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O lúdico, a criança e o educador

Lo lúdico, el niño y el educador

 

*Aluna do 8º Período noturno do curso de Educação Física da UNILAGO

União das Faculdades dos Grandes Lagos

**Educadora Física. Mestre em Ciência da Motricidade Pela UNESP

Docente do Curso de Educação Física da UNILAGO

***Educador Físico e Fisioterapeuta

Docente e Coordenador do Curso de Educação Física da UNILAGO

(Brasil)

Ana Carolina Albareli*

Exmyktiely da Silva Campos*

Villiana Cristina Pereira*

Mariangela Zanin**

Marco Paolo Diniz Correa Ceraldi***

anacarolina.alb1@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          As atividades lúdicas podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que permita tentar uma situação de interação. Porém, mais importante do que o tipo de atividade lúdica é a forma como é dirigida e como é vivenciada, e o porquê de estar sendo realizada. Nessa perspectiva, é importante ressaltar que o papel de quem facilita e possibilita as vivências das atividades lúdicas para as crianças é de fundamental importância. O presente estudo, de pesquisa bibliográfica, tem como objetivo mostrar a importância do universo lúdico como processo do desenvolvimento infantil, bem como o papel do educador nesse processo. Os dados revelam que a ação de brincar e o interesse da criança envolvem sua faixa etária, seu desenvolvimento sócio afetivo e seus hábitos culturais. Os primeiros anos de vida são decisivos na formação da criança e, nesse sentido, estratégias como as atividades lúdicas devem ser utilizadas, pois são capazes de intervir positivamente no desenvolvimento da criança, suprindo suas necessidades biopsicossociais e assegurando-lhe condições adequadas para desenvolver suas competências. Verifica-se que no processo da educação infantil o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento. Como considerações finais, podemos afirmar que por meio das atividades lúdicas a criança assimila valores, adquire comportamentos, aprende a conviver; participando aprende a aceitar regras, e desenvolve diversas áreas do conhecimento, exercita-se fisicamente e aprimora habilidades motoras. Desse modo, a escola tem de se preocupar com a aprendizagem, mas o prazer tem de ser maior, cabendo ao professor a imensa responsabilidade de aliar as duas coisas.

          Unitermos: Lúdico. Brincadeira. Educador. Aprendizagem.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    As atividades lúdicas podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que permita tentar uma situação de interação. Porém, mais importante do que o tipo de atividade lúdica é a forma como é dirigida e como é vivenciada, e o porquê de estar sendo realizada. Toda criança que participa de atividades lúdicas, adquire novos conhecimentos e desenvolve habilidades de forma natural e agradável, que gera um forte interesse em aprender e garante o prazer.

    Toda criança tem necessidade de brincar, isto é uma característica da infância. A função do brincar não está no brinquedo, no material usado, mas sim na atitude subjetiva que a criança demonstra na brincadeira e no tipo de atividade exercida. Essa vivência é carregada de prazer e satisfação. Em cada etapa evolutiva da criança, o brincar vai se modificando, mas é essencial que ela tenha oportunidade de explorar todas as fases do brincar.

    Nessa perspectiva, é importante ressaltar que o papel de quem facilita e possibilita as vivências das atividades lúdicas para as crianças é de fundamental importância. Um trabalho conduzido erroneamente pelos profissionais ligados a área da infância, onde o processo pedagógico é apresentado sem consciência de sua importância, desconsiderando as características de cada faixa etária e o valor educativo das atividades lúdicas, pode desvalorizar a gama de contribuições significativas que os brinquedos, jogos e brincadeiras podem proporcionar para a aprendizagem concreta e, por conseguinte, para o desenvolvimento infantil.

    O presente estudo, de natureza qualitativa, tem como objetivo mostrar a importância do universo lúdico como processo do desenvolvimento infantil, bem como o papel do educador nesse processo.

2.     Metodologia

    Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica, utilizando autores como: VIGOTSKY (1991), FREIRE (2005), KISCHIMOTO (2000), BRUNER, (1968), (GARDNEI apud FERREIRA; MISSE; BONADIO, 2004), MELO & VALLE, (2005), os quais apresentam a ludicidade como forma de diversão, educação, interação e aprendizagem.

3.     Desenvolvimento

3.1.     Os brinquedos e o brincar: noções para o desenvolvimento

    As características dos brinquedos e sua relação com o desenvolvimento são abordadas de forma a enfatizar que o brinquedo é um produto de uma sociedade dotada de traços culturais específicos, além de ser objeto rico em significado e a brincadeira é considerado como uma forma de ação e interpretação dos significados contidos no brinquedo, daí sua importância para o desenvolvimento intelectual infantil.

    Um brincar que é amplo onde inclui brinquedos, brincadeira e fantasia. A ação de brincar e o interesse da criança envolvem sua faixa etária, seu desenvolvimento sócio afetivo, seus hábitos culturais. Há brinquedos que são universalmente aceitos não importando muito o material que são feitos, o tamanho e seu valor, o que importa é que a criança brinque e experimente os mais variados tipos de brinquedos.

    Os brinquedos devem representar desafios para a criança e devem estar adequados ao seu interesse e suas necessidades criativas, pois eles são convites ao brincar, desde que a criança tenha vontade de interagir com eles. No entanto o brinquedo exerce uma forte influência na formação da personalidade infantil, pois ele está associado às necessidades das crianças durante a infância, ou seja, a tentativa de uma criança muito pequena é de satisfazer seus desejos imediatamente.

    O brinquedo é influenciado pela idade, sexo e presença de companheiros, além dos aspectos ligados a novidade, surpresa, complexidade e variabilidade. A criança pode brincar só, perto de companheiros, alcançando ou não grau elevado de cooperação para atingir um objetivo comum. Uma bola, por exemplo, sugere um pouco de exercício, um ursinho de pelúcia pode ser um grande amigo, enfim os brinquedos servem de intermediários para que a criança consiga integrar-se melhor ao mundo em que vive. Ao brincar em grupos ou mesmo sozinhas as crianças fazem de suas brincadeiras uma verdadeira prática social e nessa prática aprendem a contar, a jogar, a distinguir e organizar suas idéias e suas vidas. Vale ressaltar que a brincadeira pode se tornar satisfatória quando o uso dos brinquedos busca tendências imaginárias e a criança se socializa através da integração dela com os objetos e o ambiente cultural que a rodeia.

    Segundo Vygotsky (1989), brincar propicia desenvolvimento de aspectos específicos de personalidade, a saber:

  • afetividade: tanto bonecas, ursinhos, etc.; equacionam problemas afetivos da criança.

  • motricidade: a motricidade fina e ampla se desenvolve através de brinquedos como brincadeiras, bolas chocalhos, jogos de encaixe e de empilhar.

  • inteligência: o raciocínio lógico abstrato evolui através de jogos do tipo quebra-cabeça, construção, estratégia, etc.

  • sociabilidade: a criança aprende a situar-se entre as outras, a se comunicar e interagir através de todo tipo de brinquedo.

  • criatividade: desenvolvem-se através de brinquedos como oficina, marionetes, jogos de montar, disfarces, instrumentos musicais, etc.

    Além dos aspectos citados os brinquedos também estimulam a percepção, as capacidades sensório motor, condutas e comportamentos socialmente significativos nas ações infantis. Nos dias atuais, percebe-se que o papel do brincar, com o apoio também do brinquedo e brincadeiras é importante e favorece a construção dos valores e formação do indivíduo, pois ao mesmo tempo em que brinca esta aprendendo de maneira prazerosa e significativa e ainda está lhe propiciando meios que venham ajudá-lo psicologicamente.

    Dentro desta concepção cita-se a visão contemporânea de KISHIMOTO (1999) que entende que hoje a imagem de infância é enriquecida com auxílio de concepções, psicológicas e pedagógicas que reconhecem o papel de brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil.

    Segundo Kishimoto (1996) os brinquedos devem ser comprados de acordo com a idade, a capacidade e a área de interesse da criança. O mesmo classifica os brinquedos como:

  • Brinquedos de berço: móbiles, chocalhos, bichinhos de vinil, brinquedos para olhar, ouvir, pegar e morder são valiosos para a estimulação sensorial e motora da criança.

  • Brinquedos do faz de conta funcionam com elementos introdutórios e de apoio á fantasia, aumentam o repertório de conhecimento da criança, favorecem a compreensão de atribuições e de papéis.

  • Brinquedos Pedagógicos: costuma-se chamar brinquedos pedagógicos ao que foi fabricado com o objetivo de proporcionar determinadas aprendizagens tais como: cores, formas geométricas, números, letras, etc.

  • Brinquedos de construção: servem para enriquecer a experiência social, estimulando a criatividade e desenvolvendo habilidade na criança.

  • Brinquedos tradicionais: estes são afiliados ao folclore, enquanto manifestações livres e espontâneas da cultura popular a brincadeira tradicional tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de convivências sociais e permitir o prazer de brincar.

    Segundo especialistas, as crianças que tem contato com o brinquedo de bebê amadurecem mais rápido do que as que não têm; Pois é através deste que as crianças desenvolvem noções de tamanho, forma, textura e até como funcionam as coisas. Assim o brinquedo antecipa o desenvolvimento; com ele a criança começa a adquirir a motivação, as habilidades e as atitudes necessárias a sua participação social, a qual só pode ser completamente atingida com a assistência de seus companheiros da mesma idade e mais velha. (VYGOTSKY, 1998).

    No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam acontecimentos, sabendo que estão brincando. Assumem papéis enquanto brincam e agem frente à realidade de maneira não literal. A brincadeira favorece a auto-estima das crianças e interiorizam determinados modelos no âmbito de grupo social. É brincando que a criança irá, pouco a pouco, aprendendo a se conhecer melhor e a aceitar a existência dos outros, organizando suas relações emocionais e conseqüentemente estabelecendo suas relações sociais.

3.2.     O educador, a escola e a criança: conhecimentos para transformar

    Os primeiros anos de vida são decisivos na formação da criança, pois se trata de um período em que a criança está construindo sua identidade e grande parte de sua estrutura física, sócio-afetiva e intelectual. São, sobretudo, nesta fase que se devem adotar várias estratégias, entre elas as atividades lúdicas, que são capazes de intervir positivamente no desenvolvimento da criança, suprindo suas necessidades biopsicossociais, assegurando-lhe condições adequadas para desenvolver suas competências.

    Para haver desenvolvimento, interessa a reação da criança à perturbação, isto é, sua ação de compensar como forma de regular, estabelecer os construtos de assimilação, acomodação e esquema (centrais e importantes para a compreensão do conceito de desenvolvimento de Piaget) (KISCHIMOTO, 2000).

    O lúdico por si só não permitirá a aprendizagem e o desenvolvimento da criança, é, sobretudo, a ação de jogar, de brincar o grande impulso para o aprender, e essa ação depende da compreensão.

    O conhecimento não resulta exclusivamente do experimentar, do simples encontro da criança com o objeto; mas daquilo que pode ser decorrente da manipulação consciente, refletida e, conseqüentemente, produzindo a abstração e a generalização das noções aprendidas.

    Vygotsky fala que o brinquedo ajudará a desenvolver uma diferenciação entre a ação e o significado. A criança, com o seu evoluir, passa já, do ambiente concreto que a rodeia. O brincar relaciona-se ainda com a aprendizagem. Brincar é aprender; na brincadeira, reside à base daquilo que, mais tarde, permitirá à criança aprendizagens mais elaboradas. O lúdico torna-se, assim, uma proposta educacional para o enfrentamento das dificuldades no processo ensino-aprendizagem.

    Os jogos e brincadeiras podem contribuir para o desenvolvimento cognitivo, social, político, moral e emocional da criança, desde que sejam utilizados para alcançar os grandes objetivos da Educação Infantil, entre eles, o estabelecimento da autonomia, das habilidades de descentrar e de coordenar diferentes pontos de vista, das capacidades de estabelecer relações, elaborarem idéias, resolver problemas.

    Segundo Piaget (1989), a maneira de a criança assimilar, transformar o meio para que esta se adapte as suas necessidades e de acomodar (mudar a si mesmo para adaptar-se ao meio) deverá ser sempre através do lúdico. Ao brincar a criança se relaciona com outras crianças, sendo capaz de perceber-se com um “ser” no mundo numa relação entre o que é pessoal e o que permite o ingresso no mundo das regras. Brincando as crianças constroem seu próprio mundo; o mundo que querem e gostam; e os brinquedos são ferramentas que contribuem para esta construção, pois proporcionam à criança demonstrar e criar fantasias de suas vivências e experiências.

    Algumas escolas vêm criando espaços específicos, no seu cotidiano, com brinquedos e aventuras lúdicas, conhecimentos como ludoteca ou brinquedoteca, para investirem nos fundamentos dos jogos e brinquedos como elementos centrais. São pequenos espaços onde a animação lúdica é vista como facilitadora da aprendizagem, tornando-se o processo de ensino-aprendizagem significativo e prazeroso.

    No processo da educação infantil o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento.

    Para que o uso do lúdico seja, de fato, uma estratégia didática que auxilie na construção do conhecimento e no desenvolvimento global da criança, é preciso planejar as situações, visando a uma aprendizagem, a um conhecimento, a uma atitude. Estas situações devem ter uma intencionalidade educativa; portanto, devem ser planejadas pelo professor a fim de alcançar objetivos predeterminados.

    A criatividade pode ser estimulada com objetos simples onde a criança tem oportunidade de criar, inventar novas funções e utilidades desses objetos. Pedaços de papel, pano, caixas vazias, canudos, palitos, barbante, cola, lápis, etc., são objetos ricos para a criança poder externar sua capacidade de criação, de construção. Devem-se evitar brinquedos muito estruturados, sofisticados que só podem representar aquilo a que se destinam.

    Porém, é preciso muito cuidado com a desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em favor do conhecimento estruturado e formalizado, ignorando as dimensões educativas da brincadeira e do jogo como forma rica e poderosa de estimular a atividade da criança.

    A escola tem de se preocupar com a aprendizagem, mas o prazer tem de ser maior, cabendo ao professor a imensa responsabilidade de aliar as duas coisas.

3.3.     Vivenciando sensações e formando valores por meio das brincadeiras

    Segundo Piaget (1978), as atividades lúdicas atingem um caráter educativo, tanto na formação psicomotora, como também na formação da personalidade das crianças. Assim, valores morais como honestidade, fidelidade, perseverança, hombridade, respeito ao social e aos outros são adquiridos.

    A brincadeira proporciona à criança um contato com sentimentos de alegria, sucesso, realizações de seus desejos, bem como o sentimento de frustração. Esse jogo de emoções a ajuda a estruturar sua personalidade e a lidar com angústias. O brincar prepara para futuras atividades de trabalho: evoca atenção e concentração, estimula a auto-estima e ajuda a desenvolver relações de confiança consigo e com os outros. Colabora para que a criança trabalhe sua relação com o mundo, dividindo espaços e experiências com outras pessoas.

    Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos. (GARDNEI apud FERREIRA; MISSE; BONADIO, 2004).

    A importância do brinquedo é a da exploração e do aprendizado concreto do mundo exterior, utilizando e estimulando os órgãos dos sentidos, a função sensorial, a função motora e a emocional. A brincadeira tem uma enorme função social, desenvolve o lado intelectual e principalmente cria oportunidades para a criança elaborar e vivenciar situações emocionais e conflitos sentidos no dia a dia.

    Os jogos com regras são considerados por Piaget (1978) como uma ferramenta indispensável para este processo. Através do contato com o outro a criança vai internalizar conceitos básicos de convivência.

    A brincadeira e os jogos permitem uma flexibilidade de conduta e conduz a um comportamento exploratório até a consecução do modelo ideal de se portar com o próximo, resultado de experiências, conflitos e resoluções destes (BRUNER, 1968).

    Para Vygotsky (1989), há dois elementos importantes na atividade lúdica das crianças no que se refere aos jogos com regras: o jogo com regra explícita e o jogo com regras implícitas. O primeiro destes fatores são as regras pré-estabelecidas pelas crianças e que a sua não realização é considerada uma falta grave, por exemplo, em um jogo de pega quem for tocado pelo pegador passa a ser o perseguidor, isto direciona a criança a seguir regras sociais já estabelecidas pelo mundo dos adultos. O outro segmento são regras que não estão propriamente ditadas, mas entende-se que são necessárias para o seguimento do jogo, no exemplo citado acima, não se coloca que as crianças não podem sair do local da brincadeira (como exemplo, uma quadra), portanto as regras implícitas oferecem a criança uma noção de entendimento às regras ocultas, mas necessárias.

    Segundo Piaget, citado por Kishimoto (2000), “os jogos não são apenas uma forma de divertimento, mas são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual". Para manter-se equilibrada com o mundo, a criança precisa brincar criar e inventar.

    Os jogos se tornam mais significativos à medida que a criança se desenvolve, porque através da manipulação de materiais variados, ela poderá reinventar coisas, reconstruir objetos.

4.     Considerações finais

    Como considerações finais, podemos afirmar que por meio das atividades lúdicas a criança assimila valores, adquire comportamentos, desenvolve diversas áreas do conhecimento, exercita-se fisicamente e aprimora habilidades motoras. Brincando a criança desenvolve seu senso de companheirismo e jogando com o companheiro, aprende a conviver; participando aprende a aceitar regras.

    As crianças utilizam o brinquedo para externar suas emoções, construindo um mundo a seu modo e, dessa forma, questionam o universo dos adultos. Elas já nascem em um meio pautado por regras sociais e o seu eu deve adaptar-se a essas normas. Na brincadeira, ocorre o processo contrário: são as normas que se encaixam em seu mundo. Não é uma tentativa de fuga da realidade, mas, sim, uma busca por conhecê-la cada vez mais. No brincar, a criança constrói e recria um mundo onde seu espaço esteja garantido.

    “Brincar de forma livre e prazerosa permite que a criança seja conduzida a uma esfera imaginária, um mundo de faz de conta consciente, porém capaz de reproduzir as relações que observa em seu cotidiano, vivenciando simbolicamente diferentes papéis, exercitando sua capacidade de generalizar e abstrair” (MELO & VALLE, 2005, p. 45).

    Quanto ao papel do educador, sabe- se da sua importância, e como adulto mais experiente, estimula as brincadeiras, ordena o espaço interno e externo da escola, facilita a disposição dos jogos lúdicos e os demais elementos da sala de aula. Colabora nas dificuldades e promove facilidades na aprendizagem para que o ensino aconteça da melhor maneira.

    A observação nas brincadeiras é de extrema importância, pois, ao analisar o aluno, o professor reconhece quais são suas necessidades e, assim, aprende como ensiná-lo e como intervir. Não se pode reprimir ou desestimular o aluno, eles devem aprender a respeitar seu espaço por meio das brincadeiras. A criança desenvolverá e aprenderá a seguir regras brincando. Pois brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação, assim ela integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento.

Referências

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