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Equilíbrio dinâmico e estático de idosos participantes
de um programa de ginástica

Equilibrio dinámico y estático de personas mayores participantes de un programa de gimnasia

 

*Doutora em Educação Física, Professora de Universidade Federal de Goiás

**Doutora em Nutrição, Professora de Universidade Federal de Goiás

***Graduado em Educação Física, Especialista em pedagogia do movimento

(Brasil)

Vanessa Helena Santana Dalla Déa*

Maria Sebastiana Silva**

Vicente Paulo Batista Dalla Déa***

vanessasantana@ig.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Com o envelhecimento o equilíbrio corporal tende a diminuir. O objetivo deste trabalho foi de verificar o equilíbrio estático e dinâmico de idosos participantes de um programa de atividade física durante um ano. Para a análise do equilíbrio estático foi utilizado o teste unipodal e o teste de velocidade máxima de andar para avaliar o equilíbrio dinâmico. Os testes foram realizados em quatro momentos. Os escores demonstraram que tanto o equilíbrio estático quanto o dinâmico permaneceram estáveis, concluindo-se que o programa de atividade física evitou o declínio natural do equilíbrio causado com o envelhecimento.

          Unitermos: Envelhecimento. Equilíbrio corporal. Idosos. Depressão. Atividade física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O equilíbrio é a capacidade de manter a posição do corpo sobre sua base de apoio, seja esta base estacionária ou móvel. Quando as pessoas mais idosas ficam paradas, a amplitude e a freqüência da oscilação postural é maior do que em indivíduos mais jovens (Brocklehurst et al, 1982; Lucy e Hayes, 1985; Amiridis et al, 2003) e maior nas mulheres do que nos homens (Overstall, 1977).

    A oscilação postural é funcionalmente significativa porque está relacionada ao risco de quedas (Brocklehurst et al, 1982).

    Com o envelhecimento acontece o declínio das funções e das capacidades físicas natural e inevitável (Spirduso, 2005). Algumas destas alterações levam ao desequilíbrio postural e a maior freqüência de quedas, podendo resultar em fraturas e diminuição da independência.

    Acredita-se que programas de atividade física são eficientes na melhora das reações posturais estáticas e dinâmicas e para reduzir a freqüência de quedas em indivíduos de idade avançada (Brown e Mishica, 1989; Roberts e Fitzpatrick, 1983; Howe et al, 2007).

Método

Sujeitos

    Participaram do estudo 85 indivíduos com idade entre 60 e 88 anos (média 65,59 ±8,26), sendo 69 mulheres e 16 homens. . Todos os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e o estudo foi aprovado por Comitê de Ética.

Medidas e procedimentos

    As avaliações foram realizadas em quatro momentos, durante um ano, sendo a primeira realizada antes do início do programa de atividade física, a segunda após 10 semanas de atividade, a terceira após 21 semanas de atividade física e a última após um ano de seu início.

Medida

    Para medição do equilíbrio foram aplicados dois testes: o teste de apoio unipodal para avaliar o equilíbrio estático (Matsudo, 2000), e o teste de velocidade máxima de andar para avaliar o equilíbrio dinâmico (Matsudo, 2000). No Equilíbrio Estático o indivíduo posicionou-se em pé com as mãos na cintura e foi orientado a olhar um ponto fixo (a uma distância de aproximadamente dois metros) e flexionar na altura do joelho uma das pernas. Foram avaliados os dois membros sendo três vezes em cada perna. O idoso permaneceu nessa posição até ter se desequilibrado ou por até trinta segundos. O tempo de permanência na posição foi cronometrado e considerou-se o melhor tempo .

    Para a avaliação do equilíbrio dinâmico foram realizadas no chão (com fita adesiva) marcações equivalentes a um retângulo com largura de 33,3 centímetros e comprimento de 3,33 metros. O avaliado ficou em frente de um dos lados menores do retângulo e foi orientado a percorrer o trajeto demarcado com a máxima velocidade que conseguisse andar, mas sem correr. O tempo gasto no percurso foi cronometrado e foram realizadas três tentativas sendo considerada a média das três.

Programa de atividade física

    Os idosos participaram durante 1 ano de um programa de ginástica, que consistiu de exercícios aeróbios e de resistência muscular localizada. O programa teve como objetivo aprimorar as capacidades físicas dos idosos, maximizando sua independência e proporcionando melhor qualidade de vida. As aulas aconteceram três vezes por semana e cada sessão foi de 60 minutos.

Análise dos dados

    A análise dos dados foi feita por meio da Análise de Variâncias (ANOVA) com medidas repetidas e Teste de Tukey como post hoc para averiguar as diferenças entre as avaliações, e Teste T para duas amostras para a comparação de equilíbrio dinâmico e estático entre os grupos (Bussab, 2005).

Resultados

    A Tabela 1 apresenta todas as média, desvio padrão e nível de significância obtidos nas avaliações físicas, sendo a primeira realizada antes do início do programa, a segunda após 4 meses de atividade física aproximadamente, a terceira após 8 meses e a quarta no final de um ano, de todos os 85 idosos não faltaram em nenhum destes momentos, independente do gênero ou estado depressivo.

Tabela 1. Médias, desvios padrões de nível de significância do grupo

    Como se pode observar em nenhuma das capacidades físicas foram encontradas diferenças significativas (p<0,05). Isto é, a participação do idoso no programa de atividade física de longa duração não proporcionou diferença significativa dos escores, mas também não permitiu o declínio natural esperado com o envelhecimento.

Conclusão

    Pode-se concluir com este estudo que a pratica em um ano no programa de atividade física proposto proporcionou a estabilização do equilíbrio dos idosos, o que pode ser considerado um resultado positivo uma vez que com o envelhecimento o indivíduo tende a ter a diminuição deste (Spirduso, 2005).

Referências bibliográficas

  • AMIRIDIS, I.G.; HATZITAKI, V.; ARABATZI, F. Age-induced modifications of static postural control in humans. Neuroscience Letters Volume 350, Issue 3, 30 October, Pages 137-140, 2003

  • BROCKLEHURST, J.C.; ROBERSTSON, D.; JAMES-GROOM, P. Clinical correlates of suray in old age: Sensory modalites. Age and Ageing, 11: 1-10, 1982.

  • BROWN, M.; MISHICA, G. Effect of habitual activity of age-related decline in muscular performance: A study of master athletes. The Gerontologist. 29: 257, 1989.

  • BUSSAB, W.O.; MORETTIN, P.A. Estatística Básica. São Paulo. Ed. Saraiva, 5ª ed. 2005. 
    HOWE, T.E.; ROCHESTER, L.; JACKSON, A.; BANKS, P.M.H.; BLAIR, V.A. Exercise for improving balance in older people (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 4, 2007.

  • LUCY, S.D.; HAYES, K.C. Postural suray profiles: Normal subjects and subjects with cerebelar ataxia. Physiotherapy Canada. 37: 140-148, 1985.

  • MATSUDO, S.M.M. Avaliação do idoso: física e funcional, Londrina: Midiograf, 2000.

  • OVERSTALL, P.W. Falls in the elderly related to postural imbalance. British Medical Journal. 1: 261-264, 1997.

  • ROBERTS, B.L.; FITZPATRICK, J.J. Improving balance: Therapy of movement. Journal of Gerontological Nursing. 9: 151-156, 1983.

  • SPIRDUSO, W.W. Dimensões Físicas do Envelhecimento. Editora Manole, 1º Edição; 2005.

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