efdeportes.com

Periodização tática

Periodización táctica

Tactical periodization

 

Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela UCB do RJ

(Brasil)

Nelson Kautzner Marques Junior

nk-junior@uol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A maioria dos modelos de periodização é oriunda dos esportes individuais, sendo aplicados nas modalidades coletivas. Entretanto, em 1989, foi elaborada a periodização tática (PT) para os jogos esportivos coletivos. O objetivo do artigo de revisão foi explicar a periodização tática. O treino da PT acontece no modelo de jogo. O modelo de jogo é treinado no jogo e no treino situacional. O treino físico da PT ocorre no modelo de jogo durante o jogo e no treino situacional. Em conclusão, o treino físico inserido no modelo de jogo e o uso dos princípios para estruturar a sessão da PT precisam ser revistos e mais estudados para esse modelo de periodização ter mais aceitação pelos envolvidos no esporte.

          Unitermos: Periodização. Tática. Esporte. Periodização tática.

 

Abstract

          The majority of the model of periodization is originating in individual sports, but the coaches use in collective sports. However, in 1989, was elaborates the tactical periodization (TP) for the collective sports. The objective of the review was to explicate the TP. The training of the TP occurs in game model. The training in game model occurs during the match and in mine-game. The physical training of the TP occurs in game model during the match and of the mine-game. In conclusion, the physical training during the game model and the use of the principles for elaborate the session of the TP need of revision and more studies for TP has more acceptation by the coaches of the sport.

          Keywords: Periodization. Tactical. Sport. Tactical periodization.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

    “Com esta moda de futebol físico, parece que nos esquecemos de que o principal é a bola” (Maradona em 2001, citado por COSTA¹, p. 12)

Introdução

    Os modelos de periodização mais conhecidos no mundo possuem quatro linhas de treino que são prescritas da seguinte maneira2: a 1ª linha acontece um aumento considerável do volume, a 2ª linha a ênfase é na intensidade e no treino específico, a 3ª linha dá mais atenção a adaptação fisiológica do atleta e a técnica esportiva e a 4ª linha se preocupa com um melhor planejamento e organização do treino. Segundo Carvalhal3, a periodização dessas linhas de treino dão mais atenção ao treino físico e ao treino técnico, ficando em segundo plano o treino tático.

    Atualmente existe um modelo de periodização que foi criado no futebol e que pode ser utilizado nos jogos esportivos coletivos (JECs). Esse tipo de periodização foi elaborado em 1989 pelo português Vítor Frade, com o intuito das sessões darem mais atenção ao treino tático, que merece ser realizado no jogo, no treino situacional ou no treino teórico4. Esse modelo de periodização é denominado de Periodização Tática (PT). A PT possui uma metodologia de treino diferente das demais periodizações porque o treino é estruturado conforme o modelo de jogo, ou seja, o técnico determina como a equipe vai jogar e as demais sessões (treino físico, treino técnico e treino situacional) ficam subordinadas a esse modelo de jogo5. Oliveira et alii6 através da entrevista com o técnico de futebol José Mourinho, identificou a relevância do modelo de jogo para a PT:

    “O mais importante numa equipe é ter um determinado modelo de jogo, um conjunto de princípios de jogo, conhecê-los bem, interpretá-los bem, independente de ser utilizado este ou aquele jogador” (p. 162).

    “Por isso é que eu digo que não acredito em equipes bem ou mal preparadas fisicamente, mas em equipes identificadas ou não com uma determinada matriz de jogo, adaptadas ou não com uma determinada forma de jogar” (p. 111).

    Apesar da PT possuir algumas publicações7,8, ela continua pouco conhecida no mundo. Mesmo em Portugal, ela é difundida somente na cidade do Porto e em Lisboa. Quando é consultada algumas referências da PT9,10, não são observados vários conteúdos sobre esse modelo de periodização. Por exemplo, quais microciclos e mesociclos são utilizados na PT? Como o treino físico é realizado no modelo de jogo? Quais exercícios recuperativos são indicados na PT? Quantas horas devem ser realizada uma sessão da PT? Sabendo dessa lacuna do conhecimento, o objetivo do artigo de revisão foi explicar a PT para o professor utilizar esse modelo nos JECs.

Metodologia de treino da periodização tática

    O professor dos JECs para estruturar a PT precisa determinar o modelo de jogo (Obs.: Modelo de jogo é a maneira que a equipe vai jogar) que a equipe vai utilizar ao longo da temporada, isso ocorre no primeiro dia de treino até o fim do calendário esportivo11. O modelo de jogo escolhido precisa ser repetido por várias vezes para acontecer o engrama no encéfalo a fim de promover adequada ação tática da equipe durante a partida. Esse modelo de jogo necessita ser treinado no jogo, no treino situacional e no treino teórico. A carga de treino dessas sessões é determinada conforme a complexidade da tarefa que é feita em uma dessas atividades, sendo subjetiva.

    Quando o modelo de jogo é treinado no jogo, a equipe titular deve jogar contra a reserva utilizando a maneira de jogar estabelecida pelo técnico. O treino de jogo também pode ser efetuado em partidas amistosas ou em campeonatos de menor importância. Caso seja necessário melhorar algum posicionamento ou uma jogada do modelo de jogo, o técnico pode acertar essa falha na partida ou merece utilizar o treino situacional. O treino situacional consiste na decomposição do jogo da modalidade treinada em um momento da partida12. Essa situação do jogo é treinada várias vezes até os atletas melhorarem essa parte do modelo de jogo. Por exemplo, uma equipe de basquetebol não está acertando a defesa por zona 2-1-2, onde dois defensores ficam na área de lance livre (parte dianteira do garrafão), um basquetebolista no centro da área restritiva (centro do garrafão) e outros dois mais atrás, defendendo as laterais desse setor. Para o técnico melhorar a defesa por zona 2-1-2, uma equipe ataca e a outra se defende praticando essa defesa por zona por várias vezes no treino situacional.

    Em PT os únicos treinos existentes são o treino de jogo e o treino situacional, mas sempre o técnico precisa estar atento na evolução do modelo de jogo. O treino técnico não é realizado na PT, caso o atleta precise melhorar algum fundamento, ele exercitará no jogo ou no treino situacional tendo correção do treinador. O treino técnico é abolido da PT porque Garganta13 informou que essa sessão só trabalha mecanicamente o fundamento não desenvolvendo a técnica esportiva no contexto da partida e não exercita o modelo de jogo da equipe.

    O tempo de treino da PT costuma ter a duração da partida da modalidade treinada14. Mas como as sessões desse modelo de periodização acontecem sempre no jogo ou no treino situacional, a intensidade é máxima relativa, ou seja, depende da velocidade do jogo e da complexidade tática das ações para a intensidade ser máxima ou submáxima. Portanto, essa classificação é subjetiva. Sabendo que as sessões da PT possuem uma intensidade máxima relativa, o técnico precisa estar atento na fadiga do atleta. Quando a fadiga central ocorre no esportista dos JECs, ele costuma não conseguir realizar adequadamente as tarefas do modelo de jogo com a mesma qualidade do que as ações anteriores. Existem alguns procedimentos que o técnico pode realizar: interromper o treino, tirar da sessão apenas o atleta fadigado ou efetuar um treino recuperativo. Então, quando o treino é terminado ou somente o jogador cansado sai da sessão, esse trabalho costuma ter menor duração do que do jogo.

    Em PT todas as sessões são específicas, inclusive o treino recuperativo15. No treino recuperativo a intensidade da sessão é menor, sendo efetuado o modelo de jogo na sessão de jogo ou no treino situacional. Essa menor intensidade acontece porque os atletas são orientados em fazer as atividades em menor velocidade, o tamanho do campo pode ser reduzido, a altura do salto tende ser menor, a velocidade da cortada ou do chute é em menor velocidade e outros para acontecer uma recuperação específica.

    O treino teórico é outra sessão utilizada na PT. O técnico ministra na sala de reunião uma ou mais aulas para os atletas sobre o modelo de jogo que a equipe deve realizar. Podendo utilizar de recursos visuais como a filmagem, onde o treinador mostra para os jogadores os erros e explica para os jogadores como eles precisam praticar aquela tarefa do modelo de jogo. O treino teórico precisa ser efetuado com linguagem simples e de fácil compreensão para os esportistas, merecendo que as situações explicadas sejam as mais relevantes e que a duração sessão não passe de 20 minutos para acontecer uma fixação do conteúdo na memória de longo prazo16.

    O treino físico da PT acontece durante a prática do modelo do jogo, ocorrendo no treino de jogo ou no treino situacional17. Logo, a força, a flexibilidade, a velocidade e o componente aeróbio ficam subordinados ao modelo de jogo. Conforme o objetivo da sessão uma ou mais capacidades motoras são treinadas. Mas como isso acontece?

    Silva, Santos e Marques Junior7 recentemente ensinaram num artigo de revisão em como trabalhar a cabeçada e a força reativa do futebolista conforme o modelo de jogo. Os atletas de futebol para exercitar a força reativa merecem realizar cabeçadas na área através de uma jogada ensaiada, onde o homem que está fora dessa zona vem correndo para essa região e posteriormente faz o salto para executar esse fundamento, mas tendo marcação. Essa tarefa ocorre num treino situacional. Trabalhar a velocidade, o mesmo procedimento pode ser realizado, mas precisa ser conforme o modelo de jogo, acontecendo no treino situacional. Por exemplo, um atleta do voleibol de dupla na areia corta “meia força” na paralela e o jogador de defesa corre em máxima velocidade em direção à bola para fazer a defesa. Esse procedimento é feito várias vezes e sempre ocorre algum intervalo após alguns estímulos. Similar a esses exemplos, o preparador físico também deve prescrever o treino de outras capacidades motoras do JEC treinado. Segundo Martins18, o treino físico da PT é realizado dessa maneira porque o jogador raciocina o modelo de jogo que ele vai fazer durante a partida. A carga do treino físico segue os mesmos ensinamentos explicados anteriormente, conforme a complexidade da tarefa do modelo de jogo, o trabalho pode ser forte (a intensidade é máxima relativa) ou fraco (ocorre no treino recuperativo).

    Apesar da vantagem do atleta sempre exercitar o modelo de jogo, existem algumas limitações de prescrever o treino físico da PT. Quando são consultadas algumas obras de especialistas do treinamento esportivo19,20, foi observado que é difícil do treinador estabelecer a carga do treino físico quando acontece a sessão no jogo ou no treino situacional conforme o modelo de jogo. Outro problema, é o controle do esforço do atleta durante a atividade, depende da sua motivação para chegar à bola e da atividade proposta, com ou sem marcação.

    Também existe a deficiência do estímulo do treino físico, ou seja, a sessão de força, velocidade, flexibilidade e outras capacidades motoras para serem melhoradas necessitam de um número de repetições e depois acontecer um intervalo. Quando o treino físico ocorre na partida ou no treino situacional, a quantidade de repetições e da pausa nem sempre pode ser controlada. Em certos momentos da partida o número de repetições pode ser mínimo ou em excesso, o mesmo pode ocorrer com a pausa. Então, as normas da PT de treinar toda sessão física durante o modelo de jogo merecem mais estudos ou serem revisadas.

    Consultando novamente Martins18, em PT os atletas não fazem trabalho de força com aparelhos de musculação, tudo acontece no jogo ou no treino situacional de acordo com o modelo de jogo. Quando o atleta faz vários saltos, o caso do voleibol, ele já está trabalhando a força reativa. No momento que efetua um drible em um ou mais atletas, acontece o trabalho de força rápida. Apesar dessas informações, é conclusivo na literatura que para desenvolver significativamente a força é necessário treino com aparelhos de musculação e sessões de salto em profundidades para maximizar a força reativa21,22, sendo questionável essa diretriz da PT.

    O treino de flexibilidade em PT segue o mesmo raciocínio do treino de força, ele é exercitado durante o modelo de jogo. Acontecendo as mesmas críticas que foram feitas anteriormente.

    Em PT não existem testes físicos para mensurar o condicionamento físico do esportista dos JECs6. A explicação para não uso da cineantropometria é porque esse conteúdo da Educação Física não mensura a qualidade do modelo de jogo da equipe. Em PT estar bem condicionado é efetuar bem o modelo de jogo da equipe durante a partida. Por exemplo, um esportista fez o teste de potência aeróbia máxima e conseguiu um VO2máx de 90 ml/kg/min, mas durante a partida sua atuação é péssima em vários jogos. Esse atleta é considerado mal condicionado em PT porque ele não causa um incremento no modelo de jogo. Já outro jogador da mesma equipe, está obeso e tem um resultado no mesmo testes de potência aeróbia máxima de 30 ml/kg/min, muito baixo, mas é o melhor do time nas partidas. Logo, em PT ele é um jogador bem condicionado porque é fundamental para o modelo de jogo da equipe. Portanto, em PT estar em forma é atuar bem taticamente e a única avaliação praticada é a análise do jogo, com intuito de observar a evolução e a piora do modelo de jogo do time ou da seleção ao longo da temporada competitiva.

Conteúdos para estruturar a periodização tática

    A PT é destinada para os JECs, então esse modelo não visa o pico da forma esportiva porque não é necessário melhorar em condições máximas as capacidades motoras do esportista23. O mais importante é otimizar o modelo de jogo da equipe para permitir uma evolução nos seus patamares de rendimento que visam a regularidade competitiva ao longo das disputas do ano.

    Em PT não existem períodos (preparatório, competitivo e de transição), blocos (força, força rápida e competitivo) e outras nomenclaturas similares que determinam a ênfase do treino.

    Para Batista24, a PT tem o intuito de distribuir ao longo do ano uma estruturação tática da equipe para jogar cada vez melhor e possuindo regularidade competitiva. Mas para isso acontecer é necessário elaborar o microciclo, chamado nesse modelo de periodização de morfociclo. O morfociclo ao longo da temporada costuma ter um mesmo padrão, ou seja, sendo repetido o mesmo morfociclo em cada semana. Porém, as atividades do modelo de jogo podem diferir de morfociclo para morfociclo.

    Em todo morfociclo está inserido o princípio da alternância horizontal, onde esse organizador da periodização está preocupado com o esforço (do treino e da disputa) e recuperação do jogador. A carga de treino do morfociclo é conforme a complexidade da tarefa do modelo de jogo, sendo numa intensidade máxima relativa. A soma dessas intensidades do morfociclo formam o volume de treino da PT. As cores de cada dia do morfociclo possuem um significado, relacionadas com a ênfase no jogar. O morfociclo de padrão semanal é explicado por Gomes25:

  • 2ª feira é Branco: Ocorre uma recuperação passiva dos atletas por causa do jogo de domingo. O branco é formado por ausência de cor, significando que não ocorre jogo.

  • 3ª feira é Verde Claro: O trabalho ocorre na recuperação ativa, mas acontecendo num jogo de menor complexidade (campo menor, menor velocidade dos atletas, menor desgaste emocional etc). A junção do verde do jogo com o branco da recuperação passiva forma o verde claro, treino de recuperação ativa de jogo.

  • 4ª feira é Azul: A sessão acontece numa escala média do jogar, exige mais da tática coletiva dos jogadores. As tarefas do modelo de jogo proporcionam mais desgaste emocional e da tensão muscular, a partida acontece em maior velocidade. Neste terceiro dia de treino acontece mais no treino situacional. Como o jogo ocorre em partes porque o treino situacional é a decomposição de um momento da partida, a cor azul expressa bem esse dia.

  • 5ª feira é Verde Escuro: O jogo ocorre de maneira mais complexa, é exercitado ao máximo o modelo de jogo (os grandes princípios, ver adiante), sendo similar ao da competição. Então, a tensão muscular, o estado emocional e a velocidade são quase iguais ao da disputa. Esse dia o verde escuro representa a junção do azul de 4ª feira com o amarelo de 6ª feira, englobando o dia anterior e o seguinte de treino.

  • 6ª feira é Amarelo: É exercitado o treino situacional em pequenas partes do campo, ou seja, é praticado um aperfeiçoamento ou melhora de determinados momentos do modelo de jogo da sessão anterior, ao mesmo tempo ocorre uma recuperação ativa do treino de 5ª feira para o jogo da competição. Com essa execução da sessão acontece menos desgaste emocional e inferior tensão muscular, a velocidade ocorre em curtas distâncias. O amarelo é a melhor cor para expressar esse trabalho.

  • Sábado é Amarelo Claro: São lembrados os principais objetivos que foram treinados durante a semana, podendo ser exercitado através de uma palestra do técnico com exposição de slides ou filme da equipe, podendo também acontecer o treino tático, onde o treinador orienta no posicionamento tático adequado dos jogadores, mostra os pontos fortes e fracos do adversário, aperfeiçoa as jogadas ensaiadas, realiza cobrança de pênalti e realiza outras atividades que apronte a equipe para a disputa. Esse treino tático pode ocorrer no treino situacional ou no jogo. Esse trabalho gera mínimo desgaste físico, técnico, tático e emocional do jogador porque é de baixa intensidade. Então o amarelo claro é o resultado da junção do dia anterior com o branco da recuperação.

  • Domingo é Verde: Momento que acontece o jogo da competição, sendo realizado pela equipe tudo que foi treinado ao longo da semana. Então, esse verde representa a soma de todas as cores (branco + verde claro + azul + verde escuro + amarelo + amarelo claro = verde) da semana, sendo expresso pelo jogar. Terminado o jogo, o mesmo morfociclo é realizado na semana seguinte. Isso ocorre até o fim da temporada.

    A figura de Gomes25 ilustra o morfociclo semanal utilizado na PT:

Figura 1. Morfociclo padrão da periodização tática

    Para o técnico dos JECs elaborar as sessões da PT ele precisa entender os princípios do jogo e seus sub-princípios que acontecem em um modelo de jogo14. Os princípios de jogo e seus sub-princípios e sub-sub-princípios são comportamentos do modelo de jogo manifestados na partida, mas os técnicos desejam que sua equipe realize os princípios de jogo mais eficazes com o intuito de conseguir êxito na disputa. Os diversos princípios do jogo estão inter-relacionados e existe uma hierarquia desses princípios.

    O grande princípio é o jogo, sendo manifestado nos diversos setores do campo conforme a situação da partida. O grande princípio é composto pelo ataque, defesa, a transição da defesa para ataque e a transição do ataque para defesa. Escolhendo um desses grandes princípios, o técnico deve exercitar o modelo de jogo nesse momento da partida, ocorrendo geralmente no treino situacional, mas pode ser treinado na sessão de jogo. O grande princípio é o mais importante componente da hierarquia dos princípios, sendo constituído por um conjunto de sub-princípios, sub-princípios, sub-sub-princípios que referem o conteúdo mais micro ou particularizado do modelo de jogo.

    Mas como fracionar o grande princípio?

    Por exemplo, no futebol ou em qualquer JEC, o princípio é o jogo. Para fracionar esse grande princípio, basta determinar o sub-princípio. O sub-princípio que o técnico deseja treinar é o ataque versus a defesa, acontecendo cruzamento para área pela lateral do campo. Esse cruzamento deverá ocorrer quando o jogador chegar próximo da bandeirinha do corner. O sub-princípio deste sub-princípio (sub-sub-princípio) é a ação dos jogadores ao receberem o cruzamento. Na área os atletas devem dominar a bola e efetuar um chute para o gol. Logo, sabendo fracionar um grande princípio de jogo o treinador consegue prescrever o treino da PT.

Conclusão

    A PT tem o intuito de melhorar cada vez mais o modelo de jogo da equipe ao longo da temporada. Toda sessão está subordinada ao modelo de jogo, inclusive o treino físico. Contudo, essa prescrição torna-se diferente da literatura, desenvolver a preparação física do atleta somente no jogo não é tão eficaz do que trabalhar somente aquela capacidade motora (somente velocidade, força e etc). Então, essas normas da PT são questionáveis, sendo indicada uma alternância entre jogo e treino físico. Em conclusão, a PT necessita de mais estudo para ter mais aceitação pelos envolvidos no esporte.

Referências

  1. Costa R (2005). “O caminho para expertise”: a prática deliberada como catalisador do processo de formação dos expertos em futebol. 158 f. Monografia (Graduação em Educação Física) – Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, Portugal.

  2. Silva F, Martins C (2002). Treino desportivo: conceituação, finalidades e fundamentos. In. Silva F. (Org.). Treinamento desportivo: aplicações e implicações. João Pessoa: UFPB. p. 1119-141.

  3. Carvalhal C (2003). Periodização tática: a coerência entre o exercício de treino e o modelo de jogo. Lisboa: FMH.

  4. Oliveira G (2004). Futebol/Futsal – Uma concepção de treino: periodização tática. Lisboa: FMH.

  5. Oliveira R (2005). A planificação, programação, e periodização do treino em futebol. Um olhar sobre a especificidade do jogo de futebol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 10(89):1-12. http://www.efdeportes.com/efd89/futeb.htm

  6. Oliveira B. et alii (2006). Mourinho: porquê tantas vitórias? Lisboa: Gradiva.

  7. Silva P, Santos P, Marques Junior N (2009). Treinar futebol respeitando a essência do jogo: o exemplo do salto como ação tática e não somente técnico-física. Conexões 7(2):38-63.

  8. Marques Junior N (2006). Periodização tática: uma nova organização do treinamento para duplas masculinas do voleibol na areia de alto rendimento. Rev Min Educ Fís 14(1):19-45.

  9. Marques Junior N (2007). Periodização tática: o treinamento de iniciadas do futebol de salão feminino de 2006. Mov Percep 8(11):7-14.

  10. Oliveira R (2007). O microciclo de treino: a base fundamental da planificação táctico-estratégica de um jogo de futebol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 12(109): 1-11. http://www.efdeportes.com/efd109/planificacao-tactico-estrategica-de-um-jogo-de-futebol.htm

  11. Marques Junior N (2010). Coaching peripheral vision training for soccer athletes. The Physical Educator 67(2):74-89.

  12. Tiegel G, Greco P (1998). Teoria da ação e futebol. Rev Min Educ Fís 6(1):65-80.

  13. Garganta J (1998). O ensino dos jogos desportivos coletivos. Perspectivas e tendências. Mov 4(8):19-26.

  14. Carvalhal (2001). No treino de futebol de rendimento superior. A recuperação é... muitíssimo mais que “recuperar”. Braga: Liminho, 2001.

  15. Casarin R, Esteves L (2010). Para ganhar no futebol precisa-se treinar, mas o que treinar? EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 14(142):1-7. http://www.efdeportes.com/efd142/no-futebol-precisa-se-treinar-mas-o-que-treinar.htm

  16. Silva P (2006). Análise do jogo em futebol. 174 f. Dissertação (Mestrado em Treino de Alto Rendimento) – Faculdade de Motricidade Humana, Lisboa, Portugal.

  17. Silva A (2010). Da periodização tradicional à periodização tática. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 15(148): 1-8. http://www.efdeportes.com/efd148/da-periodizacao-tradicional-a-periodizacao-tactica.htm

  18. Martins F (2003). A periodização tática segundo Vítor Frade. 93 f. Monografia (Graduação em Educação Física) – Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, Portugal.

  19. Barbanti V (2010). Treinamento esportivo: as capacidades motoras dos esportistas. Barueri: Manole.

  20. Oliveira P (2008). Periodização contemporânea do treinamento desportivo. São Paulo: Phorte.

  21. Gomes A (2001). Treinamento esportivo: estruturação e periodização. Porto Alegre: Artmed.

  22. Komi P (1992). Strength and power in sport. Oxford: Blackwell.

  23. Santos P (2006). O planeamento e a periodização do treino em futebol. Um estudo realizado em clubes da superliga. 2006. 370 f. Dissertação (Mestrado em Treino de Alto Rendimento) – Faculdade de Motricidade Humana, Lisboa, Portugal.

  24. Batista P (2006). Organização defensiva: congruência entre os princípios, sub-princípios e sub-sub-princípio de jogo definidos pelo treinador e sua operacionalização. Um estudo de caso realizado no Sporting Clube de Espinho. 105 f. Monografia (Graduação em Educação Física) – Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, Portugal.

  25. Gomes M (2006). Do pé como técnica ao pensamento técnico dos pés dentro da caixa preta da periodização tática – um estudo de caso. 2006. 111 f. Monografia (Graduação em Educação Física) – Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Porto, Portugal.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 163 | Buenos Aires, Diciembre de 2011
© 1997-2011 Derechos reservados