, Nº 3, 2002
VITAL, R; SILVA, H.G.P.V da; SOUSA, R.P.A de; NASCIMENTO, R.B do; ROCHA, E.A; MIRANDA, H.F de; KNACKFUSS, M.I; FILHO, J.F. Lesões traumato-ortopédicas nos atletas paraolímpicos. Rev Bras Med Esporte vol.13, nº 3 Niterói,2007.
AMPUTAÇÃO. Amputação. Disponível em: http://www.xn--amputao-2wa9a.com/. Acesso em: 31 de agosto.2011.
AMPUTAÇÃO. Coto. Disponível em: http://www.xn--amputao-2wa9a.com/amputacao-coto.html. Acesso em: 31 de agosto. 2011.
AMPUTAÇÃO. Etiologia da Amputação. Disponível em: http://www.xn--amputao-2wa9a.com/etiologia-da-amputacao.html. Acesso em: 31 de agosto. 2011.
BRASIL.GOV.BR. História do esporte paraolímpico. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/sobre/esporte/esporte-paraolimpico. Acesso em: 20 de agosto.2011.
COMITÊ PARAOLÍMPICO BRASILEIRO. Halterofilismo. Disponível em: http://www2.cpb.org.br/modalidades/integra.asp?modal=haltero. Acesso em 8 de setembro. 2011.
COMITÊ PARAOLÍMPICO BRASILEIRO. Halterofilismo: descrição e histórico. Disponível em: http://www.cpb.org.br/esportes/modalidades/halterofilismo. Acesso em: 20 de agosto.2011.
DEFICIENTE FÓRUM, CPB inaugura Centro de Treinamento de Halterofilismo Paraolímpico em Uberlândia. Disponível em: http://www.deficienteforum.com/index.php?PHPSESSID=d5b426331f9df96b916b5839bdd2a42e&topic=9159.msg18390#msg18390. Acesso em: 08 de setembro. 2011.
PARAOLIMPIADAS. História das Paraolimpíadas. Disponível em: http://www.paraolimpiadas2004.kit.net/historia.htm. Acesso em: 20 de agosto.2011.
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