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Estratégias de enfrentamento e capacidade de resiliência em 

praticantes do esporte de orientação pedestre: elaboração 

de um construto de investigação

Estrategias de enfrentamiento y capacidad de resiliencia en practicantes del 

deporte orientación pedestre: elaboración de un constructo de investigación

 

*Autor. Professor Assistente do Curso de Educação Física da Fundação Helena Antipoff

Mestre em Psicologia pelo Programa de Mestrado em Psicologia da Universidade Federal

de São João Del-Rei (UFSJ). Lato –senso em Treinamento Esportivo pela Universidade

Federal de Minas Gerais, Licenciatura e Bacharelado em Educação Física

pela Universidade Federal de Viçosa. MG.

**Co-Autora. Professora Associada da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ)

Doutorado em Saúde Pública - área de concentração em Epidemiologia pela Faculdade

de Medicina da UFMG, Livre docente em Psicologia Clínica pela Universidade Gama

Filho, mestrado em Psicologia Social pela Universidade Gama Filho. Graduação

em Psicologia pela Faculdade Dom Bosco de Filosofia Ciências e Letras

Prof. Ms. Fúlvio Rodrigues Valeriano*

fulviovaleriano@gmail.com

Profa. Dra. Ana Maria de Oliveira Cintra**

deusadia@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este questionário aborda a psicologia do esporte, tendo como foco a modalidade esportiva orientação pedestre e sua relação com alguns aspectos pontuais da saúde mental. Orientação pedestre é um esporte com mais de um século de existência e originária dos países nórdicos, no qual o praticante ou atleta, portando um mapa detalhado do terreno e uma bússola, deve encontrar pontos de controle específicos marcados no seu mapa. Como a orientação é um esporte que tem conquistado mais adeptos nos últimos vinte anos, no Brasil, muitas questões ainda estão sem resposta. O construto visa compreender elementos do desempenho que parecem estar relacionados à capacidade de resiliência e estratégias de enfrentamento do praticante de orientação pedestre baseando-se em uma vertente da psicologia, a Psicologia Positiva, que foca a análise das forças e virtudes da psique humana. Este artigo apresenta o questionário de perguntas dissertativas sobre capacidade de resiliência e as estratégias de enfrentamento.

          Unitermos: Orientação pedestre. Estratégias de enfrentamento. Resiliência.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Esporte de Orientação Pedestre

    Orientação pedestre é uma modalidade na qual o praticante deve tomar decisões e enfrentar situações muitas vezes inesperadas, tais como: competir em um terreno totalmente desconhecido, não encontrar o ponto de controle onde se pensava que ele poderia estar, não reconhecer o terreno onde se encontra no mapa e descobrir-se perdido, dentre outras. Parece que tais fatos possuem uma íntima relação entre a capacidade de resiliência, o estilo de enfrentamento e a percepção de vida do atleta com relação a eventos futuros. Informalmente, observa-se que cada competidor age de uma forma diferente frente a situações difíceis em competição. Alguns desistem em plena competição, outros insistem e buscam reencontrar-se e refazem sua rota. Há ainda aqueles que esperam alguém passar para ajudá-los. Há uma diversidade de reações que ainda não foram claramente estudadas. Supõe-se que essas reações distintas tenham impactos variados no resultado final da competição, pois, como qualquer outro esporte que envolve competição e dependente de rendimento apenas individual, o esporte de orientação pedestre, também, deve mobilizar emoções e sentimentos que englobam características relacionadas a algum componente da personalidade de cada indivíduo.

    O Esporte de Orientação surgiu na Escandinávia no ano de 1850 e a sua prática como esporte, começou a ser difundida pelos militares como forma de treinamento e entretenimento. Seu maior desenvolvimento se deu em 1888 na Suécia, onde as técnicas eram ensinadas com objetivo de profissionalização de militares. Cinco anos após a sua maior impulsão de crescimento no ano de 1893, aconteceu a primeira competição similar à atual modalidade; em 1895, realizou-se a primeira competição de orientação oficial; em Estocolmo. Em 1904, houve o nascimento da orientação como esporte civil com a primeira prova realizada por homens não militares na cidade de Helsingfors, na Suécia. Mas, foi em 1912, com a ajuda do Major Killander, chefe de escoteiros, que a orientação entrou para o programa da Federação Sueca de Atletismo com o objetivo de captar jovens que se afastavam da corrida e do atletismo. Ele ainda criou mapas, incentivou o desenvolvimento da orientação (PASINI, 2004). Em 1961, criou-se o órgão máximo da orientação, a Internacional Orienteering Federation (IOF), na cidade de Copenhague, fundada por dez países. O esporte de orientação é conceituado, segundo a IOF, como um esporte onde o indivíduo auxiliado por um mapa detalhado através de códigos e uma bússola deve encontrar os pontos de controle na área proposta no menor tempo possível mapa (IOF, 2009; Pasini, 2004; 2007; Friedman, 2007).

    O esporte de orientação possui diversas categorias divididas em H para homens e D para damas. Ainda existe uma divisão por idade que começa aos 10 anos, sobe de dois em dois anos até os 20 anos, a próxima faixa é a partir de 21 anos seguida da faixa de 35 anos. Na seqüência, sobe de cinco em cinco anos até os 90 anos. Além destas, existem mais quatro categorias especiais: DN1 e HN1 para atletas acompanhados com menos de 10 anos; DN2 e HN2 para atletas acompanhados de 10 a 14 anos, DN3 e HN3 para atletas acompanhados com mais de 15 anos em todas estas categorias é necessário o auxílio de uma pessoa determinada pela organização da prova e o aberto para atletas inscritos após a data de inscrição. Cada uma destas categorias ainda se subdivide em outras quatro que definem o grau de dificuldade da seguinte forma: E, para elite; A, para muito difícil; B, para difícil; N, para fácil e N1, N2 e N3 para os iniciantes.

Elaboração do construto

    Este construto foi utilizado na dissertação de Valeriano (2011) junto a 54 praticantes de Orientação pedestre que buscou identificar a capacidade de resiliência e os estilos de enfrentamento.

    O questionário foi criado baseado na estrutura sugerida por Günther (2003), na qual "direciona-se primeiro do mais geral para o mais específico; do menos delicado, menos pessoal, para o mais delicado e mais pessoal". Sendo assim, utilizou-se a experiência no esporte de orientação, a vivência em competições, a interlocução com atletas para pensar em construtos que supostamente estariam mais relacionados com o desempenho nas competições. Para este estudo, foram elaboradas quatorze questões abertas voltadas para situações específicas de dificuldade que acontecem em uma prova de orientação pedestre e, tendo como base, a revisão de literatura sobre os conceitos de estratégias de enfrentamento e de capacidade de resiliência dentro de uma perspectiva da psicologia positiva. Para a constatação de entendimento das perguntas o questionário foi enviado para três profissionais em psicologia e um atleta de orientação pedestre, um dos profissionais em psicologia é praticante de orientação pedestre e experiente na modalidade. Eles emitiram suas opiniões sobre o entendimento das questões, que foram reformuladas e enviadas novamente para ambos, até que o entendimento das questões se tornasse uniforme, o questionário foi elaborado para ser auto aplicável, tendo em vista a realidade do contexto das corridas de orientação que dificulta entrevistas face a face.

    O questionário foi desenvolvido para que o indivíduo fosse “suavemente” conduzido a perguntas que pudessem detectar a presença de resiliência e estilos de enfrentamento, para tanto, nas perguntas 1, 2, 3 e 4 o respondente relatou sua relação afetiva com o esporte de orientação estas questões foram considerada como perguntas gerais. A questão 05 visou o estado emocional relacionado à satisfação de vida no momento de resposta ao questionário, as questões 06, 07, 08 e 09 pretenderam entender o estado emocional na semana que antecede a competição, no dia da competição, antes da partida e após a chegada, respectivamente. Portanto, o intervalo das questões 1 a 9 possuem caráter geral conforme sugestão de Günther (2003). Prosseguindo com a referência do autor acima citado as perguntas subseqüentes foram elaboradas pensando na dimensão especifica do questionário onde o objetivo das perguntas 10, 10.1 e 10.2 foi auxiliar a análise de conteúdos das respostas às questões 11, 11.1, 12.1, 12.2, 13, 13.1, 14, 14.1 e 14.2 que visaram à identificação da presença de resiliência e estilos de enfrentamento. As questões 11, 11.1 e 12.2 pretenderam entender qual é o estilo de enfrentamento relativo a erros durante a competição. O numero 11 é uma questão fechada que relata possíveis ações ou atitudes que o indivíduo pode tomar. a questão 12.1 foi considerada neutra. As questões 12.2 e 13.1 permitiram pelos relatos, analisar o comportamento resiliente ou não quando os participantes eram questionados sobre os momentos aos quais ocorriam erros e momentos onde os resultados obtidos não eram os esperados. A pergunta 14 é considerada neutra e a 14.1 buscou a detecção do estilo de enfrentamento em uma situação favorável a 14.2 auxiliou a questão 14.1 na detecção do estilo de enfrentamento. Foi reservado um espaço no final do questionário para o atleta fazer qualquer tipo de observação. E finalizando com um agradecimento pela participação.

Questionário de investigação sobre capacidade de resiliência e estratégias de enfrentamento

Referências

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