Concepções de esportes no contexto escolar Las concepciones sobre los deportes en el contexto escolar
	Colégio de Aplicação Centro de Ciências da Educação Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil)	Edson Souza de Azevedo Tiaraju Borba Ferreira azevedo.edson@gmail.com
	Resumo           Percebe-se atualmente, que a Educação Física, em especial na realidade brasileira, tem se encaminhado para o desenvolvimento cada vez mais diferenciado em relação a sua prática. Neste sentido, buscamos esclarecer as concepções de esportes no contexto do Colégio de Aplicação/UFSC. Teve-se como objetivos, esclarecer as concepções de esporte no Colégio de Aplicação/UFSC, definindo a real intenção da prática do mesmo entre os jovens desta escola. Definindo-se com intenções de uma prática voltada ao esporte-educação buscando a formação esportiva; ao esporte-lazer, com princípios voltados para recreação, o brincar e o lúdico; ou esporte-rendimento, com propósitos de descobrir novos talentos esportivos voltados aos resultados de competições. Concebemos análises da importância da Educação Física Escolar como agente formador dos jovens, através dos esportes da escola, deslindando o papel do esporte nas vidas destes jovens, que contributos esperam para si do esporte e como definem o esporte no contexto escolar. Adotamos abordagem qualitativa, com análise de conteúdo com ênfase descritiva-interpretativa, o instrumento adotado foi o inquérito on-line e por formulários. O público alvo composto de alunos do ensino médio e professores do Colégio de Aplicação/UFSC, desenvolvida no ano letivo de 2011, nas dependências do Colégio de Aplicação/UFSC, durante os períodos de aulas do primeiro e segundo trimestres. Confrontamos as opiniões dos alunos e dos professores da escola. Concluímos com a análise que a necessidade da prática de esportes com intenções/enfoque educativo, entretanto, cada grupo evidenciou ideologias ora de competição ora de cooperação em acordo com os interesses em voga, sem abrir mão de suas características identitárias, de praticar esportes disputados, brincados, aprendidos, resgatados fazendo com que os esportes tenham significados à vida dos jovens praticantes.           Unitermos: Concepções de esportes. Educação Física. Professores. Alunos. Contexto escolar.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 163, Diciembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Percebe-se atualmente, que a Educação Física, em especial na realidade brasileira, tem caminhado para um desenvolvimento cada vez mais diferenciado em relação a sua prática. De um lado, prevalecendo o paradigma que preserva os objetivos da disciplina apontados na legislação e que se configuram, no fomento à saúde e formação de talentos. Entretanto, por outro lado percebemos o desenvolvimento de concepções comprometidas com finalidade mais amplas, inseridas em propostas vinculadas ao paradigma da Cultura Corporal do Movimento.

    O esporte contemporâneo, nas suas variadas formas teóricas de interpretação, caracteriza-se pelo seu elevado grau de diferenciação na prática e pelo fato de ter se tornado um componente cultural da vida de todos os países, um fenômeno em expansão globalizado, assumindo novas formas, valores, modelos e sentidos. (Gaya, 1994: 9).

    O esporte possibilita a constituição de sistemas de agentes direta e indiretamente vinculados a sua prática de consumo desportivo, público e privado tendo funções de representar interesses dos seus praticantes e promotores.

    As concepções de esportes, através de suas formas de expressões proporcionam intencionalidades a partir de seus objetivos, sentidos e necessidades de seus praticantes.

Referencial teórico

    Conforme definido, o esporte, posteriori a sua evolução conceptual, a partir do pressuposto do direito de todos à prática desportiva, passou a ser compreendido através de concepções esportivas (Tubino, 1992, 1995).

• Esporte-educação: com sentido educativo, vinculando-se a três áreas de atuação pedagógica a interação social, desenvolvimento psicomotor e atividades físicas educativas;

• Esporte participação: referenciado com o princípio do prazer lúdico, e que apresenta como finalidade o bem estar social dos seus praticantes, intimamente ligado ao lazer e ao tempo livre, busca como propósito a descontração, a diversão, o entretenimento, o desenvolvimento pessoal e as relações interpessoais;

• Esporte-performance/rendimento: impregnado, dos propósitos de novos êxitos esportivos, a vitória sobre os adversários nos mesmos códigos, havendo a tendência natural para que seja praticado prioritariamente pelos talentos esportivos.

    No esporte por excelência/rendimento predomina os aspectos parciais do comportamento corporal e motor com intenções de objetivos mensuráveis, aplicando-se propósitos de padronizações, sincronizações e maximizações das expressões corporais e motoras. No esporte escolar, priorizam as possibilidades da ação normativa na formação sobre valores, atitudes, habilidades e conduta humana. No esporte de lazer, enfatizam-se as tarefas higiênicas, de saúde e de catarse minimizando as formalidades e o rigor dos regulamentos, abrem-se espaços para as mudanças das formas, espaços, técnicas e participação. No esporte de reabilitação/reeducação considera as diversas possibilidades físicas, motoras e orgânicas dos praticantes, configura-se como um coadjuvante de elevado significado nas estratégias e formação de saúde pública (Gaya, 1994; Kunz, 1993; Tubino, 1992).

Metodologia

    Neste estudo, adotamos a abordagem qualitativa, com ênfase descritiva-interpretativa;

• O público alvo, foram alunos do Ensino Médio (n 275) e professores (n 98) do Colégio de Aplicação/UFSC, a pesquisa foi desenvolvida no ano letivo de 2011, nas dependências do Colégio de Aplicação/UFSC, durante os períodos de aulas do primeiro, segundo e terceiro trimestres;

• A análise adotada no estudo, foi a analise de conteúdo via indutiva, preconizada por Bardin (2007), o instrumento utilizado para recolha de dados foi o questionário para preenchimento pela via impressa e via on-line. https://spreadsheets.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dHk4bkF4UGlHQVoyS0dFM3RjeDRkcVE6MQ

Resultados

    No que segue, apresentamos a figura 1, trata-se dos resultados das respostas agrupados em docentes e discentes.

Figura 1. Dados das opiniões docentes e discentes

    Os dados da comunidade escolar prestaram interesses voltados ao enfoque educativo na comunidade docente, apresentando 43% dos colaboradores do estudo, por seu turno, a comunidade discente está voltada aos aspectos do lazer, responderam 44% dos alunos com intenções de entretenimento.

    Na opinião da grande maioria dos colaboradores do estudo, o esporte escolar deve ter o caráter na formação, desenvolvendo capacidades psicomotoras e fomentando aspectos lúdicos e prazerosos.

Considerações preliminares

    Percebemos que as idealizações dos colaboradores do estudo seguem no caminho da formação num continuum, entendem que as dimensões devam ser trabalhadas num continuum, proporcionando novas vivencias aos praticantes e extraindo alem da satisfação pessoal da vitoria, mas também a cooperação entre alunos e turmas e o desenvolvimento das habilidades individuais e coletivas.

    Concluímos com a análise de que a necessidade da prática de esportes com intenções/enfoque educativo, entretanto, cada grupo evidenciou ideologias ora de competição ora de cooperação em acordo com os interesses em voga, sem abrir mão de suas características identitárias, de praticar esportes disputados, brincados, aprendidos, resgatados fazendo com que os esportes tenham significados à vida dos jovens praticantes.

Sugestões para a realização de estudos futuros

    Entendemos que é pertinente e oportuno a continuidade deste projeto. Desta feita, pretendemos conjuntamente e engajado no Programa Pibic Júnior/CNPq, conduzir a investigação com a participação de bolsista do Colégio de Aplicação/UFSC e membros colaboradores do Núcleo de Pesquisa em Pedagogia do Esporte do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina. A população alvo será constituída de acadêmicos do Curso de Educação Física do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina, ingressantes no ano de 2012.1, configurando a amostra do tipo A, em Acadêmicos do Curso de Bacharelado e, a amostra do tipo B, em Acadêmicos do Curso de Licenciatura, entendemos que se tratar de concepções de ensino com enfoques diferenciados no contexto escolar e demandam estudos desta natureza.

Referencias

• Azevedo, E. S. (1996). As concepções de esportes na escola pública de 2º grau. In Pereira, Flávio Medeiros. & Rigo, Luiz Carlos (Orgs.), Educação Física, Esporte e Escola (pp. 92-106). Pelotas: Editora da UFPel.

• Bardin, L. (2007). Análise de conteúdo. 4ª Edição. Lisboa: Edição 70.

• Betti, M. (2002). Educação Física Escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. São Paulo, 1, (1), 73-81.

• Bogdan, R. C. e Biklen, S. K. (1994) Investigação Qualitativa em Educação – uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.

• Carreiro da Costa, F. A. A. (2005). Changing the Curriculum does not mean Changing Pratices at School: the impact of teacher’s beliefs on curriculum implementation. In: Francisco Carreiro da Costa, Marc Cloes and Miguel Gonzales Valeiro (Orgs.). The Art and Science of teaching in Physical Education and Sport a homenage to Maurice Pieron (pp. 257-277). Lisboa: FMH/UTL.

• Coutinho, C. P. (2008). A qualidade da investigação educativa de natureza qualitativa: questões relativas à fidelidade e validade. Educação Unisinos. São Leopoldo, 12 (1), 5-15.

• Crum, B. (1993). A crise de identidade de Educação Física ensinar ou não Ser, eis a questão. Boletim da Sociedade Portuguesa de Educação Física, (7/8), 133-148.

• Darido, S. C.; Rodrigues, L. H.; Ramos, G. N. S.; Galvão, Z.; Ferreira, L. A.; Mota E Silva, E. V.; Sanches Neto, L.; Rangel, I. C. A.; Pontes, G. H. & Cunha, F. (2006). Educação física e temas transversais: possibilidades de aplicação. São Paulo: Editora Mackenzie.

• Gaya, A. (1994). As ciências do desporto nos paízes de língua portuguesa. Tese de doutoramento. Porto: Universidade do Porto.

• Kunz, E. (1993). O esporte: ensino, crítica e transformações. Florianópolis: DEF/UFSC.

• Tubino, M. J. G. (1992). Dimensões sociais do esporte. São Paulo: Cortez.

• _____________ (1995). O que é esporte. São Paulo: Brasiliense.

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