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O bullying no contexto escolar

El bullying en el contexto escolar

 

*Especialista em Educação Física Escolar pela PUCPR

**Mestre em Educação pela PUCPR

(Brasil)

Cleber Mena Leão Junior*

supllajr@yahoo.com.br

João Eloir Carvalho**

j.eloir@uol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi investigar as representações sobre o fenômeno bullying, ao entendimento da direção, professores e funcionários do ensino fundamental no ambiente escolar em duas escolas públicas de 1ª a 4ª série de São José dos Pinhais. Para a pesquisa a amostra foi composta por 36 sujeitos do sexo feminino, com média de idade entre ±37,25 anos, e o tempo de atuação na escola com média de ±8 anos, ente elas: 18 professoras, 7 pedagogas, 3 diretoras, 3 auxiliares administrativos e 5 funcionárias (merendeiras). Para a coleta de dados optou-se pelo uso de questionários. Como a realização desta pesquisa, podemos constatar que muitos dos professores, a direção e os funcionários em geral não têm um conhecimento adequado no que diz respeito ao entendimento sobre o bullying.

          Unitermos: Bullying. Entendimento. Ambiente escolar.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    No decorrer de sua vida, alguma vez pensou, qual o motivo aparente para uma grande quantidade de filmes americanos com adolescentes em escolas, sempre há um aluno(a) franzino(a) de pequena estatura ou acima de seu peso corporal, um tanto quanto atrapalhado sendo motivo de piada entre outros outros colegas?

    Existem vários estilos de filme, neste caso citado a cima, seria uma transmissão do real as telas do cinema, onde toda mentira tem um pouco de verdade, determinadas agressões exercidas repetidamente por determinados alunos de postura superior em seus alvos com postura inferior existe realmente. Várias das crianças que sofrem como vítimas de bullying acabam desenvolvem medo, pânico, depressão, entre outras patologias e geralmente repudiam quando ouvem falar no ambiente escolar, pois evitam retornar à escola quando esta nada faz em defesa das vítimas.

    O bullying a cada dia ganha mais espaço nos rádios, jornais, novelas, entre outros meios de comunicação, e não por ser uma nova mania e sim, por ser um novo mal, segundo Fante e Pedra (2008), em novembro de 2006, o Instituto SM para a Educação apresentou dados de pesquisas realizadas em cinco países, entre eles: Argentina, Brasil, Chile, Espanha e México e o resultado desta pesquisa apontou o Brasil, como campeão na prática do bullying.

    Este fenômeno não é restrito a um determinado país, pois há registro de casos ocorridos na Europa, na América anglo-saxônica, no Japão e na América Latina, bem como a tradução da palavra Bullying em outras línguas distintas da inglesa, como por exemplo: harcèlement quotidien (francês), ijime (japonês), prepotenza (italiano), agressionen unter shulern (Alemanha), intimidación (Espanha) e maus-tratos entre os pares (Portugal).

    Alvez (2005), nos descreve o bullying por ser uma palavra originária da língua inglesa, que no Brasil ainda não se tem uma palavra que venha conceituar o problema, portanto, como o referido autor, optamos também pelo nome em inglês, por não se encontrar palavra em nossa língua que seja capaz de dizer o que Bullying diz.

    A literatura define esse fenômeno enquanto certas ações ocorridas em conjunto e/ou isoladas para expressar as ideias de intimidação repetida e de constante humilhação, agressão, ofensa, gozação, emprego de apelidos, assédio, perseguição, ação de ignorar, isolamento, exclusão, discriminação, sofrimento, aterrorização, amedrontamento, tirania, dominação, empurrão, violência física, quebra e roubo de pertences daqueles que são as vítimas de bullying (COSTANTINI, 2004; FANTE; ALVES, 2005).

    Essa ação, defronta com várias populações, sejam entre sexo, faixa etária, status, função, etc, segundo Pereira e Pinto (2001, p. 18) “A violência escolar é um problema que afeta de forma séria as crianças, os professores, os encarregados de educação, os pais, os políticos, os responsáveis pela educação e a comunidade em geral”.

    O bullying chegou, e será que os professores estão cientes deste problema? Será que estão interessados a conhecer o referido problema? Será que se mostram disponíveis a aprender algo novo? Portanto, nosso objetivo consiste em: Investigar as representações sobre o fenômeno bullying, no entendimento do corpo diretivo, professores e funcionários atuantes no ensino fundamental.

    A busca pelo saber nunca se esgota, ao contrário, as dúvidas e curiosidade aumentam, na medida em que aumenta o conhecimento e a humanidade manifesta interesse pelos achados e interpretações que dele provenham (PAREDES; SAUL; BIANCHI, 2006).

    Para melhor compreensão deste tema, é necessário entender o real significado da palavra bullying. Pereira (2002, p.16), em sua obra, define o tema da seguinte forma:

    [...] comportamentos agressivos de intimidação e que se apresentam um conjunto de características comuns, entre as quais se identificam várias estratégias de intimidação do outro e que resultam em práticas violentas exercidas por um indivíduo ou por pequenos grupos, com caráter regular e freqüente.

    No estudo intitulado como: o fenômeno bullying na percepção dos professores de Colovini e Costa (s/d) procuram mostrar através da uma reflexão sobre a fragilidade que temos diante do bullying, pois ele está presente em todas as escolas e gera indignação e angústia a quem o sofre e mostram que os envolvidos não têm instruções de como agir, e, nem o conhecimento a cerca do Bullying.

    Portanto, muito se tem conceituado o fenômeno bullying, todavia foram encontrados trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses produzidas recentemente sobre o fenômeno do bullying no Brasil, cito algumas: Nogueira (2007); Pupo (2007) e Oliveira (2008). No Brasil os primeiros trabalhos surgiram apenas por volta de 2000, motivo este que se justifica segundo Fante (2008) o “[...] grande desconhecimento da temática, assim como sua gravidade e abrangência”.

Bullying na escola

    Segundo Fante (2006), trata-se de um problema mundial, encontrado em várias escolas, que vem disseminado-se largamente nos últimos anos e que só recentemente vem sendo estudado em nosso país.

    O bullying adquire diferentes formas, algumas mais cruéis que outras, dependendo de determinados fatores, como agressões, intimidações e exclusões entre pares. Trata-se de situações onde um ou vários alunos decidem agredir injustamente outro colega e o submetem, por períodos prolongados, a uma ou várias formas de agressões: a agressão corporal, o extorquir dinheiro ou a ameaça. Geralmente é praticado em crianças ou jovens mais inseguros, mais fáceis de amedrontar e/ou que tem dificuldade em se defender ou buscar ajuda (PEREIRA, 2002).

    Para Pereira (2002), o termo violência, mais próximo da marginalidade, abarca situações esporádicas e de grande gravidade, com frequência já na área da criminalidade, mas parece não compreender aquilo que procuramos definir por bullying. [...] pois é a intencionalidade de fazer mal e a persistência de uma prática que a vítima é sujeita o que diferencia o bullying de outras situações ou comportamentos agressivos, sendo três fatores fundamentas que normalmente o identificam: 01) O mal causado a outrem não resultou de uma provocação, pelo menos por ações que possam ser identificadas como provocações; 02) As intimidações se a vitimização de outros tem carácter regular, não acontecendo apenas ocasionalmente e 03) Geralmente os agressores são mais fortes fisicamente e recorrem ao uso de arma branca, ou tem um perfil violento e ameaçador. As vítimas frequentemente não estão em posição de se defenderem ou de procurar auxílio.

    A instituição de ensino deveria, também, incentivar o respeito pela heterogeneidade, não demonstrando atitudes racistas e preconceituosas, uma vez que os alunos tendem a copiar o comportamento dos adultos. Ensinar os alunos a serem responsáveis pelas suas atitudes e promover o diálogo entre todos os indivíduos do meio escolar seriam medidas racionais e eficazes no combate ao bullying (CORTELLAZZI, 2006).

    Segundo referência na página virtual da ABRAPIA (s/d) (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência), o bullying é um problema que atinge o mundo todo, sendo encontrado em toda e qualquer escola, e não se restringindo a nenhum tipo de instituição, seja ela primária, secundária, pública ou particular, rural ou urbana. Pode-se dizer que as escolas que não admitem a ocorrência de bullying entre seus estudantes ou não têm conhecimento sobre o assunto, ou se negam a enfrentá-lo, levando crianças e adolescentes a muitas vezes não falarem sobre o que está ocorrendo consigo e a achar que eles são culpados por sofrerem tais agressões.

Classificação dos envolvidos com o bullying

Autores

    São os(as) alunos(as) que só praticam bullying, segundo ABRAPIA (s/d), aqueles que só praticam a violência; são crianças e jovens que vêm de famílias geralmente desestruturadas, em que há pouco relacionamento afetivo entre os membros. São indivíduos que têm pouca empatia e admite-se que esses jovens têm grande probabilidade de se tornarem adultos com atitudes anti-sociais e/ou violentas, podendo virem a adotar, inclusive, atitudes delinquentes ou criminosas.

    Além disso, são mais fortes do que seus colegas de classe, o que lhes dá vantagem em determinadas brincadeiras, esportes e lutas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais e/ou responsáveis exercem sobre eles uma deficitária supervisão, além de, muitas vezes, oferecerem comportamentos violentos como modelo para solucionar conflitos, o que os leva a já apresentarem indícios de mau-caratismo e a adotarem condutas anti-sociais, como roubo, vandalismo e o uso de álcool e nicotina (LOPES NETO; MONTEIRO FILHO; SAAVEDRA, 2003; FANTE, 2005).

Alvos

    Os alvos são aqueles que só sofrem a violência, são aqueles que arcam as consequências do comportamento violento dos colegas e não dispõem de recursos, ou habilidade para se defenderem. São crianças e jovens pouco sociáveis movidos por grande sentimento de insegurança, falta de esperança; apresentam grande dificuldade em adequar-se e permanecer na escola, são fortes candidatos a desenvolverem traumas e doenças psíquicas. Em extrema depressão, muitos jovens acabam tentando ou cometendo o suicídio ou homicídios em decorrência da raiva que o bullying gera. Atribui-se a essas vítimas grande parte dos massacres realizados em escolas (ABRAPIA, s/d).

    Normalmente, não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos. Apresentam aspecto físico diferenciado dos padrões impostos por seus colegas (magro ou gordo) e têm pouco rendimento nos esportes e em lutas devido à coordenação motora pouco desenvolvida. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos (LOPES NETO; MONTEIRO FILHO; SAAVEDRA, 2003; FANTE, 2005).

Testemunhas

    Segundo ABRAPIA (s/d), as testemunhas são aqueles que não sofrem nem praticam o bullying, mas convivem em um ambiente onde o fenômeno ocorre. Representa a uma grande maioria dos alunos, que presenciam a violência, mas não tomam nenhuma atitude contrária devido ao temor de tornarem-se os próximos alvos. Cultivam grande insegurança e essa insegurança pode influenciar negativamente sobre a capacidade de progressão escolar e social destes alunos.

    As pessoas que não se enquadram nem como vítimas, nem como agressoras são as testemunhas ou também chamadas de expectadores. Os expectadores, mesmo que não gostem das atitudes de bullying que são infligidas contra outros colegas seus, também não fazem nada porque eles também estão envolvidos pela “lei do silêncio” que impera dentro do ambiente, do meio escolar. Os expectadores também nada falam ou denunciam os agressores às autoridades escolares por medo de sofrerem retaliações por terem “tomado partido” a favor das vítimas. Todos sabem que a vítima sofre muito, sendo humilhada, roubada, discriminada, excluída, ameaçada, enfim, e exatamente por saber disso é que a pessoa não fará nada justamente por que não quer passar pelo mesmo (SILVA, 2002, p. 42-43).

Autores/Alvos

    Os autores e também alvos são caracterizados pelos alunos que agridem os outros, mas ao mesmo tempo, são também as vítimas. Oscilam entre serem vítimas (alvos) e/ou agressoras (autores). São aqueles indivíduos que respondem prontamente a alguma agressão, a alguma indireta que seja dirigida a eles com outra forma de agressão, por isso são considerados ao mesmo tempo autores (agressores) e alvos (vítimas) (SILVA, 2002). Ou seja, são alunos(as) que ora sofrem, ora praticam bullying, habitualmente, esses sujeitos, que passaram por situações de sofrimento na escola, tendem a encontrar indivíduos mais vulneráveis que eles para transferir as agressões sofridas (FANTE, 2005).

Metodologia

    O presente estudo é uma pesquisa quantitativa, pois segundo Marques et al. (2006) é aquela cujos dados coletados podem ser matematizados, pois a análise é feita mediante tratamento estatístico, e se vale de tabelas, gráficos, porcentagens e alerta-se também, para o fato de que é sempre possível uma análise qualitativa, a partir de dados quantitativos. E de caráter descritivo, que para Triviños (1987), pretendem descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade.

    A população constiui-se de funcionários de 02 escolar públicas de São José dos Pinhais, Paraná, Brasil. Ambas com características semelhantes, como por exemplo: Escolas de Ensino Fundamental com ensino de 1ª a 4ª série; Turno de atuação escolar pela manhã e tarde; Número de alunos por escola: Escola “A” com 846 alunos e a escola “B” com 919 alunos. Para a seleção dos participantes utilizo-se o método de amostragem intencional que segundo Marconi e Lakatos (2002), o pesquisador está interessado na opinião, ação, intenção de determinados elementos da população, mas não representativos dela.

    Participaram da pesquisa 36 sujeitos do sexo feminino, com média de idade entre ±37,25 anos, e o tempo de atuação na escola com média de ±8 anos, ente elas: 18 professoras, 7 pedagogas, 3 diretoras, 3 auxiliares administrativos e 5 funcionárias (merendeiras).

    Utilizou-se para a coleta de dados o questionário, que consta em sua maioria com perguntas fechadas para aplicação de testes padronizados de múltipla escola (MARQUES et at. 2006). E uma questão discursiva referente ao entendimento do Bullying.

Resultados e discussão

Questão 01. De modo geral, qual o seu conhecimento sobre a violência?

    Dentre os questionários, podemos obter as seguintes respostas: 38% acreditam que é uma ação temporária que não traz conseqüências; 22% uma ação isolada; 18% uma ação considerada normal em nossa sociedade; 18% uma ação que corresponde à falta de disciplina; 2% uma ação disfarçada que gera trauma; 2% uma ação explicita que gera medo e nenhum dos entrevistados respondeu que é uma ação permanente e repetitiva.

    “Assim, a violência não é fenômeno isolado, pois resulta das interações sociais e se manifesta de forma específica em cada cultura, e de acordo com o conjunto de normas e valores que orientam os indivíduos de uma sociedade” (PAREDES; SAUL; BIANCHI, 2006, p. 16). Ao contrário da maioria das respostas, concordamos com Michaud (1989), no que se refere a violência, pois ela é, antes de tudo, uma questão de agressões e de maus-tratos, por isso, consideramos evidente que a mesma deixa marcas.

Questão 02. Quanto à violência, a escola em que você trabalha pode ser considerada:

    Podemos verificar qual a realidade da violência em seu ambiente de trabalho: 63% relatam haver violência; 34% relatam haver pouca violência; 3% ralatam haver extrema violência na escola onde trabalha. E não há nenhuma resposta no que diz respeito a violência sem controle e também à não existência da violência.

    “A violência escolar é um problema que afeta de forma séria as crianças, os professores, os encarregados de educação, os pais, os políticos, os responsáveis pela educação e a comunidade em geral” (PEREIRA; PINTO, 2001, p.18).

    Atualmente a violência passou a fazer parte dos nossos dias, pois, ela afeta pessoas de diferentes classes sociais, independentes de faixa etária e em todos os lugares do mundo, isto, devido aos seres humanos viverem em uma busca constante de afirmar sua posição e importância para a sociedade na qual está inserido (GONTIJO; SABOIA, 2008).

Questão 03. Quais os tipos de violência mais comuns que você já observou, na escola?

    Em cada momento nos deparamos com violências, mas quais são as violências mais vistas no ambiente escolar, obtivemos as seguintes respostas: 32% são violências verbais (chamar nomes feios); 27% violências físicas (murros e pontapés); 21% violência de intimidação (meter medo); 20% violência de discriminação (preconceitos) e não houve nenhuma resposta que pudesse informar a questão de não haver violência na escola.

    Abramovay (2005), diz que a violência nas escolas pode ser definida de várias maneiras, mas relata dois tipos de violência, como definições alinhadas aos conceitos de violência, sendo elas: como sinônimo de agressão física; como delito ou crime; como transgressão; como agressão verbal.

Questão 04. Quem está mais envolvido, nos casos de violência ocorridos na escola onde você trabalha?

    Na metade dos casos, ou seja, em 50% são as crianças individualmente envolvidas; 26% são grupos de crianças; 24% são crianças e seus professores e não há indícios do envolvimento ser somente de professores e também não se cogita a possibilidade de não haver violência.

    A violência que as crianças e os adolescentes exercem, é antes de tudo, a que o seu meio exerce sobre eles (COLOMBIER; MANGEL; PERDRIAULT, 1989, p. 17-18).

Questão 05. Qual o seu entendimento ou conhecimento sobre o termo “bullying”?

    Por ser um tema novo no Brasil, as respostas são diversificadas: 42% já leram algo a respeito; 25% pouco conhecem, mas já ouviram falar; 19% conhecem e também já discutiram o tema; 8% ainda não conhecem e 6% conhecem e querem se aprofundar no tema.

    Segundo Pereira e Pinto (2001) a formação do professor pode desempenhar um papel importante na configuração de uma nova profissionalidade docente.

    O bullying é uma forma de violência que existe nas escolas, sendo considerado como segundo Pereira (2002), apud, Smith e Sharp, como “abuso sistemático do poder entre pares” e especificando ainda mais, “de forma continuada e onde existe intencionalidade de fazer mal”.

Questão 06. Escreva o que você entende sobre bullying:

    Em 30% entendem que é uma violência em geral (com socos, murros, pontapés, ofensas) que ocorre diariamente nas escolas; 25% entendem que é um agressividade em geral (com socos, murros, pontapés, ofensas) que ocorre diariamente nas escolas; 25% relatam não saber o que significa a palavra Bullying; 8% Acreditam ser discriminações (raça, higiene, classe social) realizadas entre alunos nas escolas; 6% entendem por ser uma ação que acontece diariamente na escola; 1% relatam acreditar ser uma intimidação entre alunos e, também 1% relatam ser a primeira vez que são questionadas a respeito dessa palavra.

    Segundo Fante (2006), trata-se de um problema mundial, encontrado em várias escolas, que vem disseminado-se largamente nos últimos anos e que só recentemente vem sendo estudado em nosso país.

    “O bullying escolar passou a ser foco de atenções após a realização sistemática de pesquisas acadêmicas e de exposição na mídia de casos graves de violência que seriam resultados de agressões características de bullying” (RUOTTI; ALVES; CUBAS, 2006, p. 176).

    O importante é notar que, à semelhança de outros comportamentos agressivos, o bullying se identifica pela intencionalidade de magoar alguém, que é vítima e alvo da ação agressiva, enquanto os agressores manifestam tendência a desencadear, iniciar, agravar e a perpetuar situações em que as vítimas estão numa posição indefesa. [...] o bullying parte de uma vontade consistente e desejo de magoar e/ou amedrontar alguém quer física, verbal e psicologicamente (PEREIRA, 2002).

Questão 07. Os casos mais freqüentes de bullying com as crianças na escola ocorrem:

    Os casos mais freqüentes segundo o questionário ocorrem em 33% entre crianças mais fortes e mais fracas; 32% entre crianças maiores e menores; 11% entre crianças da mesma idade; 11% entre grupos de crianças (gangues); 9% entre meninos e meninas e 3% relatam não ocorrem bullying entre as crianças.

    Pereira (2002) diz que o bullying adquire diferentes formas, algumas mais cruéis que outras, dependendo de determinados fatores, como agressões, intimidações e exclusões entre pares.

    Conforme a autora, trata-se de situações onde um ou vários alunos decidem agredir injustamente outro colega e o submetem, por períodos prolongados, a uma ou várias formas de agressões: a agressão corporal, o extorquir dinheiro ou a ameaça. Geralmente é praticado em crianças ou jovens mais inseguros, mais fáceis de amedrontar e/ou que tem dificuldade em se defender ou buscar ajuda.

Questão 08. Em sua opinião os casos mais freqüentes de vítimas de bullying são:

    No contexto social que é a escola, há uma diversidade de indivíduos, e os casos mais freqüentes são em sua maioria com 21% pelo peso (obesos e muito magros); 18% referentes à higiene (cheiro, limpeza e etc.); 13% pela raça (brancos, negros, amarelos e etc.); 11% no preconceito quanto à sexualidade (homossexualismo); 10% com deficiências (físicas e mentais); 10% pela aparência estética (anormalidades); 9% pela condição social (pobres e ricos) e 8% pela estatura (muito baixos e muito altos).

    Os alunos que somente sofrem pelo bullying normalmente, não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos e apresentam aspecto físico diferenciado dos padrões impostos por seus colegas (magro e/ou gordo) e têm pouco rendimento nos esportes e em lutas devido à coordenação motora pouco desenvolvida (LOPES NETO; MONTEIRO FILHO; SAAVEDRA, 2003; FANTE, 2005).

Questão 09. Os locais de maior ocorrência de agressividade na escola são:

    Na grande maioria estipulado pelos dados obtidos através do questionário, com 53% o recreio é o local de maior ocorrência; 15% relatam não haver locais específicos; 13% referem à sala de aula como o local de ocorrência; 7% na frente da escola; 7% nos banheiros e 5% nos corredores e escadas da escola.

    Podemos perceber que também o local das violências relacionadas não se limitou ao espaço propriamente escolar, mas, sendo motivadas por alguma ocorrência acontecida na escola, tinham desdobramentos que algumas vezes se estendiam para além desses espaços (RUOTTI; ALVES; CUBAS, 2006).

    A delimitação dos espaços e dos momentos nos quais as brigas acorrem contribuir para a compreensão de como as relações se desenvolvem nos vários ambientes da escola. As brigas entre pares acontecem em diferentes espaços. Tanto dentro como fora da escola e para alguns, a violência não tem lugar e nem hora, principalmente data para acontecer (ABRAMOVAY, 2005). Para Abramovay (2005), determinadas situações particularizadas por uma combinação de momentos e lugares específicos (por exemplo o caso do horário de saída, do recreio e da merenda) potencializam ocorrências de agressões.

Considerações finais

    O tema bullying vem gerando várias divergências em seu conceito, por não ser uma palavra de nossa língua de origem, pois, as respostas dos indivíduos que representaram a pesquisa nos mostram uma grande incapacidade de conceituar o tema, por não terem o devido conhecimento sobre o tal.

    Há diversos estudos envolvendo o tema bullying escolar na Noruega, Suécia, Reino Unido, Espanha, Itália, Portugal, Alemanha, Holanda, Irlanda, Finlândia, França, Austrália, Canadá, EUA, Japão e China. Assim, passou a ser foco de atenções também no Brasil, após a realização sistemática de pesquisas acadêmicas por parte de grupos de estudos e temáticas em grandes universidades, e também, pela exposição na mídia – Novela da Rede Globo de Televisão - de casos graves de violência que seriam resultados de agressões características de bullying, no ambiente escolar.

    Em nossa pesquisa, mesmo pela divulgação midiática, obteve-se um grande percentual relatando não saber o que significa a palavra bullying, mas essa ação consciente e repetitiva vem atuando nas escolas desde sempre, só que não haviam estudos que pudessem conceituar o tema. Ainda temos o bullying como sinônimo de violência, agressividade, intimidação, entre outros. Mas casos como esses se foram como ações isoladas, não caracterizam como bullying.

    O que podemos observar entre a direção, professores e funcionários do ensino fundamental em seu ambiente escolar, é a visível preocupação com a diminuição das ocorrências de práticas de bullying entre os alunos, e a cada momento depara-se com violências verbais (chamar nomes feios); violências físicas (murros e pontapés); violência de intimidação (meter medo) e violência de discriminação (preconceitos), que na maioria das vezes praticadas por crianças individualmente e grupos de crianças.

    Os casos mais freqüentes são entre crianças mais fortes e mais fracas, diretamente ligadas ao peso (obesos e muito magros), à higiene (cheiro, limpeza e etc.), raça (brancos, negros, amarelos e etc.), preconceito quanto à sexualidade (homossexualismo), deficiências (físicas e mentais), aparência estética (anormalidades), condição social (pobres e ricos) e estatura (muito baixos e muito altos), e escolhendo o recreio em uma grande maioria para realizar devidas ações.

    Nunca é cedo para agir contra o Bullying, a escola pode sequer ter indícios de Bullying, o que é utópico, mas quanto mais cedo melhor será o resultado, e melhor será o ambiente proporcionado pela instituição aos alunos. E a única maneira eficaz de combater ou reduzir o Bullying, é com a colaboração de docentes, pais, alunos e funcionários.

REFERÊNCIAS

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 16 · N° 163 | Buenos Aires, Diciembre de 2011
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