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Resposta do sistema nervoso autônomo 

após uma sessão de treinamento físico militar

La respuesta del sistema nervioso autónomo luego de una sesión de entrenamiento militar

 

*Professor Doutor do departamento de Educação Física

da Universidade Federal do Paraná, UFPR

Coordenador do CEPEFIS (Centro de Estudos da Performance Física)

**Graduada em Educação Física pela UFPR, membro do CEPEFIS

***Mestranda/o em Educação Física da UFPR, membro do CEPEFIS

****Professor do Curso de Educação Física da Universidade Tuiuti do Paraná

Doutorando em Educação Física da UFPR. Membro do CEPEFIS

(Brasil)

Raul Osiecki*

Camila Fernanda Lemos**

Renata Wassmansdorf***

Patrick Rodrigues***

Fabiano de Macedo Salgueirosa****

patrick_ticao@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do estudo foi verificar a resposta do sistema nervoso autônomo após uma sessão de treinamento físico militar em bombeiros. A amostra foi composta por 13 Alunos Soldados do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná, do sexo masculino. As avaliações da VFC foram realizadas em quatro dias consecutivos com intervalo de 24 horas entre as avaliações. Imediatamente após a avaliação da VFC do segundo dia os participantes realizaram uma sessão de treinamento militar. A sessão de treinamento militar foi divida em 5 partes: 1 – Corrida intermitente; 2- Combates de Incêndio; 3 – Socorros de Urgência; 4 - Salvamento Vertical; 5 – salvamento aquático. Os registros dos batimentos cardíacos foram mensurados com o emprego de um freqüêncimetro (Suunto Training Manager e Suunto Monitor versão 2.3.0.15), durante 10 minutos. Os mesmos foram exportados para o software Kubios HRV, onde foram calculados os seguintes componentes da VFC: (rMSSD, pNN50, LF, HF, LF/HF). Para análise dos dados foi utilizada estatística descritiva (média e desvio padrão). A comparação entre os tratamentos foi feita através do Generalizad Estimating Equations (Estimativa de equação generalizada). Para todas as análises foi utilizado o software PASW, versão 18.0 com nível de significância estabelecido em (p<0,05). Conclusão: Nos resultados que representam o domínio do tempo os índices de pNN50 apresentaram neste estudo uma diminuição do sistema parassimpático no momento de coleta 48 horas após. No domínio da freqüência os índices de LF e LF/HF tiveram um pico no momento de coleta 24 após. Mostrando que são dois valores de VFC responsivos a sessão de treinamento militar.

          Unitermos: Sistema autônomo. Treinamento militar. Bombeiros.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A análise da Variabilidade da Freqüência Cardíaca (FVC) tem sido largamente usada na ciência do esporte para avaliar o controle autonômico da freqüência cardíaca em repouso e no exercício. A variabilidade da freqüência cardíaca, de acordo com Vanderlei et al, (2009), descreve as oscilações no intervalo entre batimentos cardíacos consecutivos (intervalos R-R), assim como oscilações entre freqüências cardíacas instantâneas consecutivas. Para tais registros analisam-se os valores da VFC nos domínios de tempo e freqüência. As variáveis calculadas no domínio temporal são: pNN50 e rMSSD; já no domínio da freqüência são mensurados os componentes espectrais de potência baixa (LF), alta (HF) e a razão entre LF e HF. (MAUD e FOSTER, 2009).

    Em estudos realizados com atletas, demonstrou-se uma diminuição da atividade parassimpática na VFC quando estes foram comparados a grupos controles. (SANDERCOCK et al, 2005; SHIN et al, 1995; UUSITALO et al, 1996).

    Porém, pesquisas demonstram que em sujeitos sedentários realizando de 3 a 6 meses de treinamento com intensidade de moderada a alta, a sensibilidade baroreflexa, ou seja, a atividade vagal (parassimpática) aumentou após o treinamento. (IWASAKI et al, 2003). Enquanto que Loimaala et al, (2000), encontraram que a função cardíaca autônoma medida pela variabilidade da freqüência cardíaca e a sensibilidade baroreflexa não sofreram mudanças significativas após 5 meses de um programa de treinamento bem controlado e bem sucedido em homens de meia idade.

    Maud e Foster (2009), citam que os indivíduos fisicamente treinados têm uma atividade parassimpática geralmente aumentada quando comparados a indivíduos sedentários, além de que uma capacidade aeróbica aumentada demonstra uma maior ativação parassimpática. Estudos revelam que o treinamento de resistência aumenta a atividade parassimpática e revelam amplitudes mais altas de LF e HF nos atletas. (GOLDSMITH et al, 1992; DIXON et al, 1992).

    Dessa forma, nota-se que a VFC pode ser sensível ou não, isto pode depender do número, da idade e da treinabilidade dos sujeitos da amostra e, principalmente, da carga, intensidade e a duração do programa imposto no treinamento. Além de que a VFC fornece importantes informações sobre a periodização do treinamento físico e a recuperação após uma única sessão de exercício. (KIVINIEMI et al, 2009).

Objetivo

    Verificar a resposta do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático pelos domínios de tempo e freqüência da variabilidade da freqüência cardíaca após uma sessão de treinamento físico militar em bombeiros.

Metodologia

Amostra

    A amostra foi composta por 13 Alunos Soldados do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná, do sexo masculino com idade média de 23,36±3,6 anos, massa corporal de 72,66±8,27 Kg, estatura de 176±0,07 cm e %Gordura de 8,68±0,68. Todos estavam matriculados no Curso de Formação de Soldado Bombeiro Militar do ano de 2010 (CFSd BM 2010).

    Foram inclusos os sujeitos que se apresentaram como voluntários, que não tinham histórico de doença cardiovascular, lesão osteoarticular ou osteomuscular e que tenham respondido negativamente a todas as indagações do questionário PAR-Q.

Design do estudo

    O protocolo experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Paraná - UFPR com número de protocolo CEP/SD 957.082.10.07, assim como todos os participantes da amostra assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de realizarem as avaliações.

    As avaliações da VFC foram realizadas em quatro dias consecutivos com intervalo de 24 horas entre as avaliações, sendo que todas as avaliações foram realizadas exatamente no mesmo horário para evitar alterações relacionadas ao ritmo circardiano. Imediatamente após a avaliação da VFC do segundo dia os participantes realizaram uma sessão de treinamento militar. E após a sessão de treinamento militar foram realizadas mais duas avaliações. Que se seguiram da seguinte forma:

  • 1° avaliação: 24 horas antes a sessão de treinamento militar;

  • 2° avaliação: Imediatamente antes a sessão de treinamento militar;

  • 3° avaliação: 24 horas após a segunda avaliação;

  • 4° avaliação: 48 horas após a segunda avaliação.

    Os participantes do estudo não realizaram nenhuma outra forma de atividade física no período de 24 horas antes a primeira a avaliação e durante o tempo do estudo, que não fosse à sessão de treinamento militar realizada no segundo dia.

Sessão de Treinamento Militar

  • 1° parte: Corrida: aula prática enfatizando o treinamento intervalado, sendo 400 metros de corrida com intensidade moderada e 400 metros intensidade elevada, fechando no final do treino 10km. (duração: 2 horas)

  • 2° parte: Combates a incêndio: aulas teóricas e práticas. (duração: 1 hora)

  • 3° parte: Socorros de urgência: aulas teóricas e práticas. (duração: 1 hora)

  • Intervalo do Almoço (duração: 1,5 horas)

  • 4° parte: Salvamento vertical: aula teórica e prática a fim de demonstrar materiais de salvamento em altura e seu emprego no atendimento em ocorrências que possuam vítimas em locais elevados, por exemplo: técnicas de rapel. (duração: 2 horas).

  • 5° parte: Natação: aula prática, enfatizando técnicas de salvamento aquático. (duração: 2 horas).

Mensuração da Carga de Trabalho - TRIMP

    Para mensuração da carga de trabalho realizada durante o treinamento foi utilizado o TRIMP, protocolo este, desenvolvido por Foster et al. (2001), que multiplica o tempo de exercício pela intensidade do mesmo. A intensidade foi identificada através da escala subjetiva de esforço CR-10 de Borg. Onde a mensuração do esforço percebido é sempre realizada 30 minutos após o término da atividade física.

Coleta da variabilidade da freqüência cardíaca

    Os registros dos batimentos cardíacos foram mensurados com o emprego de um freqüêncimetro (Suunto Training Manager e Suunto Monitor versão 2.3.0.15), durante 10 minutos, sendo descartados os primeiros 5 minutos. Os mesmos foram exportados para o software Kubios HRV, onde foram calculados os seguintes componentes da VFC:

  • Domínio do tempo: a raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre os intervalos R-R normais (rMSSD); a porcentagem de intervalos R-R adjacentes com diferença superior a 50ms (pNN50), em percentagem.

  • Domínio da Freqüência: Componente de baixa freqüência (LF) (0,04-0,12 Hz) e componente de alta freqüência (HF) (0,15-0,40 Hz); balanço simpato-vagal o qual é a razão entre LF e HF.

Análise dos dados

    Para análise dos dados foi utilizada estatística descritiva (média e desvio padrão). A comparação entre os tratamentos foi feita através do Generalizad Estimating Equations (Estimativa de equação generalizada). As variáveis TRIMP e IMC foram consideradas covariadas para todas as análises. Para todas as análises foi utilizado o software PASW, versão 18.0 com nível de significância estabelecido em (p<0,05).

Resultados e discussões

    Os índices de HF não apresentaram diferença estatisticamente significativa em nenhum dos momentos de coleta. Kiviniemi et al (2007) encontraram em seus estudos que a diminuição dos valores de HF reflete uma recuperação insuficiente após a realização de exercícios de endurance no dia anterior, essa má recuperação afeta as condições fisiológicas desfavorecendo a prática de exercícios de resistência de alta intensidade no dia seguinte. No presente estudo os valores de HF nos momentos após a sessão de treinamento militar não sofreram alterações, indicando que o treinamento não foi suficiente para alterar a atividade parassimpática dos bombeiros nos dias seguintes.

Gráfico 1. Média e erro padrão dos índices HF expressos em (milissegundos) nos diferentes momentos de coleta

    O LF apresentou diferença significativa entre o momento Imediatamente antes e 24 horas após. Indicando uma maior atividade do sistema simpático após a sessão de treinamento, isto indica uma adaptação do sistema nervoso autônomo à sobrecarga do treinamento físico. Um estudo realizado por Pichot et al (2000) apud (EARNEST et al, 2004), encontraram dados semelhantes em ciclistas que realizaram três semanas de competição, pois a atividade simpática dos ciclistas aumentaram durante a competição.

Gráfico 2. Média e erro padrão dos índices LF expressos em (milissegundos) nos diferentes momentos de coleta.

    Letras diferentes apresentam diferenças estatisticamente significativas.

    Os resultados do balanço simpato-vagal (LF/HF) demonstram diferença estatisticamente significativa entre as coletas Imediatamente antes e 24 horas após.

    Alonso et al, 1998, verificaram que em experimentos em modelos animais a atividade vagal diminuía progressivamente durante o exercício com cargas crescentes, enquanto a atividade simpática aumentava, havendo um aumento do balanço simpato-vagal (LF/HF) com predominância da atividade simpática. Os resultados deste estudo, em relação aos valores de LF/HF, mostram que as diferenças significativas aconteceram no mesmo momento dos dados de LF. Apresentando uma predominância do LF sobre o HF que não apresentou diferenças significativas, demonstrando o pico da atividade simpática neste instante. Atletas americanos de atletismo apresentam uma média dos valores de LF/HF de 1,29 ± 1,17 (BERKOFF et al, 2007) comparados aos bombeiros, nota-se uma aproximação dos valores.

Gráfico 3. Média e erro padrão dos índices LF/HF expressos em (n.u.) nos diferentes momentos de coleta

Letras diferentes apresentam diferenças estatisticamente significativas.

    No domínio de tempo, somente a variável pNN50 apresentou diferença significativa. Não tendo a mesma resposta nos índices de rMSSD, mesmo sendo que ambas representam a atividade parassimpática do sistema nervoso autônomo. (MOUROT et al, 2004).

    Os valores de pNN50 apresentaram diferenças significativas entre o momento 48 horas após com todos os outros três momentos. Indicando uma menor ativação do sistema parassimpático 48 horas após.

    Mourot et al (2004) encontraram que indivíduos treinados apresentam a média de valor para o pNN50 de 64.6 ± 10.4 comparados a indivíduos sedentários os quais obtiveram valores de 16.3 ± 18.3. Berkoff et al (2007) em seu estudo de VFC com atletas de diferentes modalidades de atletismo da elite americana obtiveram uma média de 19,78 ± 9,46 para os valores de pNN50, o qual for maior nos atletas em relação aos sedentários, Kawaguchi et al (2007) também encontraram para atletas a média de valor de 42,10 ± 6,9. Portanto, os resultados deste estudo se aproximam com os encontrados na literatura para esta variável.

Gráfico 4. Média e erro padrão dos pNN50 expressos em (milissegundos) nos diferentes momentos de coleta

Letras diferentes apresentam diferenças estatisticamente significativas.

    O rMSSD não apresentou diferenças estatísticas em nenhum dos momentos de coleta. Os valores são coerentes com a literatura, em que ciclistas obtiveram médias de 44,89 ± 5,21; 51,98 ± 5,52 e 49,54 ± 7,43 (EARNEST et al, 2004), e em atletas de atletismo o valor foi de 71,43 ± 35,99 (BERKOFF et al, 2007).

Gráfico 5. Média e erro padrão dos rMSSD expressos em (milissegundos) nos diferentes momentos de coleta

Conclusões

    Nos resultados que representam o domínio do tempo os índices de pNN50 apresentaram neste estudo uma diminuição do sistema parassimpático no momento de coleta 48 horas após.

    No domínio da freqüência os índices de LF e LF/HF tiveram um pico no momento de coleta 24 após. Mostrando que são dois valores de VFC responsivos a sessão de treinamento militar.

    Concluindo que no momento 24 horas após o sistema autônomo simpático sofreu adaptação ao treinamento ao mesmo tempo em que o balanço simpato-vagal teve a mesma resposta.

Referências

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