A contribuição da reabilitação cardiovascular na evolução clínica e terapêutica da doença arterial coronariana. O caso do ProCor La contribución de la rehabilitación cardiovascular en la evolución clínica y terapéutica de la enfermedad arterial coronaria. El caso del ProCor |
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Ph. D. Departamento de Educação Física Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil) |
Osni Jacó da Silva osni@cds.ufsc.br |
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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IntroduçãoEste estudo teve como objetivo investigar o efeito da participação longa versus curta em um programa de reabilitação cardiovascular (RCV), na evolução clínica e terapêutica da doença arterial coronariana (DAC).
MétodoOs sujeitos eram todos do Programa de Reabilitação Cardiovascular da Universidade Federal de Santa Catarina-Brasil (ProCor). Foram selecionados 67 pacientes com DAC que foram divididos em dois grupos: o G1 com 32 pacientes (mais de 72 sessões) e o G2 com 35 pacientes (com menos de 72 sessões de exercício).
Instrumentos e Coleta de DadosPara avaliar a evolução clínica e terapêutica o instrumento utilizado foi uma entrevista.
A caracterização antropométrica e dos aspectos da aptidão física relacionados à saúde foi derivada dos testes e medidas realizados rotineiramente com os ingressantes no ProCor.
Programa de Reabilitação Cardíaca - ProCorO programa é baseado em um conjunto de atividades físicas dinâmicas, buscando estimular as capacidades orgânicas de cada paciente (Silva, 1999).
São três sessões semanais de 60 minutos divididas assim: a) parte inicial (10 min.): aonde são realizadas aferições da PA e massa corporal; b) 2ª etapa (10-15 min.): exercícios de aquecimento, específicos para alongamento, flexibilidade e resistência muscular localizada; c) 3ª etapa (25 min.): parte aeróbica; d) 4ª etapa (5-10 min.): volta à calma. (Ramos, 2003).
ResultadosNeste estudo a média de idade é de 63 ± 8,3 anos, há 33 casos com antecedentes familiares para coronariopatias e, em geral, o grupo apresenta sobrepeso em todas as categorias analisadas.
Os dados e valores que permitiram a composição do indicador relativo à evolução clínica da DAC estão na Tabela 1.
Esses fatores foram considerados porque traduzem uma melhor ou pior evolução da doença, uma vez que se espera que um paciente com uma boa evolução e efetiva reabilitação retorne às atividades laborais e a uma vida ativa e produtiva, voltando ao trabalho ou mantendo uma rotina diária independente o mais rapidamente possível.
Quanto à evolução terapêutica propiciada pelo ProCor, objetivou-se pesquisar se havia alguma influência do maior ou menor número de sessões.
Na Tabela 2, apresentam-se os dados descritivos da evolução terapêutica dos dois grupos.
O grupo investigado apresentou valores médios (Tabela 3) de PA sistólica e diastólica de, respectivamente, 138,22 e 84,45 mmHg, classificando-se nas faixas "limítrofe" (PAS) e "normal" (PAD), segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (2002).
Quanto à flexibilidade os valores encontrados permitem caracterizar ambos os grupos como tendo um nível de flexibilidade predominantemente "Fraco" (30 casos, no total) e "Abaixo da média" (17 casos, no total), segundo Nieman (1999), que se somados perfazem 70,2% dos casos.
Os valores do Índice de Massa Corporal (IMC) dos pacientes investigados constam na tabela 4.
Os dados relativos à gordura corporal relativa (%G) da amostra estudada podem ser visualizados na tabela 5.
Quanto ao consumo máximo de oxigênio, o valor médio encontrado foi de 31,47 ± 7,46 ml/kg/min para os homens e de 20,35 ± 8,28 ml/kgmin para as mulheres. Os demais resultados podem ser visualizados na tabela 6.
DiscussãoHá predominância de dois homens para cada mulher, o que está em acordo com a literatura. De fato, o gênero masculino apresenta uma incidência maior da doença e outros estudos com populações semelhantes (DIXON, 2000; SAVAGE, 2000; ALDANA et al., 2003; REID, 2005) revelaram valores parecidos.
Comparando-se os dois grupos, pois foi possível observar que há uma chance de 1,69 vezes mais de um paciente que participou de um número maior de sessões ter uma evolução clínica melhor.
Na evolução terapêutica, há uma diferença significativa entre G1 e G2. Na amostra estudada, aqueles que participaram de um maior número de sessões apresentaram uma possibilidade 4,65 vezes maior de ter melhor evolução no tratamento da DAC, diminuindo o número e a dose de medicamentos e sofrendo menor número de intervenções invasivas importantes como angioplastias e cirurgias de revascularização do miocárdio.
Os indivíduos investigados mantiveram seus níveis pressóricos dentro de limites aceitáveis, provavelmente porque a maior parte deles encontrava-se sob tratamento, o que possivelmente auxiliava na manutenção da pressão arterial dentro da normalidade.
Quanto à flexibilidade os valores encontrados permitem caracterizar ambos os grupos como tendo um nível de flexibilidade predominantemente "Fraco" (30 casos, no total) e "Abaixo da média" (17 casos, no total), segundo Nieman (1999), que se somados perfazem 70,2% dos casos.
Em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC), ambos os grupos apresentaram valores médios acima daqueles preconizados pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 2000). Assim, em média, os dois grupos podem ser classificados como "Pré-obesos". (Tabela 4).
Outro dado importante é que em 75% dos casos encontraram-se valores acima do limite de 25 kg/m2 e que 21,4% dos sujeitos apresentaram valor acima de 30 kg/m2.
ConclusõesOs resultados sugerem que os pacientes que participaram de mais sessões tiveram maior chance de ter uma melhor evolução da doença.
Os que participaram de um maior número de sessões tiveram uma chance 4,65 vezes maior de ter melhor evolução no tratamento da DAC.
Referências bibliográficas ALDANA, S.G. et al. Cardiovascular risk reductions associated with aggressive lifestyle modification and cardiac rehabilitation. Heart & Lung, v.32, p.374-382, November/December, 2003.
DIXON, T. Psychosocial experiences of cardiac patients - in early recovery: a community-based study. Journal of Advanced Nursing, n.31, v.6, p.1368-1375, 2000.
MYERS, J. Exercise and Cardiovascular Health. Circulation, 107: e2-e5, 2003.
NIEMAN, D.C. Exercise testing and prescription: a health-related approach. 4. ed. California: Mayfield, 1999.
RAMOS, J.H. Estudo retrospectivo dos efeitos de um programa de reabilitação cardiovascular sobre componentes da aptidão física relacionada à saúde. 2003. 112 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal de Santa Catarina: Orientador: Edio Luiz Petroski, 2003.
REID, R.D. et al. Impact of program duration and contact frequency on efficacy and cost of cardiac rehabilitation: Results of a randomized trial. American Heart Journal, v.149, p.862-868, 2005.
SILVA, O. J. Condicionamento Físico na Reabilitação cardíaca. Anais do 2º Congresso Brasileiro de Atividade Física & Saúde/ 8º Simpósio de Pesquisa em Educação Física (pp. 17-20). Florianópolis: NuPAF/ CDS/ UFSC, 1999.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 1 a 3. Ffevereiro de 2002 - Campos do Jordão - SP, 2002.
WHO - World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Geneva, (WHO Technical Report Series, Nº 894). Geneve, SW: WHO; 2000.
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