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A importância da lavagem das mãos para

a realização dos cuidados de enfermagem

La importancia del lavado de manos para la realización de los cuidados de enfermería

 

*Acadêmico do curso de Enfermagem das Faculdades

Santo Agostinho, Montes Claros, Minas Gerais

**Professora de Enfermagem das Faculdades Santo Agostinho

***Professora de Enfermagem da Universidade Estadual

de Montes Claros (Unimontes) e das Faculdades Santo Agostinho

****Acadêmico do curso de Enfermagem da Unimontes

(Brasil)

Thiago Cardoso*

Joanilva Ribeiro Lopes**

Carla Silvana Oliveira e Silva***

Lucinéia de Pinho**

Ana Paula Oliveira**

Frederico Marques**

Luís Paulo Souza e Souza****

luis.pauloss@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo objetiva conhecer como se desenvolve a técnica de higienização das mãos pela equipe de enfermagem atuante em Hospital geral. Trata-se de uma pesquisa quantitativa e descritiva, realizada junto a 30 profissionais da enfermagem do Hospital Municipal São Vicente de Paulo, localizado no município de Coração de Jesus, no interior de Minas Gerais. Para coleta dos dados, utilizou-se um questionário estruturado. Dos 30 entrevistados, 6 eram enfermeiros e 24 auxiliares e/ou técnicos de enfermagem. A faixa etária prevalente variou entre os 20 a 29 anos e 40 e 49 anos. Predominou-se o sexo feminino (73,4%), sendo que 36,6% trabalhavam no Pronto Socorro, 30% na Clínica Médica e 23,4% no Bloco Cirúrgico e os outros 10% em demais setores. O estudo revelou, ainda, que todos os trabalhadores efetuam a técnica de lavagens das mãos antes e depois da realização de cada procedimento, sendo que 66,67% dos profissionais higienizam as mãos em uma frequência de mais do que 16 vezes a cada plantão de 12 horas. Constatou-se também que todos reconhecem a importância da lavagem das mãos como forma de prevenir infecção, e a maioria respondeu não haver treinamentos para informarem aos profissionais sobre tal assunto. Conclui-se que apesar dos profissionais em estudo relatarem realizar a lavagem das mãos, é necessário implantar o processo educativo sobre a lavagem das mãos continuamente, envolvendo todos os profissionais do serviço, a fim de se reduzir infecções hospitalares, uma vez que um dos maiores índices de transmissão ocorre pelas mãos.

          Unitermos: Infecção hospitalar. Lavagem das mãos. Cuidados de enfermagem.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A higienização das mãos sempre foi considerada uma medida básica para o cuidado ao paciente. Desde o estudo de Semmelweis, no século XIX, as mãos dos profissionais de saúde vêm sendo implicadas como fonte de transmissão de micro-organismos no ambiente hospitalar. A contaminação das mãos dos profissionais de saúde pode ocorrer durante o contato direto com o paciente ou por meio do contato indireto, com produtos e equipamentos ao seu redor (ELIAS, 2006).

    Martins (2001) considera as infecções relacionadas à assistência à saúde como qualquer infecção adquirida após a admissão do paciente no hospital, que se manifesta no período de internação ou pós-alta, se puder ser relacionada à hospitalização. Conforme ainda descreve o autor, quando não é conhecido o período de incubação de um microrganismo e não há evidencia clínica ou laboratorial de infecção no momento da internação, considera-se infecção hospitalar aquela manifestada após 72 horas da admissão. Também são hospitalares aquelas infecções relacionadas a procedimentos invasivos, independentemente do momento da manifestação, bem como as infecções nos recém-nascidos, exceto as congênitas.

    Atualmente, os profissionais que trabalham nas instituições de saúde necessitam ter conhecimento sobre a verdadeira importância da lavagem das mãos e sua correta higienização. Essa medida está relacionada às boas práticas de higiene do ambiente e possibilita ao paciente proteção contra as infecções, durante todo o período de internação, já que as infecções hospitalares estão presentes no cotidiano do trabalho de enfermagem e são sempre apresentadas como um risco (FELIX e MIYADAHIRA, 2009).

    A higienização das mãos é a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. Consiste na fricção manual rigorosa de toda a superfície das mãos e punho, utilizando-se sabão/detergente, seguida de enxágue abundante de água corrente. Essa medida visa à remoção da maioria dos microorganismos da flora transitória de células descamativas como pelos, suor, sujidade e oleosidade (BRASIL, 2007; BLOM e LIMA, 2003; FERNANDES e FERNANDES, 2000).

    Felix e Miyadahira (2009) afirmam que a lavagem das mãos é um procedimento essencial e necessário antes de prestar assistência ao cliente ou realizar qualquer atividade que exija condições de higiene e limpeza, tal como a preparação de medicamentos. É necessária para a prevenção da propagação de infecções e impedir a disseminação de microorganismos entre os pacientes.

    A necessidade da higienização das mãos é reconhecida também pelo governo brasileiro, quando inclui recomendações para esta prática no Anexo IV, da Portaria 2616/98, do Ministério da Saúde, que instrui sobre o Programa de Controle de Infecções Hospitalares nos estabelecimentos de assistência à saúde no País. A importância deste tema fica ainda mais destacada quando se verificou que diversas regulamentações internacionais e manuais, elaboradas por associações profissionais ou órgãos governamentais internacionais, são direcionadas à higienização das mãos, reconhecendo as evidências sobre o valor dessa ação básica de controle (BRASIL, 2003).

    Brasil (2007) afirma que as infecções nos serviços de saúde ameaçam tanto os pacientes quanto os profissionais e podem ocasionar sofrimentos e gastos excessivos para o sistema de saúde. Podem, ainda, implicar em processos e indenizações judiciais nos casos comprovados de negligência durante a assistência prestada. O controle de infecções nesses serviços, incluindo as práticas da higienização das mãos, além de atender ás exigências legais e éticas, concorre também para a melhoria da qualidade no atendimento e assistência ao paciente. Os benefícios dessas práticas são inquestionáveis, desde a redução da morbidade e mortalidade dos pacientes até a diminuição de custos associados ao tratamento dos quadros infecciosos.

    A escolha do tema de pesquisa surgiu devido ao interesse dos pesquisadores em relação aos cuidados relativos às Infecções Hospitalares (IH) e, consequentemente á lavagem das mãos. Tal procedimento representa a principal medida preventiva e de controle de Infecções Hospitalares e é usado de forma incorreta ou então negligenciado. Dessa forma, devido à importância da enfermagem na prevenção das Infecções Hospitalares, esta pesquisa teve como problema: Como a equipe de enfermagem higieniza as mãos para a realização dos procedimentos de enfermagem?

    Optou-se por estudar este assunto, pois são os profissionais de enfermagem que possuem uma gama de ações assistenciais a serem realizadas. Por isso, se faz necessária a utilização da técnica da higienização das mãos, uma vez que, para Rocha, Borges e Filho (2007), as mãos dos profissionais de saúde são as vias mais frequentes de transmissão de microorganismos no ambiente hospitalar, além de serem reservatórios para patógenos resistentes aos antimicrobianos. Devido ao fato de os profissionais de enfermagem possuirem uma gama de ações assistenciais a serem realizadas, a utilização da técnica da higienização das mãos se torna imprescindível no ato do trabalho.

    A partir do exposto, este estudo teve como objetivo conhecer como se desenvolve a técnica de higienização das mãos pela equipe de enfermagem atuante em Hospital geral localizado ao norte de Minas Gerais.

Materiais e métodos

    Trata-se de uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo. A pesquisa quantitativa visa descobrir quantas pessoas de uma determinada população compartilham uma característica ou um grupo de características (GIL, 2002).

    O estudo foi realizado em maio de 2010, nos setores: Pronto Socorro, Clínica Médica e Bloco Cirúrgico do Hospital Municipal São Vicente de Paulo, localizado no município de Coração de Jesus, no interior de Minas Gerais - Brasil. O universo da pesquisa foi composto por todos os trabalhadores do referido hospital. Elegeram-se 30 participantes que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: aceitar participar da pesquisa, não estar de licença ou férias e trabalhar no hospital no período do estudo.

    A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário estruturado que permitiu a obtenção de informações diretamente do entrevistado. Previamente á coleta de dados, realizou-se o estudo piloto ou pré-teste com a finalidade de validar o questionário, avaliando a clareza das perguntas. Participaram do pré-teste 3 profissionais do mesmo setor em que foi realizada a pesquisa de campo, sendo um auxiliar, um técnico e um enfermeiro. Segundo Brasil (1998), o questionário estruturado deve ser utilizado em trabalhos que requeiram, de um ou mais entrevistados, respostas padronizadas para um conjunto definido de informações acerca de um tema específico. A sua principal característica é que o entrevistador não tem liberdade de ajustar, alterar ou adicionar novas perguntas durante o processo de aplicação, tendo, porém, controle sobre a sequência de perguntas.

    Após a coleta, os dados foram tabulados e apresentados na forma de porcentagens, tabelas e gráficos. A análise se baseou nas respostas obtidas pelos entrevistados e dependeu da capacidade do pesquisador.

    Para garantir os aspectos éticos, o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) das Faculdades Unidas do Norte de Minas, por meio do parecer consubstanciado 022/10, estando de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que preconiza as normas de pesquisas envolvendo seres humanos.

Resultados

    Os dados coletados foram agrupados em: perfil dos profissionais e técnica de lavagem das mãos.

Perfil dos profissionais

    A tabela 1 caracteriza os profissionais quanto ao sexo, faixa etária, formação profissional e setor que atua.

Tabela 1. Distribuição quanto ao perfil dos profissionais. Hospital Municipal São Vicente de Paulo, Coração de Jesus, maio de 2010

    Em relação ao perfil dos profissionais, verificou-se que 73,4% pertenciam ao sexo feminino e 26,6%, ao sexo masculino, com 33,33% com idade entre 20 a 29 anos e 40 a 49 anos de idade. 80% destes são técnicos e/ou auxiliares de enfermagem e 20%, enfermeiros. Dos profissionais citados, 36,6% trabalham no Pronto Socorro, 30% na Clínica Médica e 23,4% no Bloco Cirúrgico, 10% em outros setores.

Técnica de lavagem das mãos

    O gráfico 1 mostra o percentual referente aos profissionais que aderem à técnica de lavagem das mãos.

Gráfico 1. Percentual referente aos profissionais que aderem à técnica de lavagem 

das mãos. Hospital Municipal São Vicente de Paulo, Coração de Jesus, maio de 2010

    Nota-se que 100% dos profissionais aderem à prática de lavagem das mãos.

    Outro item avaliado foi quantas vezes os profissionais realizavam a técnica de lavagens das mãos durante os plantões. O percentual encontrado está disposto no gráfico 2.

Gráfico 2. Percentual referente à quantidade de vezes que os profissionais realizam a técnica 

de lavagem das mãos. Hospital Municipal São Vicente de Paulo, Coração de Jesus, maio de 2010

    Analisando o gráfico 2, nota-se que 66,67% dos profissionais realizam essa técnica mais de 16 vezes a cada plantão de 12 horas, 23,33%, de 11 a 15 vezes e 10%, de 1 a 10 vezes.

    O gráfico 3 evidencia o conhecimento dos profissionais sobre a importância da lavagem das mãos na diminuição do risco de Infecção Hospitalar.

Gráfico 3. Conhecimento sobre a importância da lavagem das mãos na diminuição do risco de 

Infecção Hospitalar. Hospital Municipal São Vicente de Paulo, Coração de Jesus, maio de 2010

    Percebe-se que todos os profissionais conhecem a importância da técnica de higienização das mãos como forma de prevenir infecção em ambiente hospitalar.

    Outro item avaliado foi se os profissionais realizavam a lavagem das mãos e após procedimentos realizados (gráfico 4).

Gráfico 4. Utilização das técnicas de lavagem das mãos.

Hospital Municipal São Vicente de Paulo, maio de 2010

    Obteve-se que todos os profissionais realizam a lavagem das mãos antes e depois da realização de procedimentos.

    Já a tabela 2 mostra os treinamentos da Lavagem das mãos através dos procedimentos operacionais padrão (POP) e protocolos.

Tabela 2. Treinamentos para lavagem das mãos através dos procedimentos operacionais 

padrão e protocolos. Hospital Municipal São Vicente de Paulo, Coração de Jesus, maio de 2010

    Nota-se que quanto à padronização da lavagem das mãos pelos procedimentos operacionais padrão (POP) e protocolos, a maioria dos entrevistados respondeu existir (70%). Quanto aos treinamentos dos POP’s referentes à lavagem das mãos, maior parte respondeu não existir (60%). Outro item avaliado foi se no local do setor onde o entrevistado atua e onde se realiza a lavagem das mãos existem informativos sobre a técnica a ser utilizada, obtendo-se que maioria respondendo que sim (53,3%).

Discussão dos dados

    A lavagem das mãos é uma prática de assepsia simples que continua sendo a principal forma de prevenir e controlar as infecções, sem ônus significativos para as instituições, além de gerar benefícios extensíveis àqueles envolvidos no processo de cuidado, devendo configurar-se como um hábito que todos os profissionais de saúde devem realizar antes e depois de qualquer procedimento, seja ele invasivo ou não (SANTOS, 2002).

    Quanto à formação profissional, a presente pesquisa torna-se diferente com o estudo realizado em um hospital de média complexidade do Vale do Aço em Minas Gerais, onde foram observados 19 profissionais de diferentes categorias e houve 46 lavagens das mãos. Entre os profissionais observados, os auxiliares e técnicos de enfermagem representaram 63,2% do total de avaliados, sendo os demais constituídos por 21% de médicos, 10,5% enfermeiros e 5,3% fisioterapeutas. Além da frequência de lavagem das mãos, analisou-se também a técnica quanto ao cumprimento de todas as suas etapas. Entre os profissionais observados, nenhum realizou a técnica conforme preconiza o Manual de Higienização das mãos em Serviço de Saúde (BRASIL, 2007).

    Quanto à realização da técnica de lavagem das mãos, os achados nesta pesquisa são confirmados com os achados em pesquisa realizada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal de um Hospital Público do Município de Goiânia, estado de Goiás, em setembro de 2001, em que se teve como população alvo a equipe de enfermagem. Notou-se que esses profissionais apresentaram 100% de adesão à técnica de lavagem das mãos (MENDONÇA et al., 2003).

    No Brasil, estima-se que 3 a 15% dos pacientes sob hospitalização adquirem infecção hospitalar e que, destes, 5 a 12% morrem em consequência disso. Estudos acerca dos processos de disseminação dos patógenos apontam as mãos dos profissionais da saúde como reservatório de micro-organismos responsáveis pela infecção cruzada (SCHEIDT e CARVALHO, 2006).

    Segundo Santos e Gonçalves (2009), a técnica de lavagens das mãos é essencial para evitar infecção cruzada, ou seja, previne a transmissão de patógenos do cuidador para o paciente e vice-versa. Ainda afirmam que, apesar de não realizarem toda a técnica de forma correta, os profissionais sabem da importância que esta representa.

    Estudos realizados na UTI neonatal de um Hospital Público do Município de Goiânia, estado de Goiás, em setembro de 2001, demonstraram que as equipes de enfermagem foram as que mais valorizaram a lavagem das mãos como um procedimento capaz de reduzir as taxas de infecção hospitalar (MENDONÇA et al, 2003). Tais achados corroboram com os achados na presente pesquisa.

    Quanto à realização da lavagem das mãos antes e após procedimentos, os achados nesta pesquisa são diferentes dos achados de Correa (2003), o qual observou que 21% dos profissionais da enfermagem lavavam as mãos antes de realizar as tarefas e, 45% após os procedimentos realizados. Observou também que a maioria dos profissionais não realiza a lavagem das mãos, pois em 79% dos procedimentos, não lavaram as mãos antes e em 55 % não lavaram as mãos depois de realizá-los.

    Analisando a quantidade de vezes que os profissionais lavaram as mãos, o presente estudo se torna diferente com a pesquisa realizada na Sala de Recuperação Pós-Anestésica de um hospital de ensino de Goiânia - Goiás, com 11 profissionais de enfermagem, sendo 3 enfermeiros e 8 técnicos de enfermagem, identificou, ao todo, 510 oportunidades de higienização das mãos. As frequências de higienização das mãos, segundo a categoria profissional, mostram que, antes dos procedimentos, os técnicos de enfermagem tiveram adesão de 2,95% e os enfermeiros de 15,93%. Após os procedimentos, as adesões foram de 6,34% e 17,70%, respectivamente. Embora a frequência de higienização das mãos, antes e após os procedimentos, tenha sido maior entre os enfermeiros, ambas as categorias tiveram baixa adesão. Fato preocupante, considerando que o paciente na Sala de Recuperação Pós-Anestésica requer cuidados intensivos e manuseio constante para a avaliação global do retorno da anestesia e equilíbrio hemodinâmico (BARRETO et al, 2009).

    Os profissionais de saúde podem lavar suas mãos em um número ilimitado de vezes por turno e a tendência dos produtos em causar irritação da pele e ressecamento é um fator substancial que influencia a não aceitação e o consequente hábito dessa prática. Além disso, o tempo torna-se um fator crítico para a adesão à higienização. As recomendações para uma higiene bem feita das mãos têm enfoque muito mais no risco para o paciente adquirir infecções, e esquecendo-se de que há necessidade em manter a saúde das mãos dos profissionais. A irritação e desidratação potencial dos detergentes podem variar consideravelmente e podem ser amenizadas pela adição de emolientes e umectantes (BLOM e LIMA, 2003).

    Quando questionados quanto aos treinamentos existentes, obteve-se que a maioria dos profissionais respondeu não existir. Acredita-se que a promoção de educação permanente, visando ao controle de infecção nos estabelecimentos de saúde, deve ser assumida pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) / Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) na busca de meios que promovam mudanças mais eficazes e duradouras. Isso pode proporcionar aos profissionais de enfermagem uma maior segurança ao realizar os procedimentos, consequentemente, diminuindo o risco de infecção hospitalar. Mas, sob outro ponto de vista, a adesão é um ato voluntário e individual que depende da decisão de cada profissional. Nesse sentido, é influenciada, dentre outros fatores, pela complexidade inerente ao profissional que realiza o cuidado (NEVES et al, 2006).

    Através de um estudo realizado por Martinez et al. (2008), percebe-se a necessidade de se instituírem programas de educação continuada visando estabelecer e manter a adesão às técnicas e, talvez, campanhas que perpetuem o seu cumprimento. Percebe-se que as técnicas de lavagem das mãos não são uniformemente seguidas nos hospitais e, por isso, programas educacionais com propósitos de aumentar a adesão dos profissionais de saúde à lavagem das mãos são essenciais.

Conclusão

    Conclui-se que os estudos realizados anteriormente se contrapõem a esta pesquisa, pois esta mostra que os trabalhadores, técnicos, auxiliares de enfermagem e enfermeiros aderem à técnica correta de higienização das mãos. O conhecimento sobre a técnica de lavagem das mãos foi considerado importante por todos, e os profissionais reconhecem que a técnica é fundamental na diminuição do risco de Infecção Hospitalar, proporcionando melhoria da qualidade no atendimento e assistência ao paciente.

    A Educação Permanente deve direcionar-se á capacitação dos profissionais em serviço de saúde, proporcionando um processo de reflexão de seus atos. A necessidade dessa capacitação advém dos problemas encontrados nos serviços de saúde, e deve ser vista como forma de organização do processo saúde-doença, garantindo uma assistência qualificada e humanizada. Desse modo, é relevante implantar o processo educativo sobre a lavagem das mãos continuamente, envolvendo todos os profissionais do serviço, a fim de se reduzir infecções hospitalares, uma vez que um dos maiores índices de transmissão ocorre pelas mãos.

    Portanto, fica claro que, apesar de poucos treinamentos e atualização dos trabalhadores desta instituição, eles por si conhecem a importância da técnica para o controle das infecções. Obtiveram-se, neste estudo, resultados pouco confiáveis, pois a técnica de lavagem das mãos é considerada um hábito de difícil modificação e adesão dos profissionais, sendo que os resultados mostraram que todos os profissionais aderiram á técnica. A partir disso, sugere-se a realização de uma próxima pesquisa referente ao mesmo tema, porém observacional, uma vez que proporcionará dados mais fidedignos.

Referências

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