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Saúde vocal do educador físico escolar: uma reflexão da fonoaudiologia

La salud vocal del educador físico escolar: una reflexión desde la fonoaudiología

Vocal health of physical education teachers: a reflection of phonoaudiology

 

*Odontólogo. Mestre em Odontologia. Professor Titular

do Curso de Odontologia SOEBRÁS/FUNORTE. Montes Claros – MG

**Fonoaudióloga. Pesquisadora de Iniciação Científica

do Curso de Fonoaudiologia SOEBRÁS/FUNORTE. Montes Claros – MG

***Médica do Sistema Público de Saúde. Coordenação de Atenção Primária à Saúde

Estratégia de Saúde da Família. Montes Claros – MG

****Odontólogo. Mestre em Educação. Professor Titular do Curso

de Odontologia da Universidade de Cartagena. Cartagena, Colômbia

*****Odontóloga. Especialista em Saúde Pública. Referência Técnica em Saúde Bucal

da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG

Daniel Antunes Freitas*

Stéffany Lara Nunes Oliveira Antunes**

Fernanda Antunes Freitas***

Antonio Diaz Caballero****

Jacqueline Silva Santos*****

danielmestradounincor@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo faz uma reflexão sobre a saúde como um processo dinâmico, uma dimensão da qualidade de vida, recurso para enfrentar e responder aos desafios da vida, um direito humano fundamental para o desenvolvimento de uma nação. Aborda questões de saúde vocal, a utilização da voz profissionalmente e os cuidados que devemos ter com a voz. No que se refere ao educador físico escolar, deve se considerar, que ficam expostos a varias condições estressantes, tais como luz do sol, poeira e ruídos ambientais, onde estes fatores vão interferir diretamente na qualidade de vida e voz deste profissional. O profissional da Educação Física Escolar exige muito de sua voz e, conseqüentemente, apresenta elevado risco de desenvolver alteração vocal durante o exercício do seu trabalho.

          Unitermos: Saúde vocal. Profissional da voz. Educador Físico. Qualidade de vida.

 

Abstract

          This study is a reflection on health as a dynamic process, a dimension of quality of life, the ability to confront and meet the challenges of life, a fundamental human right for the development of a nation. It tackles issues of vocal health, the use of voice and professional care that we have with the voice. With regard to school physical educator, should be considered, which are exposed to various stressful conditions such as sunlight, dust and noise environment, where these factors will directly affect the quality of life and voice of this professional. The professional voice demands much of his voice, and thus presents a high risk of developing vocal during the exercise of their work.
          Keywords: Health vocal. Professional voice. Physical Educator. Quality of life.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Saúde é um direito fundamental do homem, sendo reconhecida como o maior e o melhor recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, como também uma das mais importantes dimensões da qualidade de vida (BUSS, 2003).

    Para ter uma vida saudável a pessoa precisa de uma nutrição adequada, além de viver em condições igualmente adequadas de habitação e de higiene. Como também não é exagero afirmar que saúde é mais do que uma questão pessoal e social, chegando a ser uma questão ecológica (AMABIS e MARTHO, 2006).

    Higiene é um termo amplo relacionado a procedimentos necessários à conservação da saúde e consiste de algumas normas básicas que auxiliam a preservar a saúde vocal e a prevenir o aparecimento de alterações e doenças (BEHLAU & PONTES, 1993; COLTON & CASPER, 1996).

    Qualidade de vida e saúde são dois temas correlacionados, fato que pode ser reconhecido no dia a dia das pessoas, com os quais muitos estudiosos concordam. Isto é, a saúde contribui para uma boa qualidade de vida e esta é de fundamental importância para que o indivíduo tenha saúde (COSTA, 2007).

    Uma vasta literatura da área de fonoaudiologia tem focalizado o tema da saúde e higiene vocal (BEHLAU, 1998; COLTON e CASPER, 1996; RODRIGUES, AZEVEDO e BEHLAU, 1995). As alterações vocais, apesar de via de regra, serem consideradas de menor importância, são essenciais para a qualidade de vida do indivíduo (KASAMA e BRASOLOTTO, 2007).

    Com relação à voz do professor, tem sido crescente o número de pesquisas desenvolvidas nos últimos anos no Brasil. Em um estudo sobre a docência no ensino fundamental, destacaram que há “demandas e necessidades específicas relacionadas ao uso profissional da voz, sob longas jornadas e precárias condições de trabalho que se repetem ao longo dos anos” (GRILLO e PENTEADO, 2005).

    O educador físico escolar, pertence ao grupo dos profissionais da voz e assumir a responsabilidade de formar um cidadão capaz de posicionar-se criticamente diante das novas formas da cultura corporal de movimento, o esporte-espetáculo dos meios de comunicação, as atividades de academia, as práticas alternativas, entre outros.

    A população pesquisada os professores em especial os educadores físicos, que vêm sendo objeto de estudos devido aos comprometimentos vocais por eles apresentados, e que dificultam sua atividade, uma vez que esta depende da audição, voz, fala e linguagem como recurso didático e de interação professor-aluno (SMOLANDER e HUTTUNEN, 2006).

Revisão de literatura

    Nos últimos anos, a sociedade tem passado por grandes transformações políticas, sociais, econômicas e tecnológicas e, embora essas transformações tenham trazido significativos benefícios ao desenvolvimento econômico e social, em alguns casos têm atuado de forma negativa, pois viver nessa sociedade de forma realizadora, criativa e relativamente independente é uma tarefa árdua e, muitas vezes, difícil de ser realizada, haja vista que o bem estar físico e mental são deixados de lado para que as necessidades básicas sejam supridas.

    A concepção de saúde predominante era a preconizada em 1948 pela Organização Mundial da Saúde: saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doenças”. Tal concepção desconsiderava os aspectos dinâmicos e processuais da condição de viver e obscurecia a formulação de ações e objetivos concretos na realidade cotidiana já que, nessa concepção, saúde era um estado estanque, idealizado e praticamente inatingível ou inaplicável à maioria das pessoas.

    A seguir, o Brasil passou por vinte anos de regime de ditadura militar e somente no final dos anos 80, durante o processo de redemocratização do país, ocorreu a implantação da nova política de saúde, o SUS – Sistema Único de Saúde. Influenciada pelas discussões e reestruturações internacionais no campo da atenção à saúde, a nova política de saúde brasileira avançou na consideração da saúde vinculada às condições de vida da sociedade e princípios doutrinários de Universalização, Integridade e Eqüidade.

    A saúde passa hoje a ser considerada como um processo dinâmico, uma dimensão da qualidade de vida, recurso para enfrentar e responder aos desafios da vida, um direito humano fundamental para o desenvolvimento de uma nação. Saúde deixa de ser responsabilidade de instituições ou profissionais específicos e passa a ser de responsabilidade de diversos setores da sociedade envolvidos na construção e implantação de políticas públicas saudáveis e criação de ambientes saudáveis para a eqüidade e melhoria da qualidade de vida (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

    Temos, assim, qualidade de vida como um conceito multidimensional e subjetivo, apesar das controvérsias quanto ao real significado dessa expressão, há um consenso entre muitos autores quanto à inclusão de aspectos relacionados à capacidade funcional, às funções fisiológicas, ao comportamento afetivo e emocional, às interações sociais, ao trabalho e à situação econômica, centrados na avaliação subjetiva dos indivíduos (KIMURA, 1999).

    As questões de saúde vocal inserem na vida de todos os indivíduos, principalmente naqueles que utilizam a voz profissionalmente. Em algumas profissões, a voz é essencial para uma comunicação eficaz para viabilização do trabalho, influente na expressão de significados e enriquecimento do discurso. Os cuidados com a voz profissional falada são mencionados desde o começo do século, passado aos indivíduos por profissionais pertencentes às mais diversas áreas, muito antes do reconhecimento da profissão Fonoaudiologia no país, o qual ocorreu em 09/12/1981 (SERVILHA, 1997; FERREIRA e SOUZA, 1998).

    O termo “Profissional da Voz”, que se aplica àqueles que a utilizam, de maneira continuada, e procuram por meio de um modo de expressão elaborada atingir um público específico (SATALLOF, 1991; FERREIRA e SOUZA, 1998).

    Dependendo da atividade profissional exercida, carga horária excessiva, condições de trabalho adversas, grande interferência em nível biológico, emocional e ambiental, como ruído, poluição e temperatura. A voz, muitas vezes, é prejudicada pelo mau uso e/ou abuso do aparelho fonador, podendo apresentar alterações e patologias, em todos os indivíduos inclusive os profissionais da voz (QUINTAIROS, 2000; RANTALA, WILKMAN e BLOIGU, 2002). Como conseqüência, há a procura desses profissionais à clínica fonoaudiológica a fim de solucionar algum distúrbio já instalado, quando a disfonia passa a comprometer seu desempenho profissional (QUINTAIROS, 2000; FORTES, et al., 2007). Assim, recomendações de higiene vocal são importantes por referirem-se à prevenção de problemas que podem afetar a voz, não se limitando somente aos cuidados com o aparato vocal, mas também com outros órgãos e funções que podem intervir indiretamente no trato vocal (FERREIRA e SOUZA, 1998; TAVARES e MARTINS, 2007).

    Muitos profissionais da voz não observam certos princípios básicos desse tipo de higiene. Esses indivíduos deveriam ter em mente uma série de preocupações para evitar irritações e desgaste inútil das pregas vocais (SANCHES, 1981).

    O profissional de educação física exerce suas funções dirigidas à educação e à saúde, com atividades voltadas à sociedade, em locais como escolas, clubes, academias, hospitais, clínicas, entre outros. Ele trabalha com crianças, adolescentes, jovens, adultos e pessoas da melhor idade, com o intuito de proporcionar educação, lazer e saúde por meio da atividade física, contribuindo para a qualidade de vida da sociedade. Acredita-se que, para esse profissional desenvolver suas funções da melhor forma possível, seja necessário estar gozando de plena saúde (WONG et al., 2010).

    A vida moderna e as exigências no âmbito do trabalho levam os indivíduos a, gradativamente, desenvolver algum tipo de distúrbio, uma vez que as atribuições diárias, a má alimentação, a falta de tempo para o lazer, o pouco tempo para o descanso e o sono, acabam resultando em má qualidade de vida e, em estresse (MELEIRO, 2002).

    Em parte isso tem ocorrido devido à qualidade de vida do trabalhador não estar dentre as prioridades das organizações, uma vez que, ao invés de procurarem aumentar a capacidade das pessoas de ascenderem e realizarem conquistas, estão fazendo com que um maior número de trabalhadores sacrifique sua vida e pretensões pelo bem estar das empresas (MASLACH e LEITER, 1999).

    No caso dos professores, essa situação pode agravar-se ainda mais (TRICOLLI, 1997). Pois, as condições de trabalho não têm sido as melhores, o professor em sua prática pedagógica ainda tem de se adequar a condições de ensino adversas. Dentre os aspectos causadores de estresse, a incompatibilidade entre os limites pessoais do professor diante da demanda do serviço e do sistema educacional – o comportamento do aluno, iluminação das salas de aula, o nível de ruído, a temperatura ambiente, excesso de trabalho extraclasse, relacionamento entre professores, falta de capacitação, indisciplina dos alunos, falta de condições para exercer a profissão, e falta de apoio dos diretores, vão interferir no desempenho (NUNES SOBRINHO, 2002).

    Capacitação, salário, tempo de docência, condições de trabalho (estrutura física e quantidade de alunos), são fatores que podem exercer grande influência no estado emocional desses profissionais (SALIM, 2004).

    Ante as exigências cotidianas e as metas a serem atingidas num período curto, entre outros, os professores não têm tempo para cuidarem de si próprios e são levados a enfrentar situações estressantes no seu cotidiano escolar, que podem, em longo prazo, interferir sobre a sua saúde geral (MOLINA, 1996).

    No que se refere ao professor de Educação Física, há de se considerar, ainda, que, em sua maioria, ficam expostos a outras condições estressantes, tais como luz do sol, poeira e ruídos ambientais, pois nem todas as escolas possuem, por exemplo, quadras cobertas.

    Pesquisas apontam que a prática de atividade física regular é reconhecida como um dos principais fatores que possibilitariam a prevenção de várias doenças, diminuição da ansiedade, entre outros, ficando evidente a sua relação com qualidade de vida das pessoas (COSTA, 2007).

    Vários estudos têm mostrado que a hipersolicitação vocal por parte dos docentes investigados, professores da rede municipal de ensino, que freqüentemente gritam e distorcem a voz durante as aulas. Apesar de terem estratégias de preservação vocal, como a utilização de dinâmicas didáticas alternativa e a busca por evitar a competição sonora, tais atitudes são dificultadas pela própria configuração do espaço escolar (GONÇALVES, 2004).

Reflexão fonoaudiológica

    A voz manifesta a identidade e características do falante e da situação interacional. É como um "cartão de visitas", pessoal e intransferível, o qual fornece dados sobre o estado emocional e atitudes de cada um, da mesma forma que podemos fazer inferências e atribuições sobre os outros (CHUN, 1998).

    A importância da voz humana, nos dias de hoje, é inquestionável. Há um crescente número de profissionais que dependem da voz enquanto instrumento de trabalho, artistas, locutores, operadores de telemarketing, telefonistas, vendedores, empresários e tantos outros, entre os quais situam-se os professores/educadores, educadores físicos, cujas vozes constituem objeto de trabalho.

    A maneira como alguns profissionais utilizam a voz para se comunicar profissio­nalmente é conhecida como voz profissional. A voz, além de ser considerada o principal instrumento de trabalho desses profissionais, é um meio de transmissão de sentimentos e conhecimentos (AYDOS, MOTTA e TEIXEIRA, 2000; GRILLO e PENTEADO, 2005).

    A voz do professor tem sido estudada em diversas disciplinas e entre elas, a Fonoaudiologia. Uma das razões desta preocupação, para os fonoaudiólogos, está na grande incidência de problemas de voz nessa categoria profissional além dos prejuízos que acarreta tanto para o próprio indivíduo quanto para o processo de ensino em sala de aula. As alterações vocais afetam não só a vida profissional do indivíduo como a pessoal e social, gerando muita angústia e ansiedade (PINTO & FURCK, 1988). O conhecimento de noções básicas sobre o processo de produção vocal, alguns cuidados para preservar a voz e como utilizá-la, por exemplo, podem contribuir para modificação dessa situação.

    Existem diversos cuidados de higiene vocal, os mais citados pela literatura são: evitar chocolate, cafeína, ar condicionado, mudança brusca de temperatura, poluição, abuso vocal, pigarrear, tossir, alguns medicamentos, fumo, álcool, drogas ilícitas, falar durante exercícios físicos, discussões freqüentes, roupas apertadas, falar em ambientes ruidosos, falar excessivamente durante quadros gripais ou crises alérgicas, falar ou cantar abusivamente em período pré-menstrual, cantar inadequadamente ou abusivamente e fazer parte de corais sem fazer preparo vocal e riso em alta intensidade. São aconselhados: a ingestão de maçã, salsão, frutas cítricas e hidratação; cuidar da saúde em geral (sono, alimentação, etc.); controlar o estresse (ANDREWS, 1995; PINHO, 1997).

    Cabe à Fonoaudiologia realizar atividades preventivas de saúde vocal por meio de campanhas, como "Dia Mundial da Voz" (SVEC e BEHLAU, 2007), realizar assessorias, cursos e palestras, com intuito de alertar pessoas que utilizam a voz profissionalmente para os sinais e sintomas de alterações vocais, e fornecer informações sobre higiene vocal (GARCIA, 2000; YIU, 2002).

    A prevenção em Fonoaudiologia vem se tornando mais freqüente, com o surgimento de novas propostas de trabalho e experiências englobando ações com o objetivo de interceptar o processo da doença fonoaudiológica, enfatizando a prevenção da saúde e proteção específica (determinada patologia ou de um grupo específico dela, antes que os indivíduos sejam atingidos). A Fonoaudiologia tem um importante papel a desempenhar na intersecção entre as áreas educacionais e da saúde (SOUZA et al., 2004; PENTEADO, 2007).

    Essas ações têm como objetivo construir conhecimentos básicos sobre anatomia e fisiologia da fonação; vivenciar a construção de conhecimentos sobre higiene vocal; fornecer subsídios teórico-práticos que permitam a incorporação de padrões vocais adequados, atividades para aquecimento e desaquecimento vocal; identificar indivíduos com queixas e manifestações de distúrbios vocais e encaminhá-los para o atendimento especializado necessário (FABRON, SEBASTIÃO E OMOTE, 2000).

    As alterações vocais são experiências comuns entre professores, profissionais que utilizam a voz como o principal instrumento no desenvolvimento de seu trabalho (ROY et al., 2004).

    A disfonia é definida como qualquer alteração da voz decorrente de um distúrbio funcional e/ou orgânico do trato vocal que impeça a produção natural da voz, podendo expressar-se por vários sintomas, como cansaço ou esforço ao falar, rouquidão, pigarro ou tosse persistente, sensação de aperto ou peso na garganta, falhas na voz, entre outros (DRAGONE et al., 1999; ROY, et al., 2004). Estudo de 2006 relacionou a ocorrência de alterações vocais e o uso profissional da voz. Revisão de estudos nacionais e internacionais sobre alteração vocal entre professores relatou variação na prevalência entre 20% e 89% (SIMÕES e LATORRE, 2006).

    Demanda vocal, fatores sociodemográficos e riscos diretamente relacionados à organização e ao ambiente de trabalho têm impacto na ocorrência de disfonia. O trabalho docente expõe o professor a outros agentes agressores em seu ambiente de trabalho que podem influenciar a sua saúde vocal e geral, provocando a competição sonora e exigindo maior esforço e demanda vocal do professor. Ambiente com barulhos externos e internos, salas com acústica inadequada, excesso de alunos em sala de aula, presença de poeira e pó de giz são alguns dos agentes agressores que podem influenciar negativamente na saúde vocal do professor (FERREIRA et al., 2003). Alterações advindas da idade, diferenças entre os sexos na anatomia das pregas vocais, alergias, infecções de vias aéreas superiores, medicações, tabagismo e falta de hidratação também estão relacionados às alterações vocais (ROY et al., 2004; SIMBERG et al., 2005).

    A natureza multifatorial da disfonia, sua alta prevalência e a falta de informação quanto à produção vocal motivaram fonoaudiólogos a desenvolver trabalhos coletivos com professores. O conhecimento preciso do uso profissional da voz, bem como do ambiente e das características do trabalho permitem planejar ações preventivas específicas direcionadas a esse grupo (DRAGONE et al., 1999; FERREIRA et al., 2003).

    Neste sentido, vários autores têm apontado a urgência de se intensificar pesquisas e ações voltadas ao professor, na escola, de caráter preventivo e de promoção de saúde vocal, que se volta para a melhoria das condições de trabalho e do ambiente no qual ocorre a docência (GONÇALVES, PENTEADO e SILVÉRIO, 2005; TAVARES e MARTINS, 2007).

Conclusão

    Conclui-se que, com ações fonoaudiológicas visando à saúde vocal, junto às pessoas que utilizam a voz profissionalmente, a Fonoaudiologia consegue se constituir como profissão de referência na busca de ações afirmativas. Diversos estudos têm mostrado um número significativo de vozes alteradas encontradas nos profissionais educadores físicos escolares, o que evidencia a precariedade das condições de saúde vocal desses sujeitos. Cabe elucidar a falta e necessidade de estudos voltados para a investigação dos proces­sos educativos implicados nas ações de intervenção coletiva, promoção, proteção e prevenção da saúde vocal.

Referências

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