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Atividade física e estado nutricional de adolescentes na 

faixa etária de 12 a 17 anos no município de Jequié, BA

Physical activity and nutritional status of adolescents in the age of 12 to 17 years in the city of Jequie, BA

 

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

(Brasil)

Cirilo Rodrigues Coelho

Jair Sindra Virtuoso Júnior

Júlio César Oliveira Luz

cirilo@uesb.br

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: A obesidade é definida como uma patologia de origem multifatorial que pode ocasionar diversos distúrbios mecânicos, orgânicos, psicológicos entre outros. Pórém esta condição vem se alastrando mundialmente com características epidêmicas. Objetivo: O propósito deste estudo foi traçar o perfil do estado nutricional, dos hábitos alimentares e de massa corporal e suas relações com o nível de atividade física e status socioeconômico. Metodologia: Este estudo de corte transversal teve como amostra 700 escolares na faixa etária de 12 a 17 anos de idade matriculados na rede estadual de ensino no município de Jequié-Ba. Foi utilizado um questionário aplicado sobre a forma de entrevista coletiva composto de outros instrumentos já validados com aspectos relacionados à atividade física, nível socioeconômico e hábitos alimentares. Resultados: Foi identificado que o estado nutricional de 30% da amostra estava classificados como baixo peso. Já a relação do nível de atividade física com a condição socioeconômico demonstrou uma relação linear ou seja quanto mais favorável era a condição socioeconômica mais alto era o nível de atividade física. A relação da massa corporal com o nível de atividade física apresentou dados que indicam que os adolescentes mais pesados também eram os mais ativos. Foi constatado que a alimentação de tais adolescentes merece orientações a cerca de seus hábitos. Conclusão: Foi constatado que há uma relação do nível do status socioeconômico e do peso corporal com o nível de atividade física. E que o nível socioeconômico tenha uma relação linear com o nível de atividade física. Já o nível de atividade física apresentou uma linearidade com o aspecto massa corporal onde os adolescentes mais pesados foram identificados como os mais ativos deste grupo. Verificou-se que grande parte dos analisados estava com um índice de massa corpórea como baixo peso o que indica uma tendência a desnutrição.

          Unitermos: Obesidade. Adolescência. Sobrepeso.

 

Resumen

          Introducción: La obesidad se define como una enfermedad de origen multifactorial que puede provocar diversos problemas mecánicos, biológicos, psicológicos, entre otros. Sin embargo, esta condición se está extendiendo en todo el mundo con características de epidemia. Objetivo: El propósito de este estudio fue estudiar el perfil del estado nutricional, los hábitos dietéticos y la masa corporal y su relación con el nivel de actividad física y el estatus socioeconómico. Metodología: Este estudio transversal se hizo a partir de una muestra de 700 escolares de 12 a 17 años de edad matriculados en escuelas públicas en el municipio de Jequié, Bahía. Se utilizó un cuestionario aplicado bajo la forma de entrevista colectiva compuesto por otros instrumentos ya validados con los aspectos relacionados con la actividad física, el estatus socioeconómico y los hábitos alimentarios. Resultados: Se identificó que el estado nutricional de un 30% de la muestra fue clasificado como de bajo peso. La relación del nivel de actividad física con el nivel socioeconómico mostró una relación lineal, o sea, cuanto mejor era la situación socioeconómica mayor era el nivel de actividad física. La relación de la masa corporal con el nivel de la actividad física presentó datos que indican que los adolescentes más pesados ​​eran a la vez los más activos. Se constató que la alimentación de estos adolescentes merece orientaciones acerca de sus hábitos. Conclusión: Se observó que existe una relación entre el nivel de estatus socioeconómico y del peso corporal con el nivel de actividad física. Y que el nivel socioeconómico tiene una relación lineal con el nivel de actividad física. El nivel de actividad física mostró una linealidad con respecto a los adolescentes más pesados en cuanto a la masa corporal en los adolescentes fueron identificados como los más activos de este grupo. Se encontró que la mayoría de los analizados tenían un índice de masa corporal de bajo lo que indica una tendencia a la desnutrición.

          Palabras clave: Obesidad. Adolescencia. Sobrepeso.

 

Abstract

          Introduction: Obesity is defined as a disease of multifactorial origin that may cause various mechanical problems, organic, psychological, among others. But this condition is spreading worldwide with epidemic characteristics. Objective: The purpose of this study was to profile the nutritional status, dietary habits and body mass and its relationship to the level of physical activity and socioeconomic status. Methodology: This cross-sectional study was to sample 700 schoolchildren aged 12 to 17 years of age enrolled in state schools in the municipality of Jequié-Ba. We used a questionnaire on how the press conference made up of other instruments already validated with aspects related to physical activity, socioeconomic status and eating habits. Results: We identified that the nutritional status of 30% of the sample were classified as underweight. The relationship of physical activity with the socioeconomic status showed a linear relationship that is more favorable was the highest socioeconomic status was the level of physical activity. The relationship of body mass to the level of physical activity presented data indicating that heavier adolescents were also the most active. It was noted that the power of these guidelines deserve teenagers about their habits. Conclusion: It was noted that there is a level of socioeconomic status and body weight with physical activity level. And that socioeconomic status has a linear relationship with the level of physical activity. The level of physical activity showed a linearity with respect to body mass heavier where teens were identified as the most active of this group. It was found that most were analyzed with a body mass index as low birth weight which indicates a tendency to malnutrition.

          Keywords: Obesity. Adolescence. Overweight.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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    Obesidade, hoje em proporções epidêmicas, atinge a sociedade contemporânea principalmente devido aos comportamentos negativos relacionados à saúde (hábitos alimentares inadequados e a inatividade física) adotados atualmente. Levantamentos realizados na população brasileira indicam que 6,8 milhões de brasileiros são obesos e 27 milhões apresentam excesso de peso (Pitanga, 2004).

    A elaboração de estratégias que possam favorecer as pessoas a adotarem medidas preventivas no controle do peso corporal é um dos desafios da saúde pública na atualidade, onde tais medidas intervencionistas devem ser prioritariamente iniciadas em populações jovens, no intuito do diagnóstico e tratamento precoce de tal patologia pois, evidências epidemiológicas sugerem que o baixo nível de atividade física associado à ingesta alimentar com um aporte calórico elevado durante esse período da vida pode causar hiperplasia dos adipócitos, favorecendo o desenvolvimento do sobrepeso e da obesidade em idades tardias (Foss & Keteyian, 2000).

Possíveis causas da obesidade

    A obesidade pode ser determinada por fatores neurológicos, endócrinos, relativos ao estilo de vida sedentário (hipocinesia motora), farmacológicas, ambientais e psicológicas (Leite, 2000).

    Tais características acima descritas podem propiciar a obesidade de forma isolada ou concomitante. No entanto, dentre as principais causas citadas o balanço calórico positivo (ingesta de calorias além do gasto energético) comumente tem sido apontada como a principal causa da obesidade, pois já debatido e comprovado a ingestão calórica não despendida em energia corporal são armazenadas sob a forma de glicogênio muscular e hepático e na forma de gordura corporal.

    Entretanto é preciso reafirmar que a obesidade é de origem multifatorial, sendo que outros fatores podem favorecer o seu acúmulo, a exemplo dos fatores endócrinos (doenças da tireóide, da suprarenal, do pâncreas, síndrome do ovário policístico, insulinoma e hiperinsulinismo) (Leite, 2000). No entanto levantamentos apontam que apenas 5% dos casos de obesidade são decorrentes de problemas hormonais (glandulares) como hipotireiodismo (Nahas, 2003)

    A inatividade física aliada a uma dieta inadequada em termos de balanceamento correto dos nutrientes e quantidade de calorias é uma das principais causas da obesidade. Na atualidade, cada vez mais a hipocinesia é estimulada pelo controle remoto, elevador entre outros artifícios propiciando a adoção de comportamentos sedentários de tal forma, a favorecer o surgimento de doenças cardiovasculares e outros distúrbios orgânicos, psicológicos e comportamentais.

Quadro 1 . Fases da vida susceptíveis ao aumento do peso corporal

Influência

Período Crítico

Hormonal

Adolescência

Gravidez

Menopausa

Stress e ansiedade

Distress prolongado

Morte de ente querido,

Perda, divórcio/separação

Mudanças do estilo de vida

Aposentadoria; fim de carreira esportiva

Casamento

Meia-idade

Ocasiões festivas

Fisiológico

Após perda rápida de peso

Certos medicamentos

(Nahas,2003)

    Os primeiros 12 meses de vida é um desses períodos que juntamente com a fase pré-escolar e a puberdade formam um conjunto de épocas críticas sujeitos ao desenvolvimento da obesidade do tipo hiperplásica (Guedes,1998), sendo este tipo de obesidade a que mais dificulta a manutenção do peso corporal adequado posteriormente na idade adulta em virtude de que, uma vez aumentado o número de adipócitos corporais esses não mais retomam ao número original sem a necessidade de intervenção cirúrgica.

    O excesso de gordura corporal é um sério predisponente para o desenvolvimento de varias doenças, devendo ser combatido com perspicácia, pois a gordura corporal em excesso pode ser considerada como um processo patológico que pode interferir na qualidade e na expectativa de vida do indivíduo. O controle do peso e composição corporal são importantes para se ter uma vida longínqua e saudável, uma vez que o equilíbrio de tais componentes são indispensáveis para a manutenção da qualidade de vida. Todavia um número crescente de pessoas tanto em países desenvolvidos, como em desenvolvimento como os BRIC'S, são acometidos por tal patologia e conseqüentemente mais vulneráveis aos riscos atribuídos ao excesso de peso onde dados mostram que no Brasil jê há mais de 27 milhões de pessoas na condição de sobrepeso e 6,8 milhões de obesidade (Pitanga, 2004). Nos EUA, três em cada dez adultos são obesos (Nahas, 2003) sendo que tal patologia encontra-se inversamente associada com a classe social, sendo 30% das mulheres da classe baixa são obesas, enquanto apenas 18% da classe média e 5% da classe alta (Howley & Powers, 2000).

    Um fenômeno curioso ocorre aqui no Brasil, onde, o país do "Fome Zero", com tantas pessoas vivendo em situações de calamidade, mesmo assim, apresenta um número elevado de pessoas obesas, onde aspectos relacionados à má alimentação, talvez justifique esta situação (IBGE, 2003).

    O sedentarismo assola indivíduo com excesso de peso corporal que pode muitas vezes, em razão de sua condição corpórea, colocar-se em um estado de completa inatividade física em razão dos problemas que advém desta patologia como a dificuldade da mecânica dos gestos desportivos e às vezes até para o simples deslocamento do próprio corpo; o exercício se torna muito mais doloroso e desconfortante; auto imagem negativa entre outras (Leite, 2000), onde análise de se o obeso se torna inativo por ser o obeso ou se ele se torna obeso por ser inativo ainda é um tema atual de estudo.

    A inatividade física é um fator que contribui para a elevação do número de casos de obesidade na infância e adolescência. Tal comportamento vem aumentando gradativamente de geração em geração onde jogos eletrônicos, televisão e a internet substituem as brincadeiras nos parques, ruas e praças (Soares & Petroski, 2003). Esta realidade se agrava ainda mais quando adicionada a falta de segurança nestes espaços e a pouca disponibilidade de tempo dos pais o que muitas vezes contribui ainda mais para a elevação deste quadro (Gidding et al, 1995).

Figura 1. Balanço Energético Positivo

    A análise do nível de atividade física da população brasileira, não é tarefa fácil, haja visto que as dimensões continentais que dificultam a tarefa de obtenção de dados representativos a realidade de um país tão extenso. Do mesmo modo outros obstáculos podem ser destacados, a exemplo dos métodos de mensuração que em sua maioria são de difícil acesso e/ou laboriosa utilização como os de água duplamente marcada, calorimetria, freqüência cardíaca, pedômetros e acelerômetros deixando geralmente como opção mais viável a utilização de questionários de auto-recordação.

    A atividade física combinada com uma dieta saudável é mais efetiva para redução e manutenção do peso do que ambos separadamente (Steinbeck,2001). Os exercícios além de aumentar o metabolismo em repouso (Guedes,1998), auxiliam na preservação da massa magra durante a dieta sendo desta maneira imprescindíveis durante o programa.

    Um estudo realizado nos Estados Unidos pela Universidade norte-americana de Stanford apresentou dados que indicam que dentre os fatores que podem influenciar na saúde do indivíduo o estilo de vida é colocado em primeiro lugar com 53% de possibilidades de influência seguido de 20% do meio ambiente, 17% da genética e 10% da assistência médica (Paffenbarger, Hyde, Wing & Hsieh, 1986). Sendo assim, a mudança do estilo de vida, tendo como primeiro passo o ingresso em um programa de atividade física dispõe de tempo e tais indivíduos devem que passam por diversas etapas (Pré-contemplação, Contemplação, Ação e Manutenção) e ainda assim corre-se o risco de não se conseguir a aderência definitiva ao programa, sendo os primeiros seis meses os mais críticos (Saba, 2001).

Consumo alimentar e obesidade

    A estreita relação entre o consumo alimentar e a obesidade aponta que desde os primeiros dias de vida e até mesmo durante o período intra-uterino a alimentação é fundamental para definir o estado nutricional do indivíduo e sendo assim os hábitos nutricionais definidos como “a forma, horários e tipos de alimentos consumidos por determinada população são de extrema importância quando o assunto é o combate a obesidade.

    Durante o período fetal, especialmente após a 30º semana de vida, a falta ou escassez de uma alimentação adequada pela mãe e conseqüentemente a desnutrição fetal remetem a ocorrência de um distúrbio celular onde células adipócitas, em excesso, serão produzidas talvez como um proteção do organismo contra futuras privações no regime alimentar. Desta forma o bebê já nascerá com uma maior propensão à obesidade, diabetes tipo II, hipertensão e cardiopatias do que quando comparadas as crianças que não sofreram privações de nutrientes naquela fase (Soares & Petroski, 2003).

    Uma característica peculiar à alimentação na fase da infância são os diferentes fins que são dados ao alimento deixando em segundo plano o seu papel principal que é o de fornecer combustível em forma de nutrientes para a realização das atividades diárias. Por exemplo, é comum o alimento ser mais valorizado pela sua forma (aparência e gosto) do que pelo seu papel nutricional e sendo assim, a alimentação perde o seu sentido se tornando uma recompensa por atividades realizadas ou um instrumento de aproximação entre as crianças e os ídolos que realizam as propagandas de seus produtos favoritos.

    É fundamental que se tenha uma orientação nutricional adequada nesta fase da vida onde nem a falta ou excesso possam prejudicar o desenvolvimento normal da criança e do adolescente.

Procedimentos metodológicos

Caracterização do estudo

    Este foi um estudo descritivo de corte transversal, caracterizado como sendo do tipo, associativa pois, buscou explorar as relações existentes entre variáveis estudadas (Thomas & Nelson, 2002).

População e amostra

    A população deste estudo foi composta de 15502 adolescentes, de ambos os sexos na faixa etária de 12 a 17 sendo esta definida através de consulta aos dados cadastrados sobre o número de alunos nesta faixa etária matriculados na Direc 13 que têm sua sede na Cidade de Jequié Bahia. A amostra foi composta de 700 estudantes (IC=95%) selecionada de forma aleatória estratificada por sexo, instituição de ensino e por série.

Instrumentos utilizados

    Foi utilizado um questionário aplicado em forma de entrevista coletiva, sendo constituído de outros instrumentos já validados:

  • Critério de classificação Econômica Brasil

  • Versão Brasileira do IPAQ (International Physical Activity Questionnaire), versão curta

  • The Behavioral Risk Factor Surveillance System (BRFSS)

Procedimentos na coleta dos dados

    Procedendo a coleta de dados foi solicitada das escolas a autorização para a realização do estudo, sendo fornecido a tais dirigentes informações a respeito do projeto a ser desenvolvido. A aplicação do questionário foi feita de forma coletiva, sendo a amostra selecionada de forma aleatória, estratificada por sexo, escola e série

Análise dos dados

    Para análise dos dados foram utilizadas ferramentas da informática (Sofware Epidata versão 2.1b e pacote estatístico SPSS 11.0, Statistical Package for the Social Science).

    Foram utilizados procedimentos da estatística descritiva (freqüência, média, desvio padrão e percentagem). Para análise de associação entre variáveis categóricas foi utilizado o teste Qui-quadrado e quando pertinente foi testado a linearidade da relação de tais variáveis, p<0,05.

Resultados e discussão

    É fato que a obesidade possui períodos críticos de desenvolvimento e que a adolescência é um período crucial propício a sua proliferação (Guedes & Guedes, 1998) sendo assim a pesquisa buscou através do índice de massa corpórea verificar a realidade do estado nutricional em adolescentes mesmo tendo consciência dos desvios possíveis da utilização deste tipo de método em adolescentes ainda assim em razão das limitações da pesquisa estes dados podem apresentar relevantes resultados que contribuirá para a descrição de tal realidade.

    A amostra de 700 escolares na faixa etária de 12 a 17 anos de idade revelou diversas características desta população que entre outras o comportamento alimentar, o nível de atividade física e sua relação com a massa corporal e o status econômico foram evidenciados.

Tabela 1. Comportamento alimentar de escolares de Jequié, Bahia

    Resultados demonstram a presença de hábitos alimentares não tão saudáveis e que por sua vez podem contribuir para excesso de peso e/ou desnutrição em razão do desequilíbrio do balanço energético. Cabe ressaltar que o consumo de refrigerantes foi superior ao consumo sucos de frutas, sendo tal alimento rico em açúcar.

    Tais hábitos são estimulados pelo constante apelo do marketing que estimula cada vez mais a inadequação alimentar de modo a favorecer a um desequilíbrio entre qualidade/quantidade dos alimentos, incentivando o consumo de alimentos com um teor elevado de gordura e açúcar que além da obesidade pode ocasionar diversos outros distúrbios orgânicos.

Tabela 2. Relação entre o nível de atividade física habitual com a massa corporal

    Os resultados da tabela 2, que apresenta a relação entre o nível de atividade física habitual e a massa corporal, indicam que em geral os adolescentes mais pesados são mais ativos do que os menos pesados (<P50). No entanto outros aspectos devem ser relevados nesta relação como fatores biológicos, psicológicos e comportamentais.

Tabela 3. Relação do status sócio-econômico com o nível de Atividade Física habitual

    A relação da condição socioeconômica com o nível de atividade física está demonstrada na tabela 3. As classes econômicas foram categorizadas em A/B, C, e E/D para uma mais simples porém mais clara percepção do status socioeconômico da população pesquisada. Esta relação revelou que quanto mais favorável a classe socioeconômica mais alto era o nível de atividade física habitual. As pessoas classificadas com o nível de atividade física semanal superior a 150 mim eram respectivamente da classe A/B com 70% (n=110), C 69,3% (n=219) e D/E 66,7% (n=440). Tal particularidade da população pesquisada assemelha-se com levantamentos realizados em outros países. Nos Estados Unidos a condição socioeconômica é um fator diretamente proporcional ao nível de atividade física e com relação inversa ao estado nutricional dos cidadãos americanos.

Gráfico 1. Estado Nutricional de Adolescentes

    O gráfico 1 apresenta o estado nutricional dos adolescentes entrevistados indicando que 34,3% de tais adolescentes estão classificados com baixo peso estando talvez em estado de desnutrição. O percentual dos adolescentes dentro da faixa normal foi de 56,7% e os na faixa de sobrepeso foi de apenas 4,1% . No entanto cabe ressaltar que o índice de Massa Corporal é um parâmetro de avaliação mais indicado para população adulta.

Conclusão

    Foi identificado uma relação entre o status socioeconômico ,peso corporal e o nível de atividade física da população pesquisada. Em geral as pessoas de classes socioeconômicas mais favoráveis eram mais ativas e também mais pesadas com um IMC acima dos níveis recomendados. Contudo dos entrevistados a maior parte eram da classe C e mais de um terço estavam classificada na condição de baixo peso corporal o que indica uma tendência a desnutrição.

    Sugerem-se outros estudos que possam investigar a inter-relação dos fatores relacionados com o baixo peso, assim como medidas mais precisas a esta população no diagnóstico da desnutrição.

Referências

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