Adaptações moleculares ao treinamento de força Adaptaciones moleculares al entrenamiento de la fuerza Molecular adaptations to the strength training |
|||
*Doutor em Biologia Funcional e Molecular pelo Departamento de Bioquímica, Instituto de Biologia Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP **Professor doutor da Faculdade de Educação Física Departamento de Estudos da Atividade Física Adaptada Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP |
Joaquim Maria Ferreira Antunes Neto* Roberto Vilarta** (Brasil) |
|
|
Resumo As adaptações biológicas ao treinamento físico podem depender de vários fatores, sobretudo, de eventos moleculares. Vários estudos apresentaram fatores ligados ao estresse oxidativo, IGFs, células satélites, por exemplo. Neste estudo, o enfoque principal reside em apresentar como os exercícios de força muscular podem gerar respostas adaptativas seqüenciais, como a ativação neural e a síntese protéica. Respostas relativas ao gênero, idade, características histoquímicas musculares e tipo de contração são objetivos desta investigação bibliográfica. Unitermos: Força muscular. Treinamento físico. Exercício excêntrico. Adaptação.
Abstract The biological adaptations to physical training may depend on several factors, mainly of molecular events. Several studies had linked to oxidative stress factors, IGFs, satellite cells, for example. In this study, the main focus is to make the exercises as muscle strength can generate sequential adaptative responses, such as neural activation and protein synthesis. Answers relating to gender, age characteristics and type of histochemical muscle contractions are goals of this literature review. Keywords: Muscle strength. Physical training. Eccentric exercise. Adaptation.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
Um conceito abrangente de força muscular é aquele que a considera como o resultado do rendimento conjunto do sistema músculo-esquelético e do sistema nervoso desenvolvido para a superação de uma determinada resistência. Dentro do esporte, a força é uma capacidade física elementar para a preparação de um atleta. Seja do voleibol ao basquetebol, do futebol ao hóquei, da ginástica artística à natação, a capacidade de força manifesta-se de maneira específica para os requerimentos das mais variadas modalidades. Como relata Bompa (1995), com exceção do levantamento de peso, nenhuma outra modalidade esportiva utiliza-se da força de forma isolada, ocorrendo uma combinação com as habilidades e capacidades físicas prioritárias ao desenvolvimento da modalidade: a combinação da força com a velocidade resulta em potência, importante para as provas de “sprint” (100, 200, 400 metros rasos, ciclismo, ginástica artística, por exemplo); a combinação da força com a resistência gera a resistência de força muscular, imprescindível nas provas onde se exige a repetição sistemática, freqüente e contínua de um determinado padrão de movimento (maratona, provas de travessia de natação, remo, esquiagem, etc.). Vale ressaltar que nas atividades da vida diária a capacidade de força também se manifesta preponderantemente e em combinação com demais capacidades e habilidades físicas, devendo merecer atenção específica no momento de preparação de um plano de atividades físicas para indivíduos que desejam romper com uma rotina de sedentarismo.
A complexidade do requerimento de força muscular faz com que haja uma classificação de acordo com a exigência física solicitada (Gonzáles, 1987a):
Força Máxima:
Força Rápida:
Resistência de Força:
A periodização de um treinamento de força exige que o técnico esportivo compreenda e leve em consideração variáveis como: a idade cronológica e o estágio de desenvolvimento do atleta, o nível de desenvolvimento técnico e habilidades aprendidas, o tempo de treinamento, a força relativa ou a relação força-peso corporal e as exigências da especialidade/posição/ prova esportiva (Gambetta, 1988a; Gambetta, 1988b; Gambetta, 1994). González (1987b) e Bompa (1995) colocam que a melhoria constante e progressiva da capacidade de força dependerá necessariamente dos objetivos, conteúdos e métodos de treinamento, que podem ser planejados de acordo com as três fases-padrão: fase preparatória, fase competitiva e fase de transição. A fase ou período preparatório tem como objetivo o desenvolvimento da forma desportiva, visando restabelecer e ultrapassar o nível de força obtido na temporada anterior. A fase competitiva busca estabilizar e solidificar o nível de força adquirido durante a fase de preparação, com ênfase na conversão de força para as especificidades de competição. Por fim, a fase de transição evita uma queda abrupta dos níveis de força alcançados no período de competição, preocupando-se também com a recuperação integral do atleta. O quadro 12 estabelece a periodização de um treinamento de força anual com apenas uma fase competitiva.
Quadro 1. Periodização de treinamento de força. Adaptado de Bompa (1995)
A adaptação anatômica, relatada no Quadro 1, tem como finalidade readaptar o atleta que volta da fase de transição. Há, desta forma, um trabalho global e diversificado dos vários grupos musculares, ligamentos, tendões e articulações, cujo propósito é dar base e condição de resistência para o desenvolvimento do macrociclo. O tempo de duração desta fase (oito a doze semanas) varia de acordo com a experiência do atleta em atividades de força e sua idade. O alcance da força máxima permite subseqüentemente transformação para as capacidades de potência e resistência de força muscular. O planejamento para a obtenção de força máxima deve ser extremamente controlado, pois um manejamento inadequado das cargas de treinamento pode desencadear quadros de traumas músculo-esqueléticos severos para a continuidade do desenvolvimento do programa. A duração desta fase pode ser de um a três meses, dependendo da modalidade e exigência de força. A fase de conversão dependerá de uma metodologia específica que se enquadre com os requerimentos da prova ou modalidade esportiva. Para tanto, há a necessidade do conhecimento aprimorado, por parte do técnico, da prática desempenhada pelo atleta, das variáveis técnicas e metabólicas específicas. Segundo Bompa (1995), a força máxima pode ser transformada em potência num período relativamente curto de tempo, por volta de quatro a seis semanas, enquanto que, devido às exigências metabólicas da adaptação fisiológica ao treinamento de resistência de força muscular, o tempo desta fase de conversão pode alcançar de nove a doze semanas, dependendo das exigências do esporte e da programação das competições. A fase de manutenção necessita de um planejamento eficaz, o qual possibilite ao atleta o treinamento das habilidades técnicas e táticas específicas de sua modalidade, mas ao mesmo tempo a manutenção da força em sessões de treino especiais. Este é um período de extrema importância, pois o técnico deve saber qual o momento ideal de se cessar os estímulos de força e criar condições de supercompensação. A fase de reabilitação encerra a periodização, onde o intuito é conduzir o atleta a uma transição de treinamento por meio do descanso ativo, a fim de se eliminar a fadiga e restaurar as energias solicitadas.
Baechle e Groves (1998) colocam que, dependendo da rotina de treinamento, do nível de força no início do desenvolvimento do programa de treinamento, do grupo muscular avaliado, da intensidade dos exercícios (carga, repetições, séries, intervalos de repouso), da duração do treinamento (semanas, meses, anos) e do potencial genético, o aumento em força muscular pode variar de 8% a 50%. De uma forma geral, pode-se considerar que, para o desenvolvimento de força máxima, a mobilização de carga de treinamento deve encontrar-se entre 90% e 100% das possibilidades de solicitação do indivíduo, delimitando-se por um número reduzido de repetições por série - entre 1 e 5 repetições. Neste tipo de carga de treinamento, o que parece existir é uma combinação de facilitação neural reflexa e remoção da inibição mediada por reflexos dos neurônios motores no nível da medula espinhal, resultando na expansão da reserva de recrutamento de neurônios motores (Fox et al., 1991). Treinamentos cujo objetivo é o desenvolvimento de resistência de força muscular utilizam-se de porcentagens de força máxima que chegam a variar, basicamente, entre 60% e 80%, com um número de repetições por série de exercício localizando-se na faixa de 8 a 20 repetições. Tesch (1988), resumindo as principais adaptações ao treinamento de resistência de força, relaciona: aumento na síntese de proteínas miofibrilares, aumento na área de secção transversal das fibras musculares de contração rápida, decréscimo em densidade de volume mitocondrial, nenhuma ou reduzida neo-formação capilar e decréscimo em atividade enzimática aeróbia. A especificidade do treinamento de força deve considerar as necessidades de performance atlética referentes ao tipo e dimensão da manifestação de força, a duração e freqüência das contrações musculares e os requerimentos metabólicos das diferentes modalidades esportivas.
Quadro 2. Relação entre número de séries, repetições de exercícios, tempo de
recuperação entre as séries e porcentagem de força máxima. Adaptado de Bompa (1990)
A literatura científica apresenta uma vasta quantidade de informações a respeito do treinamento de força. A seguir, tem-se uma breve apresentação das mais evidentes adaptações induzidas pelos treinamentos convencionais, que se utilizam, basicamente, dos métodos dinâmicos de musculação. Após, buscar-se-á realizar uma análise específica do treinamento excêntrico para obtenção de força muscular, relacionando-o com as demais modalidades de desenvolvimento de força.
Relação das variáveis entre sexos masculino e feminino
Cureton e equipe (1988) compararam o grau de hipertrofia músculo-esquelética, resultado de treinamento de resistência de força, entre homens (24.7 ± 2.1 anos) e mulheres (25.5 ± 2.3 anos) que não participavam há 6 meses de atividades sistemáticas de força muscular, por um período de 16 semanas de treinamento individualizado e progressivo. O treinamento consistiu de unidades de treino alternadas por 3 vezes semanais, sendo realizadas nestas de 1 a 3 séries de exercícios, com um número de repetições por série de acordo com as possibilidades dos voluntários, envolvendo flexão e extensão dos braços e pernas por meio de pesos livres e máquinas de força. O volume de treinamento para os braços e pernas foi o mesmo, de forma que houve um aumento progressivo de 70% para 90% de 1 repetição máxima através do protocolo da periodização. Os resultados obtidos foram os seguintes:
Força Muscular.
Área de Secção Transversa do Músculo.
Aumentos percentuais em força foram mais elevados do que as alterações percentuais em área de secção transversal dos músculos, tanto para o grupo masculino quanto para o grupo feminino, sugerindo que o aumento em força muscular resultou de uma combinação de fatores de adaptação hipertróficos e neurais. Considerando as diferenças sexuais e também de treinabilidade, Sale e colaboradores (1987) ressaltam a importância de se levar em conta o maior número de fibras musculares em homens do que em mulheres, devido, sobretudo, à maior dotação genética masculina para este fator (homens destreinados apresentam valores similares em número de fibras musculares quando comparados com grupos masculinos que treinam atividades de musculação). Por outro lado, a maior média em área de fibra muscular de homens em relação às mulheres pode refletir padrões diferenciados de atividades diárias.
Efeitos do treinamento de força em indivíduos idosos
Com o avançar da idade, o tecido músculo-esquelético gradualmente decresce em volume, principalmente devido à redução em número de unidades motoras e fibras musculares e também no tamanho de fibras tipo II. Como resultado, há um progressivo enfraquecimento e perda de mobilidade muscular (Porter et al., 1995; Larsson et al., 1997). Em um estudo a respeito da força muscular e velocidade de movimento em relação à idade e morfologia muscular, Larsson e equipe (1979) relataram os seguintes resultados:
as forças isométrica e dinâmica aumentam em valores absolutos até por volta dos 30 anos, permanecendo constante até a chegada da quinta década de vida, onde se observa um declínio em força na faixa dos 50-59 anos de idade;
mudanças histoquímicas no tecido muscular, tais como um decréscimo proporcional de fibras tipo II e uma atrofia seletiva de fibras tipo II, são relacionadas com o avançar da idade;
a relação entre velocidade de movimento e idade parece similar à relação existente entre força e idade.
Contudo, adaptações positivas para força muscular podem ser obtidas através de treinamento com indivíduos idosos. Brown e equipe (1990) estudaram 14 homens, com idade entre 60 anos e 70 anos de idade, antes e após 12 semanas de treinamento. O treinamento foi realizado 3 vezes por semana, em dias alternados, sendo executados exercícios de musculação do tipo “leg press” bilateral (15 repetições por série), banco supino (10 repetições por série), levantamento de peso sentado e abdominal (12-20 repetições por série), com 2 minutos de recuperação entre as séries. Houve uma progressão de treinamento de 2 séries de cada exercícios em 50% de 1 repetição máxima para 4 séries de 70% - 90% de 1 repetição máxima. O treinamento dinâmico de flexão do cotovelo resultou em um aumento significante de 48% em relação a uma repetição máxima, com uma melhoria de 8.8% em torque isocinético. Em relação ao treinamento de “leg press” bilateral, presenciou-se um aumento de 17% e 23% em torque isocinético e capacidade de levantamento dinâmico, respectivamente. A média em área de secção transversal dos músculos flexores do cotovelo aumentou em 17.4% .
Frontera e colaboradores (1988), também realizando investigação do condicionamento em força muscular com voluntários idosos, ressaltaram que um vigoroso programa de treinamento pode conduzir a significantes ganhos em força. As alterações principais para a ocorrência das adaptações positivas relacionam-se com a acentuada hipertrofia muscular notada, devido ao aumento em tamanho de fibras tipo I e tipo II. Respostas hipertróficas foram acompanhadas por um aumento médio na proporção síntese-degradação (turnover) das proteínas que compõem o complexo actina-miosina. Estes resultados mostram que a capacidade para aumento em massa muscular é conservada em indivíduos idosos e que a melhoria nos parâmetros de força muscular é parcialmente devido às respostas de hipertrofia.
Adaptações histoquímicas induzidas pelo treinamento de força
O tecido músculo-esquelético apresenta uma grande plasticidade em termos de suprimento capilar, tamanho das fibras musculares e reservas metabólicas como uma resposta aos níveis alterados de atividade física. Dentro desta perspectiva, Tesch e Karlsson (1985), através de técnicas de biopsia, analisaram atletas de diversas modalidades esportivas a fim de examinarem o impacto do treinamento físico sobre o tamanho das fibras musculares e suas composições histoquímicas (os músculos pesquisados foram o vasto lateral e a porção medial do deltóide). Corredores de longa distância e remadores de caiaque obtiveram as maiores porcentagens de fibras de contração lenta, enquanto que os atletas de treinamentos específicos de força (lutadores e levantadores de peso) apresentaram hipertrofia seletiva das fibras de contração rápida. Os autores relacionam que as maiores dimensões corporais dos levantadores de peso podem ser atribuídas à hipertrofia das fibras de contração rápida, com um concomitante aumento na média do tamanho das fibras. A relação linear entre área média de fibra muscular e massa corporal pode também indicar que uma elevada porcentagem de fibras de contração rápida e/ou hipertrofia destas fibras sejam um pré-requisito para as respostas hipertróficas gerais.
Exercícios que enfatizam a produção de força máxima, tais como atividades de “sprints” e levantamento de peso, dependem, preponderantemente, do sistema ATP-PC para o fornecimento de energia. Costill e equipe (1979, 1990) compararam programas de treinamento de força que consistiam do seguinte método: uma perna foi treinada utilizando-se de 10 séries de 6s de trabalho máximo, a fim de estressar preferencialmente o sistema ATP-PC, enquanto que a outra perna realizou séries de 30s de extensão máxima do joelho, com o intuito de estressar o sistema glicolítico. O treinamento foi realizado 4 vezes por semana durante 7 semanas, e obtiveram interessantes resultados a respeito da relação duração de estímulo- magnitude de respostas bioquímicas. Ambas as formas de treinamento produziram similares ganhos em força (aproximadamente 14%) e a mesma resistência à fadiga. O grupo de exercícios com duração de 30s apresentou aumentos significativos nas atividades das enzimas fosforilase, fosfofrutoquinase, creatina fosfoquinase, mioquinase, malato desidrogenase e succinato desidrogenase, enquanto que a perna que executou os exercícios em turnos de 6s apenas aumentou atividade enzimática de fosfofrutoquinase. Uma conclusão é que a duração do turno de exercícios máximos seja um fator imprescindível para a ocorrência de adaptações enzimáticas, talvez muito mais relevante que a quantidade de trabalho executada pelo músculo.
Thorstensson e colaboradores (1976) relatam que um programa de 8 semanas (3 séries de 6 repetições máximas por 3 vezes semanais) de treinamento progressivo de força é suficiente para induzir alterações enzimáticas no tecido muscular - propõem em seus resultados uma significante correlação entre atividade ATPásica estimulada por Mg2+ e fibras de contração rápida (FT) e atividade mioquinase e fibras FT. Em relação às adaptações específicas adquiridas por treinamento de força com duração de 8 semanas, após 5 meses de interrupção das atividades sistemáticas há perda total destas em resposta ao estado de destreinamento (Thorstensson, 1977).
De modo geral, Wilmore e Costill (1994) estabelecem que treinamento anaeróbio aumenta atividade enzimática dos sistemas ATP-PC e glicolítico, mas sem ocasionar algum efeito sobre enzimas oxidativas; reversamente, o treinamento aeróbio leva ao aumento de enzimas oxidativas, porém sem estimular melhoria dos sistemas ATP-PC e glicolítico (teoria da especificidade do treinamento físico).
Adaptação neural versus adaptação hipertrófica
Admite-se que a melhoria inicial em performance de força, que ocorre através de treinamentos de resistência de força e treinamento isométrico, esteja relacionada mais ao aumento da eficiência de recrutamento de unidades motoras do que a possíveis adaptações hipertróficas (Coyle et al., 1981; Alway et al., 1989). Desta forma, pode-se explicar, em parte, o interesse do uso de esteróides anabolizantes para a produção acelerada de respostas hipertróficas em circunstâncias de esporte de alto rendimento atlético, onde a preocupação principal é a de induzir hipertrofia muscular nos grupos musculares efetivos em determinada prática esportiva. Contudo, muitas vezes, esquece-se da importância de adaptações qualitativas induzidas neuromuscularmente, que podem influenciar na velocidade contrátil dependente do padrão de ativação de motoneurônios. Desta forma, torna-se extremamente sensato dar atenção às adaptações possíveis advindas da otimização dos processos nervosos - melhoria em coordenação e aprendizagem do movimento, bem como ativação aumentada dos músculos motores primários - nas condições de especificidade de treinamento, até mesmo para o esporte de alto nível competitivo (Sale, 1988).
Figura 1. A manifestação das adaptações musculares e neurais
em decorrência do treinamento de força. Adaptado de Sale (1988)
Na fase inicial de treinamento, a adaptação neural predomina. Geralmente, a maioria dos estudos de pesquisa a respeito das alterações induzidas pelo treinamento de força ocorre neste período. Em estágios de treinamento intermediários e avançados, observa-se as adaptações de demanda hipertrófica, que alcançam um nível de estabilidade com o prolongar do treinamento e com a melhoria da condição atlética. Neste momento é que surge o interesse pelo uso de esteróides anabolizantes, visando acelerar os processos de hipertrofia muscular.
Treinamento excêntrico de força muscular
Muitos são os experimentos que mostram as maiores adaptações positivas relativas ao treinamento excêntrico de força muscular quando comparado a regimes de exercícios preponderantemente constituídos de ações concêntricas. As questões giram em torno de uma melhor eficiência mecânica ao estresse tensional, bem como ao menor custo metabólico constatado em turnos de exercícios excêntricos realizados com a mesma proporção de trabalho de exercícios concêntricos. Porém, há controvérsias a respeito de uma maior condição geradora de estímulos adaptativos por parte de ações musculares excêntricas. Segue-se uma explanação destes fatos abordados.
Hortobágyi e colaboradores (1996), a fim de testarem a hipótese de que treinamento de exercícios excêntricos máximos poderia providenciar um maior estímulo neuromuscular (fatores neurais e hipertróficos) para aquisição de força muscular do que treinamento concêntrico,utilizaram-se do seguinte protocolo: 21 voluntários homens sedentários foram divididos em 3 grupos - grupo excêntrico (n = 7), grupo concêntrico (n = 8) e grupo controle (n = 6). O treinamento consistiu de 12 semanas de exercícios isocinéticos de força excêntrica e concêntrica dos músculos do quadríceps, onde foram executadas 1.890 contrações máximas durante um período de 36 unidades de treino, com uma progressão de 4-6 séries de 8-12 repetições (o período de recuperação entre as séries foi de 1 minuto). Dois importantes resultados foram relatados através dos experimentos: 1) o treinamento excêntrico aumentou força muscular excêntrica 3.5 vezes mais do que o treinamento concêntrico aumentou em força muscular concêntrica, com ganhos de força muscular similares no modo oposto ao qual o treinamento ocorreu; 2) a área de fibra muscular do tipo II aumentou, aproximadamente, 10 vezes mais após o treinamento excêntrico do que em relação ao treinamento concêntrico (resultado não comum). As conclusões obtidas vão ao encontro da teoria da especificidade do treinamento, esta que considera que os maiores efeitos do treinamento ocorrem quando o mesmo tipo de exercício é utilizado para os testes e treinamento (Morrissey et al., 1995). A explicação pelo maior grau de adaptabilidade das ações musculares excêntricas foi atribuída a um aumento na atividade eletromiográfica durante os testes de contrações excêntricas, aproximadamente 7 vezes mais elevada do que a atividade eletromiográfica constatada para o grupo concêntrico submetido aos testes concêntricos de força muscular. Esta maior adaptação neural, vista para o treinamento excêntrico, é relacionada à hipótese de que indivíduos destreinados apresentam performance menos efetiva no segmento excêntrico da curva força-velocidade em estágios iniciais de treinamento, o que sugere uma incompleta ativação das unidades motoras. Ativação incompleta de unidades motoras na fase inicial de treinamento pode representar uma maior reserva para adaptação neural. Já, em relação aos modestos ganhos em força no modo oposto da contração treinada, pode-se predizer que existe uma falha em um ou mais eventos de transformação de potencial de ação axonal para potencial de ação sarcolemal e/ou um diferente padrão de recrutamento de fibras musculares durante contrações excêntricas e concêntricas. Uma razão para o maior grau de hipertrofia observado no grupo excêntrico talvez esteja relacionada com a utilização seletiva de fibras do tipo II durante contrações excêntricas (Hortobágyi et al., 1996).
Os fatores mais importantes que podem influenciar na ocorrência de respostas adaptativas específicas ao treinamento físico estão relatados a seguir:
Figura 2. Fatores metabólicos e neuromusculares envolvidos
nas respostas adaptativas específicas ao treinamento físico
Apesar de Hortobágyi e Katch (1990) relatarem efeitos similares em ganho de força entre treinamento excêntrico+concêntrico e treinamento concêntrico, através de testes realizados em banco supino (membros superiores) e por meio de agachamentos com pesos (membros inferiores), vários experimentos enfocam a importância do exercício excêntrico dentro de um programa de treinamento de força.
Dudley e equipe (1991b), ao estudarem 3 regimes diferentes de treinamento para a análise da influência do exercício excêntrico sobre as respostas adaptativas do tecido músculo-esquelético ao treinamento de resistência de força, submeteram 38 homens adultos sem experiência em treinamento aos seguintes protocolos: o grupo concêntrico + excêntrico e o grupo concêntrico performaram 4-5 séries de 6-12 repetições por série, 2 vezes por semana, realizando exercícios de “leg press” e de extensão da perna (o grupo concêntrico executou os mesmos exercícios, porém apenas com contrações concêntricas); o grupo concêntrico + concêntrico executou 8-10 séries de cada exercício com 6-12 repetições por série, duas vezes por semana. O programa de treinamento teve duração de 19 semanas, sendo que o número de repetições por série diminuía progressivamente durante as semanas em virtude do aumento da intensidade de carga (10-12 repetições nas primeiras 8 semanas para 6-8 repetições nas últimas 6 semanas). Os resultados mostraram que o grupo concêntrico + excêntrico obteve um aumento em 3 repetições máximas de “leg press” na ordem de 26 ± 5%, enquanto que os aumentos em força muscular para os grupos concêntrico + concêntrico e concêntrico situaram-se em 15 ± 4% e 8 ± 3%, respectivamente, após o treinamento. Da mesma forma para o teste de 3 repetições em intensidade máxima de extensão da perna, o grupo concêntrico + excêntrico apresentou um aumento de 29 ± 2%, ao passo que os grupos concêntrico + concêntrico e concêntrico obtiveram aumentos de 24 ± 1% e 16 ± 2%, respectivamente, após o treinamento. A explicação para tais resultados ainda não é de total certeza, mas acredita-se que programas de treinamento de força dotados com contrações excêntricas têm um limiar de ativação que otimiza as respostas adaptativas, sobretudo alterações neurais (Colliander, Tesch, 1990). Dudley e colaboradores (1991b) creditam tais resultados aos possíveis mecanismos de adaptação ao exercício excêntrico, os quais tendem a induzir um aumento em ativação central e de sincronização de unidades motoras e/ou um decréscimo em entrada (input) dos reflexos inibitórios neurais, limitantes em força em sujeitos destreinados.
Utilizando-se do mesmo protocolo proposto por Dudley e equipe (1991b), Hather e colaboradores (1991) relataram alterações em porcentagem de fibras musculares e número de capilares após o programa de treinamento de força com duração de 19 semanas. A proporção de fibras tipo I permaneceu inalterada, enquanto que houve um decréscimo de fibras tipo IIB e um concomitante aumento em fibras tipo IIA em todos os grupos analisados logo após o período de treinamento e destreinamento (4 semanas). Em relação às alterações em área de fibra muscular, somente o grupo concêntrico + excêntrico apresentou aumento em área de fibras tipo I nos períodos de pós-treinamento (14%) e de destreinamento (15%). Área de fibras tipo II aumentou tanto para o grupo concêntrico + excêntrico (pós-treinamento = 32% e destreinamento = 23%) quanto para o grupo concêntrico + concêntrico (pós-treinamento = 27 % e destreinamento = 13%). Os grupo concêntrico e controle não mostraram mudanças significantes em área de fibras. Sobre as alterações em número de capilares por fibra, houve um aumento similar após o treinamento tanto para fibras tipo I e tipo II, com os resultados mais significativos para o grupo concêntrico + concêntrico. No período de destreinamento, todos os grupos mostraram aumento em número de capilares por fibra. Na relação número de capilares por área de fibra, obteve-se aumento tanto para fibras tipo I quanto para fibras tipo II logo após a fase de treinamento e no período de destreinamento, nos grupos concêntrico e concêntrico + concêntrico. Os resultados sugerem que a performance de ações excêntricas foi um fator determinante na otimização de hipertrofia das fibras musculares durante o treinamento de resistência de força. O surpreendente aumento em capilaridade após o treinamento e na fase de destreinamento relacionou-se com a prática de ações concêntricas, parecendo haver alguma influência do maior estresse metabólico induzido por esta modalidade de contração em comparação à contração excêntrica.
Desta forma, três fatores importantes na determinação de adaptações neurais e hipertróficas, em decorrência do treinamento de resistência de força, parecem estar relacionados: o tempo de duração do treinamento, a condição física de performance no estágio de pré-treinamento e o tipo de contração muscular. Häkkinen e colaboradores (1985), submetendo 11 homens adultos, já acostumados com exercícios de força, em um treinamento dos músculos extensores da perna através de agachamentos dinâmicos com barra de peso sobre os ombros (a carga de treinamento aumentou progressivamente na amplitude entre 70% e 100% de uma repetição máxima) por um período de 24 semanas em três vezes semanais, também tiveram interesse em analisar a influência de contrações estritamente excêntricas implementadas no terceiro, quinto e sexto meses de treinamento (3-5 contrações excêntricas com carga variando entre 100% e 120% de uma contração concêntrica máxima). Os resultados mostraram que durante o primeiro mês de treinamento, com a mais baixa intensidade de carga de força, a atividade eletromiográfica decresceu. Quando a intensidade de treinamento foi igual ou superior a 80% da força máxima obtida durante os testes e/ou o treinamento incluiu também contrações excêntricas de alta intensidade, os valores para atividade eletromiográfica aumentaram, exceto para o último mês de treinamento. A ocorrência de hipertrofia em fibras de contração rápida se deu durante as doze primeiras semanas de treinamento, com nenhum resultado positivo presenciado na etapa final do programa de treinamento, talvez sendo esta uma evidência de início de um estado de “overtraining”. As conclusões a respeito dos resultados obtidos permitem realizar algumas análises: 1) o estado de pré-treinamento pode influenciar nas respostas hipertróficas durante a primeira parte do treinamento; 2) a magnitude e curso de tempo de alterações neurais e hipertróficas podem, desta forma, variar devido a diferenças em tipo, intensidade e duração do treinamento de força; 3) existe um efeito benéfico entre contrações concêntricas de alta intensidade e a utilização periódica de contrações excêntricas para desenvolvimento de força durante períodos de treinamentos prolongados.
Em contraste aos resultados apresentados, pode-se citar o experimento de Johnson e equipe (1976), que submeteram 8 universitários a um período de treinamento de 6 semanas, 3 vezes por semana. O treinamento consistiu de exercícios de flexão e extensão do cotovelo (com barras de peso) e flexão e extensão do joelho (máquina de musculação), executando-se 2 séries de 10 repetições nos exercícios concêntricos (intensidade de 80% de 1 repetição máxima) e duas séries de 6 repetições nos exercícios excêntricos (intensidade de 120% de 1 repetição máxima). Os dados obtidos revelaram que não houve diferença significativa em média de ganho em força entre o grupo concêntrico e o grupo excêntrico, apesar do grupo excêntrico ter apresentado os maiores ganhos totais. O fato do treinamento excêntrico não ter resultado em ganhos mais pronunciados em força muscular em relação ao treinamento concêntrico, pode estar relacionado com o curto tempo de treinamento (6 semanas), insuficiente para a determinação de adaptações neuromusculares específicas.
Finalizando, pode-se relatar algumas vantagens da prática do treinamento excêntrico de força muscular:
as ações musculares excêntricas apresentam um menor custo metabólico em relação às contrações concêntricas (Davies, Barnes, 1972a; Davies, Barnes, 1972b; Bigland-Ritchie, Woods, 1976), o que pode retardar o início de um estado de fadiga por depressão de reservas de ATP;
o treinamento excêntrico de força muscular tende a aumentar a força, também, dos músculos antagonistas. Singh e Karpovich (1967) relatam aumentos significantes em força muscular nos antagonistas dos músculos flexores do braço através de treinamento excêntrico com duração de 8 semanas;
a maior capacidade do tecido músculo-esquelético em suportar atividades com contrações excêntricas pode propiciar uma mobilização mais elevada de carga de treinamento. Johnson e equipe (1976) conseguiram aumentos médios em força muscular similares para o grupo excêntrico com uma performance total de trabalho inferior ao grupo concêntrico: enquanto que o grupo concêntrico executava 80% de 1 repetição máxima (1 RM) 10 vezes durante cada série de treinamento (80% x 10 = 800% de 1 RM), o grupo excêntrico realizava 120% de 1 RM por 6 vezes durante o treinamento (120% x 6 = 720% de 1 RM);
a implementação de ações excêntricas em sessões de exercícios onde apenas utiliza-se ações concêntricas tende a aumentar a produção de força muscular (Häkkinen, Komi, 1981), com um custo adicional de energia mínimo (Dudley et al., 1991a). A conjugação entre a ativação integral de unidades motoras através de contrações concêntricas e a utilização do potencial dos componentes elásticos dos músculos por meio de contrações excêntricas pode servir de base para uma hipótese a respeito da maior aquisição em força muscular.
Referências bibliográficas
ALWAY, S. E., MACDOUGALL, J. D., SALE, D. G. Contractile adaptations in the human triceps surae after isometric exercise. Journal of Applied Physiology, v. 66, n. 06, p. 2725-2732, 1989.
BAECHLE, T. R., GROVES, B. R. Weight training: steps to success. Champaign: Human Kinetics, 1995.
BIGLAND-RITCHIE, B., WOODS, J. J. Integrated electromyogram and oxygen uptake during positive and negative work. Journal of Physiology, v. 260, n. 02, p. 267-277, 1976.
BOMPA, T. O. Theory and methodology of training: to key to athletic performance. Dubuque: Kendall/Hunt, 1990.
BOMPA. T. O. Periodização da força: a metodologia mais eficaz do treinamento de força. Sprint, ano 16, n. 77, p. 30-35, 1995.
BROWN, A. B., MCCARTNEY, N., SALE, D. G. Positive adaptations to weight-lifting training in the elderly. Journal of Applied Physiology, v. 69, n. 05, p. 1725-1733, 1990.
COLLIANDER, E. B., TESCH, P. A. Effects of eccentric and concentric muscle actions in resistance training. Acta Physiologica Scandinavica, v. 140, n. 01, p. 31-39, 1990.
COSTILL, D. L., COYLE, E. F., FINK, W. F. et al. Adaptations in skeletal muscle following strength training. Journal of Applied Physiology, v. 46, n. 01, p. 96-99, 1979.
COYLE, E. F., FEIRING, D. C., ROTKIS, T. C. et al. Specificity of power improvements through slow and fast isokinetic training. Journal of Applied Physiology, v. 51, n. 06, p. 1437-1442, 1981.
CURETON, K. J., COLLINS, M. A., HILL, D. W. et al. Muscle hypertrophy in men and women. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 20, n. 04, p. 338-344, 1988.
DAVIES, C. T. M., BARNES, C. Negative (eccentric) work. I. Effects of repeated exercise. Ergonomics, v. 15, n. 01, p. 03-14, 1972a.
DAVIES, C. T. M., BARNES, C. Negative (eccentric) work. II. Physiological responses to walking uphill and downhill on a motor -driven treadmill. Ergonomics, v. 15, n. 02, p. 121-131, 1972b.
DUDLEY, G. A., TESCH, P. A., HARRIS, R. T. et al. Influence of eccentric actions on the metabolic cost of resistance exercise. Aviation, Space, and Environmental Medicine, v. 62, p. 678-682, 1991a.
DUDLEY, G. A., TESCH, P. A., MILLER, B. J. et al. Importance of eccentric actions in performance adaptations to resistance training. Aviation, Space, and Environmental Medicine, v. 62, p. 543-550, 1991b.
FOX, E. L., BOWERS, R. W., FOSS, M, L. Bases fisiológicas da educação física e dos desportos. Rio de Janeiro: Guanabara, 4a. edição, 1991.
FRONTERA, W. R., MEREDITH, C. N., O’REILLY, K. P. et al. Strength conditioning in older men: skeletal muscle hypertrophy and improved function. Journal of Applied Physiology, v. 64, n. 03, p. 1038-1044, 1988.
GAMBETTA, V. Cuánta fuerza es necesaria? Stadium, ano 22, n. 127, p. 12, 1988a.
GAMBETTA, V. Qual é a quantidade de força suficiente? Sprint, ano 7, n. 39, p. 32-35, 1988b.
GAMBETTA, V. The role of Eccentric Strength. Strength and Conditioning, v. 16, n. 05, p. 73-75, 1994.
GAMBETA. V. Principles of plyometric training. Track Technique, v. 97, p. 3099-3104, 1987.
GONZÁLES, A. Entrenamiento de la fuerza I. Stadium, ano 21, n. 122, p. 27-36, 1987a.
GONZÁLES, A. Entrenamiento de la fuerza II. Stadium, ano 21, n. 123, p. 37-43, 1987b.
HÄKKINEN, K., KOMI, P. V. Effect of different combined concentric and eccentric muscle work regimens on maximal strength development. Journal of Human Movement Studies, v. 07, p. 33-44, 1981.
HÄKKINEN, K., KOMI, P. V., ALÉN, M. Effect of explosive type strength training on isometric force-and-relaxation-time, electromyographic and muscle fibre characteristics of leg extensor muscles. Acta Physiologica Scandinavica, v. 125, n. 04, p. 587-600, 1985.
HATHER, B. M., TESCH, P. A., BUCHANAN, P. et al. Influence of eccentric actions on skeletal muscle adaptations to resistance training. Acta Physiologica Scandinavica, v. 143, p. 177-185, 1991.
HORTOBÁGYI, T., HILL, J. P., HOUMARD, J. A. et al. Adaptive responses to muscle lengthening and shortening in humans. Journal of Applied Physiology, v. 80, n. 03, p. 765-772, 1996.
HORTOBÁGYI, T., KATCH, F. I. Role of concentric force in limiting improvement in muscular strength. Journal of Applied Physiology, v. 68, n. 02, p. 650-658, 1990.
JOHNSON, B. L., ADAMCZYK, J. W., TENNOE, K. O. et al. A comparison of concentric and eccentric muscle training. Medicine and Science and Sports, v. 08, n. 01, p. 35-38, 1976.
LARSSON, L., GRIMBY, G., KARLSSON, J. Muscle strength and speed of movement in relation to age and muscle morphology. Journal of Applied Physiology, v. 46, n. 03, p. 451-456, 1979.
LARSSON, L., LI, X., FRONTERA, W. R. Effects of aging on shortening velocity and myosin isoform composition in single human skeletal muscle cells. American Journal of Physiology, v. 272, n. 02, p. C638-C649, 1997.
MORRISSEY, M. C., HARMAN, E. A., JOHNSON, M. J. Resistance training modes: specificity and effectiveness. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 27, n. 05, 648-660, 1995.
PORTER, M. M., VANDERVOORT, A. A., LEXELL, J. Aging of human muscle: structure, function and adaptability. Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports, v. 05, n. 03, p. 129-142, 1995.
SALE, D. G. Neural adaptation to resistance training. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 20, n. 05, S135-S145, 1988.
SALE, D. G., MACDOUGALL, J. D., ALWAY, S. E. et al. Voluntary strength and muscle characteristics in untrained men and women and male bodybuilders. Journal of Applied Physiology, v. 62, n. 05, p. 1786-1793, 1987.
SINGH, M., KARPOVICH, P. V. Effect of eccentric training of agonists on antagonistics muscles. Journal of Applied Physiology, v. 23, n. 05, 1967.
TESCH, P. A. Skeletal muscle adaptations consequent to long-term heavy resistance exercise. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 20, n. 05, p. S132-S134, 1988.
TESCH, P. A., KARLSSON, J. Muscle fiber types and size in trained and untrained muscles of elite athletes. Journal of Applied Physiology, v. 59, n. 06, p. 1716-1720, 1985.
THORSTENSSON, A. Observations on strength training and detraining. Acta Physiologica Scandinavica, v. 100, n. 04, p. 491-493, 1977.
THORSTENSSON, A., HULTÉN, B., VON DÖBELN, W. et al. Effects of strength training on enzyme activities and fibre characteristics in human skeletal muscle. Acta Physiologica Scandinavica, v. 96, n. 03, 1976.
WILMORE, J. H., COSTILL, D. L. Physiology of sport and exercise. Champaign: Human Kinetics, 1994.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 16 · N° 164 | Buenos Aires,
Enero de 2012 |