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Níveis de atividade física em adolescentes de uma escola pública

interiorana de Minas Gerais e indicadores de condição socioeconômica

Niveles de actividad física en adolescentes de una escuela pública 

del interior de Minas Gerais e indicadores de condición socioeconómica

 

*Aluna do curso de Educação Física

da FAGOC - Faculdade Governador Ozanam Coelho

**Professora do curso de Educação Física

da FAGOC – Faculdade Governador Ozanam Coelho

(Brasil)

Fernanda Paolla Barros Silveira*

Susana America Ferreira**

Cristiano Diniz da Silva**

Roberta Peconick de Magalhães Gomes**

nandapaollasilveira@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve objetivo de classificar o nível de atividade física (NAF) de alunos do ensino fundamental e médio de uma escola pública Interiorana de MG, e analisar sua relação com indicadores de condição socioeconômica. Métodos: Foi realizada uma pesquisa com delineamento transversal em uma amostra de 157 adolescentes de ambos os sexos, apresentando idade entre 15,4 ± 1,3 anos, matriculados no ensino fundamental e médio. Para a coleta de dados foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta para análise do NAF, juntamente com um questionário referente ao nível de escolaridade e renda familiar dos pais. Resultados: De acordo com o NAF, na classificação muito ativo obteve-se prevalência de 78,98% da amostra total, sendo que, analisando os mesmos dados, de acordo com o gênero, encontrou-se a prevalência de 90% de meninos mais ativos sendo 9,9% inativos e meninas 91% mais ativas sendo 9,3% inativas. Quanto à renda familiar, observou-se um aumento do NAF em meninas à medida que aumentava-se a mesma, porém, o oposto ocorreu com os meninos, concluindo que, quanto maior renda familiar menor o NAF. Em relação à escolaridade, supõe-se que o nível de escolaridade dos pais possa interferir no NAF dos filhos no qual quanto mais escolarizado, menor o NAF dos mesmos. Conclusão: Os alunos analisados apresentaram prevalência de alto NAF, não havendo diferença entre gêneros. Com o aumento da renda familiar das meninas maior o NAF, porém, em relação aos meninos conclui-se que maior renda familiar menor o NAF. No caso analisado, maiores níveis de escolaridade interferiram de forma negativa no NAF.

          Unitermos: Atividade física. Saúde. Níveis de atividade física. Qualidade de vida.

 

Abstract

          This study aimed to classify the physical activity level (PAL) of students in elementary and secondary public school in a provincial MG, and analyze its relationship with indicators of socioeconomic status. Methods: We performed a cross-sectional survey in a sample of 157 adolescents of both sexes, with ages between 15.4 ± 1.3 years, enrolled in elementary and high school. To collect data we used the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) short version of the NAF for analysis along with a questionnaire regarding level of education and family income of parents. Results: According to the NAF, very active in the classification obtained a prevalence of 78.98% of the total sample, and analyzing the same data according to gender we found a prevalence of 90% of boys being more active 9.9% retirees and 91% girls and 9.3% more active inactive. As for family income there was an increase of LPA in girls as they grew up the same, but the opposite occurred with the boys, concluding that higher family income below the NAF. Regarding education supposes that the educational level of parents may interfere in PAL of children where the more educated, the less the same NAF. Conclusion: Students were shown to have high prevalence of PAL with no difference between genders. With the increase in family income of the girls higher the PAL, but the boys concluded that higher family income below the NAF. In the case examined, higher levels of schooling interfered negatively in NAF.

          Keywords: Physical activity. Health. Physical activity levels. Quality of life.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente, vários atrativos tecnológicos contribuem para uma considerável diminuição do nível de atividade física em crianças e adolescentes, tais como, o uso do computador, vídeo game, televisão, dentre outros, influenciando assim um estilo de vida mais sedentário.

    Em decorrência desses atrativos, o sedentarismo se torna um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de muitas doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) como a obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes, entre outras.

    Matsudo (2002) ressalta que, o sedentarismo não representa apenas um risco pessoal de enfermidades, tem um custo econômico para o indivíduo, para a família e para a sociedade. Dados recentes do Centers for Disease Control and Prevention de Atlanta (CDC) apontam que, mais de 2 milhões de mortes por ano podem ser atribuídas à inatividade física, em função da sua repercussão no incremento de doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) como os problemas cardiovasculares, de câncer e diabetes, que corresponderam, em 1998, por quase 60% das mortes (71,7 milhões) no mundo; índice que alcançaria 73%, em 2020, mantidas as tendências atuais.

    Por sua vez, a prática de atividade física durante a adolescência é essencial por diversos motivos, como melhoria da saúde cardiorrespiratória, óssea e muscular, controle da pressão arterial, aumento na auto-estima e redução da ansiedade e depressão. Além disso, a participação em atividades físicas permite-lhes a oportunidade de se expressarem, de desenvolverem a autoconfiança, a auto-realização, a interação e a integração sociais.

    Brownell (1995, citado por FISBERG et al., 2002) afirma que, além dos benefícios fisiológicos, o exercício físico gera efeitos psicológicos positivos, tais como, melhora do humor, redução do estresse, aumento da auto-estima devido à melhora da auto-eficiência e esquemas cognitivos que favorecem o raciocínio otimista.

    O exercício físico é capaz de promover diversas adaptações no organismo do adolescente. Mello e Tufik (2004, citado por SILVA, 2009) apresentam que existe os efeitos do exercício sobre os transtornos do humor, destacando que adolescentes fisicamente ativos e em boa forma física possuem benefícios quanto à eficiência e quanto à qualidade do sono, enquanto adolescentes inativos queixam-se de sono ruim, de baixa eficiência e, consequentemente, sentem-se mais estressados. Segundo os autores, algumas pesquisas têm mostrado a influência que o exercício exerce sobre estados de ansiedade e depressão, sendo assim, o exercício aumenta a auto-estima, ajuda no auto conhecimento corporal e no cuidado com a aparência física, melhora a capacidade funcional, reduz a obesidade e melhora a qualidade de vida dos adolescentes.

    Deste modo, os padrões de exercício físico adquiridos na infância e adolescência são mais facilmente mantidos durante toda a vida, sendo a base para uma vida ativa saudável. Por outro lado, estilos de vida como o sedentarismo, a alimentação desequilibrada e o abuso de certas substâncias adquiridos enquanto jovens, vão repercutir pela vida toda, por isso, é importante o jovem manter-se ativo e saudável.

    A distribuição da prevalência de adolescentes fisicamente ativos/inativos, em função de indicadores demográficos e socioeconômicos, a magnitude da associação entre fatores de influência e o nível de atividade física, representam informações importantes para nortear o planejamento, desenvolvimento e avaliação dos programas de promoção da atividade física, (JUNIOR, 2008). De acordo com Souza et al. (2009), estudos que analisam a associação entre inatividade física e o nível sócio-econômico encontram resultados diferenciados, provavelmente pelas características físicas, sociais e ambientais serem diferentes em cada população estudada, além dos diferentes métodos utilizados para estimar os indicadores sócio-econômicos. Como, por exemplo, no estudo de Alves et al. (2000), que relata que melhores condições sócio-econômicas podem facilitar o acesso a instituições organizadas de prática de esporte (academias, clubes, entre outros); além disso, jovens pertencentes a classes sociais mais elevadas, em geral, limitam-se ao desenvolvimento de atividades estudantis, o que poderia justificar um maior tempo disponível para lazer; associando-se melhores condições sociais com melhor nível cultural, pode-se pensar que, tais indivíduos estariam mais preocupados em desenvolver atividades físicas de forma regrada, visando à promoção da saúde.

    Desse modo, o objetivo do presente estudo foi classificar o nível de atividade física de alunos do ensino fundamental e médio de uma escola pública interiorana de Minas Gerais e analisar sua relação com indicadores de condição socioeconômica.

Materiais e métodos

    Realizou-se uma pesquisa descritiva, de corte transversal. Para construção do estudo utilizou- se uma amostra de 157 adolescentes de ambos os sexos, sendo 96 do sexo feminino e 61 do sexo masculino com idade entre 15,4 ± 1,3, matriculados no ensino fundamental e médio de uma escola pública do município de Ubá- MG.

    Anteriormente à realização do estudo, ocorreu o trabalho de divulgação da pesquisa mediante a visita da pesquisadora em todas as salas de aula do ensino fundamental e médio, com a entrega do termo de consentimento livre e esclarecido. Todos os adolescentes de ambos os sexos responderam ao Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), após assinatura de seus pais ou responsáveis.

    O nível de atividade Física (NAF) foi avaliado através do IPAQ (versão 8, forma curta), desenvolvido pela OMS, Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e Instituto Karolinska da Suécia, sendo validado no Brasil pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS). Este instrumento contém 6 questões que analisam a participação em atividades físicas, caminhada, moderadas e vigorosas dos entrevistados em relação à semana anterior (MATSUDO et al., 2001).

    Para analisar os dados sobre o nível de atividade física, utilizou-se o consenso realizado entre o CELAFISCS e o Center for Disease Control (CDC) de Atlanta, em 2002, considerando os critérios de frequência e duração, que classifica os indivíduos em cinco categorias:

1.     Muito Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:

a) Vigorosa: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão e/ou b) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão + MODERADA e/ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão.

2.     Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:

a) Vigorosa: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão; e/ou b) Moderada ou Caminhada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão; e/ou c) Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 minutos/sem (caminhada + moderada + vigorosa).

3.     Irregularmente Ativo: aquele que realiza atividade física, porém insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à frequência ou duração. Para realizar essa classificação, soma-se a frequência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + moderada + vigorosa). Este grupo foi dividido em dois subgrupos de acordo com o cumprimento ou não de alguns dos critérios de recomendação.

4.     Irregularmente Ativo A: aquele que atinge pelo menos um dos critérios da recomendação quanto à frequência ou quanto à duração da atividade:

a) Frequência: 5 dias /semana ou b) Duração: 150 min / semana Irregularmente Ativo B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios da recomendação quanto à frequência nem quanto à duração.

5.     Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.

    Para a comparação da escolaridade dos pais e mães foi utilizado o Test T, em que foi comparado mais de dois grupos, após Anova é feito o post hoc para identificar em qual grupo está à diferença.

Tratamento estatístico

    Os dados foram apresentados como média ± desvio - padrão. Para a comparação da escolaridade dos pais e mães foi utilizado o Test T. O teste de Pearson foi utilizado para correlação entre NAF e a pergunta referente ao nível socioeconômico. A análise estatística foi realizada nos pacotes Sigma Stat 2.03. Em todos os casos o nível de significância estatística foi inferior a 5%.

Resultados

    Para facilitar a compreensão, a análise dos dados foi realizada em relação ao total da amostra, de acordo com o gênero, idade, o nível socioeconômico, nível de escolaridade dos pais e nível de atividade física.

    O gráfico 1 apresenta o nível de atividade física verificada no total da amostra e nos grupos masculino e feminino. Evidenciou-se maior prevalência de alto nível de atividade física em ambos os sexos em detrimento das outras classificações. Adicionalmente, não foi observada diferença em relação ao NAF entre os sexos (p=0,727). A amostra total corresponde a 157 alunos, de ambos os sexos, no qual 61 do sexo masculino e 96 do sexo feminino. No total da amostra, 78,98% foram classificados como Muito Ativo. Analisando os mesmos dados, de acordo com o gênero, encontrou-se 79,16% para o sexo feminino e 78,68% para o sexo masculino.

    De acordo com a categoria Ativo para ambos os sexos, encontrou-se a prevalência total de 11,46 %. Para o sexo feminino a prevalência de 11,45 % e para o sexo masculino o valor de 11,47%. Na categoria Irregularmente ativo A obteve-se um total de ambos os sexos de 3,18 %. Para o sexo feminino 3,12 % e para o sexo masculino 3,27%. Na categoria Irregularmente ativo B obteve-se o total de 6,36% para ambos os sexos. Para o sexo feminino 6,25%, e para o sexo masculino 6,55%. E por fim, considerando-se a categoria sedentários não se obteve nenhum índice a se calcular.

Gráfico 1. Classificação e distribuição do nível de atividade física no total da amostra de acordo com 

o gênero em estudantes do ensino fundamental e médio de uma escola pública interiorana de MG

    Analisando os valores separadamente entre meninos e meninas, de acordo com a faixa etária, em uma escola Estadual interiorana de MG (Tabela 1), a maior prevalência do sexo feminino na categoria muito ativo foram nas idades de 15,16 e 18 anos, em contrapartida, nas idades de 14 e 17 anos, o gênero masculino obteve maior prevalência. Na categoria ativo, nas idades de 14, 15 e 17 anos as meninas são mais ativas, e na idade de 16 anos os meninos se encontram mais ativos, porém, na idade de 18 anos ninguém se encontra ativo. Referente à categoria Irregularmente ativo A encontra-se maior prevalência na idade de 16 anos para meninas e de 15 anos para meninos, nas demais idades de 14, 17 e 18 anos ninguém se classifica como ativo. Na categoria Irregularmente ativo B as meninas se destacam nas idades de 14 e 17 anos e os meninos nas idades de 15, 17 e 18 anos. Não houve alunos classificados como sedentários.

Tabela 1. Nível de atividade física de acordo com a idade cronológica no total da amostra 157 estudantes do ensino fundamental e médio de uma escola pública interiorana de MG

    Não houve correlação entre a renda familiar e o nível de atividade física, ou seja, possuir maiores recursos financeiros não refletiu no NAF (r = 0,06; p>0,05). No caso das meninas o NAF correlacionou-se positivamente com a renda familiar (r= 0.31; p< 0,001), já no caso dos meninos, obteve-se negativo (r = -0,25; p<0,05).

    Não houve relação entre de escolaridade dos pais das meninas e o valor do NAF (p= 0,06), porém, encontrou-se relação entre escolaridade dos pais e NAF meninos, (p= 0,001), onde os pais que possuíam somente ensino fundamental e ensino médio incompleto influenciam de modo positivo no nível de atividade física do filho, ocorrendo o oposto com os pais que possuíam nível superior. Não houve relação entre a escolaridade das mães e NAF dos meninos (p= 0,39) e das meninas (p= 0,09).

Discussão

    Os níveis da prática de atividade física vêm se tornando cada dia mais importantes para a população jovem do mundo todo, pois o avanço tecnológico acarreta, cada vez mais, a redução dos níveis de atividade física junto da alimentação desequilibrada, fazendo com que as preocupações com a saúde corporal venham sendo deixadas de lado.

    No estudo realizado por Guedes e Oliveira et. al. (2001), resultados encontrados com relação aos níveis da prática de atividade física habitual numa amostra de 157 meninas e 124 meninos, revelam que 54% dos rapazes envolvidos foram classificados nas categorias muito ativo e ativo. Entre as moças, apenas 35% delas foram classificadas como tais. A proporção de adolescentes classificados como inativos ou muito inativos foi de 65% entre moças e de 46% entre rapazes. Com base nessas informações, as meninas do presente estudo se mantiveram mais ativas do que os meninos contradizendo o estudo de Guedes e Oliveira et. al. (2001).

    No estudo de Matsudo et. al. (2002), utilizando a mesma classificação quanto ao NAF, os resultados demonstraram similaridade entre os gêneros, sendo 54,5% e 52,7% de homens e mulheres considerados ativos e muito ativos, ou seja, de acordo com estes resultados podemos concluir que: o nível de atividade física apresentou uma tendência similar entre ambos os sexos corroborando com os resultados do presente estudo.

    A correlação entre os níveis de atividade física e a renda familiar não foi significativa para o total da amostra. Porém, correlacionando renda familiar com NAF diferenciado por gênero, evidenciou-se um aumento do NAF à medida que se aumentava a renda familiar no grupo feminino. O contrário foi observado no grupo masculino com o aumento de renda familiar diminui o NAF, podendo ter assim a suposição que meninas com uma renda maior se preocupam mais com a saúde e o corpo, seja praticando mais esportes, indo a academias, clubes, dentre outros; e meninos dão mais ênfase ao trabalho reduzindo a prática de atividades físicas e se focam no objetivo de aumentar a condição financeira para, por exemplo, compras de carros ou motos, dentre outros. O estudo de Guedes e Oliveira et. al. (2001), destacou o contrário, segundo eles, foi mais elevada à proporção de rapazes pertencentes à classe socioeconômica familiar privilegiada, em regra, que freqüentam clubes esportivos e academias de ginástica, o que permite maior participação em atividades fisicamente mais intensas, enquanto moças pertencentes à classe socioeconômica familiar mais elevada estariam desobrigadas dessas atividades, o que o presente estudo não concorda.

    O estudo de Faria Jr. (2008), destaca que, o fato de não trabalhar durante a adolescência e ter pais com grau elevado de escolaridade é frequentemente observado em famílias com maiores condições socioeconômicas. Nesse sentido, adolescentes de classes mais altas se mostraram mais expostos à inatividade física em comparação aos seus pares de classes mais baixas, sobretudo as mulheres. Os adolescentes que pertencem aos estratos socioeconômicos inferiores referem maior utilização de transporte ativo (bicicleta e caminhada) no seu deslocamento diário (escola e trabalho), e as moças referem maior envolvimento em atividades do lar, cuidar da casa e dos irmãos.

    O que ocorreu no presente estudo, pois, de acordo com a renda familiar e escolaridade dos pais correlacionados com o NAF dos meninos, os que apresentavam ensino superior, demonstraram mais inativos ao contrário dos filhos de pais com escolaridade inferior e renda mais baixa, em que seus filhos permaneceram mais ativos. Não houve diferença com os demais (escolaridade da mãe meninos, pai e mãe meninas). Supõe-se que, famílias de maior renda se preocupam em ingressar seus filhos nos estudos, desde cedo, deixando um pouco de lado as fases pelas quais os mesmos devam brincar, conhecer o corpo, dentre outras, e se tornam mais inativos por falta de atividades físicas até mesmo no dia a dia.

Conclusão

    Os alunos analisados apresentaram prevalência de alto NAF não havendo diferença entre gêneros. No geral não houve forte relação entre o nível de escolaridade dos pais e o NAF dos filhos. Com relação à influência da renda familiar, observou-se um aumento do NAF em meninas cuja renda familiar era maior, porém, o oposto ocorreu com os meninos, concluindo que quanto maior a renda familiar menor o NAF. Em se tratando das meninas, o oposto ocorreu.

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